25 de fevereiro de 2012

A bela Jessica Blandy faz 25 anos...


Foi em janeiro de 1987 que a loura e sexy jornalista Jessica Blandy nasceu pela arte de Renaud e os textos de Jean Dufaux.

Este «thriller», que nos faz relembrar «A sede do mal» de Orson Wells, transporta-nos à costa leste dos Estados Unidos, sob o quente sol californiano, onde Jessica Blandy veste também o papel de detetive e de romancista de sucesso. À volta da heroína gravitam Gus Bomby, um detetive privado, e Robby, um polícia sem escrúpulos e profundamente sádico, num cenário de assassinos psicopatas, beldades perdidas e políticos corruptos.

A série foi lançada em álbum pelas Éditions Novedi e , mais tarde, pela Dupuis, sendo editadas 24 aventuras até 2006. Três anos mais tarde, a Dupuis ressuscita a heroína para um pequeno ciclo intitulado Route Jessica.
Em Portugal, a série mereceu a edição dos dois primeiros episódios em dois álbuns pela Meribérica, sendo o segundo também publicado pelas Selecções BD (1ª série).

Lembra-te de Enola Gay... (Souviens-toi d'Enola Gay...)
1987
Álbum Meribérica
A casa do Dr. Zack (La maison du Dr Zack)
1987
Álbum Meribérica; Selecções BD (1ª série) #17 a #19

24 de fevereiro de 2012

Autores de BD (III) - Roger Leloup


Roger Leloup nasceu em Verviers (Bélgica) em 1933. Estuda artes decorativas no Instituto Saint-Luc de Liège e em 1950 torna-se o primeiro assistente de Jacques Martin.

Continuando a assistir Martin, desenhando os cenários de Alix e Lefranc, Leloup  entra nos Estúdios Hergé em 15 de fevereiro de 1953, onde moderniza os veículos do episódio «A ilha negra» e cria o famoso modelo de avião Carreidas 160 Jet para «Voo 714 para Sidney». Em 31 de Dezembro de 1969, decide cessar a colaboração para se dedicar à sua série de ficção científica: Yoko Tsuno para a revista Spirou.

Roger Leloup sempre foi um apaixonado pela ficção científica e antecipação, influenciado por Orson Welles e Flash Gordon de Alex Raymond e E. P. Jacobs (ler post biográfico sobre este autor), assim como as leituras de Edgar Allan Poe.

Yoko Tsuno foi inspirado numa amiga dos anos 50, de carácter independente e livre numa época em que as mulheres se encontravam presas à sua condição de mãe e dona de casa. Yoko Tsuno é uma japonesa charmosa que, na companhia de Pol e Vic, se envolve em aventuras fantásticas nos planetas Terra e Vínea. Os primeiros argumentos foram de Maurice Tillieux, mas Leloup logo assegura a responsabilidade total de uma série que já possui 25 álbuns editados.

Além de Yoko Tsuno, Leloup colabora na série Schtroumpfs de Peyo e em histórias curtas de Gil Jourdain e Félix, com argumentos de Tillieux.

Roger Leloup não se assume como um autor da chama «linha clara», mas de um estilo próprio de um desenho preciso e meticuloso, amante dos efeitos sombra e de luz, assumindo-se, contudo, como um discípulo de Jacques Martin e Hergé, mestres com que trabalhou quase duas décadas.

Em Portugal, estão editados cinco episódios da série Yoko Tsuno:

O orgão do diabo (L'orgue du diable)
1972
Jacaré #1 a #17; Álbum Difusão Verbo
O trio do estranho/O trio do mistério (Le trio de l'étrange)
1973
Spirou (2ª série) #1 a #24; Álbum Assírio & Alvim; Jornal da BD #79
A forja de Vulcano (La forge de vulcan)
1973
Álbum Difusão Verbo
Mensagem para a eternidade (Message pour l’éternité)
1974
Spirou (2ª série) #25 a #32; Jornal da BD #95
Os 3 sóis de Vinéa (Les 3 soleils de Vinéa)
1975
Álbum Difusão Verbo

