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29 de agosto de 2025

Colecção 25 Imagens #7: O Cabo de 2.102.400 km, de Vasco Colombo

Na última edição da colecção 25 Imagens, lançada pela Levoir em colaboração com o jornal Público, surge uma obra que encerra esta série com uma força visual singular. O Cabo de 2.102.400 km, de Vasco Colombo, não é apenas uma novela gráfica — é uma leitura silenciosa, que fala através de imagens, sem uma única palavra.

Vasco Colombo, natural de Lisboa, é um ilustrador e artista visual que se notabilizou nas áreas do design editorial e da banda desenhada. Após um período dedicado a projectos gráficos, retoma simbolicamente ao universo da banda desenhada com esta obra.

A narrativa visual acompanha um homem que encontra um cabo escondido e decide segui-lo até ao seu fim — uma viagem literal, mas também profundamente metafórica. Trata-se de um percurso que desvela os vínculos humanos com o planeta, a nossa relação com a Terra e a existência.

O título, 2.102.400 km, contém uma lógica matemática oculta, sugerindo múltiplas interpretações que só se revelam ao leitor que “puxa o fio à meada”.

O ponto mais fascinante da obra é o seu total silêncio textual. Constituída por apenas 25 imagens, esta narrativa desafia a linguagem convencional e convida o leitor a decifrar sentidos, emoções e conexões apenas pelo poder do visual. Este método minimalista é fiel ao conceito da colecção 25 Imagens — cada fotografia, ilustração ou página fala por si, evocando interpretações múltiplas.

Colecção 25 Imagens #7: O Cabo de 2.102.400 km, Vasco Colombo, Levoir, 32 pp., p&b, capa dura, 15,90€

17 de agosto de 2025

Coleção 25 Imagens #6: Nachave, de Lucas Harari

Editada em Outubro de 2022 pelas Éditions Martin de Halleux, Nachave integra a colecção 25 Imagens da Levoir e do jornal Público.  Tratam-se de narrativas curtas, em preto e branco, sem texto e com apenas 25 ilustrações — o clássico “romance sem palavras” moderno.

Lucas Harari, nascido em Paris em 1990, estudou arquitectura antes de se formar em imagem impressa na Arts Décoratifs de Paris em 2015. Iniciou a carreira com fanzines e estreou-se no universo das bandas desenhadas com L’Aimant (2017), seguindo-se La Dernière rose de l’été (2020) e, mais recentemente, Le cas David Zimmerman (2024).

O termo Nachave vem do romani manouche e significa, em argot, “vai-te embora, foge, parte” — uma conjunção de ordem, ansiedade e urgência que antecipa o clima da história.

Em apenas 25 pranchas, Harari usa a linguagem da imagem para relatar uma jornada trágica: um adolescente marginalizado na periferia, confrontado com o abandono e a invisibilidade, tenta escapar de um destino que lhe chega cedo demais. A ausência de texto convida o leitor a mergulhar nas emoções e atmosferas visuais — com luzes cruas e sombras densas — e a construir o significado cena a cena.

O traço de Harari, limpo e expressivo, acentua o contraste entre obliquidade e profundidade. As composições remetem-nos aos cenários que marcaram a sua infância em zonas urbanas periféricas e ecoam um estilo noir urbano cheio de tensão visual.

Coleção 25 Imagens #6: Nachave, Lucas Harari, Levoir, 30 pp., p&b, capa dura, 13,90€



12 de agosto de 2025

Colecção 25 Imagens: A Restauração

Nina Bunjevac nasceu em 1973 em Welland, Ontário (Canadá), de pais sérvios oriundos da então Jugoslávia. Com apenas dois anos, muda-se com a mãe e uma irmã para Zemun, na Jugoslávia, para escapar a um ambiente familiar conturbado. O seu pai, um nacionalista sérvio radical, morre tragicamente num acidente em Toronto, relacionado com a explosão de uma bomba que estava a montar.

Em 1990, regressou ao Canadá, onde frequenta a Central Technical School em Toronto e forma-se em Desenho e Pintura pela OCAD em 1997.

Inicialmente pintora, escultora e professora de arte, Bunjevac redescobre a sua paixão pela BD em 2004. A narrativa em arte serve de ponte para a criação de bandas desenhadas em tinta-da-china, revelando-se o formato ideal para as suas histórias intensas e expressivas.

