Já se encontra nas bancas o penúltimo volume desta colecção da
Levoir, distribuída pelo jornal Público.
O
Super-Homem e a
Mulher-Maravilha são oficialmente um casal, e o mundo não sabe bem como reagir ao ver juntos os dois seres mais poderosos do planeta. Entre o fascínio exercido pelo “casal perfeito” e o medo de quem acha que, juntos, os dois serão imparáveis, irá gerar-se uma tempestade perfeita quando se combinam os mundos tão diferentes de ambos.
Qualquer pessoa minimamente interessada e familiarizada com super-heróis provavelmente dirá que o
Super-Homem e
Lois Lane são o casal mais famoso na história de comics. No entanto, a repórter do
Daily Planet não é a única mulher com quem o
Super-Homem já esteve envolvido ao longo das décadas. O escritor
Charles Soule e o artista
Tony Daniel foram incumbidos de retratar a primeira relação romântica “oficial” entre o
Super-Homem e a
Mulher-Maravilha, e
Par Perfeito foi o primeiro capítulo de grande sucesso dessa empreitada.
“Obviamente, a ideia de
Super-Homem e
Mulher Maravilha estarem romanticamente envolvidos um com o outro não é nada de novo. Esse conceito já foi pensado há muito tempo. Foi sugerido em
Kingdom Come, o grande livro
Mark Waid. Houve um monte de histórias que tocaram nesta ideia”, diz
Charles Soule.
Houve quase sempre entre os dois uma clara tensão, que alternava entre o abertamente sexual e o bordejar entre a amizade e o romance, tal como evidenciado em
World’s Finest #204 (EUA, 1971), em que o
Super-Homem confessa abertamente à
Mulher-Maravilha que tem vontade de a beijar, mas que ambos sabem que ele “não deve”. Ou no seminal
Superman Annual #11 (EUA, 1985) de
Alan Moore, em que os dois de facto se beijam e concluem em estilo meio jocoso, que só não o fazem mais vezes porque seria “demasiado previsível”.
No entanto, tudo viria a mudar em 2012, já com os
Novos 52 em pleno andamento e depois de
Geoff Johns ter estabelecido uma atracção mútua nas páginas de
Justice League e assumido os dois como um casal durante as aventuras da
Liga da Justiça. Foi a oportunidade para a
DC Comics lançar o título
Superman/Wonder Woman em 2013. Por fim, o
Super-Homem e a
Mulher-Maravilha eram um casal na continuidade oficial do
Universo DC, e poder-se-ia finalmente explorar de forma íntima o contraste dos mundos destes dois personagens, que têm tanto de diferente como de parecido.
O responsável pela história desse romance é o escritor
Charles Soule, uma das novas vozes dos comics, que já trabalhou nos títulos
Swamp Thing e
Red Lanterns – e é também advogado e músico – e o ilustrador
Tony Daniel, para alguns, o herdeiro do trono de
Jim Lee, que se estreou em 1993 com
The Elementals para
Comico Comics e conseguiu o seu trabalho de sonho em 2007, ilustrando as aventuras de
Dark Knight Detective em
Batman.
Quando perguntaram a
Henry Cavil – o actor que faz de
Clark Kent no filme que estreou no final do mês passado,
Batman vs Super-Homem: O Despertar da Justiça, em que aparecem as 3 personagens:
Super-Homem,
Lois Lane e
Mulher Maravilha – quem ele acha que é a alma gémea do
Super-Homem, ele afirmou: “Quem é melhor para uma super-potência alienígena: um ser humano ou uma deusa? Sim, a deusa pode fazer todas as coisas normais duma relação, e sem ter medo do
Super-Homem. Mas também precisamos de ter uma base da humanidade, que a
Lois fornece. E que literalmente mantém os seus [do
Super-Homem] pés no chão… Por isso… enfim, isto é mais um debate do que uma resposta.”
Super-Heróis DC Comics #14 - Super-Homem & Mulher-Maravilha: Par perfeito, Charles Soule (Argumento) e Tony Daniel (desenho), Levoir, 176 pp., 9,90€