22 de fevereiro de 2012

Archives Tintin: Coke en stock

«Coke en stock» é o título de mais um volume da extraordinária coleção Archives Tintin.
Esta coleção de luxo, exclusiva da Atlas, apresenta-nos, além do episódio das aventuras de Tintin, um vasto espólio documental sobre a obra e a vida de Hergé.
Assim, o volume inicia-se com um capítulo dedicado aos acontecimentos mais importantes do mundo dos anos da edição de «Coke en stock» («Carvão no porão» na edição portuguesa) (1956/57), como a nacionalização do Canal de Suez, a ofensiva de Israel contra o Egipto, a sublevação da Hungria e o nascimento da CEE. Seguidamente, descobrimos algumas fontes do episódio, onde Hergé consegue transportar o clima de Guerra Fria e as animosidades no Extremo Oriente, assim como as intrigas de espionagem científica e política. Através de muitas ilustrações e fotografias (muitas delas da documentação pessoal de Hergé), descobrimos as fontes das viaturas, aviões, barcos e submarinos desenhados por Hergé neste episódio.
Finalmente, uma biografia de Hergé dos anos de 1956 e 1957 e  a compilação de toda a produção gráfica daquele período, desde jogos de cartas, «cartes de voeux», discos, capas da revista Tintin, ilustrações, edições de álbuns, publicidade, etc.


Faz 25 anos que Edgar Pierre Jacobs faleceu

Edgar Pierre Jacobs faleceu a 20 de Janeiro de 1987, a um mês de contar 77 anos de idade. Jacobs desde muito cedo se entusiasma pela música e pelo desenho. Contudo, até entrar no mundo do desenho, Jacobs desdobrou-se em vários ofícios, como desenhador de jóias e retocador de fotografias. Com apenas 15 anos, começa a colaborar em trabalhos publicitários, desenhando vários catálogos para grandes armazéns da época, como Le Bon Marché ou o Lê Grand Bazar.
Mas a outra paixão do criador de Blake & Mortimer começava a despontar e em 1921 inicia-se no teatro como figurante do Théâtre Royal de la Monnaie e, mais tarde, como lírico na Opéra de Lille. A actividade de ilustrador era muito intensa, levando Jacobs a abandonar a arte da ópera no ano de 1940. Um ano depois, é convidado pela revista Bravo a desenhar as aventuras de Gordon l'Intrépide (o Flash Gordon de Alex Raymond), cujas pranchas não chegam à Bélgica ocupada. Porém, semanas mais tarde, os alemães proíbem a série, obrigando Jacobs a criar a sua primeira grande obra: "O raio U" (1941), uma epopeia de ficção cientifica.
Segue-se uma intensa colaboração com ilustrações em vários jornais e revistas, como A.B.C., Lutin, Bimbo, etc. Em 1944, Hergé contrata-o para desenhador e colorista, trabalhando na transformação dos primeiros episódios de Tintin (Tintin no Congo, Tintin na América, Lótus Azul e o Ceptro de Ottokar), agora coloridos e limitados a 62 páginas.
Em Setembro de 1946, nasce uma das mais emblemáticas revistas da BD franco-belga: Tintin. Jacobs é um dos primeiros timoneiros deste projecto de Raymond Leblanc, criando o primeiro episódio da série Blake & Mortimer, "O Segredo do Espadão", em mais uma incursão na ficção cientifica. São dele as mais belas capas da revista, ilustrando também a famosa "A Guerra dos Mundos" de H. G. Wells. Em 1947, abandona a colaboração com Hergé e dedica-se exclusivamente às aventuras da famosa dupla britânica até à sua morte em 1987. Paralelamente, refaz a sua obra "O raio U" para versão álbum (1973) e escreve as suas memórias (Un opéra de papier) com a ajuda de Pierre Lebedel.
Abandona a editora Lombard e cria a Editions Blake et Mortimer, revendo todos os álbuns já editados, com novas cores e legendas. A sua última aventura de Blake & Mortimer (o segundo tomo de "As três fórmulas do professor Sato") fica inacabada, devido à sua saúde (doença de Parkinson), sendo Bob de Moor a terminá-lá. Ao contrário de Hergé, Jacobs permite que após a sua morte as aventuras de Blake & Mortimer prossigam (com Jean Van Hamme, Ted Benoît e Yves Sente), continuando com igual sucesso, apesar da qualidade dos seus argumentos sentir a falta do seu criador.
Em Portugal, está editada toda a obra de Jacobs, com álbuns da Livraria Bertrand, Meribérica, Asa e uma luxuosa colecção do jornal Público, além de episódios nas revistas Titã (pioneira no lançamento da série Blake & Mortimer), Cavaleiro Andante, Foguetão, Nau Catrineta (suplemento do Diário de Notícias), Tintin e Selecções BD. A história completa «O segredo de Toutankamon» foi publicada no Pim-Pam-Pum (suplemento do Diário Popular), no Mundo de Aventuras Especial e nas Selecções Tintin. O Boletim do Clube Português da BD publicou uma pequena biografia em BD de Edgar Pierre Jacobs, intitulada «E.P.Jacobs: o desenhador vocalista» da autoria de Dino Attanasio.
A preservação da obra da Edgar Pierre Jacobs é feita pela Fondation Jacobs e pela associação "Les Amis de Jacobs", que semestralmente lança uma revista de estudos sobre o autor. Aproveitando o sucesso da série Blake & Mortimer, a Hachette está a editar quarenta fascículos e outras tantas miniaturas das viaturas e objectos fantásticos da série.