Dentro da sua bibliografia, destaca-se:

Heartless (2012): A sua estreia editorial ganhou o prémio Doug Wright, na categoria de melhor estreia;

Fatherland (2014): Uma obra autobiográfica aclamada internacionalmente, integrada na lista de best-sellers do New York Times, vencedora do Doug Wright Award para Melhor Livro.

Bezimena (2018/19): Uma narrativa sombria, que combina o mito grego de Ártemis com experiências pessoais traumáticas, distinguida em Angoulême, com os prémios Artemisia (desenho) e Best Book Jury Prize em Lucca. O seu traço é notável pelo uso de “stippling” — hachuras muito densas e precisas — que conferem profundidade emocional e densidade visual às suas narrativas.

As suas histórias abordam experiências autobiográficas, violência, identidade, patriarcado e trauma, muitas vezes sob uma perspectiva feminista e provocadora.

Numa viragem significativa, Nina deixou o Canadá — onde enfrentava dificuldades económicas e falta de retorno financeiro — e muda-se para Niš, na Sérvia, onde encontra condições mais favoráveis para viver e trabalhar, beneficiando de apoios e custos de vida mais baixos.

Além disso, envolveu-se num novo projeto: a criação de um baralho de Tarot com respetivo livro-guia, através do qual explora simbolismo, auto-reflexão e misticismo — um formato que revelou ser mais gratificante e rentável do que a bandeja tradicional.

A obra que apresenta nesta colecção é um álbum muito pessoal sobre uma ferida de infância, mergulhando nas suas memórias, relatando graficamente a violência de sua mãe.

Coleção 25 Imagens #5: A Restauração, Nina Bunjevac, Levoir, 32 pp., p&b, capa dura, 13,90€

18 de julho de 2025

Coleção 25 Imagens #4: Rumo ao Sul

Rumo ao Sul”, do norte-americano Landis Blair, é o 4.º volume da Coleção 25 Imagens, publicada em Portugal pela Levoir/​Público e posto hoje à venda.

Narrada através de ilustrações em preto-e-branco com o traço minucioso de cross-hatching, reminiscente de Edward Gorey.

A história acompanha a “última viagem” de um homem idoso, que, em harmonia com a natureza e com as aves migratórias, organiza a sua partida final “rumo ao sul”. O desfecho transmite uma mensagem de esperança e paz.

Coleção 25 Imagens #4: Rumo ao Sul, Landis Blair, Levoir, 30 pp., p&b, capa dura, 13,90€

4 de julho de 2025

Colecção 25 Imagens #3: Ter 20 anos em Maio de 1871

A Levoir leva hoje às bancas mais um volume da colecção 25 Imagens. "Ter 20 anos em Maio de 1871" de Jacques Tardi, a escolha desta semana, foi publicado em 15 de Setembro de 2023 pela editora Martin de Halleux, na colecção 25 Images.

Um comunardo veterano, agora idoso e coxo, sai de casa para o Cemitério do Père-Lachaise, vivendo sua última caminhada rumo ao mausoléu de Adolphe Thiers, o presidente responsável pela repressão sangrenta da Comuna em  Maio de 1871.

Como os restantes volumes da colecção, trata-se de uma narrativa sem texto: apenas imagens que seguem o caminhar do protagonista, acompanhado por um corvo e a presença simbólica da Morte.

O enredo transmite raiva, memória e sarcasmo — um “grandioso gesto profanador” sobre o túmulo, como uma vingança simbólica contra o autor da repressão. 

O desenho é sóbrio, com contrastes fortes em preto e branco, sem tons de cinza, ecoando a estética de Masereel.

Esta obra dá continuidade ao trabalho memorável de Tardo sobre a Comuna de Paris, especialmente a série Le Cri du peuple (4 volumes entre 2001 e 2004), em colaboração com Jean Vautrin.

Colecção 25 Imagens #3: Ter 20 anos em Maio de 1871, Jacques Tardi, Levoir, 32 pp., p&b, capa dura, 13,90€

20 de junho de 2025

Colecção 25 Imagens #2: Margueritte

Marguerite, de Joe Giusto Pinelli  é a segunda escolha para esta colecção da Levoir e do jornal Público. Originalmente foi publicada em 2020 nas edições Martin de Halleux (colecção 25 images) .

