31 de agosto de 2019

Entradas na minha biblioteca de BD no mês de Agosto de 2019

Álbuns

  • Goradze: Zona de segurança, Levoir, 2019
  • Dias sombrios, Levoir, 2019
  • Terra de sonhos, Levoir, 2016
  • The Fade Out: Crepúsculo em Hollywood, G. Floy, 2018
  • Billie Holiday, Levoir, 2015
  • Prometeu e a Caixa de Pandora, Gradiva, 2019

Revistas

  • Les Amis de Jacobs #25, juin 2019
  • Les Cahiers de la BD HS#3, juin 2019

Livros

  • François Walthéry - Une vie en dessins, Champaka Brussels, 2019

Outros

30 de agosto de 2019

Guido Crépax - Ensaio de quadriculografia portuguesa

Guido Crepas
Desenhador, argumentista
(Itália) Milão, 15 de Julho de 1933 - 31 de Julho de 2003

Celebriza-se sobretudo com as histórias de sua personagem Valentina, criada em 1965 e caracterizada por uma série de BD de conteúdo erótico e artístico, sendo bastante representativa do espírito estético da década de 1960. Notabiliza-se também pela linguagem sofisticada, "cinematográfica", dos seus desenhos. É considerado também um dos principais nomes da BD europeia de temática adulta na segunda metade do século XX.

Séries publicadas em Portugal:

One-shots publicados em Portugal:
  • História de O (Histoire d'O), 1975, Álbum Edições Sérgio Guimarães [1977]; Álbum Marginália [2005]

29 de agosto de 2019

Colecção Novela Gráfica (5ª série) #9: Como uma Luva de Veludo Forjada em Ferro

Chega hoje às bancas o nono volume da 5ª série da colecção Novelas Gráficas, editada pela Levoir em parceria com o jornal Público. O título escolhido, Como uma Luva de Veludo Forjada em Ferro, de Daniel Clowes foi publicado originalmente em dez partes (de 1989 a 1993) na revista Eightball.

O autor, nascido em Chicago, estudante de arte no Pratt Institute de Brooklyn, em Nova Iorque, é vencedor de inúmeros prémios, incluindo mais de uma dúzia de Harveys, os prémios profissionais dos comics, e seis Eisners, o galardão máximo da BD americana. É também vencedor de um prémio literário PEN. Estreou-se como caricaturista com uma história na revista Love & Rockets (de Jaime e Gilbert Hernandez). Actualmente é um dos nomes mais significativos dos comics alternativos norte-americanos. A atmosfera noir das suas histórias tem influenciado uma geração de cartunistas e artistas gráficos. Conhecido no nosso país pelas suas obras mais realistas, como Mundo Fantasma, os leitores portugueses irão descobrir aqui um dos seus mais estranhos e surreais livros.

Tendo já sido descrita como “uma assustadora jornada de loucura”, esta novela é, na verdade, uma história policial cheia de reviravoltas narrativas, muitos toques grotescos e momentos de puro horror. Ao assistir a um estranho filme, com o título Como uma Luva de Veludo Forjada em Ferro, no final do filme o jovem Clay Loudermilk reconhece na protagonista, a actriz Barbara Allen, a figura da sua ex-esposa desaparecida alguns anos antes.

Decidido a encontrá-la, consulta um guru que tem todas as respostas e atende as pessoas na casa de banho do cinema porno, que lhe diz que o filme pertence à produtora Interesting Productions do Dr. Wilde situada numa cidade próxima, Gooseneck Hollow.

Decidido a encontrá-la, Clay ruma à cidade onde o filme foi produzido. Pelo caminho encontra gente estranha, entre freaks, extra-terrrestres ou uma seita feminista violenta liderada por um homem, entre outras. Como uma Luva de Veludo Forjada em Ferro não é uma obra fácil e, provavelmente, não agradará a todos, mas é uma experiência que deve ser provada nem que seja para poderem apreciar a forma como o autor conseguiu expor artisticamente a perturbação humana.

Colecção Novela Gráfica (5ª série) #9: Como uma Luva de Veludo Forjada em Ferro, Daniel Clowes, Levoir, 144 pp., p&b, capa dura, 10,90€

28 de agosto de 2019

Paolo Ongaro - Ensaio de quadriculografia portuguesa

Desenhador, argumentista
(Itália) Mestre, 22 de Junho de 1946

Estreia-se na BD aos 17 anos, em 1964, ao pintar as pranchas feitas a lápis por Vladimiro Missaglia; escrevendo, neste primeiro período, uma história que será publicada por um semanário milanês. No final da década de 1970, começa a colaborar com vários editores, como Gino Sansoni, para quem  realiza algumas histórias publicadas na revista Horror.
A partir de 1970, inicia uma colaboração assídua com várias revistas como L'Intrepido e Il Monello. De 1971 a 1973, colabora com no estúdio IF, realizando várias histórias para outras revistas como Diabolik, Il Giornalino, Corriere dei ragazzi, bem como SuperGulp! (1975) e a Storia d'Italia, uma série de BD de Enzo Biagi (1978) para a Mondadori. Com Biagi, colabora, em 1989, para a revista Second World War. Na segunda metade da década de 1970, colabora com a revista Tarzan, e realiza histórias de guerra para a editora britânica Fleetway, enquanto que para o Corrier Boy cria L'Immortale.
Na década de 1980. realiza histórias de desporto para o Gazzettino dello Sport e para o Guerin Sportivo, criando a série Azzurro com biografias de grandes futebolistas italianos, A História dos Jogos Olímpicos (reimpresso em volume por Mondadori em 1996) e o Giallo della Fórmula. 
Para a editora francesa Larousse desenha as séries A Descoberta do Mundo e História do Far West, bem como histórias para as revistas L'Écho des Savanes e Pif. A partir de 1986, começa a desenhar histórias para a Mickey Mouse. Igualmente para a Disney, faz as brochuras "Speciale Magia" com o mágico Silvan. No final da década de 1980, regressa à BD com Xenio e Rally, duas séries que aparecem na revista L'Intrepido. Para a Lanciostory, desenha a série Old America, baseada em textos de Andrea Mantelli. No início da década de 1990, junta-se à equipa da série Martin Mystère, iniciando uma longa colaboração com a Bonelli. Desde 2010, edita uma revista de BD, Rici e Flay para o Centro de Reciclagem de Vedelago, com o objectivo de aumentar a consciencialização dos jovens sobre a reciclagem. Em 2012, lança Caravaggio, uma série de BD publicada na revista Skorpio, com textos de Roberto Recchioni e Giulio Antonio Gualtieri.
Além da actividade de banda desenhada, Ongaro actua como pintor e ilustrador profissional,  colaborando em publicidade e comunicação. Está continuamente envolvido em colaborações como ilustrador e artista de capa de revistas para a Mondadori, Corriere della Sera-Rizzoli, Ed. Paoline, Fabbri, e jornais como Il Gazzettino, Il Giorno, Corriere dello Sport, Il Resto del Carlino, Tuttosport, La Nazione

Séries publicadas em Portugal:

[actualizado em 28.08.2019]

Homem-Cão e o Supergatinho

O Homem-Cão, o mais novo herói de Dav Pilkey, criador do Capitão Cuecas, está de volta – e desta vez vem acompanhado! O heróico cão com um verdadeiro faro para a justiça dispõe agora de um ajudante felino peludo e juntos vão ter um mistério para farejar! Quando uma nova ama chega e uma estrela de cinema glamorosa desaparece, cabe ao Homem-Cão e o Supergatinho salvarem o dia! Irão os nossos heróis manter-se na pista certa ou irá Petey, o gato mais malvado do mundo, despistá-los?

