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11 de setembro de 2025

Mattéo: Primeira Época (1914-1915)

Os dois primeiros volumes da série, publicados há quinze anos pela extinta Vitamina BD, encontram-se esgotados. Um bom motivo para que a Ala dos Livros edite o início da saga de Mattéo, ficando, assim, por publicar o segundo volume para que a colecção da editora fique completa.

Na zona de Collioure, tudo pertence aos De Brignac: as vinhas, as casas, as pessoas, o seu suor... Mattéo e o seu amigo Paulin sabem-no. Trabalham para eles.  Quanto a Juliette, a namorada de Mattéo, que a família De Brignac acolheu quando tinha apenas três anos de idade, é considerada por "eles" como um membro da família.

Agosto de 1914. A I Grande Guerra eclode. Filho de um anarquista espanhol, Mattéo escapa à mobilização geral pelo facto de ser estrangeiro.  Mas quando o seu amigo Paulin e os jovens da sua idade partem, eufóricos, para a frente de batalha, Mattéo sente-se confusamente envergonhado por ter sido deixado para trás, com as mulheres e os velhos. Paradoxalmente, e o que lhe é ainda mais insuportável, é o facto de nos encontros diários que mantém com Juliette, esta passar o tempo a falar-lhe das suas preocupações com Guillaume de Brignac, que está na Força Aérea. No momento em que, ferido pela indiferença de Juliette e atormentado pelo remorso por não estar na frente de batalha, Mattéo decide finalmente incorporar-se e partir para as trincheiras, o seu amigo Paulin regressa definitivamente a casa.

Reconhecida pela elevada qualidade gráfica e narrativa, Mattéo é uma série em 6 volumes que nos conta o destino singular de um homem. Empurrado pela força das circunstâncias, da guerra de 1914 à Segunda Guerra Mundial, passando pela Revolução Russa, a Frente Popular e a Guerra Civil Espanhola, Mattéo participará de todas as guerras que incendiaram as primeiras décadas do século XX, atravessando tempos tumultuosos e paixões exaltadas...

Mattéo: Primeira Época (1914-1915), Jean-Pierre Gibrat, Ala dos Livros, 62 pp., cor, capa dura, 24,90€

26 de agosto de 2025

Peças — Um Jogo de Vida, Amor e Cor

Peças, de Victor L. Pinel, publicado este mês pela Ala dos Livros, é uma novela gráfica que mistura drama, romance e reflexão existencial num retrato vívido das relações humanas. Com 176 páginas, capa dura e um visual cuidado, o livro apresenta uma história envolvente onde os protagonistas se entrecruzam como peças num tabuleiro de xadrez.

A narrativa começa com um encontro fugaz: ao entrarem num eléctrico, um jovem olha para uma mulher que se tornará inolvidável — uma paixão instantânea e evasiva. A história desenrola-se mostrando personagens cujas relações pessoais se encontram em crise: todos são como peças no xadrez da vida, cada um com seus movimentos e dilemas.

Os peões ponderam sacrificar algo importante para seguirem em frente;

Os bispos se cruzam sem conexão real;

O cavalo, embora livre para saltar por cima de obstáculos, permanece vulnerável, pois até ele pode ser derrubado por um simples peão,

Essa metáfora xadrezística serve para explorar temas como destino, fragilidade, desejo, isolamento e a busca humana por conexão — numa história que nos convida a refletir sobre como nos movimentamos nas complexas redes da vida.

Peças, Victor L. Pínel, Alas dos Livros, 176 pp., cor, capa dura, 27,50€

1 de julho de 2025

Wild West #3: Escalpes em série

Após a morte do seu marido índio, assassinado por Wild Bill Hickok, Martha Jane Cannary, a célebre Calamity Jane, é acolhida por Charlie Utter, um generoso colono que não consegue, contudo, evitar o delírio alcoólico da sua protegida, que só pensa em vingança. Entretanto, Wild Bill trabalha como responsável pela segurança do estaleiro de construção do caminho de ferro, onde tem de gerir as disputas entre brancos e negros, mas também mortes misteriosas causadas por um misterioso assassino que remove o escalpe das suas vítimas… O destino ditará a sua reunião…

Charlie Utter é o terceiro tomo da série Wild West, editada em Portugal pela Ala dos Livros.