Autores de BD (II) - Greg, uma «mão-cheia» de heróis

Greg (Michel Regnier), nascido em  5 de maio de 1931 em Ixelles (Bélgica), é a par de Jean-Michel Charlier e René Goscinny, um dos autores mais prolíficos da banda desenhada franco-belga do após-guerra.
Ainda jovem, cria Les Aventures de Nestor et Boniface para o quotidiano belga Vers l'avenir e entre 1953 e 1956 cria um émulo de Batman, Le Chat. Durante os anos cinquenta, colabora em diversas revistas: Spirou, onde, entre outros trabalhos, faz argumentos para a série Spirou & Fantásio, Recréation, La Libre Junior, onde retoma as aventuras de Luc Junior, bem como argumentos para a série Chick Bill.
Em 1957, inicia uma colaboração na revista Tintin, onde assume uma quantidade impressionante de argumentos.
A partir de janeiro de 1964, Greg inicia no Vaillant a série cómica Les As. Em 1963, na revista Pilote lança Achille Talon, personagem que rendeu 46 álbuns. Assume as funções de chefe de redacção da revista Tintin de 1964 a 1974, lançando e colaborando como argumentista com vários desenhadores: Paul Cuvelier (Corentin, Flama de Prata e Line), Mittei (Rouly la Brise), Maurice Maréchal (Prudence Petiptas), Hermann (Bernard Prince e Comanche), Eddy Paape (Luc Orient), William Vance (Bruno Brazil), Dany (Olivier Rameau e Bernard Prince a partir de 1977), Jo-El Azara, depois Turk e Bob de Groot (Clifton), Claude Auclair (Os Náufragos de Arroyoka), Édouard Aidans (As Panteras), Walter Fahrer (Cobalt), Dupa (Clorofila & Minimun), além das séries a solo, como Rock Derby e Zig & Puce.
As suas ligações a Hergé levam-no a escrever os argumentos dos filmes de animação do Tintin, «O templo do sol» e «Tintin no Lago dos tubarões».
Em Fevereiro de 1982, Greg emigra para os Estados Unidos onde funda a filial americana da Dargaud, assumindo o posto de vice-presidente. Em 1986, está de volta à Europa e cria as novas aventuras do Marsupilami, com os desenhos de Batem e Franquim. Em 1990, decide retomar a série Comanche, entregando a arte a um ex-assistente de Jean Giraud, Michel Rouge. Durante o ano de 1992, publica um novo álbum de Bernard Prince com desenhos de Édouard Aidans e cria com Eddy Paape a série efémera Johnny Congo. Em Agosto de 2002, surge o 15º e último álbum da série Comanche, tendo Rodolphe assegurado o final do argumento.

20 de fevereiro de 2012

Archives Tintin - Les cigares du pharaon

Recebi mais um exemplar da excelente coleção da Atlas sobrea as aventuras de Tintin. O episódio deste volume é «Les cigares du pharaon», o quarto episódio da série, lançado em 1934. O interesse desta luxuosa coleção é o conjunto de informações sobre o contexto e as fontes de cada aventura, além de inúmeros dados bio e bibliográficos de Hergé. Uma obra a não perder, a recordar a esgotadíssima coleção da editora Rombaldi.