Homem-Cão e o Supergatinho, Dav Pilkey, Marcador, 256 pp., cor, capa flexível, 13,90€

27 de agosto de 2019

Guido Buzzelli - Ensaio de quadriculografia portuguesa

Desenhador, argumentista
(Itália) Roma, 27 de Julho de 1927 – 25 de Janeiro de 1992

Frequenta a Academia de São Lucas e, inicialmente, decide seguir os passos de seu pai, a pintura. Contudo, entra na oficina de Rino Albertarelli, um dos principais artistas de fumetti italianos da época, estreando-se na década de 1950 na revista Zorro. Paralelamente, produz capas para revistas da editora Fratelli Spada. Outras bandas desenhadas de Buzzelli da época incluem Susan Bill, Alex l'eroe dello spazio, Bill dei Marines, Bambola e Dray Tigre.
Mais tarde, muda-se para Espanha e depois para Inglaterra, onde produz a tira Angélique para o Daily Mirror. Após o seu retorno a Itália e o seu casamento com Grazia de Stefani (1960), dedica-se à pintura. Mas regressa à BD com um projecto pessoal, La rivolta dei racchi (1966), uma história de fantasia contendo uma metáfora sarcástica da luta de classes; o trabalho seria publicado apenas em 1970 em França, na revista Charlie Hebdo. É logo considerado como um dos artistas de BD mais elogiados em França e, mais tarde, também em Itália, com outras histórias como I Labirinti (1970), Zil Zelub (1972), Annalisa e il diavolo (1973), L'intervista (1975), L'Agnone (1977), La guerra videologica (1978), todas misturando temas sociais com atmosferas fantásticas e oníricas.
Em 1973, recebe o prémio Yellow Kid como melhor ilustrador e autor no Festival de Lucca, seguido em 1979 pelo equivalente francês, o Crayon d'Or. Começa a colaborar em revistas e jornais como Linus, Alter Linus, Paese Sera, Il Messaggero, L'Espresso, L'Eternauta, Psico, Corriere dei Ragazzi, Arte em Quadrinhos, Playmen, Menelik, L'Unità e, em França, Pilote, Métal Hurlant, À Suivre, Circo, Le Monde, Fluide Glacial e outros. Sob o pseudónimo de Blotz, cria várias ilustrações eróticas publicadas em França no Charlie Mensuel, bem como nas coleções Démons e Buzzelliades.
Em 1976, Buzzelli ilustrou L'uomo del Bengala para a Sergio Bonelli Editore; para a mesma editora, desenha o primeiro volume gigante de Tex Special, escrito por Claudio Nizzi (1985). Na década de 1980, colabora com a televisão italiana e é professor no Instituto Europeu de Design.

Séries publicadas em Portugal:

One-shots publicados em Portugal:
  • Johnny, o rei da selva, Zorro #74 a #81
  • Zil Zelub (Zil Zelub), 1972, Álbum Editorial Presença [1973]
  • Ressurreição (Resurrezione), Buzzelli e Grazia de Stefani, O Mosquito (5ª série) #7
[actualizado em 22.08.2020]


Enric Sió - Ensaio de quadriculografia portuguesa

Enric Sió i Guardiola 
Argumentista, Desenhador
(Espanha) Badalona, 5 de Abril de 1942 - Barcelona, 2 de Novembro de 1998

Além de se dedicar à BD, Sió também se notabiliza como fotógrafo e publicitário. Junto com outros autores da mesma geração, como Josep María Beá (1942), Luis García (1946), Felipe Hernández Cava (1953), Carlos Giménez (1941), Fernando Fernández (1940) e Adolfo Usero (1941) participam na chamada renovação da BD espanhola, intitulados como o grupo de estilo «pictórico».

Séries publicadas em Portugal:

[actualizado em 27.08.2019]

Dino Battaglia - Ensaio de quadriculografia portuguesa

Desenhador, argumentista
(Itália) Veneza, 1 de Agosto de 1923 - Milão, 4 de Outubro de 1983

Estreia-se em 1946, co-fundador e produtor de trabalhos para a revista italiana Asso di Picche, onde desenha algumas páginas da série Junglemen. Nesta revista, trabalha com outros artistas venezianos, como Hugo Pratt e Alberto Ongaro. Quando, em 1948, a Asso di Picche encerra, o Grupo Veneziano (como se tornaram conhecidos) muda-se para a Argentina para trabalhar para o editor italiano Cesar Civita. Contudo, Battaglia fica em Itália, optando pelo casamento, aproveitando para desenhar a tira do pirata Capitan Caribe, escrita por Ongaro e publicada na revista Frontera de Héctor Germán Oesterheld, além de outras pranchas como Cowboy Kid para a revista Salgari.
Em 1950, Battaglia muda-se para Milão, onde trabalha para a Pecos Bill de Mondadori e para Il Vittorioso. Entre 1952 e 1953, cria Mark Fury para a revista Intrepido. A série é traduzida e republicada no Junior Express entre 1955 e 1956, introduzindo Battaglia no mercado britânico. Em 1959, inicia uma colaboração com a editora inglesa Fleetway, através do estúdio Roy D'Ami, sediado em Milão, produzindo vários contos para o Top Spot, o Knockout, o Thriller Picture Library e o Look and Learn.
Em 1960, Battaglia produz uma série de adaptações de contos de fadas e romances clássicos para o Il Corriere dei Piccoli e o Il Corriere dei Ragazzi. Em 1965, desenha I Cinque della Selena, uma série de ficção científica escrita por Mino Milani.
Em 1967, a revista Sgt. Kirk publica uma adaptação de Moby Dick, uma obra que marca a maturidade artística de Battaglia, com os seus desenhos a alcançaram um estilo único e distinto que caracterizará as suas produções posteriores. A partir de então, Battaglia concentra-se em adaptações de romancistas clássicos como Poe, H. Lovecraft, Stevenson, Maupassant e Hoffmann, ilustrando vários contos góticos desses escritores para a revista Linus, ganhando o título de Mestre das Trevas.
Durante a década de 1970, Battaglia produz uma série de obras religiosas para Il Messaggero dei Ragazzi e Il Giornalino, incluindo as biografias de Antonio da Padova e Frate Francesco, bem como uma adaptação de sátiras clássicas, como Till Eulenspiegel (1975) e Gargantua e Pantagruel de Rabelais (1979). No final da década de 1970, começa a trabalhar para o editor Bonelli, produzindo L'Uomo della Legione e L'Uomo del New England para a série Un uomo un'avventura.
Em 1982, cria a sua única série original, L'Ispettore Coke para a editora Isola Trovata, apresentando um detective da Scotland Yard que enfrenta casos estranhos em histórias ambientadas no início do século XX. São publicados apenas dois álbuns, Eu Delitti della Fenice e La Mummia, em consequência da inesperada morte de Battaglia em 1983.

