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21 de outubro de 2017

Max Fridman - Ensaio de quadriculografia portuguesa

Ficha técnica:
Espionagem/Histórico
(Itália) Orient Express #1, Junho de 1982
Vittorio Giardino (desenhos e argumento)
Estreia em PortugalJornal da BD #243, 31 de Março de 1987
Outras publicações: Álbum Público/Edições ASA


Max Fridman, a obra mais prestigiada de Vittorio Giardino, é uma série de espionagem, ambientada em 1938, na Europa já a um passo da guerra.
Antigo espião francês, reformado e a viver na Suíça com a filha, Max é chantageado pelos dirigentes da contraespionagem de Paris e obrigado a voltar ao activo por uma missão, em Budapeste, onde a rede francesa (Rapsódia) está a ser aniquilada.
Esse é o ponto de partida para o primeiro episódio da série, “Rapsódia Húngara”, onde a disputa é intensa entre os franceses e os alemães nazis da Abwehr e os russos soviéticos da NKVD.
Pouco se sabe do passado de Max, um quarentão de barba ruiva, divorciado, a não ser que já esteve na Catalunha, fica nervoso com as armas de fogo, dificilmente é seduzido por mulheres mas é facilmente derrubado a soco. O apelido não engana, é judeu.
O primeiro episódio da série passa-se quase todo em Budapeste, mas também nas ilhas gregas, nos meses de Fevereiro e Março de 1938 e termina com o Anschluss, a anexação nazi da Áustria.
Ainda em 1938, Max Fridman vai estar em Istambul (“La Porta d’Oriente”) e na Catalunha (“No Pasaran”), nos outros dois títulos da série, inéditos em português.
Não tiverem a mesma receção que “Rapsódia Húngara”, lançada em 1982 na revista italiana Orient Express e que elevou Giardino ao estatuto de grande autor de BD.
Pela introdução que Giardino escreveu para a obra, fica-se a saber que tudo começou com a passagem do autor por Budapeste, em 1972, e com a intensa paixão pela cidade.
“Este é o lugar por onde começar, não pode ser outro. E a história chamar-se-á Rapsódia Húngara”, escreveu Giardino, que já tinha definido a época histórica, o período imediatamente anterior à II Guerra Mundial.
Budapeste era, então, um intenso entreposto de espionagem, onde se cruzavam todas as grandes potências da altura. Numa Europa onde o nazismo e o fascismo avançavam, a Hungria tentava manter algum equilíbrio democrático, sob a regência do almirante Horty.
Minucioso e elegante no desenho, Giardino é brilhante na reconstituição da Budapeste dos anos 30, o que logo se percebe com a primeira vinheta, uma magnífica representação da ponte Erzsebét, entre as margens de Buda e Peste. 
O traço realista de Giardino, que virá a ser excepcional em obras mais recentes (Little Ego ou Jonas Fink, por exemplo), é próximo da Linha Clara realista belga e por vezes, no arranque de Max Fridman, recorda Tardi.
A série destaca-se também pela elaboração do argumento, a um nível romanesco que é digno dos enredos de espionagem de Graham Greene. Sempre com uma visão social muito forte, refletindo os anos de militância comunista do jovem Vittorio Giardino.

Quadriculografia portuguesa:
  • Rapsódia Húngara (Rapsodia Ungherese), 1982, Jornal da BD #243 e #247; Álbum Público/Edições ASA [2011]
[actualizado a 24-1-2015]

21 de abril de 2011

Os Incontornáveis de BD #8

Mais um volume da colecção da ASA/Público «Os Incontornáveis da BD». Max Fridman, o herói criado pelo Vittorio Giardino em 1982, é o convidado deste oitavo volume. A série tem como cenário a espionagem cosmopolita dos anos pré-segunda guerra mundial. O episódio deste álbum (Rapsódia Húngara) é precisamente o primeiro de cinco até ao momento editados. Rapsódia húngara já tinha sido publicado em 1987 na extinta revista Jornal da BD.

Rapsódia Húngara

Corre o ano de 1938. A guerra está às portas mas, para os serviços de espionagem dos diversos países envolvidos, o conflito já começou há bastante tempo. As primeiras vítimas desta guerra de bastidores são os membros da rede francesa Rapsódia, eliminada em Budapeste. A única pergunta sem resposta é esta: quem os eliminou? Os serviços decidem enviar Max Fridman, um investigador há tempos afastado da primeira linha, praticamente desconhecido, e que tem a enorme vantagem de ser discreto e muito eficaz. O visado não tem o menor interesse em meter-se num caso obscuro, de contornos mal definidos e com todas as probabilidades de ser muito perigoso. Mas o departamento sabe que ele não pode furtar-se à chantagem sobre a sua filha e já fez todos os preparativos para a partida de Fridman em direcção ao vespeiro húngaro...



Os Incontornáveis da BD #8, Max Fridman - Rapsódia Húngara, Público/ASA, 2011, 102 pp, 7,40 €