30 de abril de 2022

Entradas na minha biblioteca de BD em Abril de 2022

            

Álbuns

  • Rugas, Levoir [2022]
  • O local, 100 Sentidos [2007]
  • Che Guevara, Vitamina BD [2007]
  • O Guardião - Agente Secreto do Vaticano #5, Gradiva [2022]
  • Lonesome #2, Gradiva [2022]
  • Apolo, Gradiva [2022]
  • Nevada #1, A Seita [2022]
  • Atena, Gradiva [2022]
  • Branco em redor, Arte de Autor [2022]
  • Don Vega, Ala dos Livros [2022]
  • Nonnonba, Devir [2017]
  • O grande Gatsby, Relógio d'Água [2022]
  • O perfume do invisível, Meribérica-Líber [1997]
  • Monstros, G. Floy Portugal [2022]

Revistas

  • dBD #162, avril 2022
  • Casemate #156, avril 2022
  • Les Cahiers de la BD #18, avr-juin 2022

Livros

  • Manual do Mickey, Editora Abril [1973]
  • Caricaturas portuguesas dos anos de Salazar, Tinta da China [2022]
  • Imagens de uma revolução - 25 de Abril e a BD, A Seita/Levoir [2022]

Para-BD


Lonesome #3: Os laços de sangue

O caminho da vingança levou o nosso pistoleiro solitário a Nova York, no rasto do homem que causou estragos na sua vida e no Kansas: o senador Dawson. O homem não é fácil de abordar e os rufiões da cidade provam ser mais durões que os das planícies. O herói anónimo pode contar com a ajuda de Miss Lyle, uma misteriosa investigadora que encontra? Só uma coisa é certa: desta vez, nenhuma visão pode prepará-lo para as revelações que o aguardam.

Este é o resumo do terceiro tomo desta série de Yves Swolfs que já se encontra em pré-venda pela Gradiva. Com esta publicação a série fica a par com a edição francesa.

Lonesome #3: Os laços de sangue, Yves Swolfs, Gradiva, 56 pp., cor, capa dura, 16,50€

Neal Adams faleceu aos 80 anos

Neal Adams, reconhecido pelo seu trabalho em Batman, The X-Men e The Avengers, faleceu aos 80 anos, vítima de uma septicemia.

No início da carreira trabalhou no ramo da publicidade e desenhava tiras de bandadesenhada para jornais. Adams ficou reconhecido na Marvel e na DC na década de 60, algo que é atribuído à sua sensibilidade narrativa capaz de realçar ângulos dinâmicos, anatomia detalhada e expressões faciais. Juntamente com contemporâneos como Jim Aparo, Adams ajudou a redefinir o estética de Batman, apresentando um Cavaleiro das Trevas mais atlético que simplesmente bruto.

Adams é talvez mais conhecido pelo seu trabalho mensal nas revistas Detective Comics e Batman, ajudando a trazer os heróis de volta às suas raízes, depois da série televisiva de 1966 ter sido cancelada. Trabalhou frequentemente com o escritor Denny O'Neil, com o qual introduziu novos vilões como Ra's al Ghul, Talia al Ghul e Man-Bat, e ainda deu uma nova vida ao Joker e ao Two-Face.

Adams e O'Neil também colaboraram na construção de Green Lantern/Green Arrow, a qual emparelhou dois heróis filosoficamente opostos, numa série de aventuras dentro do mundo real, recheadas de política e conflito (temáticas muito raras nas bandas desenhadas de super-heróis da altura).

Adams será para sempre lembrado como um dos grande criadores de Batman, mas a sua influência e impacto ficará para sempre marcada em toda a indústria da banda desenhada.

Adaptado de IGN Portugal

28 de abril de 2022

35º Salão do Brinquedo

 


O Combate Quotidiano – Volume 2

O volume 2 que completa a série e reúne os tomos 3 e 4 já se encontra disponível para os leitores portugueses 

Vencedor do prémio para o Melhor Álbum no Festival de Angoulême em 2004, e já adaptado ao cinema em 2015, por Laurent Tuel, O Combate Quotidiano é a obra mais importante de Manu Larcenet, um dos nomes maiores da banda desenhada francesa contemporânea.