Wild West #3: Escalpes em série, Jacques Lamontagne e Thierry Gloris, Ala dos Livros, 56 pp., cor, capa dura, 17,50€

17 de junho de 2025

Tomahawk

Em 1756, a França encontra-se no centro de um grande conflito que se alastra a toda a Europa e que a opõe, uma vez mais, à Inglaterra, sua  inimiga de sempre. É a Guerra dos Sete Anos. Para as colónias francesas do Novo Mundo, esta guerra, a que os Britânicos chamaram The French and Indian War, começara há já dois anos. Os súbditos do rei George, encurralados nas suas colónias, provocam escaramuças constantes contra os fortes franceses estabelecidos na sua fronteira Oeste. Mas os seus ataques terão muitas vezes de enfrentar o ímpeto e a determinação dos milicianos canadianos e dos seus aliados ameríndios sob o olhar "benevolente" dos padres jesuítas.

É num desses fortes tão cobiçado pelos túnicas vermelhas, situado nas profundezas das florestas índias, que marcamos encontro com estes estranhos da Nova França. Ameríndios, canadianos, colonos, soldados que aí viveram sonhos, desilusões e dramas, sem se preocuparem com o vento da História que em breve os aniquilaria.

Tomahawk, Patrick Prugne, Ala dos Livros, 96 pp., cor, capa dura, 28,90€

23 de maio de 2025

O meu irmão

«Não se morre a meio das férias de Verão, quando se tem onze anos e meio.» — Assim começa O meu irmão, um relato profundamente pessoal de Jean-Louis Tripp, que revive o momento em que a sua infância foi abruptamente interrompida.

A 5 de Agosto de 1976, durante uma viagem de férias em família na Bretanha, o seu irmão mais novo, Gilles, foi vítima de um atropelamento mortal. Tinha apenas 11 anos e meio. O condutor fugiu. Esta perda marcou para sempre a vida do autor, e é agora transformada numa poderosa obra de banda desenhada autobiográfica, onde a dor e a busca por sentido se desenham com honestidade, emoção e humanidade.

O meu irmão não é apenas um testemunho sobre o luto; é também uma reconstrução emocional da infância, da relação fraternal, e da forma como o trauma pode moldar uma vida inteira.

Jean-Louis Tripp regressa ao passado com um olhar de adulto, mas sem apagar o espanto, a raiva e o vazio sentidos por aquela criança que perdeu o irmão. A edição portuguesa inclui ainda um caderno adicional exclusivo, com o relato do autor sobre o processo criativo, as memórias, e o impacto emocional da realização desta obra.

O meu irmão, Jean-Louis Tripp, Ala dos Livros, 352 pp., cor, capa dura, 47€

19 de maio de 2025

CoBra - Operação Conacri: Tomo 2

O segundo tomo de CoBrA – Operação Conacri aprofunda o relato ficcionado de um dos momentos mais controversos da história militar portuguesa: a Operação Mar Verde, levada a cabo em Novembro de 1970. Perante a instabilidade crescente na Guiné Portuguesa e o massacre dos majores, o general António de Spínola decide agir com firmeza.

Com autorização de Marcello Caetano, e apesar dos riscos diplomáticos, uma operação secreta e inédita é montada com o apoio de dissidentes guineenses treinados por militares portugueses. A cidade de Conacri, capital da Guiné-Conacri, torna-se o alvo de um ousado ataque clandestino com o objectivo de desestabilizar o regime de Ahmed Sékou Touré, que apoiava o PAIGC de Amílcar Cabral.

Mais uma vez, a agência fictícia CoBrA desempenha um papel central na narrativa, nomeadamente através do influente personagem Jorge Jardim.

Este novo volume mantém a aposta na reconstrução rigorosa de episódios históricos sensíveis, com traço firme e expressivo de Medina e o guião envolvente de Calhorda.

CoBra - Operação Conacri: Tomo 2, Osvaldo Medina e Marco Calhorda, Ala dos Livros, 80 pp., p&b, capa dura, 19,90€

14 de maio de 2025

Tales from nevermore

Vincent, o corvo, é o anfitrião que nos leva numa viagem pelo cemitério de Nevermore, enquanto dá a conhecer as histórias (macabras e sombrias) que se escondem em alguns das suas campas.