O romance gráfico é composto por 25 imagens sequenciais, cada uma ocupando uma página, sem qualquer texto — um formato inspirado no pioneiro Frans Masereel em 1918.

A narrativa acompanha, no dia 12 de Fevereiro de 1934 (primeiros passos da Frente Popular na França), o encontro entre um pintor e Marguerite, uma florista, nas ruas agitadas de Paris. Ele a observa e a desenha, enquanto manifestantes protestam contra o fascismo. 

Marguerite, Joe Pinelli, Levoir, 32 pp., p&b, capa dura, 13,90€

31 de maio de 2025

Pepe Mujica e as flores da guerrilha - Parte 1

Um herói para o mundo, um anti-herói para o seu país: a comovente história da vida de Pepe Mujica, contada pelo escritor Matías Castro e pelo desenhador Leo Trinidad

Pepe Mujica começou como um jovem militante em partidos políticos tradicionais, ingressando depois no Partido Comunista e depois na esquerda armada, primeiro com tentativas desajeitadas de guerrilha urbana à Robin dos Bosques, depois com ataques mais ambiciosos. 

Foi preso quatro vezes, baleado seis vezes e deixado para morrer. Escapou duas vezes da prisão, a segunda das quais, a fuga mais emblemática da história do Uruguai. Passou onze anos preso e isolado, à beira da insanidade, e transformou-se para voltar à vida civil, depois à política e, finalmente, para se tornar presidente e líder mundial. Mas sempre, desde a infância até hoje, cultivando flores, exatamente como a sua mãe lhe ensinou.

A presente edição tem prefácio de Rui Tavares.

Pepe Mujica e as flores da guerrilha - Parte 1, Leo Trinidad e Matías Castro, Levoir, 144 pp., cor, capa dura, 15,90€

24 de maio de 2025

Fouché, o Génio Tenebroso

Fouché, o Génio Tenebroso da autoria de Kim vai ter lançamento hoje no Festival Maia BD com a presença do autor e sessão de autógrafos. A 3 de Junho sairá para o mercado livreiro.

A 28 de Maio será apresentado na FNAC da Av. de Roma com a presença do autor.

Kim de seu nome Joaquim Aubert Puigarnau, é autor de várias novelas gráficas publicadas pela Levoir, A Asa Quebrada e A Arte de Voar em colaboração com Antonio Altarriba e também da novela autobiográfica, Neve nos Bolsos, sobre a sua experiência como imigrante na Alemanha no anos 60.

Fundador da revista El Jueves, última resistente da explosão criativa do comic adulto espanhol, para a qual criou uma popular sátira da extrema-direita, Martínez el Facha. Ao longo dos anos conquistou todos os principais prémios de BD espanhóis.

Fouché nasceu em 1759, em Le Pellerin, França. Estudou em instituições católicas e foi professor de matemática e física no seminário. Sem qualquer pudor, ao longo da vida, manteve-se sempre ao lado do poder e alinhava com as pessoas e ideias que estivessem no comando.

A ambição e a intriga são as únicas paixões deste homem político, desprovido de escrúpulos e de moral, que atravessa sem vacilar as convulsões sociais e políticas da França revolucionária e do império.

Fouché, o Génio Tenebroso é a adaptação para BD da obra do escritor austríaco Stefan Zweig que o aponta como o “Maquiavel da era moderna”. Também Fernando Schüler, especialista em filosofia política retrata Fouché como um “génio da política”.

Fouché, o Génio Tenebroso, Kim, Levoir, 128 pp., cor, capa dura, 26,90€

23 de maio de 2025

O Desassossegado Senhor Pessoa

O Desassossegado Senhor Pessoa vai ser hoje apresentado no Festival Maia BD, com uma exposição sobre as obras do autor editadas em Portugal, e a 3 de Junho sairá para o mercado livreiro.

A tradução e o posfácio são da autoria de Ricardo Belo de Morais, escritor e investigador da Casa Fernando Pessoa.

A obra do francês Nicolas Barral foi uma das grandes sensações no mundo da Banda Desenhada em França em 2024 e candidato aos prémios do Festival de Banda Desenhada de Angoulême 2025.

