Mostrar mensagens com a etiqueta Jodorowsky. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Jodorowsky. Mostrar todas as mensagens

20 de agosto de 2021

Os olhos do gato

Está disponível a partir de hoje nas livrarias  a novidade Os Olhos do Gato, que foi a primeira colaboração de banda desenhada entre Moebius e Jodorowsky, uma maravilhosa experiência de narrativa sequencial que se tornou ao longo dos anos um livro de culto, por ter sido muito pouco reeditado até recentemente. Este é o segundo livro co-editado com a Arte de Autor, numa junção de forças que se espera que represente a possibilidade de mais e melhores edições de BD no nosso país.

A presente edição inclui um extenso dossiê sobre o livro e a sua história, ricamente ilustrado, bem como o prefácio original de Alejandro Jodorowsky para a edição dos Humanoïdes Associés. Verdadeiro poema visual, de uma simplicidade e crueldade enganadoras, que mostra uma utilização inovadora dos mecanismos narrativos da banda desenhada e do cinema, Os Olhos do Gato é a primeira e a menos convencional das colaborações entre Moebius e Jodorowsky, dupla responsável por obras incontornáveis com a série O Incal ou A Louca do Sacré Coeur. Uma obra de culto, poética e mística, que, mais de 40 anos após a sua publicação original, mantém intacto todo o seu fascínio.

Os Olhos do Gato é uma obra singular no percurso de dois geniais criadores até na forma como aborda as convenções da BD para as subverter. Uma obra mítica, que, por ter estado indisponível durante muito tempo, foi bastante mais falada do que lida, o que ajudou ao seu estatuto de verdadeiro livro de culto. Um livro imprescindível, que finalmente é editado em Portugal, numa edição num formato ligeiramente maior do que o original, de modo a que o fabuloso trabalho gráfico de Moebius possa ser devidamente apreciado. Além do prefácio original de Jodorowsky, a obra é enriquecida por um dossiê final da autoria de João Miguel Lameiras que traça a história desta obra singular, ilustrado com imagens raras. 

Cada vez que via uma página [de Os Olhos do Gato] o prazer espiritual que sentia era de um nível superior ao de um orgasmo. Diante dos meus olhos, tinha a prova inegável de que a banda desenhada é uma grande arte, merecedora de um respeito semelhante ao dispensado aos quadros expostos nos museus.”

- Alejandro Jodorowsky (do prefácio)

Os olhos do gato, Moebius e Jodorowsky, A Seita/Arte de Autor, 64 pp., capa dura, p&b, 16,50€

12 de outubro de 2019

Os Filhos de El Topo #1: Caim

O primeiro volume de Les Fils d'El Topo, Caim (Cain, 2016) de Alejandro Jodorowsky e desenhado por José Ladrönn é mais uma novidade da Arte de Autor para este Outono.

No árido Oeste, El Topo foi um bandido que, ao abrir as portas do seu coração, se tornou um santo, chegando a realizar grandes milagres. Teve dois filhos, de duas mulheres diferentes. Figura funesta de couro negro a deambular pelo deserto, Caim, o maldito, jurou matar o pai, a quem nunca perdoou. Incapaz de levar a cabo a sua vingança, decide então voltar a atenção para o seu meio-irmão Abel. E neste oeste selvagem, tingido de misticismo, aqueles que cruzarão o seu caminho serão as vítimas colaterais…

Foi no início dos anos 1970, à meia-noite em ponto, durante um festival de cinema, que o casal de vedetas, John Lennon e Yoko Ono, projecta El Topo de Alejandro Jodorowsky. Imediatamente celebrado pela crítica e pelas maiores estrelas de rock da época, o filme dá origem à corrente Midnight Movies e gera um verdadeiro culto entre os cinéfilos do mundo inteiro. Ainda hoje ele não perdeu nada da sua grandeza e do seu estatuto de obra mítica. Quase meio século depois, Alejandro Jodorowsky decide contar a continuação… em banda desenhada. Graças ao traço virtuoso de José Ladrönn  dá-nos um western alegórico e surrealista, onde, como é frequente no genial criador chileno, o género está ao serviço de considerações filosóficas e espirituais mais profundas.

Os Filhos de El Topo: 1. Caim, José Ladrönn e Alexandro Jodorowsky, Arte de Autor, 64 pp., cor, capa dura, 17,50€

11 de setembro de 2019

Os Cavaleiros de Heliópolis - Uma novidade da Arte de Autor

A Arte de Autor não pára de nos surpreender. Os Cavaleiros de Heliópolis (Les Chevaliers de Heliópólis) é a nova série da editora lançada esta semana da autoria de Alejandro Jodorowski e Jérémy. O método de edição será em álbuns duplos e o presente volume contém os episódios 1 e 2 da saga: "Nigredo, A Obra ao Negro" ("Nigredo, l'oeuvre au noir", 2017) e  "Albedo, A Obra ao Branco" ("Albedo, l'oeuvre au blanc", 2018). Até ao momento já foram publicados três episódios da série.

O destino de Luís XVII, que pereceu aos 10 anos nas masmorras da prisão do Templo, é, na mesma medida que o Homem da Máscara de Ferro, um dos maiores mitos da História de França. Um destino romanesco que o genial Jodorowski reescreve com brilho numa grandiosa fábula iniciática e esotérica. O traço virtuoso de Jérémy (Barracuda) dá a Os Cavaleiros de Heliópolis a força de um fresco épico, em que se misturam os segredos da alquimia e os arcanos da História.