Uma antologia de histórias curtas de terror, “Tales from Nevermore”, é ao mesmo tempo uma homenagem aos grandes clássicos do género. São seis histórias de amor, traição, terror, ciúme, ganância e arrependimento... Cada uma dessas histórias irá conduzir o leitor a um desfecho mais ou menos inesperado e sombrio. Com ilustrações impressionantes, este é um livro que vai muito além do terror e surpreende o leitor a cada página. Porque nunca se sabe o que podemos encontrar num livro fechado ou na página seguinte.

Este é um livro que existe também para além das páginas do livro físico e por isso permitirá ao leitor descobrir um universo clássico, mas em expansão constante e interactiva.

Vincent, o corvo, está sempre à espera de novos habitantes para o seu cemitério…

Tales from Nevermore”, que a Ala dos Livros agora publica, é a surpreendente e muito aguardada obra de estreia como autores de Banda Desenhada de Pedro N. e Manuel Monteiro.

Tales from nevermore, Pedro N. e Manuel Monteiro, Ala dos Livros, 96 pp., p&b, capa dura, 27,50€

6 de maio de 2025

Blacksad - Alma Vermelha

Com as finanças em baixo e com a moral nas lonas, Blacksad encontra-se em Las Vegas onde trabalha como guarda-costas de um jogador abastado. Mas os tempos estão a mudar: as maiores potências mundiais apostam na corrida ao armamento nuclear e o comunismo torna-se uma ameaça cada vez mais evidente para os Estados Unidos. Durante uma conferência sobre energia nuclear, Blacksad encontra-se inesperadamente com um com um velho amigo, Otto Lieber, que, entretanto, se tornara um cientista de alto gabarito. Otto parece ter uma vida emocionante, apesar da excentricidade de seu "benfeitor", Gotfield. Após esse encontro, durante o qual conhece a bela e perturbadora Alma Mayer, Blacksad vê-se envolvido numa intriga política internacional e a sua vida sofrerá uma reviravolta. 

A série decorre nos Estados Unidos dos anos 1950, com forte influência de filmes noir. Os personagens são animais antropomórficos, animais com características humanas.

O protagonista, John Blacksad, é um gato preto detective particular, inteligente, sarcástico e solitário, que investiga casos sempre mergulhados em temas como corrupção, racismo, violência, política e decadência moral.

O presente volume com lombada de tecido da Ala dos Livros é uma reedição da ASA de 2005.

Blacksad - Alma Vermelha, Juan Díaz Canalès e Juanjo Guarnido, Ala dos Livros, 80 pp., cor, 29,90€

5 de maio de 2025

Aii! - A dor também se trata com humor

Toda a gente sabe que quem tem dores é sensível. Será que podemos, então, rir-nos de todas as dores de todos os que têm dores?

Claro que sim: receitando anedotas, pequenas histórias e tratamentos do passado e do presente. Abordemos este tema sério sem ser a sério, mas de um ponto de vista sério…

Estão a perceber?

Patrick Sichère, reumatologista especialista em dor, e Achdé, desenhador de várias séries de humor e da personagem criada por Morris, Lucky Luke, dão-nos informação sobre os pequenos e grandes dói-dóis, as suas causas, os seus sintomas e os seus tratamentos, e isso não faz mal nenhum!

Enxaqueca, dor de dentes, dores nas costas, dores-fantasma, todos temos, tivemos ou teremos uma dor, e não é porque o assunto é sério que deixa de ter piada!

Uma visão bem-humorada e bem-disposta sobre a dor! Para rir até doer…

AII! A dor também se trata com humor, Achdé e Patrick Sichère, Ala dos Livros, 60 pp., cor, 16,50€

21 de abril de 2025

El Gaúcho

El Gaucho é uma novela gráfica fruto da colaboração entre o escritor Hugo Pratt e o ilustrador Milo Manara. Publicada inicialmente entre 1991 e 1994 na revista italiana Il Grifo, a obra situa-se no início do século XIX, durante as invasões britânicas no Rio da Prata, na Argentina. 

É uma reedição portuguesa da Ala dos Livros, inserida na colecção Obras de Pratt. A obra foi publicada originalmente em Portugal pela extinta Meribérica-Líber em 1995.

A narrativa centra-se em Molly Malone, uma jovem irlandesa que chega à América do Sul a bordo de um navio de prostituição destinado ao entretenimento de oficiais britânicos. A história explora temas como a luta pela independência, conflitos culturais e sociais, e as complexas relações humanas num período turbulento da história latino-americana. 