Séries publicadas em Portugal:
Capitão Caribe, Descoberta do Mundo (A), Dogfight Dixon, Robin dos Bosques

One-shots publicados em Portugal:
  • O tesouro do Castelão, Álbum do Cavaleiro Andante #63
  • A pena branca, Cavaleiro Andante #407 a #425
  • Aventura na Ásia, Ciclone #60
  • Operação KMS, Ciclone #332
  • Um tiro de pistola, Jacto #6 a #8
  • Iwo Jima!, Jacto #9 a #10
  • O jogador e a morte (Il giocatore e la morte), Battaglia e P. Meerimée, Jacto #11 a #12
  • A cidade perdida (La città perduta), Battaglia e Ernesto Ventura, Jacto #13 
  • Um pequeno rei, Quadradinhos (2ª série) #1 a #13
  • Duelo no ar, Battaglia e Ernesto Ventura, Jacto #14 a #15
  • A terrível Paris-Madrid, Battaglia e Ernesto Ventura, Jacto #16
  • Os canhões de Paris, Jacto #19 a #20
  • A revolta dos Cipaios, Jacto #33 a #34
  • A flecha negra, Jacto #44 a #45
  • Gulliver em Lilliput, Jacto #62 a #69
  • A ponte de Remagen, Jacto #66 a #67
  • A tomada do fortim, Jacto #70 a #71
  • Hamlet de William Shakeaspeare, Jacto #77 
  • O homem da Legião (L'uomo della legione), Boletim do CPBD #122
  • Dois amigos (Due amici), Fandaventuras de Maio de 2018
  • Saint Antoine (Saint Antoine), Fandaventuras de Maio de 2018
  • A Aventura de Walter Schnaffs (L’avventura di Walter Schnaffs), Fandaventuras de Maio de 2018
[actualizado em 27.08.2019]



26 de agosto de 2019

José Bielsa - Ensaio de quadriculografia portuguesa

Desenhador, Argumentista
(Espanha) Madrid, 1931

Antes de se dedicar à BD, estuda cerâmica. Faz a sua estreia em várias revistas, como Chicos, El Coyote e Florita. Em 1955, é contratado pela World Press e, mais tarde, pela Édifrance, onde trabalha em Les Grands Noms de l'Histoire de France para a revista Pistolin (com textos de Jean-Michel Charlier) e Les Belles Histoires de l'Oncle Paul '(com textos de Octave Joly) na revista Spirou. Em 1956, assume a série Tom et Nelly, criada por Albert Uderzo. Em 1958, Bielsa torna-se editor da Bruguera, onde dirige a agência Creações Editoriales, trabalhando para várias agências de imprensa de França e de Inglaterra. As suas colaborações para o mercado britânico incluiem contribuições para a Amalgamated Press Cowboy Comics Library  no final da década de 1950 e início da de 1960. Em 1963, ingressa na revista Pilote, onde realiza as séries Bill Norton, Yves Mallard, e Les Mange-Bitume (textos de Jacques Lob). Entre 1971 e 1973, trabalha para a revista espanhola Trinca; em 1974-75, colabora com Truchaud em Joe Fast para a Lucky Luke Magazine. Nos dez anos seguintes, Bielsa colabora com a editora Larousse e em várias colecções e álbuns de L'Histoire de France em Bandes Dessinées. Também na década de 1970 colabora com o argumentista Víctor Mora na série Supernova da editora Bruguera. Seguidamente, limita o seu trabalho ao mercado espanhol, criando a série Leyendas para a revista Rumbo Sur. Desde meados da década de 1980, José Bielsa dedica-se integralmente à pintura.

Séries publicadas em Portugal:

One-shots publicados em Portugal:
  • Fim de semana no campo, Diabrete #702 a #707
  • Balada do Natal, Nº Especial do Cavaleiro Andante do Natal de 1955
  • Aventura na Ásia, Bielsa e Sarabia, Tigre (1ª série) #60
  • O rali dos cinco continentes, Bielsa e Fernando Sesen, Jacto #16 a #29
  • Peripécias de Pirulo, Jornal do Cuto #168
[actualizado em 26.08.2019]

Alarico Gattia - Ensaio de quadriculografia portuguesa

Desenhador, argumentista
(Itália) Génova, 9 de Dezembro de 1927

Alarico Gattia forma-se na cena artística milanesa e no início da década de 1950 faz a sua estreia na publicidade. Genovês de nascimento, mas milanês por adopção, começa a sua actividade colaborando com a revista Grazia e para muitas revistas e capas do grupo Mondatori. No final da década de 1960, desenha algumas das aventuras de Diabolik e colabora por dez anos com o Giornalino, concentrando-se principalmente em adaptações à BD de obras da literatura clássica como "O Último dos Moicanos" de James Fenimore Cooper e " O garoto sequestrado "de Robert Louis Stevenson. Na segunda metade da década de 1970, projeta a série Un uomo un'avventura com dois episódios (L'Uomo del Klondike e L'Uomo del Sud), e adapta o romance O Conde de Montecristo, que lhe vale os prestigiosos prémios Yellow Kid e Caran d'Ache em 1984. Mais tarde, colabora na História da Itália em BD da editora Mondadori e duas séries da Larousse: A Descoberta do Mundo e História do Far-West. Presidente da Associação de Ilustradores, na segunda metade da década de 1980, escreve e desenha algumas histórias para a Comic Art.