Licenciado pela Escola de Belas-Artes de Angoulême, Nicolas Barral iniciou a sua carreira na revista Fluide Glacial, mas foi a sua colaboração com Pierre Veys em Baker Street e As Aventuras de Philip e Francis – uma paródia à série Blake e Mortimer – que o tornou conhecido do grande público. Nicolas é autor de Ao Som do Fado, uma emotiva e bem documentada banda desenhada sobre Portugal antes do 25 de Abril de 1974. Publicada pela Levoir em 2020 em Portugal, ainda antes da sua saída em França, o livro esgotou e teve uma segunda edição em 2024 aquando dos 50 anos da Revolução dos Cravos.

O Desassossegado Senhor Pessoa, é um retrato comovente dos últimos dias de vida de Fernando Pessoa.

Simão Cerdeira, um jovem jornalista do Diário de Lisboa é indicado para escrever o obituário de Fernando Pessoa, porque corre o rumor, em Novembro de 1935, de que o poeta está doente e morrerá em breve. Mas Cerdeira nada sabe sobre a vida desta enigmática figura e, começa a investigar, percorrendo o seu rasto, entrevistando as principais testemunhas da vida do poeta.

Ao mesmo tempo, Pessoa prepara a sua morte. Na altura Fernando Pessoa trabalhava nos textos do Livro do Desassossego, do heterónimo Bernardo Soares.

Dizem que Pessoa tinha um baú cheio de milhares de textos, uma espécie de caixa de correio onde todos esses escritores vinham regularmente deixar os seus manuscritos. Um baú cheio de pessoas que talvez só existam na imaginação do seu dono.”

O Desassossegado Senhor Pessoa, tem uma capa exclusiva para as lojas FNAC.

O Desassossegado Senhor Pessoa, Nicolas Barral, Levoir, 144 pp., p&b, capa dura, 26,90€

8 de março de 2025

Nellie Bly - A História de uma Pioneira

A Levoir e o Público celebram as Mulheres que mudaram o Mundo há mais de 10 anos e este ano vamos continuar a fazê-lo. No Dia Internacional da Mulher (8 de Março) editam Nellie Bly - A História de uma Pioneira.

Elizabeth Cochran Seaman nasceu em 1864, na Pensilvânia, numa família de origem irlandesa. Escritora, inventora, administradora e voluntária em obras de caridade, mais conhecida pela sua viagem de circunavegação do globo em 72 dias, simulando a viagem ficcional de Phileas Fogg, no livro de Júlio Verne. Foi também pioneira no jornalismo de investigação.


Aos 18 anos publica a sua primeira peça jornalística. Em resposta a um artigo do Pittsburg Dispatch que criticava a presença das mulheres na força de trabalho, Bly escreveu uma carta aberta ao editor que pedia mais oportunidades para as mulheres, especialmente as responsáveis pelo bem-estar financeiro das suas famílias. O editor do jornal, viu potencial no seu artigo e convidou-a a trabalhar para o Dispatch como repórter. 

Usou o pseudónimo Nellie Bly, que retirou de uma canção muito conhecida na altura, “Nellie Bly”. 

Nellie era uma colunista popular, mas estava limitada a escrever artigos que se dirigiam apenas às mulheres e depressa desistiu por insatisfação.

Querendo escrever artigos que se dirigissem tanto a homens como a mulheres, Nellie Bly começou a procurar um jornal que lhe permitisse escrever sobre temas mais sérios. Mudou-se para a cidade de Nova Iorque em 1886, mas teve muita dificuldade em encontrar trabalho como repórter numa área dominada por homens. Em 1887, entrou de rompante no escritório do New York World, um dos principais jornais do país. Ela queria escrever uma matéria sobre a experiência dos imigrantes nos Estados Unidos. O editor, Joseph Pulitzer, recusou o artigo, mas desafiou-a a investigar um dos mais famosos manicómios de Nova Iorque, Blackwell's Island. Ela não só aceitou o desafio, como decidiu fingir uma doença mental para ser admitida e expor em primeira mão a forma como os doentes eram tratados, levando a que o estado de Nova Iorque implementasse uma lei para melhoramento dos hospitais psiquiátricos. Com este acto corajoso e ousado, cimentou o seu legado como uma das mais notáveis jornalistas da história.