A arte de Manara, conhecida pelo seu estilo sensual e detalhado, complementa o enredo rico e histórico de Pratt, resultando numa obra que combina aventura, paixão e crítica social. El Gaucho é considerada uma das colaborações mais notáveis entre os dois autores, destacando-se pela sua profundidade narrativa e qualidade artística.

El Gaucho, Milo Manara e Hugo Pratt, Ala dos Livros, 144 pp., capa dura, cor, 32€

25 de março de 2025

O fogo

O Fogo é uma novela gráfica do autor espanhol David Rubín, conhecida originalmente como El Fuego

A narrativa centra-se em Alexander Yorba, um arquitecto de renome que enfrenta uma crise pessoal e global. Com um asteróide em rota de colisão com a Terra, Yorba é incumbido de projectar uma colónia lunar para assegurar a sobrevivência humana. Paralelamente, é-lhe diagnosticado um tumor cerebral terminal, levando-o a abandonar o projecto e a procurar reconectar-se com a sua família. Esta decisão desencadeia uma série de eventos que o conduzem numa odisseia pessoal, explorando temas de mortalidade, redenção e sobrevivência. 

Obra vencedora do Prémio Zona Cómic - Todostuslibros para a Melhor BD do Ano (publicada em Espanha) 2022

O Fogo é uma grande banda desenhada, teria adorado ser eu a fazê-la. Penso que o mais difícil numa história de ficção-científica é encontrar um enredo humano que esteja à altura da grandiosidade do argumento fantástico. E para mim esta história consegue-o.” Paco Roca

O Fogo, David Rubín, Ala dos Livros, 256 pp., cor, capa dura, 44€

19 de março de 2025

Ar-Men: O inferno dos infernos

No fim deste baixio gelado, um fuste de vinte e nove metros emerge das vagas. Ar-Men. O nome bretão do rochedo onde foi erigido.”

Finistère. Bretanha Francesa. Ao largo da ilha de Sein, o farol Ar-Men impõe-se às ondas. É o farol mais exposto e de mais difícil acesso da Bretanha e até mesmo do Mundo. Construído em 1867, chamam-lhe "O Inferno dos infernos". De construção difícil, dadas as características das rochas e a sua exposição aos elementos, a sua luz ilumina os navios e protege-os dos recifes ameaçadores, poupando-os a um naufrágio certo.

Sentinelas de uma costa acidentada que os marinheiros temem, ao longo dos tempos poucos foram os homens dispostos a ocupá-lo. Nos anos 1960, Germain é um desses guardiões temerários e solitários. Alheado do mundo, refugiado nesta construção isolada onde enfrenta a fúria dos ventos e das marés, Germain abriga também aí as suas feridas e as suas mágoas, as quais se misturam e dissolvem na história do farol e nas lendas celtas da Bretanha.

Ar-Men: O inferno dos infernos, Emmanuel Lepage, Ala dos Livros, 96 pp., cor, capa dura, 27,50€

30 de janeiro de 2025

Ala dos Livros em Angoulême

35 anos depois da última participação de uma editora portuguesa (Meribérica, com a presença da Maria José Pereira e da Natália Severino), outra editora portuguesa volta a marcar presença no International Rights Market do Festival de BD de Angoulême, para dar a conhecer o seu catálogo e o trabalho de autores portugueses.


6 de dezembro de 2024

O Mercenário #12 e #13 - O Resgate

Já disponível nas livrarias temos os volumes 12 e 13, até agora inéditos em Portugal, um díptico que reúne a história O Resgate. Assim, para que a colecção portuguesa se complete, fica a faltar o 14º volume. 

O RESGATE - Parte I

As jovens tripulantes do balão que conhecemos na Aldeia do Fogo Sagrado foram presas e condenadas à morte. Nan-Tay não pode aceitar esta situação e não hesitará em socorrê-las, mas o tempo não joga a seu favor, pois, todos os dias, uma delas é executada. Nan-Tay e o Mercenário acorrem à terra do sultão e misturam-se com os seus súbditos, para elaborar um plano e tentar resgatar as suas amigas. Nesta missão difícil, terão a ajuda de um estranho pequeno ser que irá revelar-lhes um mundo subterrâneo inesperado, no qual os habitantes são tudo menos normais.