19 de fevereiro de 2012

Corto Maltese na Sibéria

A ASA continua a editar as aventuras de Corto Maltese e em edição cartonada em exclusivo para as lojas FNAC. Desta vez, o episódio escolhido foi «Corto Maltese na Sibéria», já editado pelas Edições 70, Meribérica-Líber e pelo jornal Público.
«Nos confins da China e da Sibéria, Corto e Rasputine perseguem o comboio blindado que transporta o ouro dos czares. Atravessam, assim, uma região que se encontra a ferro e fogo, esquartelada entre sociedades secretas e senhores da guerra, entre Russos vermelhos e brancos, entre tropas regulares e exércitos privados…»

Corto Maltese na Sibéria, Hugo Pratt, ASA, 128 pp

15 de fevereiro de 2012

Por Esta Peregrinação Acima. Fausto e José Ruy no dia 23 de Fevereiro, às 21h00, no CNBDI

No dia 23 de Fevereiro, pelas 21h00, no Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem terá lugar mais uma edição de Às Quintas Falamos de BD, com o encontro Por Esta Peregrinação Acima que conta com a participação do músico e compositor Fausto, do autor de BD José Ruy e da jornalista Ana Margarida Carvalho. Na ocasião será exibido um poema sinfónico, uma adaptação em vídeo das pranchas do álbum Fernão Mendes Pinto e a sua Peregrinação, de José Ruy, com música de Por Este Rio Acima, de Fausto Bordalo Dias.

14 de fevereiro de 2012

Collection Hachette n°23 : Le taxi Mercedes 190 des Sarcophages du 6ème Continent

Chegou-me mais um número desta coleção de miniaturas do mundo de Blake & Mortimer. Desta vez, é o táxi Mercedes 190 do tomo 1 do episódio Sarcófagos do 6º Continente (Sente/Juillard).

O habitual fascículo de 24 páginas tem o seguinte sumário:
- L'univers mécanique : Le taxi Mercedes 190 des Sarcophages du 6ème Continent
- Un auteur de génie : Ted Benoit
- La grande galerie des personnages : Commander Steele et Kafit
- Le monde de Blake et Mortimer : Les repaires d'Olrik
- Une oeuvre à la loupe : Le Secret de l'Espadon

13 de fevereiro de 2012

Os automóveis de Michel Vaillant #2

Já se encontra disponível nas bancas a segunda entrega da coleção da Altaya «Os automóveis de Michel Vaillant». Desta vez, tratam-se de duas réplicas representando o Vaillante F1-1970 do álbum Óleo na pista (De l'huile sur la piste) de 1968 e o Leader Marathon do episódio Rush de 1971.
No fascículo de 24 páginas, profusamente ilustrado, podemos encontrar os seguintes artigos:

  • Vaillante F1 1970 Campeão do Mundo
  • Óleo na pista - Ameaça feminina
  • Na vida real: A Fórmula 1 - Evolução da década de 1960
  • Leader  Marathon, um grande desafio para os Vaillante
  • Rush - Triller na pampa!
  • Na vida real: O Dakar muda de continente - o rali-raide na América do Sul

ALAIN LANDIER faz 50 anos


Faz hoje 50 anos que ALAIN LANDIER, cirurgião especialista em medicina espacial, apareceu pela primeira vez no mundo da BD. «Les extraordinaires aventures de ALAIN LANDIER» foram criadas por Albert Weinberg, o autor de DAN COOPER, para o semanário belga TINTIN, e o primeiro episódio saiu em 13 de fevereiro de 1962.

ALAIN LANDIER além de viajar pelo espaço, também se aventurava pelas profundezas da Terra e pelas regiões inexploradas das selvas sul-americanas em busca de civilizações desaparecidas.

Foram publicados 22 episódios da série em histórias completas de 4 a 8 pranchas, sendo a última editada em 20 de janeiro de 1970.

Em Portugal, a série só teve honras de publicação na revista Zorro (batizado de MARCOS VILAR), com a revista sucessora do Cavaleiro Andante a editar os onze primeiros episódios:  

Os desconhecidos - Les inconnus
Zorro #8
01-12-1962
A alga misteriosa - L'algue mystérieuse
Zorro #9
08-12-1962
Exploração fantástica - Exploration fantastique
Zorro #10
15-12-1962
Os náufragos das trevas - Les naufragés des ténèbres
Zorro #11
22-12-1962
O mensageiro de outro mundo - Le messager d'un autre monde
Zorro #13
05-01-1963
Os náufragos do espaço - Les naufragés de l'espace
Zorro #14
12-01-1963
O planeta insólito - La planète insolite
Zorro #15
19-01-1963
Os emigrantes do Cosmos - Les émigrants du cosmos
Zorro #20
23-02-1963
As cobaias - Les cobayes
Zorro #21
02-03-1963
Perigo na Amazónia - Danger en Amazonie
O dinossauro - Le dinosaure
Zorro #24
Zorro #165
23-03-1963
04-12-1965