Séries publicadas em Portugal:

[actualizado em 26.08.2019]

25 de agosto de 2019

Josep Toutain - Ensaio de quadriculografia portuguesa

Josep Toutain Vila
Roger
Argumentista, Desenhador
(Espanha) Barcelona, 1932 - 25 de Setembro de 1997

Toutain é uma figura chave da banda desenhada espanhola entre 1950 e 1980, principalmente devido ao seu trabalho como director da agência Selecciones Ilustradas e da editora Toutain, que contribuíram para a manutenção e renovação dos tebeos espanhóis. Empreendedor e idealista, tem uma personalidade forte, o que lhe permite enfrentar as adversidades de um mercado tão instável quanto o espanhol.
Inicia a carreira em 1940 como desenhador com um estilo semelhante ao dos americanos Milton Caniff e Frank Robbins; o que lhe permite produzir histórias realistas em revistas como Pocholo, Hitorietas, Estrellita ou El Coyote. O seu principal trabalho à época é El Heroe de Saipan, publicado em 1950. Mais tarde, ingressa na agência Histograf Francisco de La Fuente, onde cria as séries Un Chico de Arkansas e Sylvia Millones. Desde 1953, concentra as suas actividades na promoção de outros artistas como agente e cria, com Antonio Ayné, co-proprietário da Toray Editorial, a agência Selecciones Ilustradas. Para a agência trabalham vários artistas espanhóis de renome da época, tais Luis Bermejo, Fernando Fernandez, Alfonso Font, Carlos Giménez, Vicente Segrelles, Manfred Sommer e Adolfo Usero, entre outros. Em 1963, Antonio Ayné aposenta-se, deixando Toutain sozinho na gerência da agência. Torna-se uma das agências internacionais mais importantes, vendendo histórias em quadradinhos para vários países (França, Inglaterra, Alemanha, Holanda, etc.). Na década de 1970, Toutain aproveita o declínio dos sindicatos e assina um contrato com a Warren Publishing, possibilitando a autores espanhóis desenharem histórias para as revistas Vampirella, Creepy e Eerie. Em 1973, cria as edições Toutain e participa no boom da chegada a Espanha da BD para adultos. Publica a edição em espanhol de Creepy, 1984, Zona 84, Comix Internacional, Totem e a sensual El Víbora. Em 1981, recebe a mais alta distinção considerada na BD, o Yellow Kid da Festival International de Comic de Lucca. É o autor da publicação notável ​​da "História da banda desenhada", coordenado por Javier Coma e com a colaboração de muitos artistas e conhecedores de media espanhóis e estrangeiro, tornando-se um livro de referência a nível internacional. Na década de 1990, o declínio dos quadradinhos espanhóis levam ao encerramento das edições Toutain em 1993. Josep Toutain morre de cancro de pulmão em Barcelona em 1997. O Salão  Internacional do Comic Espanhol de Barcelona cria, em sua homenagem, o Prémio Josep Toutain, que premeia anualmente a melhor revelação do autor.

Séries publicadas em Portugal:
Delta 99, Grandes Mitos do Oeste

[actualizado em 25.08.2019]

Tsugumi Ohba - Ensaio de quadriculografia portuguesa

Argumentista
(Japão) Tóquio

Tsugumi Ohba é o pseudónimo de um argumentista de mangá. Até ao momento as suas únicas obras conhecidas são Death Note, Bakuman e Platinum End, o que faz muitos acreditarem que Tsugumi Ohba seja apenas um pseudónimo de um escritor mais famoso.
Há quem acredita que Tsugumi Ohba seja Hiroshi Gamō, autor da série de mangá Tottemo! Luckyman também publicada na Weekly Shōnen Jump, Especula-se que esconde a sua identidade, pelo facto de que Death Note seja muito diferente de sua obra anterior.
Algumas características dadas pela empresa norte-americana Viz Media apontam que Tsugumi nasceu em Tóquio, tem como hobby coleccionar xícaras de chá e passa o dia desenvolvendo enredos de mangás.

Séries publicadas em Portugal:
Death Note, Platinum End

[actualizado em 25.08.2019]

Exposição de Banda Desenhada - A Portuguesa: História de um Hino


23 de agosto de 2019

Reg Perrott - Ensaio de quadriculografia

Desenhador, argumentista
(Grã-Bretanha) Londres, 18 de Outubro de 1914 - 16 de Maio de 1947

Aos 19 anos, começa a trabalhar no estúdio Adam and Flinder, ilustrando passatempos para jornais nacionais e regionais, bem como tiras cómicas como At the Jungle School para o Reynolds Illustrated Sunday News e Roly and Poly the Two Bear-Cubs para o London Evening Star. A sua primeira banda desenhada de aventuras foi  The Luck of the Legion (1934) no Boys’ and Girls do Own Evening World. Torna-se o autor principal do estúdio para BD de aventuras, tendo iniciado a sua carreira como freelancer no final de 1934. No ano seguinte, começa a trabalhar para a Amalgamated Press, tendo os seus trabalhos publicados nos periódicos Joker (Whirling Around the World), Jolly (Wheels of Fortune, Red Ryder), Puck (The Young Explorers, The Golden Arrow), Golden (Golden Eagle) e Happy Days (Sons of the Sword). Paralelamente, trabalhos seus são também publicados em Mickey Mouse Weekly da editora Odhams Press, como Song of the Sword, The Road to Rome e Wings of Fortune. Serve a Força Aérea Real britânica durante a II Guerra Mundial. Contudo, não é mobilizado para a guerra por ter sido considerado inapto com o diagnóstico de malária. Durante a Guerra, foi o manager do estúdio de Mickey Mouse Weekly. Posteriormente, ilustra diversos romances de aventuras. Perrott é também conhecido pelas suas pinturas sobre a guerra, estando três dos seus quadros no londrino Imperial War Museum. Perrott falece aos 32 anos com cancro na orofaringe.

One-shots publicados em Portugal:
  • Jovens heróis (The young explorers), O Mosquito (1ª série) #49 ao #73; Jornal do Cuto #97 ao #103
  • Flecha vermelha (Whirling round the world), O Mosquito (1ª série) #949 ao #975
  • A flecha de ouro (The golden eagle), Álbum "O Mosquito - 60º aniversário" [1996]; Fandaventuras de Maio de 2019
  • O voo da águia, O Mosquito (1ª série) #205 ao #314; Álbum "O Mosquito - 60º aniversário" [1996]
[actualizado em 21.08.2019]

O Caminho do Oriente - 1º volume a cores disponível

Já se encontra disponível junto do editor José Pires (gussy.pires@sapo.pt) o primeiro volume da obra de Eduardo Teixeira Coelho e Raul Correia numa edição colorida inédita. O Caminho do Oriente, epopeia dos descobrimentos portugueses, foi publicada pela primeira vez (a preto e branco) na primeira série da revista O Mosquito (#749 ao #941) na segunda metade da década de 1940. Mais tarde (1972), o Jornal do Cuto republica-a entre os números #73 e #108. Em 1983, a Editorial Futura publica toda a obra, também a preto e branco, em seis álbuns da colecção Antologia da Banda Desenhada Portuguesa. A versão colorida do Fandaventuras terá seis volumes.