Cobriu a I Guerra Mundial a partir da Europa. Nellie Bly morreu de pneumonia a 27 de Janeiro de 1922. Num tributo após a sua morte, o aclamado editor de jornais Arthur Brisbane recordou-a como “a melhor repórter da América”.

Virginie Ollagnier-Jouvray é a autora desta novela gráfica, é formadora em comunicação escrita e ergonomia, escreveu com o seu marido Olivier Jouvray o guião da série Kia Ora, uma banda desenhada em 3 volumes.

A cartoonista Carole Maurel é a responsável pela criação das ilustrações. Designer gráfica e animadora nascida em França, 1980. Iniciou a sua carreira no sector audiovisual. Chamou a atenção ao vencer um concurso de séries na Internet.

Nellie Bly - A História de uma Pioneira, Virginie Ollagnier-Jouvray e Carole Maurel, Levoir, 184 pp.,  cor, capa dura, 15,90€

11 de fevereiro de 2025

Adèle Blanc-Sec #8: O Mistério das Profundezas

Paris, 1922. Não muito longe da Gare de Lyon, um ajuste de contas entre bandidos e polícias provoca uma agitação que depressa envolve a jovem Adèle, os seus inimigos de sempre e muitas das pessoas que conheceu na última década.

Das torres do Palácio da Justiça aos Invalides, passando pelo cemitério do Père-Lachaise e o seu acesso às profundezas insuspeitas da capital, o bailado que se desenrola é estranhamente pontuado pelo aparecimento de caranguejos-ferradura de outros tempos. 

A aventura O Mistério das Profundezas (Le Mystère des Profondeurs, 1998) é inédita em Portugal.

Adèle Blanc-Sec #8: O Mistério das Profundezas, Jacques Tardi, Levoir, 48 pp., cor, capa dura, 16,95€




Adèle Blanc-Sec #4: Múmias à Solta

A Levoir retoma a edição das Extraordinárias Aventuras de Adèle Blanc-Sec com o volume 4, Múmias à solta (Momies en folie, 1978).

Na Paris dos anos 20, Adèle Blanc-Sec, uma romancista com um carácter forte, é sempre arrastada para as aventuras mais extraordinárias.

Em Março de 1922, na chuvosa Paris, Adèle tem uma dor de dentes. Mesmo a tempo, o dentista acaba de ser libertado da prisão e um dos seus cúmplices já foi assassinado…

Adèle Blanc-Sec #4: Múmias à Solta, Tardi, Levoir, 48 pp., cor, capa dura, 16,95€

22 de novembro de 2024

Novela Gráfica (VIII série) #11: O Caso Alan Turing

A finalizar a VIII colecção de Novela Gráfica a Levoir e do Público escolheram O Caso Alan Turing, do escritor e argumentista Arnaud Delalande e do cartoonista Éric Liberge, prémio René-Goscinny em 1999.

Em 1938 os serviços secretos britânicos recrutaram um jovem e brilhante investigador de matemática: Alan Turing. A sua missão: decifrar os códigos da Enigma, a máquina utilizada para transmitir as instruções do Führer às suas tropas. Todas as tentativas anteriores para decifrar os códigos tinham falhado.

Era o maior desafio da vida de Alan Turing. Um confronto científico sem precedentes.

Em total secretismo, ele iniciou a tarefa. E foi bem-sucedido. Ao quebrar o código da Enigma, Turing deu aos Aliados uma vantagem decisiva e lançou as bases para a revolução dos computadores.

O seu sucesso deveria tê-lo levado ao pináculo da glória, mas teve de se esconder e permanecer na sombra.

Na Inglaterra puritana, a sua homossexualidade era uma marca de infâmia. Os tribunais condenaram-no à castração química. Em 7 de Junho de 1954, um homem solitário e desesperado pôs fim à sua vida mordendo uma maçã envenenada.

No final da banda desenhada há um dossiê documental que reconstitui e explora o seu percurso, em particular o, longo processo de reconhecimento, que se traduz agora em monumentos, na abertura de um museu informático em Bletchley e, sobretudo, no perdão real concedido pela rainha Isabel II em 2013, que o reconheceu oficialmente como "herói de guerra".