I – NIGREDO, A OBRA AO NEGRO
Ele é o detentor de um saber. O herdeiro de um poder.
Fim do século XVIII. Num mosteiro do Norte de Espanha, esconde-se o templo sagrado dos Cavaleiros de Heliópolis: uma assembleia de alquimistas imortais e afastados do mundo. No momento em que o discípulo Dezassete se prepara para completar a sua formação e integrar a ordem, o seu mestre Fulcanelli revela aos outros cavaleiros o terrível segredo das suas origens. Na realidade, Dezassete é o filho ocultado de Luís XVI e de Maria-Antonieta: o rei de França Luís XVII! Herdeiro desse destino, o jovem vai reclamar o trono que lhe é devido ou ficar na sombra, fiel aos preceitos milenares da Alquimia?

II – ALBEDO, A OBRA AO BRANCO
Não o deixaram tornar-se rei de França. A alquimia reserva-lhe um destino ainda maior.
Dezassete é um ser único. Filho ocultado de Luís XVI e de Maria-Antonieta, ele é o herdeiro legítimo do trono de França. É igualmente um poderoso alquimista, membro da ordem secreta dos Cavaleiros de Heliópolis. Mas a sua iniciação está apenas a começar... O seu próximo adversário há muito que era candidato a, também ele, se tornar cavaleiro. Excepcional, mas perigoso, é provavelmente o homem mais temido do mundo. Aquele que acaba de derrubar Luís XVIII e se prepara para se tornar igual a um deus: Napoleão Bonaparte.

Os Cavaleiros de Heliópolis vol. 1: Nigredo + Albedo, Jérémy e Alejandro Jodorowsky, Arte de Autor, 112 pp., cor, capa dura, 23,50€

8 de novembro de 2017

Alejandro Jodorowsky - Ensaio de quadriculografia portuguesa

Argumentista, Desenhador
(Chile) Iquique, 7 de Fevereiro de 1929 

Alexandro Jodorowsky nasce na povoação chilena de Iquique, filho de imigrantes russos. Inicia a sua carreira com diversos trabalhos criativos, como mímica, actor, director de cinema, escritor de peças de teatro e novelista. Na BD faz a sua estreia em 1966 com a saga futurista Anibal 5, ilustrada por Manuel Moro. Paralelamente, desenha uma série para o semanário Fabulas Panicas, depois publicada na revista mexicana Heraldo Cultural.

Em 1978, inicia a colaboração com Moebius na Humanoïdes Associés, com a história Les Yeux du Chat. Dois anos mais tarde, criam a série de ficção científica John Difool para a revista Métal Hurlant. Em 1982, associa-se com o artista Arno para criar a série de fantasia Alef-Thau. A série é continuada por Al Covial em 1998. Em cooperação com Silvio Cadelo, escreve Le Dieu Jaloux e L'Ange Carnivore, mais tarde ambos reimpressos sob o título La Saga d’Alendor. Também colabora com o artista Georges Bess, começando com Les Jumeaux Magiques para o Le Journal de Mickey (1986). Dois anos depois, inicia a série O Lama Branco, com aquele artista.
Com Zoran Janjetov, cria um spin-off de John Difool com Depois do Incal. Em 1990, recupera a sua primeira série, Anibal 5, com Georges Bess. A partir de 1991, realiza várias colaborações para a revista À Suivre, com François Boucq (A Face da Lua) e Moebius (Le Coeur Couronne). Uma outra famosa criação foi A Casta dos Meta-Barões com desenhos de Juan Giménez. Em 1993, escreve La Vérité est au Fond des Rêves para Jean-Jacques Chaubin, bem como La Guerre de Megamex para o artista japonês Katsuhiro Otomo. Dois anos mais tarde, cria Juan Solo, mais uma vez com Bess, e o detective Gilles Hamesh, desenhado por Michel Durand.
Em 1996, concebe Aliot com Victor de la Fuente, cancelando a série ao fim de um episódio, por semelhanças com a Saga d’Alendor. Em 1997, junta-se a Janjetov Beltran Frédéric para criar Les Technopères. Dois anos depois segue-se Megalex com desenhos de Fred Beltran. Em 2001, cria o western Bouncer, ilustrada por François Boucq. Um ano depois, lança a série Diosamante com Jean-Claude Gal
Em 2016, o seu filme Poesia sem Fim é - tal como o fora La Danza de la Realidad, de 2013 -seleccionado para a quinzena dos realizadores do Festival de Cannes.

Séries publicadas em Portugal:

One-shots publicados em Portugal:
  • A palavra (Le mot), Marc Riou, Mark Vigourox e Jodorowsky, Metal Hurlant #1
  • A invasão (The invasion), Igor Baranko e Jodorowsky, 2002, Metal Hurlant #2
  • A louca do Sacré-Coeur (La folle du Sacré-Coeur), Moebius e Jodorowsky, 2004, Álbum Público/Edições ASA [2015]*
  • As armas do Metabarão (Les armes du Meta-Baron), Travis Charest, Janjetov e Jodorowsky, 2008, Álbum Vitamina BD [2008]
  • Os olhos do gato (Les yeux du chat), Moebius e Jodorowsky, 1978, Álbum A Seita/Arte de Autor [2021]
* Colecção Novela Gráfica
[actualizado em 08.01.2023]