Takeshi Obata - Ensaio de quadriculografia portuguesa

Desenhador
(Japão) Niigata, 11 de Fevereiro de 1969

Mangaka, em 1985 vence, com dezasseis anos de idade, o Prémio Tezuka com seu manuscrito O mito de 500 anos-luz. Quando se encontra no segundo ano do ensino secundário (1986), recebe uma menção honrosa por seu trabalho Cyborg Jii-chan G. Depois do término da sua série, começa a trabalhar com outros mangakas como ilustrador.
Adquire atenção internacional com Hikaru no Go (1998–2003), trabalho em colaboração com Yumi Hotta, com o qual ganha o Prémio de Mangá Shogakukan em 2000 e o Prémio Cultural Osamu Tezuka em 2003. No entanto, o seu destaque vai para Death Note (2003–2006) e Bakuman (2008–2012) em colaboração com Tsugumi Ohba. Obata é o mentor de vários autores de sucesso, inclusive Nobuhiro Watsuki, autor do famoso Rurouni Kenshin, Kentaro Yabuki, autor do famoso Black Cat, Katsura Hoshino, autora de D.Gray-man e o artista de Eyeshield 21, Yusuke Murata.
Em 2003, Death Note vence a categoria mangá do Prémio de Artes de Mídia Japonesa concedido pela Agência dos Assuntos Culturais do governo japonês.

Séries publicadas em Portugal:
All You Need Is Kill, Death Note, Platinum End

[actualizado em 23.08.2019]

Brian Michael Bendis - Ensaio de quadriculografia portuguesa

Argumentista
(EUA) Cleveland, 18 de Agosto de 1967

Aos 19 anos, inicia os estudos no Clevand Institute of Art, enquanto trabalha numa loja de banda desenhada. Os seus primeiros trabalhos são ilustrações para revistas e jornais locais, incluindo caricaturas. Na editora Caliber, começa a publicar bandas desenhadas do género policial noir, escritas e desenhadas por si no primeiro quinquénio da década de 90. No segundo quinquénio, Jinx e outras bandas desenhadas são republicadas pela Image, valendo-lhe o seu primeiro Prémio Esiner, onde também realiza o argumento de vários números para Sam and Twitch e Hellspwan, bem como cria material próprio como Torso e mais números de Jinx. Com Powers, escrito por si, foi galardoado com prémios Eisner, Harvey e Eagle. Na Oni, é editada a autobiografia em banda desenhada Fortune and Glory.
Em 2000, começa a ser publicado, enquanto argumentista, pela Marvel com Ultimate Spider-Man. O enorme sucesso, origina a expansão do Universo Ultimate para vários títulos, muitos dos quais escritos por Bendis. Para além do Universo Ultimate, escreve outros títulos para a editora, seja em chancelas próprias (como Alias, que inaugura a chancela MAX, e Powers na chancela Icon), seja na linha principal, como Daredevil e The Pulse. Em 2002 e 2003, é galardoado com mais três Prémios Eisner. Em 2004, Bendis escreve Avengers Disassembled, o primeiro superevento de vários que sucederiam no universo Marvel, os quais frequentemente provocaram alterações naquele, seja nas relações entre personagens e/ou aparecimento de novos grupos (como os New Avengers). Seguiram-se outros supereventos e crossovers, como House of M, Secret Invasion e Age of Ultron.
Em 2018, Bendis começa a trabalhar exclusivamente para a DC Comics. Para além do relançamento do personagem Super-Homem, a editora relançou trabalhos autorais previamente publicados pela Image e a chancela Icon da Marvel, bem como os novos trabalhos Pearl e Covers, sob a chancela Jinxworld. Trabalha na área da criação, produção, escrita de guiões e consultoria para séries televisivas, filmes e videojogos da Marvel ou de criações suas.

Séries publicadas em Portugal:
Guardiões da Galáxia, Homem-Aranha, Jessica Jones, Novos Vingadores, Powers, Ultimate Homem-Aranha, Velho Logan (O), Vingadores, Vingadores Secretos, X-Men/Vingadores

One-shots publicados em Portugal:
  • Guerra secreta, Gabrielle Dell'Otto e Bendis, Álbum Editorial Salvat [2015]
[actualizado em 23.08.2019]

Juan Escandell - Ensaio de quadriculografia portuguesa

Desenhador, argumentista
(Espanha) Ibiza, 17 de Maio de 1937

Lendário desenhador-ilustrador de banda desenhada ligado à escola da Bruguera, de cujo longo trajecto profissional vale a pena destacar o seu trabalho com Víctor Mora em Capitán Trueno e Aventura en El Fondo del Mar; a série de criação própria Sargento Fúria (com Cassarel); Antares para o mercado francês (saga que publica ininterruptamente durante catorze anos); ou a adaptação de He-Man and the Masters of the Universe para a Alemanha. Para além de trabalhar para a Disney e para editoras de diversos países através de agências, Escandell realiza dezasseis adaptações para a colecção Joyas Literarias Juveniles. O seu traço e o seu estilo são reconhecíveis em quase todas as publicações da idade de ouro da banda desenhada espanhola. 

One-shots publicados em Portugal:
  • Dias sombrios, Escandell e Lluís Ferrer Ferrer, Álbum Levoir [2019]
[actualizado em 23.08.2019]

22 de agosto de 2019

Sean Phillips - Ensaio de quadriculografia portuguesa

Desenhador
(Inglaterra) 27 de Janeiro de 1965

Inicia-se profissionalmente na banda desenhada desde os quinze anos de idade. Vencedor do Eisner Award, Sean Phillips, trabalha para todas as grandes editoras. Desde o desenho de Hellblazer, Batman, X-Men, WildC.A.T, Marvel Zombies e Sleeper, Sean também é autor de séries de autor, como Criminal, FataleIncognito e Seven Psychopaths

Séries publicadas em Portugal:
Criminal, Fatale, Marvel Zombies

One-shots publicados em Portugal:
[actualizado em 22.12.2020]

Fatale - Ensaio de quadriculografia portuguesa

Ficha técnica
Terror, Policial
(EUA) Fatale, Janeiro de 2012 - Julho de 2014
Sean Phillips (desenho) e Ed Brubaker (argumento)
Estreia em Portugal: Álbum G. Floy, 2014

Fatale é uma saga de terror policial que vai seguindo os meandros mais escuros da história secreta da América. A série narra a história de Josephine, uma mulher imortal, a sua vida e os seus relacionamentos através das décadas do século XX, sendo indicada ao Eisner Award em 2013 nas categorias de "Melhor Série Continuada" e de "Melhor Série Estreante". Os seus autores são reconhecidos pelo trabalho na série: Brubaker foi indicado à categoria "Melhor Escritor" e Philips às categorias "Melhor Desenhador" e "Melhor Desenhador de Capa". A série, originalmente publicada em revista, foi recolhida em cinco álbuns editados pela Image Comics.