O Caso Alan Turing, Arnaud Delalande e Éric Liberge, Levoir, 104 pp., cor, capa dura, 13,90€

25 de outubro de 2024

Preto e Branco: Ascensão e Queda de Bobby Fischer

Vai hoje para as bancas o nono volume da oitava série da colecção Novela Gráfica.

Preto e Branco: Ascensão e Queda de Bobby Fischer conta a história que levou Fischer aos 29 anos ao Olimpo do Xadrez, tornando-se no mais jovem grande mestre do jogo e num ícone cultural americano.  A vida de Bobby Fischer (1943-2008) é uma história fascinante sobre determinação e fama, mas também sobre isolamento e paranóia. Vítima de doença mental, perdeu-se em teorias da conspiração e morreu na Islândia, fugido da justiça americana.

Julian Voloj e Wagner Willian são os responsáveis por esta magistral biografia gráfica de Bobby Fischer.  Um génio imperfeito com uma vida que foi simultaneamente inspiradora e controversa.

Começou como uma criança prodígio, tornou-se numa espécie de herói nacional… e acabou como inimigo público número um. Aos treze anos, jogou o que muitos consideram “o jogo do século” e, um ano depois, tornou-se o campeão mais jovem da história dos EUA. A sua lista de conquistas continuou a crescer, culminando com a vitória no Campeonato do Mundo de 1972 sobre Boris Spassky, um jogo que foi uma metáfora perfeita para a Guerra Fria.

Para representar visualmente esta complexidade, cada capítulo é dedicado a uma das peças do jogo de xadrez, desafiando o leitor a imaginar resultados alternativos da narrativa.

Preto e Branco: Ascensão e Queda de Bobby Fischer, Julian Voloj e Wagner Willian, Levoir, 184 pp., p&b, capa dura, 13,90€ 

8 de outubro de 2024

Dorian Gray, um novo romance gráfico da Levoir

Foi hoje para as bancas Dorian Gray, uma adaptação em banda desenhada da obra de Oscar Wilde, O Retrato de Dorian Gray. O autor desta adaptação é o espanhol Enrique Corominas.

Esta edição da Levoir tem duas capas, uma delas exclusiva da livraria online Wook.

Na história, durante uma visita ao seu amigo pintor Basil Hallward, Lord Henry conhece o jovem Dorian Gray, cujo retrato foi recentemente concluído por Basil. Fascinado pela beleza e juventude de Dorian, Lord Henry torna-se rapidamente amigo dele e comenta de forma ligeira que, depois de concluído o retrato, só a pintura preservará a juventude, enquanto Dorian envelhecerá. Dorian, tomado pela ideia, declara que daria a sua alma para que o retrato envelhecesse no seu lugar.

Todos riram no momento, sem perceberem o erro fatal: o desejo foi realizado, e embora Dorian mantenha a sua juventude, o retrato envelhecerá e ficará marcado pelos anos, vícios e crimes cometidos por ele.

Dorian Gray, Enrique Corominas, Levoir, 104 pp., cor, 24,95€

27 de setembro de 2024

Chumbo - Parte 1, de Matthias Lehmann

A 27 de Setembro, a Levoir e o Público editam Chumbo parte 1. A segunda parte será editada a 11 de Outubro.

Chumbo ficou entre os cinco finalistas do Grand Prix de la Critique da Associação de Críticos e Jornalistas de Histórias em Banda Desenhada, foi nomeado melhor obra Prix Landerneau 2023 e finalista do Prémio do Público do Festival de Angoulême 2024.

Matthias Lehmann vai estar presente em Outubro no Festival Amadora BD no primeiro fim-de-semana, para sessão de autógrafos.

O autor, é filho de um francês com uma brasileira de Minas Gerais, cresceu em Paris, mas passou boa parte das férias em visitas à família em Belo Horizonte. Conhece bem a cultura da capital mineira e, sobretudo, a história do Brasil. 

Desde pequeno, conviveu com as memórias da mãe, "A minha mãe chegou a França há mais de 40 anos e sempre teve muita saudade do país, da família, então transmitiu-nos a cultura brasileira a mim e às minhas irmãs assim como a língua". 

É a partir das suas próprias experiências, que Matthias criou um universo de lembranças fundamentais para o livro.