O RESGATE - Parte II

Uma enorme nave espacial aproxima-se da Cratera e não
o faz com boas intenções. Desta vez, todos os habitantes do mosteiro correm perigo, a ponto de temerem pela sua vida. Um plano improvisado pelo Lama consegue adiar a morte, mas não evita que sejam feitos prisioneiros. Graças a um estratagema do Lama, apenas Ky e o Mercenário conseguem escapar. Dependerá dos dois, ajudados por Wor, a salvação de todos, embora, para os monges da Cratera, nada volte a ser como dantes. 

O Mercenário #12 - O Resgate (Parte I) e  #13 - O Resgate (Parte II), Vicente Segrelles, Ala dos Livros, 64 pp. cada volume, cor, capa dura, 21,90€ cada volume


19 de novembro de 2024

Verão índio

Estamos nos futuros Estados Unidos da América, mais precisamente em Massachusetts em 1625. Dois jovens índios encontram Shevah, a bela sobrinha do reverendo Black, nas dunas à beira mar. A violação da jovem rapariga quebra a convivência existente entre colonos e índios. Escondido na vegetação, Abner, que assiste a tudo, acaba por abater os dois jovens e recolher a jovem rapariga na cabana isolada onde vive com a sua família.

Mas os acontecimentos precipitam-se: os índios querem vingar a morte dos seus. Entretanto, começa a época do ano conhecida como o verão índio, que fica assim tingido pelo sangue da vingança e da morte.

Assinada por dois grandes mestres da Banda Desenhada Mundial, Hugo Pratt e Milo Manara, Verão Índio é uma história simultaneamente sensual e violenta, cuja acção decorre na América puritana dos primeiros colonos, e que a Ala dos Livros apresenta (de novo) aos leitores portugueses, alargando a Colecção Obras de Pratt a obras que o grande mestre veneziano efectuou com outros autores.

Verão índio, Milo Manara e Hugo Pratt, Ala dos Livros, 152 pp., cor, capa dura, 33€

17 de outubro de 2024

Shi - Livro 1 (Tomos 1 e 2)

Shi é uma das mais aclamadas séries da BD franco-belga da actualidade, numa obra fascinante em 4 livros de dois volumes cada. Shi – Livro 1, que a Ala dos Livros publica agora numa edição especial única, inclui os dois primeiros dos quatro tomos que formam o Ciclo I desta série que convidamos os leitores a descobrir. 

Estamos em Londres, no ano de 1851. 

A primeira Exposição Universal acaba de abrir as portas. Entre os convidados, encontra-se uma família nobre inglesa de apelido Winterfield

A filha do Coronel Winterfield, Jennifer, fã de fotografia, decide fotografar uma japonesa com o seu bebé, acabando por descobrir que este está morto. Os acontecimentos precipitam-se a partir daí, e as duas mulheres de origens opostas, unidas pelo ódio, acabarão por criar laços indestrutíveis.

Tendo por pano de fundo a Inglaterra Victoriana do século XIX, Shi – cujo nome tem origem num ideograma que significa “a morte” – mistura aventura e fantasia a uma história que contém laivos de intriga policial, de magia e de consciência social.

Quem é Jennifer Winterfield? E que destino lhe reserva este magnífico argumento assinado por Zidrou e com desenho extraordinário de Josep Homs?

Shi - Livro 1 (Tomos 1 e 2) - No princípio era a fúria | O rei demónio, Zidrou e Homs, Ala dos Livros, 128 pp., cor, capa dura, 32€

11 de outubro de 2024

Harlem

Nova Iorque, Harlem, 1931. Durante a época da Grande Depressão, a sobrevivência torna-se prioritária e a necessidade aguça o engenho. Stéphanie St. Clair, conhecida como 'Queenie', já se havia apercebido disso há quase vinte anos, na altura em que chegou a Nova Iorque: sendo mulher, e negra, para sobreviver naquela grande cidade iria necessitar de muito mais do que coragem.

Em poucos anos, esta jovem imigrante das Índias Ocidentais liberta-se do peso da escravidão e cria o seu próprio sonho americano: a lotaria clandestina de Harlem. O seu sucesso e ascensão são temidos tanto pela polícia como pelas máfias locais. Dutch Schultz, um mafioso sem escrúpulos também conhecido como “o holandês”, faz tudo para assumir o controlo do reino dos "franceses". Mas para consegui-lo terá de ter em linha de conta a determinação e a impetuosidade de Queenie

Depois dos aclamados Giant e Bootblack, também publicados pela Ala dos Livros, Mikaël transporta-nos à época da Grande Depressão e ao bairro pobre de Harlem, para o capítulo final de sua trilogia de Nova Iorque, dando-nos a conhecer uma mulher tão forte quanto enigmática.