Quadriculografia portuguesa:
  1. A morte persegue-me (Death Chases Me), 2012, Álbum G. Floy [2014]
  2. O negócio do diabo (The Devil's Business), 2013, Álbum G. Floy [2015]
  3. A oeste do inferno (West of Hell), 2013, Álbum G. Floy [2015]
  4. As lágrimas do céu (Pray for Rain), 2014, Álbum G. Floy [2016]
  5. Amaldiçoa o demónio (Curse the Demon), 2014, Álbum G. Floy [2016]
[actualizado em 22.08.2019]

John Layman - Ensaio de quadriculografia portuguesa

Argumentista
(EUA) 2 de Agosto de 1969

Iniciou a carreira na banda desenhada como editor da Wildstorm, a chancela de Jim Lee na Image, posteriormente vendida à DC Comics. Além da Wildstorm, os seus trabalhos têm sido publicados pela Marvel, DC Comics, Image, IDW, Oni e Dymanite, entre outras editoras. Tony Chu, Detective Canibal (no original, Chew) torna-se a sua série mais popular e valeu-lhe dois Prémios Eisner e dois Prémios Harvey.  Em 2012, Layman torna-se o argumentista da revista Detective Comics, cargo em que permaneceu por 16 edições, inclusive acumulando o cargo de co-argumentista da série semanal Batman: Eternal, até que decidiu se dedicar integralmente à Chew. Paralelamente, entre 2007 e 2010, trabalha também para a indústria dos videojogos.

Séries publicadas em Portugal:
Batman, Tony Chu

[actualizado em 22.08.2019]

Rob Guillory - Ensaio de quadriculografia portuguesa

Desenhador, argumentista
(EUA) Carencro, Louisiana, 2 de Junho de 1982

Forma-se na Universidade de Louisiana em Lafayette. Participa nalgumas antologias independentes, incluindo a Popgun Anthology da Image. Tony Chu, Detective Canibal (no original, Chew) é a sua série mais popular, com direito a dois Prémios Eisner e dois Prémios Harvey. Em 2018, inicia a sua série a solo na Image, intitulada Farmhand, uma série de humor negro sobre ciência e agricultura apocalíptica.

Séries publicadas em Portugal:
Tony Chu

[actualizado em 22.08.2019]

Ed Brubaker - Ensaio de quadriculografia portuguesa

Desenhador, argumentista
(EUA) Bethesda, 17 de Novembro de 1966

O primeiro trabalho de banda desenhada de Brubaker é no género de ficção policial, com trabalhos como Lowlife, The Fall, Sandman Presents: Dead Boy Detective e Scene of the Crime. Mais tarde, fica conhecido por escrever histórias para séries de super-heróis, como Batman, Demolidor, Capitão América, Catwoman, Uncanny X-Men e The Authority. É galardoado com um Eisner Award em seis ocasiões diferentes.

Séries publicadas em Portugal:
Batman, Berseker, Capitão América, CriminalFatale, Imortal Punho de Ferro (O), Joker, Velvet, Vingadores, Vingadores Secretos

One-shots publicados em Portugal:
  • The Fade Out: Crepúsculo em Hollywood (The Fade Out), Sean Phillips e Brubaker, 2016, Álbum G. Floy [2018]
  • Os meus heróis foram sempre drogados (My heroes have always been junckies), Sean Philips e Brubaker, 2018, Álbum G. Floy [2019]
  • Pulp (Pulp), Sean Philips e Brubaker, 2020, Álbum G. Floy [2020]
[actualizado em 01.12.2020]

Colecção Novela Gráfica: Dias sombrios

A história Dias Sombrios é a obra escolhida para o oitavo livro da colecção Novela Gráfica, hoje em banca. A presente edição da Levoir e do Público inspira-se em factos reais passados durante a Segunda Guerra Mundial. Em 10 de Janeiro de 1944, um Junkers Ju 88 alemão é abatido por um Bristol Beaufighter britânico durante um feroz combate sobre os céus de Ibiza, tendo caído na costa ao norte de Portinatx. Dias Sombrios é baseado no romance homónimo do escritor Lluís Ferrer Ferrer publicado em 2015, que, com base neste acontecimento real, construiu uma história de  ficção, indo até 1962, alimentando-se dos personagens e circunstâncias reais.
Grande coleccionador e especialista em banda desenhada, com livros publicados sobre o tema, decidiu, anos mais tarde, convidar o desenhador veterano Juan Escandell para adaptar a obra à banda desenhada numa novela gráfica. Escandell é um dos nomes mais relevantes da escola da editora Bruguera, editora espanhola cuja história foi evocada no livro O Inverno do Desenhador, de Paco Roca, publicado na colecção Novela Gráfica de 2016, cumprindo este ano 60 anos de carreira.
Em 1973, Juan Escandell começou a trabalhar para o mercado francês, onde criou Antarès a sua personagem de maior sucesso. Para este trabalho, o desenhador optou por um estilo inspirado nas BDs de guerra do passado, como as que eram publicadas na antiga revista O Falcão, dando assim um visual retro à história.
Escandell pode ainda orgulhar-se de ter trabalhado para a Disney e também para variadíssimas agências internacionais. Em 2009, o ilustrador espanhol foi homenageado com uma exposição retrospectiva Juan Escandell, 50 anos de tebeos, 1959-2009.
A lenda viva do tebeo espanhol ganhou recentemente o prestigiado prémio Historieta 2017 pela totalidade da sua obra realista. É este nome incontornável da BD espanhola do século XX que este livro dá a descobrir aos leitores.

Colecção Novela Gráfica: Dias sombrios, Juan Escandell e Lluís Ferrer Ferrer, Levoir/Público, 88 pp., p&b, capa dura, 10,90€

21 de agosto de 2019

Tony Chu #11 - Últimas ceias

O volume 11 de Tony Chu já se encontra em distribuição e em livrarias desde finais de Julho. Ainda deve estar em bancas e pode sempre ser encomendado via o ponto de venda (quiosque).

E a série está a chegar ao fim! O volume doze será o último da saga, e está previsto para Outubro. Chew foi uma das três séries com que a G. Floy inaugurou a sua nova fase de edição em Portugal, no Outono de 2014: Fatale (que já concluímos em 2016, em cinco volumes) e Saga, que ainda não concluiu nos EUA, cujo lançamento será em breve, provavelmente em Setembro, o nono volume (de um total anunciado de 18).