Chumbo é a crónica do Brasil nos “anos de chumbo”. A história trata da ditadura militar instalada no Brasil em 1964 a partir do olhar de uma família.

Proprietário de uma mineradora, o patriarca inspirado numa versão fantasiada do avô do autor protagoniza a primeira parte do livro, que se passa nos tempos de Getúlio Vargas. Industrial poderoso, Oswaldo Wallace transita com certa arrogância pela aristocracia mineira. É um período de conspirações tenentistas, paranoias comunistas e um autoritarismo contraditório.

Dos cinco filhos da família Wallace, Lehmann escolhe seguir a vida dos dois irmãos, Ramires e Severino, de 1937 até 2003. "Severino, jornalista e depois escritor, era comunista durante a ditadura. Já Ramires, ao contrário, é reacionário, próximo dos militares", explica o autor. "Como a história acontece em Belo Horizonte, você acompanha a evolução da cidade e da sociedade, passando pela ditadura".

Chumbo - Parte 1, Matthias Lehmann, Levoir, 224 pp., p&b, capa dura, 14,90€

13 de setembro de 2024

Colecção Novela Gráfica (VIII série) #6

No pós-guerra, em finais da década de 40, a Argentina tornou-se o Eldorado dos criminosos de guerra nazis. Em fuga, longe de perderem a arrogância e convencidos da grandeza dos seus feitos e da sua ideologia, acalentam um sonho. Regressar à Europa e fundar o Quarto Reich. Quando Mengele chegou à Argentina encontrou um país onde a vida era boa, o champanhe corria livremente, os bordéis floresciam em cada esquina e os antigos altos dignitários do regime fundado por Hitler não se poupavam a prazeres. A Argentina de Perón é benevolente e ali sentem-se seguros. O mundo inteiro quer esquecer os crimes nazis. Mas a caça recomeça e Josef Mengele tem de fugir para o Paraguai e depois para o Brasil. As deambulações continuaram até à sua morte misteriosa numa praia, em 1979.

La disparition de Josef Mengele foi editado originalmente em Outubro de 2022.

Colecção Novela Gráfica (VIII série) #6: O Desaparecimento de Josef Mengele, Olivier Guez, Matz e Jörg Mailliet, Levoir, 192 pp., cor, capa dura, 15,90€

10 de setembro de 2024

As Extraordinárias Aventuras de Adèle Blanc-Sec


A Levoir continua a lançar o integral da série de Jacques Tardi, As Extraordinárias Aventuras de Adèle Blan-Sec. A partir de hoje podemos encontrar nos pontos de venda o terceiro e sétimo episódios da série, sendo este último inédito em edição nacional.

O cientista louco (Le savant fou, 1977)

Janeiro de 1912. Paris está a tremer sob a neve, mas a capital não sabe que dentro de alguns dias estará a tremer de medo. Quando Adèle Blanc-Sec testemunha a "ressurreição" de um homem pré-histórico, é arrastada para uma das suas aventuras mais misteriosas, repleta de estranhos desaparecimentos, tentativas de assassínio e espíritos invocados.

Todos os monstros (Tous les monstres, 1994)

Na Paris dos anos 20, Adèle Blanc-Sec, uma romancista com um carácter forte, é sempre arrastada para as aventuras mais extraordinárias. Encontrada pelo infame Professor Dieuleveult, Adèle terá de lutar para escapar a este indivíduo sinistro que só quer uma coisa: a sua morte.

O cientista louco, Jacques Tardi, Levoir, 48 pp., cor, capa dura, 16,95€
Todos os monstros, Jacques Tardi, Levoir, 48 pp., cor, capa dura, 16,95€

2 de setembro de 2024

Colecção Novela Gráfica (8ª série) #5: Os Grandes Nomes do Macabro

Em Os Grandes Nomes do Macabro, que a Levoir e o Público editaram a 30 de Agosto, são apresentadas vinte histórias, muitas delas baseadas em obras de autores consagrados como como Franz Kafka, H.P. Lovecraft, Edgar Allan Poe, Gustavo Adolfo Bécquer ou Arthur Conan Doyle, só para nomear alguns.