A exposição sobre a "Trilogia de Nova Iorque" estará patente no próximo AMADORABD, que contará também com a presença do autor Mikaël.

Harlem, Mikaël, Ala dos Livros, 130 pp., cor, capa dura, 30€

6 de outubro de 2024

Ava - 48 horas na vida de Ava Gardner

1954. Ava Gardner é uma das maiores estrelas de cinema a nível mundial. O filme A Condessa Descalça acaba de estrear e, numa deslocação ao Rio de Janeiro para a sua promoção, a presença da actriz gera um grande interesse por parte do público. No instável contexto político do Brasil dos anos 50, a estrela de cinema é recebida de forma entusiástica, mas vê-se também envolvida em diversas controvérsias e sujeita ao assédio constante da imprensa. São os acontecimentos dessas 48 horas da sua estadia no Rio que os autores seguem para desvendar a personalidade de Ava Gardner, uma mulher dona de uma beleza estonteante que enfrentou todos numa época em que desfrutar da mesma liberdade que um homem era uma verdadeira transgressão.

Ava Gardner é a imagem da mulher fatal e de ícone inacessível. A imprensa concentrou-se na sua vida privada, nos seus romances e num impressionante número de amantes. Criticada pelos seus três casamentos e divórcios, nunca ninguém censurou que os seus três ex-maridos tenham somado 20 casamentos ao longo da vida.

Ava é uma visão de uma vida manchada pela violência: a dos homens e do seu desejo de a possuírem que Ana Mirallès ilustra segundo o argumento de Emílio Ruiz. Uma mulher fatal, generosa, com grande sentido de humor e, ao mesmo tempo, uma vulnerabilidade que a tornava irresistível. Um retrato íntimo daquela a quem chamaram “a mais bela criatura do mundo”.

Nascido em 1960, natural de Santander, Espanha, Emilio Ruiz formou-se em Belas Artes pela Universidade Politécnica de Valência, tendo iniciado a sua actividade profissional em 1982, como fotógrafo. E é através da fotografia que descobre o processo de contar histórias, o qual terá um impacto significativo na sua vida. Gosta de contar histórias de forma poética e não hesitou em colocar o seu talento ao serviço do teatro e da dança: fez fotografias para montagens teatrais para o teatro La Moma, o Teatro Banda, Gracel Meneu, o Centro Dramático de a “Generalitat” de Valência e a Associação de Escritores de Valência e, como fotógrafo, é convidado, para dias de dança em Barcelona, Sitges, Tarragona ou no Conservatório de Valência. Especializou-se posteriormente na realização de slides audiovisuais aplicados a fundos cenográficos para teatro, dança e exposições. Realiza ainda diversos documentários e propostas de videoarte, enquanto como designer e documentarista trabalha na série de televisão Cuéntame como pasó (2001-2003). No que refere à banda desenhada, escreveu vários argumentos para o desenho de Ana Miralles: em 1990 publicou El brillo de una mirada e a trilogia A la recherche de la Licorne”, esta última uma adaptação do romance de Juan Eslava Galán (prémio Planeta 1987), que ganhou o prémio Diário de Avisos de melhor argumento em 1998. Depois de publicar De mano en mano em 2009, Ana Miralles e Emilio Ruiz repetem a colaboração com Muraqqa, os três volumes de Wáluk e Ava”, uma história baseada na vida da famosa actriz Ava Gardner.

Ana Mirallès é natural de Madrid, Espanha, nasceu em 1959. Estudou Belas Artes em Valencia e trabalhou inicialmente como ilustradora antes de se lançar profissionalmente na banda desenhada em 1982, ao publicar o seu primeiro conto na revista espanhola Rambla. Seguiram-se, a partir daí, publicações em revistas como Madriz, Cairo, Marca Acme, Blue Press, Marie-Claire España, Vogue España e Je Bouquine, entre as mais importantes.O seu primeiro álbum El brillo de una Mirada, que conta com argumento de Emilio Ruiz, foi inicialmente publicado a preto e branco em 1990 (Editions La General), sendo posteriormente publicado em França, a cores, sob o título Corps à corps. O seu reconhecimento internacional chegaria em 1991 com obras como Marrocos, mon amour ou Eva Medusa, que contam com argumento de Antonio Segura. Com a chegada do novo milénio, Mirallès cria com o argumentista Jean Dufaux a série Djinn (Dargaud), a qual encerram em 2016, após 13 volumes e 15 anos de trabalho conjunto. Para além de outros prémios e distinções recebidos ao longo da sua carreira, em Junho de 2009 Ana Mirallès tornou-se na primeira mulher a receber o Gran Premio del Salón del Cómic de Barcelona, a mais alta distinção outorgada por este certame.