O penúltimo volume da série começa a desvendar alguns dos segredos tremendos do universo de Tony Chu: O que foi na realidade a gripe das aves que matou milhões? Quem foi responsável por ela? E as misteriosas letras de fogo que surgiram no céu, o que têm que ver com isso tudo? Tony Chu, o agente federal cibopata capaz de obter impressões psíquicas daquilo que come, começa a aproximar-se das respostas e da revelação sobre a conspiração para impedir o mundo de saber a verdade sobre tudo isto. E a única coisa que se interpõe entre ele e a verdade é Mason Savoy, outro cibopata, o seu ex-colega e mentor e homicida impenitente.

Este é o penúltimo capítulo de Tony Chu, a série best-seller do New York Times sobre canalhas, cozinheiros, canibais e clarividentes! E em Outubro, os leitores poderão descobrir o volume doze, Maus Vinhos, a conclusão épica (e louca, e tramada!) desta saga!

Este volume da série inclui o crossover especial que Chew/Chu teve com a série Revival, também editada pela Image, com argumento de Tim Seeley e arte de Mike Norton. Revival trata de uma pequena vila no Wisconsin rural e distante em que os mortos regressaram à vida um dia. A vila encontra-se isolada do exterior pelas autoridades, e os habitantes têm de encontrar maneiras de conviver com os recém-ressuscitados amigos, parentes, vizinhos, e também com a hoste de fanáticos religiosos, jornalistas e média, e agentes secretos do governo que tentam manter, ou furar, a quarentena!

John Layman escreveu comics para inúmeras personagens das principais editoras americanas. Mas Chu (em inglês Chew) tornou-se de longe na sua série mais popular, e já lhe valeu dois Prémios Eisner e dois Prémios Harvey. Rob Guillory nasceu, foi criado e vive na Louisiana, e até ao momento em que foi escolhido por John Layman para artista de Chu era um relativo desconhecido. Desde então, Guillory dedicou-se à sua série, tendo encerrado os doze volumes de Chu em finais de 2016.

E visitem ChewComic.com, o site oficial da série!

Tony Chu volume 11: Últimas Ceias [reúne os números #51 a #55 da série Chew e o crossover CHEW/REVIVAL], John Layman e Ron Guilory, G. Floy, capa dura, cor, 136 pp., 13€

France Herron - Ensaio de quadriculografia portuguesa

Edward Herron
Argumentista
(EUA) Ohio, 23 de Julho de 1917 - Setembro de 1966

Escritor e editor de comics americanos nos anos 1940-1960, principalmente para a DC Comics. É creditado na co-criação do Capitão Marvel Jr. e do Caveira Vermelha, bem como personagens como Cave Carson, Nighthawk, Mr. Scarlet e Pinky e o garoto Whiz. Herron passa a maior parte do tempo na indústria dos comics escrevendo para personagens como Green Arrow, Superman e o personagem do far-west Tomahawk.

Séries publicadas em Portugal:
Bat Masterson, Davy Crockett

Peter Sutherland - Ensaio de quadriculografia portuguesa

Desenhador
(Grã-Bretanha) Somerby, Leicestershire, 11 de Agosto de 1921 - 1977

Peter James Sutherland trabalha na Royal Eletric and Mechanical Engineers durante a Segunda Guerra Mundial. Após a guerra, junta-se à DC Thomson em Dundee como desenhador. Continua a a trabalhar como freelancer na década de 1950, voltando para Leicestershire, colaborando na Super Detective Library da Amalgamated Press, na Thriller Picture Library, na Cowboy Comics Library e na Air Ace Picture Library. Nas décadas de 1960 e 1970, retorna à Thomson, onde desenha The Big Palooka (1965-67) e Mike Fink para o Hornet, e Alf Tupper (1963-1977) para o The Victor.

Séries publicadas em Portugal:
Davy Crockett, ENE 3 (Spy3), Kit Carson, Lucky Lannagan

One-shots publicados em Portugal:
  • O mistério dos discos voadores, Flecha #1 a #31

[actualizado em 21.08.2019]

20 de agosto de 2019

Raymond Maric - Ensaio de quadriculografia portuguesa

Raymond Chiavarino
Desenhador, argumentista
(França) Nice, 23 de Março de 1927 - 12 de Setembro de 2005

Em 1943, ainda estudante do ensino médio, publica no semanário para o público jovem feminino Cendrillon. Caricaturista desportivo em jornais de Nice, como L'Espoir e Le Patriote, torna-se secretário editorial da Miroir Sprint, onde conhece René Pellos. Na década de 1950, adapta as daily-strips americanas à imprensa francesa (La Vie Catholique, Le Parisien libéréLe Hérisson, France-Soir, Télé 7 jours...). Escreve as novas aventuras de Bicot e vinte episódios de Bibi Fricotin. Em 1971, é editor da revista Les pieds nickelés. Cria uma série de desenhos animados, Les Enquêtes de Geleuil e Lebon, para a televisão francesa em 104 episódios de cinco minutos.
É o autor de dois sucessos tardios, Estelle (desenho de Jack Manini, de 2001 a 2007), Les morin-Lourdel (com Baron Brumaire, de 1994 a 2005) e Courtisanes (desenhado por Pierre Frisano, de 1996 a 1999).

Séries publicadas em Portugal:

[actualizado em 20.08.2019]

18 de agosto de 2019

Jean-Pierre Autheman - Ensaio de quadriculografia portuguesa

Desenhador, argumentista
(França) Arles, 17 de Dezembro de 1946 - 27 de Outubro de 2020

Jean-Pierre Autheman hesita entre arquitetura, letras e desenho, optando pelo seu ponto de encontro, a banda desenhada, publicando por conta própria o seu primeiro álbum em 1972: "Mémoires d'un gardien de phare". É colaborador das revistas Charlie Mensuel, l'Écho des Savanes, Hara-KiriPilote, procurando fazer nome e impor um personagem. Publica em 1984 "Les Sirènes de Balarin", uma longa história policial. Encorajado, Autheman lança, no ano seguinte, a série Vic Valence, cujos três álbuns serão particularmente apreciados pelos críticos e pelos especialistas, mas não pelo público. Autheman é capaz de criar um desenho original e eficaz, fortemente simplificado, sendo a antítese do classicismo elementar que requer o uso de caracteres recorrentes. Abandona o modo tradicional da série, deslocando-se para a liberdade gráfica dos one-shot das editoras Glénat "Le Filet de Saint-Pierre" e "Place des hommes"), Dargaud ("Le Pet du diable" em 1994, "La Passe du Manchot" e "Exotissimo" na colecção "Roman B.D.") e Albin Michel ("Les Nanas"). Em 1987,  propõe o argumento de "Voyage du bâteleur" para Jean-Paul Dethorey e a trilogia de "Passage de Venus" para a prestigiada colecção "Aire Libre". Após a morte de seu amigo e desenhador durante a realização do segundo episódio, é François Bourgeon quem termina o álbum.