Joan Boix, o autor deste quinto volume, nasceu em Badalona a 24 de Junho de 1945. Começou a desenhar as suas próprias histórias desde muito jovem, com base nas histórias que lia em El capitán trueno e, em geral, em qualquer banda desenhada a que pudesse deitar a mão. Aos 15 anos, o pai levou-o à redação da Bruguera, onde, perante a sua qualidade iminente, demoraram um ano a conceder-lhe a possibilidade de publicar o seu primeiro trabalho, Un muchacho tímido.

Depois disso, fez todo o tipo de colaborações, como ilustrações, até entrar para a editora Toray, onde, começou por ilustrar histórias juvenis e românticas. Pouco tempo depois, o seu trabalho foi reconhecido fora de Espanha e produziu inúmeras publicações para o mercado estrangeiro.

Entre as histórias escritas e desenhadas pelos grandes nomes há também algumas escritas pelo próprio Joan Boix que, na sua maioria, são de uma qualidade que nada tem a invejar às histórias que adapta. Por exemplo, no caso de Requiem para uma Figura, o autor consegue uma atmosfera opressiva muito semelhante à de um conto de Kafka, ou em O Estúpido Humano, nota-se uma solidão e uma visão do ser humano dignas de comparação com as grandes histórias que acompanha.

Nestes contos há também lugar para as tradicionais histórias apocalípticas de ficção científica tão populares na época, ou para as premissas clássicas dos lobos antropomórficos e dos vampiros, assim como para as figuras sensuais com as consequentes reflexões sobre elas. Este livro é uma compilação que, sem dúvida, fará as delícias dos amantes do terror.

Colecção Novela Gráfica (8ª série) #5: Os Grandes Nomes do Macabro, Joan Boix, Levoir, 168 pp., p&b, capa dura, 13,90€

31 de julho de 2024

As Extraordinárias Aventuras de Adèle Blanc-Sec, de Jacques Tardi

A Levoir vai editar toda a colecção As Extraordinárias Aventuras de Adèle Blanc-Sec, da qual já saíram os volumes 1 e 5 e agora edita mais dois volumes, O Demónio da Torre Eiffel, volume 2 e O Afogado com Duas Cabeças, volume 6. 

Jacques Tardi, nasceu em França, Valence, em 1946, passa os primeiros anos na Alemanha do pós-guerra, onde o seu pai era militar de carreira. Mais tarde, serão as atrocidades da guerra de 1914-18, a do seu avô, de origem Corsa, que assombrarão os seus sonhos de criança antes de se tornar um dos temas principais que inspiraram a sua obra. Estudante da Escola de Belas Artes de Lyon, depois das Artes Decorativas de Paris, Tardi estreia-se na BD em 1969 na revista Pilote. Obcecado pela Primeira Guerra Mundial escreve Foi Assim a guerra das Trincheiras (editado pela Levoir). Em 1976, dá início a As Extraordinárias Aventuras de Adèle Blanc-Sec.

Adèle Blanc-Sec #2 - O Demónio da Torre Eiffel

O Demónio da Torre Eiffel, narra a história de uma Paris abalada pelo súbito reaparecimento da peste e por uma misteriosa vaga de desaparecimentos na Pont-Neuf. 

Adèle, determinada a vingar a morte do seu amigo Lucien Ripol, lidera a investigação, convencida de que existe uma ligação entre estes três casos. 

Enfrenta Albert, o seu antigo cúmplice, e uma temível seita de adoradores do demónio Pazuzu.

Adèle Blanc-Sec #6 - O Afogado com Duas Cabeças

Em O Afogado com Duas Cabeças, Adèle é despertada por Lucien Brindavoine após seis anos de criogenia, regressando a um mundo ainda a recuperar de quatro anos de guerra mundial. 

Mas assim que regressa a casa, tem de enfrentar novos mistérios: quem pagou a renda? quem manteve o apartamento? quem continua atrás da sua vida? 

Enquanto uma nova e estranha criatura ronda Paris, Adèle tenta responder a estas questões, ajudada nas suas investigações pelos membros de um estranho grupo de circo.

Adèle Blanc-Sec #2 - O Demónio da Torre Eiffel/Adèle Blanc-Sec #6 - O Afogado com Duas Cabeças, Jacques Tardi, Levoir, 48 pp. cada volume, cor, capa dura, 16,95€ cada volume