12 de fevereiro de 2012

dBD HS#08

A revista francesa dBD lançou o seu habitual «Bilan» do ano, com as suas escolhas do melhor da BD editado em terras gaulesas no ano de 2011. Paralelamente,  publica uma extensa entrevista com Albert Uderzo, onde nos relata a génese da série Oumpah-Pah e o futuro da série Astérix, em que já está decidido a sua continuação após a sua morte. Também podemos ler uma longa entrevista a Fréderic Miterrand, ministro francês da Cultura, onde nos relata a sua grande intimidade com a banda desenhada. Finalmente, destaco um extenso artigo  sobre a vida e a obra de Sergio Bonelli com a assinatura do grande historiador e crítico de BD, Henri Filippini.

dBD #HS08, Bilan 2011, 130 pp., 10 €

11 de fevereiro de 2012

Autores de BD (I) - Jean Tabary: o criador de Iznogoud


Um mero acaso (a sua mãe acompanhava o marido, pianista, numa digressão) leva a que o grande artista humorista, Jean Tabary, tenha nascido na Suécia, mais precisamente, em Estocolmo, em 5 de março de 1930.

Em criança, Tabary adorava contar histórias aos seus oito irmãos, o que denotava já uma fertilidade imaginativa que iria continuar na sua carreira artística. Com a convicção de que desejava seguir a carreira de artista da BD, Tabary tenta, sem sucesso, aos dezasseis anos, entrar na redação da revista Vaillant. Frustrado, o seu pai aconselha-o a aprender a arte de estucador, ofício que o seu irmão já exercia.  Mas logo após o serviço militar, Tabary lança-se no desenho humorístico. Contudo, os rendimentos são parcos e decide voltar ao seu emprego de estucador.

No ano de 1956, volta a tentar entrar na revista francesa Vaillant.  Desta vez, tem sucesso e Roger Lécureux confia-lhe os desenhos da série «Richard et Charlie», permitindo-lhe extravasar a sua veia humorística, multiplicando numerosos gags que deliciam os leitores da revista. «Richard et Charlie» ver-se-á ensombrada por um novo sucesso de Tabary, a série «Totoche», criada em 1959 e terminada em 1977.

Conhece René Goscinny e, em 1962, lançam a série «Valentin le Vagabond» para a revista Pilote. Mas o seu maior sucesso estava prestes a nascer: as aventuras do ignóbil Iznogoud que queria substituír o califa Haroun el Poussah, numas divertidas aventuras no mundo das mil e uma noites. A série tem início no periódico Record, passando para a revista Pilote. Os argumentos são de René Goscinny, mas após a morte deste em 1977, Tabary assume os textos e continua a série até 2004, ano em que sofre um acidente cardiovascular que paralisa o braço, impedindo-o de continuar a desenhar.

Em Portugal, encontramos obra de Jean Tabary nas revistas Pisca-Pisca, Flecha 2000 e Jornal da BD, assim como em álbuns das editoras Meribérica, Público e ASA.

Foram publicadas em Portugal os seguintes episódios de Iznogoud:

A caça ao tigre (La chasse au tigre)
1963
HC
Tabary, Goscinny
Pisca-Pisca #10
O sósia (Un sosie)
1963
HC
Tabary, Goscinny
Pisca-Pisca #5
A flauta mágica (La flute à toutou)
1963
HC
Tabary, Goscinny
Pisca-Pisca #29
O labirinto (Le labyrinthe)
1964
HC
Tabary, Goscinny
Pisca-Pisca #23
A viagem oficial (Voyage officiel)
1964
HC
Tabary, Goscinny
Pisca-Pisca #9
O génio (Le génie)
1964
HC
Tabary, Goscinny
Pisca-Pisca #6
O vendedor de esquecimento (Le marchand d’oubli)
1964
HC
Tabary, Goscinny
Pisca-Pisca #24
A ilha dos gigantes (L’île des géants)
1965
HC
Tabary, Goscinny
Pisca-Pisca #8
Há rã no califado (Ca grenouille dans le califat)
1965
AS
Tabary, Goscinny
Jornal da BD #1 a #2
O terrível dourador (Le terrible doreur)
1965
HC
Tabary, Goscinny
Pisca-Pisca #20
O filtro ocidental (Le philtre occidental)
1965
AS
Tabary, Goscinny
Pisca-Pisca #7; Jornal da BD #5 a #6
A desforra do grão-vizir (Les retours d’Iznogoud)
1965
HC
Tabary, Goscinny
Pisca-Pisca #25
Olhos dilatados (Les yeux gros)
1966
AS
Tabary, Goscinny
Jornal da BD #3 a #4
As conspirações do grão-vizir Iznogoud (Les complots du grand vizir Iznogoud)
1967
INT
Tabary, Goscinny
Álbum Meribérica
As férias do califa (Les vacances du calife)
1968
INT
Tabary, Goscinny
Álbum Meribérica
O ceptro (Le sceptre du calife)
1968
HC
Tabary, Goscinny
Pisca-Pisca #22
A pedra que dava azar (Le diamant de malheur)
1968
HC
Tabary, Goscinny
Pisca-Pisca #12
O dissolvente maléfico (Le dissolvant malfaisant)
1968
HC
Tabary, Goscinny
Pisca-Pisca #21
O talismã do tártaro (Le talisman du tartare)
1968
HC
Tabary, Goscinny
Pisca-Pisca #11
O discípulo do grão-vizir (L'élève d'Iznogoud)
1969
HC
Tabary, Goscinny
Pisca-Pisca #16
O ignóbil (Iznogoud l'infâme)
1969
INT
Tabary, Goscinny
Álbum ASA
Iznogoud vê estrelas (Des astres pour Iznogoud)
1969
INT
Tabary, Goscinny
Álbum ASA
O grão-vizir em órbita (Des astres pour Iznogoud)
1969
HC
Tabary, Goscinny
Pisca-Pisca #19
Crime gelado (Crime glacé)
1969
HC
Tabary, Goscinny
Pisca-Pisca #28
O elixir do xeque (La potion du cheik)
1969
HC
Tabary, Goscinny
Pisca-Pisca #4
Férias de verão ou montes de atentados (?)
?
HC
Tabary, Goscinny
Pisca-Pisca #31; Jornal da BD #57
Desportos no califado (?)
?
HC
Tabary, Goscinny
Pisca-Pisca #13; Jornal da BD #58
O cruzeiro do califa (?)
?
HC
Tabary, Goscinny
Pisca-Pisca #15; Jornal da BD #59
A garrafa de Gazbutahno (?)
?
HC
Tabary, Goscinny
Pisca-Pisca 33; Jornal da BD #60
O califa e o grão-vizir (?)
?
HC
Tabary, Goscinny
Pisca-Pisca #3
Férias de sonho (?)
?
HC
Tabary, Goscinny
Pisca-Pisca #18
O lápis mágico (?)
?
HC
Tabary, Goscinny
Pisca-Pisca #26
O elixir misterioso (L'onguent mystérieux)
1970
HC
Tabary, Goscinny
Pisca-Pisca #30
O computador mágico (Iznogoud et l'ordinateur magique)
1970
INT
Tabary, Goscinny
Álbum ASA
Uma cenoura para Iznogoud (Une carotte pour Iznogoud)
1971
INT
Tabary, Goscinny
Álbum ASA
O dia de loucos (Le jour des fous)
1972
INT
Tabary, Goscinny
Álbum ASA
O conto de fadas d'Iznogoud (Le conte de fées d'Iznogoud)
1976
INT
Tabary, Goscinny
Álbum Meribérica
Os minaretes mágicos (Le calendrier magique)
1975
AS
Tabary, Goscinny
Flecha 2000 #17 a #20; Jornal da BD #36 a #40
A cama escamoteadora (Le lit escamoteur)
1976
AS
Tabary, Goscinny
Flecha 2000 #11 a #13; Jornal da BD #29 a #32
O espelho das maravilhas (Le miroir aux zalouett)
1976
AS
Tabary, Goscinny
Flecha 2000 #9 a #10; Jornal da BD #33 a #35
O conto de fadas (Conte de fées)
1976
HC
Tabary, Goscinny
Flecha 2000 #5

A revista Pisca-Pisca (do #25 a #30) publicou histórias da série «Valentin le vagabond».

Jean Tabary faleceu em 18 de agosto de 2011 com 81 anos.