29 de outubro de 2020

Festival AmadoraBD reduz prémios e anuncia vencedores a 06 de novembro

O Festival de Banda Desenhada da Amadora, AmadoraBD, este ano adaptado à pandemia da covid-19, reduziu as categorias dos prémios anuais para metade e anunciará os vencedores no dia 06 de novembro.

De acordo com a lista de nomeados revelada hoje em comunicado, este ano serão atribuídos prémios em seis categorias genéricas, que distinguem os melhores álbuns de produção portuguesa e estrangeira editados em Portugal ao longo dos últimos meses.

Nas edições anteriores, os prémios eram atribuídos em onze categorias, distinguindo individualmente argumentistas, desenhadores, ilustradores, mas também reconheciam o livro como um todo, abrangendo álbum ilustrado, álbum de BD, tiras humorísticas e clássicos da nona arte.

Contactado pela agência Lusa, o gabinete de imprensa da autarquia da Amadora - organizadora do festival - não explicou, em tempo útil, as razões da alteração dos prémios, ou se a redução do número de categorias se relaciona com a edição atípica do festival, por causa da pandemia.

A decisão motivou já uma petição pública, assinada por cerca de 280 pessoas, apelando à autarquia para rever a alteração, considerando que os prémios do AmadoraBD "continuam a ser os mais importantes a nível nacional" e têm impacto "numa considerável percentagem de leitores de Banda Desenhada".

"Pelo que se tem verificado nos últimos anos, o número de edições tem progressivamente aumentado e o número de autores também. Não compreendemos porque o número dos prémios do Amadora diminuíram. Pelo contrário, faria mais sentido para nós que eventualmente ocorresse o oposto", lê-se na petição.

Este ano, para melhor obra de BD de autor português estão indicados "Conversas com os putos e com os professores deles", de Álvaro, "Mindex", de Fernando Dórdio, Pedro Cruz e Mário Freitas, a colectânea "Raízes", do The Lisbon Studio, "Sentinel", de Luís Louro, e "Toutinegra", de André Oliveira e Bernardo Majer.

Para o prémio revelação estão nomeados Jacky Filipe, autor da cor do livro "Relatividade", João Gordinho com "O Filho do Fuhrer", Paulo Mendes com "O Penteador", Zé Burnay com "Andrómeda ou o Longo Caminho para Casa", e Zé Nuno Fraga com "A Assembleia das Mulheres".

"Apocryphus – SCI-FI", "H-alt, n.º 9" e "Tequila Shots" estão selecionados para melhor fanzine.

Na categoria de 'melhor obra estrangeira de BD editada em português' estão nomeados "Criminal – livro II", "Dois Irmãos", "O Homem que matou Lucky Luke", "O Número 73304-23-4153-6-96-82" e "Undertaker, vol. 1".

Na área da ilustração, serão atribuídos prémios para melhor obra de um ilustrador português e estrangeiro. No primeiro estão indicados os álbuns ilustrados "1.º Direito", de Ricardo Henriques e Nicolau, "Fernão de Magalhães - O homem que se transformou em planeta", de Luís Almeida Martins e António Jorge Gonçalves, "O protesto", de Eduarda Lima, "Troca-Tintas", de Gonçalo Viana, e a banda desenhada "Desvio", de Ana Pessoa e Bernardo P. Carvalho. No segundo foram nomeados a banda desenhada "A Época das Rosas", de Chloé Wary, e os livros ilustrados "Endireita-te", de Rémi Courgeon, "Histórias da Mamã Ursa", de Kitty Crowther, "Mvseum", de Javier Sáez Castán e Manuel Marsol, e "NHAM", de Nuppita Pittman.

O júri deste ano dos prémios integra Pedro Cleto, Cristina Álvares, Carlos Gonçalves, Jorge Nesbitt e Inês Fonseca Santos.

A cerimónia de anúncio e entrega dos prémios, que não são monetários, decorrerá a 6 de Novembro, no Auditório dos Recreios da Amadora.

Este ano, por causa da covid-19, o festival adotou "um novo modelo de programação, vocacionado, exclusivamente, para o universo digital, com transmissão nas redes sociais do evento".

A programação, que começou no dia 22, inclui oficinas, conversas com autores e coletivos, lançamentos de novas edições, debates, visitas virtuais a exposições, a partir da Bedeteca da Amadora.

Este ano, foram produzidas ainda duas exposições, uma dedicada a José Ruy, intitulada ‘Do Tejo ao Fim do Mundo’, centrada "nas viagens, tanto reais como imaginadas, pelos estudos, esquiços, argumentos e desenhos originais de banda desenhada do autor”, e outra coletiva, "30 + 1: A BD não faz quarentena", na qual 30 autores portugueses, apresentam "obras realizadas durante a quarentena ou que tenham a pandemia como inspiração".

 Para celebrar o 30.º aniversário do AmadoraBD, no dia 06 será exibido o documentário "Entre Traços: 30 anos de Banda Desenhada", que conta a história do festival.

Lusa

Sem comentários:

Enviar um comentário