Séries publicadas em Portugal:

[actualizado em 27.10.2020]

Star Hawks - Ensaio de quadriculografia portuguesa

Ficção científica
(EUA) Newspaper Enterprise Association, 3 de Outubro de 1977 - 2 de Maio de 1981
Gil Kane (desenhador) e Ron Goulart (argumento)
Estreia em Portugal: Mundo de Aventuras (2ª série) #283, 8 de Março de 1979
Outras publicações: Álbum Editorial Futura

Star Hawks, série de ficção científica, é escrita até Abril de 1979 por Goulart, seguido por Archie Goodwin (1979-1980), Roger McKenzie (1980-1981) e Roger Stern (assistente de escrita, 1979).  Gil Kane desenha a obra, com a ajuda não creditada (durante um período de doença por parte de Kane) de Ernie Colón e Howard Chaykin.

Kane recebeu o prémio National Comic Society Society Comic Strip Award de 1977 pelo seu trabalho na tira. Goulart também escreve dois livros baseados na série: Empire 99 e The Cyborg King. Foram publicadas 1252 tiras diárias.

Quadriculografia portuguesa:
  • [03.10.1977 a 13.11.1977], Mundo de Aventuras (2ª fase) #283 ao #300
  • [03.10.1977 a 27.12.1977], Álbum Editorial Futura [1988]
  • [28.12.1977 a 16.03.1978], Álbum Editorial Futura [1988]
  • [06.01.1978 a 17.03.1978], Mundo de Aventuras (2ª fase) #335 ao #356
  • [19.03.1978 a 23.08.1978], Mundo de Aventuras (2ª fase) #392 ao #480
  • [21.12.1978 a 04.02.1979], Mundo de Aventuras (2ª fase) #543
  • [06.02.1979 a 04.03.1979], Mundo de Aventuras (2ª fase) #566
[actualizado em 18.08.2019]

GIl Kane - Ensaio de quadriculografia portuguesa

Eli Katz
Desenhador
(Estónia) Riga, 6 de Abril de 1926 - (EUA) Florida, 31 de Janeiro de 2000

A família de Kane muda-se para os EUA em 1929, estabelecendo-se no Brooklyn. Aos 16 anos, enquanto estudava na High School of Industrial Art, começa a trabalhar em estúdios como assistente. Abandona os estudos para trabalhar a full-time como ilustrador. Nos anos seguintes passa por diversos estúdios (inclusive na Timely Comics, que mais tarde se tornaria a Marvel), aprendendo com artistas de destaque como Jack Kirby e Joe Simon. Alista-se no exército durante a II Guerra Mundial, interrompendo a sua carreira. 

No final da década de 1950, Kane participa intensamente nas publicações da DC Comics, ajudando a modelar a Era de Prata dos Comics ao tornar-se o artista principal de uma série de novos títulos de super heróis baseados em personagens da década de 1940, como Lanterna Verde e Eléktron. Continua a trabalhar para a Marvel, ilustrando muitas de suas principais revistas na década de1960, como Homem Aranha, Hulk e Capitão América. O seu estilo distinto, que combinava as figuras detalhadas de Frank Frazetta com a violência estilizada e os movimentos exagerados de Jack Kirby, influencia bastante outros artistas da Marvel durante essa época.

Entre os projetos paralelos de Kane estavam dois longos trabalhos que ele escreve e ilustra: His Name is…Savage (1968) e Blackmark (1971). Fugindo dos padrões da época, as duas obras foram publicadas em um único volume ao invés de em série, sendo consideradas exemplos de protótipos do formato graphic novel. Durante as décadas de 1970 e 1980, cria uma tira de jornal, Star Hawks, além de modelar o visual de vários personagens da editora Hanna-Barbera.

Em homenagem ao seu trabalho de mais de cinco décadas, Kane é incluído tanto no Hall of Fame do Prémio Eisner, quanto no Hall of Fame Jack Kirby do Prémio Harvey em 1997.

Séries publicadas em Portugal:
Batman, Conan, Homem-Aranha, Jason Drum, Lanterna Verde, Star Hawks

[actualizado em 18-08-2019]

John Buscema - Ensaio de quadriculografia portuguesa

Giovanni Natale Buscema
Desenhador
(EUA) Nova Iorque, 11 de Dezembro de 1927 - Nova Iorque, 10 de Janeiro de 2002

John Buscema é um desenhador americano de ascendência italiana e um dos principais artistas da Marvel Comics durante o período de crescimento da editora nas décadas de 1960 e 1970. O irmão mais novo Sal Buscema é também um desenhador de comics

John Buscema é conhecido pelo seu trabalho nas séries Vingadores, Surfista Prateado e mais de 200 aventuras de heroic-fantasy do herói Conan, o bárbaro. Outros trabalhos notáveis se destaca nas séries Quarteto Fantástico e Thor.

Entra no Hall of Fame Will Eisner em 2002.

Séries publicadas em Portugal:
Conan, Roy Rogers, Surfista Prateado, Vingadores

[actualizado em 18.08.2019]

Roy Thomas - Ensaio de quadriculografia portuguesa

Argumentista
(EUA) Missouri, 22 de Novembro de 1940

Autor e escritor de histórias em quadradinhos, é o sucessor de Stan Lee como editor-chefe da Marvel Comics. O seu maior sucesso é o personagem Conan, o Bárbaro, lançando o género de histórias apelidado de Heroic-Fantasy e trazendo o criador de Conan, Robert E. Howard, de volta a proeminência. Tem como característica o amor pelos quadradinhos da Era Dourada e dos seus heróis — particularmente os super-heróis dos idos de 1940, como a equipa conhecida como Sociedade de Justiça da América. Como autor escreve os títulos da Marvel: X-Men e Os Vingadores. Na DC Comics participa na série All-Star Squadron, entre outras.

Séries publicadas em Portugal:
Conan, Homem-Aranha, Ka-Zar, Vingadores, X-Men

[actualizado em 17.08.2019]

17 de agosto de 2019

Barry Windsor-Smith - Ensaio de quadriculografia portuguesa

Desenhador
(Grã-Bretanha) Londres, 25 de Maio de 1949

A sua carreira como desenhador de banda desenhada é mais conhecida nos Estados Unidos na editora Marvel. A sua série com maior sucesso é Conan, o Bárbaro, em que foi o desenhador principal de 1970 a 1973. O seu trabalho em Wolverine - particularmente o arco original da história de Weapon X, também merece destaque na sua carreira.

Séries publicadas em Portugal:

[actualizado em 17.08.2019]