Ava - 48 horas na vida de Ava Gardner, Ana Mirallès e Emilio Ruiz, Ala dos Livros, 112 pp., cor, capa dura, 27,50€

3 de outubro de 2024

O Abismo do Esquecimento

A 14 de Setembro de 1940, 532 dias depois de a Guerra Civil Espanhola ter terminado, José Celda e outros onze homens foram fuzilados pelo regime franquista em Paterna, Valência e, com eles, enterrado numa vala comum.

Após mais de sete décadas, e depois de um percurso longo e conturbado pelos meandros burocráticos e políticos de um país que convive mal com a memória do seu passado, Pepica, filha de José, agora com oitenta anos (tinha 8 quando o pai foi morto), conseguiu finalmente localizar e recuperar os seus restos mortais para assim restaurar a sua dignidade.

Na batalha pessoal que Pepica Celda travou contra o esquecimento, o papel de Leôncio Badía foi decisivo. Naquela época, Leôncio era um jovem republicano que, depois de sair da prisão, se viu condenado a trabalhar como coveiro no cemitério da cidade. Obcecado pelo sentido da vida e pela ordem do universo, e pondo em risco a sua própria sobrevivência, colaborou secretamente durante anos com as viúvas dos fuzilados para permitir a posterior identificação dos seus corpos e enterrando-os da forma mais digna possível.

Em O Abismo do Esquecimento, Paco Roca viaja ao passado para recuperar, juntamente com o jornalista Rodrigo Terrasa (que desempenha um papel importante na documentação e contribuição de ideias), a história real de Leôncio e José, exemplo das dezenas de milhares de espanhóis que foram violentamente fuzilados após o fim do conflito em Espanha. Acompanham também a luta de Pepica Celda num intrincado e comovente labirinto que tenta desvendar as contradições de um país que parece desprezar a sua memória.

O Abismo do Esquecimento, Paco Roca e Rodrigo Terrasa, Ala dos Livros, 304 pp., cor, capa dura, 33€

28 de setembro de 2024

7 senhoras

Longe dos grandes centros, sete mulheres, com sete vidas diferentes, despertam a curiosidade da autora. São essas sete histórias que Margarida Madeira decidiu contar. 

Histórias sobre sete mulheres que marcaram a sua infância e, com isso, influenciaram a sua forma de pensar e ver o mundo. A autora, então muito jovem, perscruta essas personagens e, através de um olhar atento, esmiúça a característica de cada uma delas para as desconstruir e reconstruir, tal como uma criança desconstrói um brinquedo.

Tandra, a vizinha que todos os dias via sair de casa até que desapareceu. “Dona Fúnfia”, que não sabia ler nem escrever, mas sabia fazer muitas coisas. Na escola, a menina Cristina ensinou-a a desenhar com os grandes mestres. Em criança, ia fazer os recados para a mãe à loja da Dona Iracema, que um dia lá deixou de trabalhar. A “vózita”, que deixou um cofre no quarto. A amiga Inês e a avó da Inês que decidiu usar calças. 

São estas mulheres e as suas histórias que se juntam, num relato autobiográfico ao mesmo tempo comovente e de grande sensibilidade. O resultado final, chega-nos sob a forma de sete histórias de vida diferentes que se situam entre o real e o imaginário, entre o provável e o inverosímil.

Publicado inicialmente em 2023, 7 Senhoras, recebeu o Prémio Obra Revelação no Festival Amadora BD 2023 e será em breve adaptado para uma obra de animação.

Para além da alteração de formato, que foi aumentado permitindo dar maior visibilidade ao trabalho gráfico da autora, a edição que a Ala dos Livros agora apresenta inclui um prefácio de Nicoletta Mandolini e uma história adicional que se encontrava inédita.

7 Senhoras, Margarida Madeira, Ala dos Livros, 120 pp., cor, capa dura, 26€