Um relato com toques de autobiografia de um fotógrafo, que neste segundo volume se confronta com os desejos de maternidade da sua companheira, com a morte do seu pai, e com as fotografias antigas de eventos importantes, e outros menos importantes, comoventes, tristes, alegres…

Um livro no qual o autor, através das pequenas coisas da vida do dia-a-dia, continua a questionar a alma humana com uma ternura tremenda, tocando os corações de todos os seus leitores de maneira profunda e permanente.

O Combate Quotidiano – Volume 2 (reúne o tomo 3 – O que realmente importa e o tomo 4 - Pregar pregos), Manu Larcenet, Arte de Autor/A Seita, 136 pp., cor, capa dura, 28€

Assassination Classroom #20: A hora da formatura

O penúltimo tomo da série Assassination Classroom está nas livrarias. Com publicação original em 2016, neste volume o cientista louco Yanagizawa e o seu ex-protegido, o Segundo Shinigami, tornam ainda mais difícil a batalha pela vida do professor. Mas um aluno da turma E é fatalmente atingido e as apostas mudam abruptamente.

Assassination Classroom #20: A hora da formatura, Yusei Matsui, Devir, 184 pp., capa mole, 9,99€


27 de abril de 2022

Monstros

Finalmente, Monstros, de Barry Windsor-Smith, chega numa edição que tem tudo para ser um dos grandes álbuns de banda desenhada do ano em Portugal.

Uma autêntica tour de force de narrativa visual de 360 páginas, Monstros tem uma copiosa tela narrativa, em igual parte drama familiar, thriller e viagem metafísica, um retrato íntimo de indivíduos que tentam recuperar as vidas que lhes foram roubadas e uma odisseia política épica que percorre duas gerações da história americana.

Monstros é ilustrado com a impecável técnica a lápis e tinta de Windsor-Smith, com a narrativa visual mais sofisticada da carreira do artista, com uma notável sensibilidade de gestos e composição.

Com trechos de ternura comovente, dor agonizante, redenção, sacrifício e violência avassaladora, Monstros é um dos romances gráficos mais intensos alguma vez ilustrado.

Estamos em 1964. Bobby Bailey ainda não sabe que está prestes a cumprir o seu trágico destino quando se vai alistar nas Forças Armadas. Traumatizado, inocente, discreto e com vontade de escolher o seu passado e focar-se no futuro, Bobby é o candidato perfeito para uma experiência secreta dos EUA, uma continuação macabra de um programa genético descoberto na Alemanha nazi, 20 anos antes, no final da 2.a Guerra Mundial.

O único aliado de Bailey e o seu protector é o sargento McFarland, que intervém e dá início a uma sequência de eventos que se descontrolam completamente. À medida que os monstros se multiplicam, tornando-se reais e metafóricos, a história atinge o crescendo de um autêntico Juízo Final moral.

Um épico fantasticamente ilustrado por um mestre, pleno de emoção, introspecção e empatia. Após uma influente carreira de cinco décadas, Windsor-Smith cria a sua magnum opus.

- THE LIBRARY JOURNAL

Brilhante. Uma grande e sombria obra de 365 páginas de angústia pós-guerra... contada com força e completamente comovente.

- THE GUARDIAN

Um dos grandes épicos literários da banda desenhada, uma obra-prima de história e arte e um presente generoso e inesperado de um criador lendário no comando total de seu ofício.

- FORBES

Monstros, Barry Windsor-Smith, G. Floy Studio Portugal, 368 pp., p&b, capa dura, 40€

Spy x Family #3

Um novo volume desta série de manga está disponível nas livrarias portuguesas.

Neste terceiro tomo, Crepúsculo superou muitos desafios para reunir a família Forger, mas todo o seu árduo trabalho pode ser desfeito pelo irmão mais novo de Yor, que aparece para uma visita surpresa! Conseguirá Crepúsculo ser mais esperto do que Yuri?

Spy x Family #3, Tatsuya Endo, Devir, 196 pp., p&b, capa mole, 9,99€

26 de abril de 2022

Festival de Banda Desenhada de Beja já tem programa para edição em Maio


A autora francesa Chloé Wary, o português Daniel Henriques, os italianos Andrea Ferraris e Renato Chiocca e os espanhóis Altarriba e Keko estarão em maio no Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja.

A 17.ª edição voltará à Casa da Cultura de Beja e contará com 16 exposições de autores portugueses e estrangeiros, estando prevista a presença da maioria no primeiro fim de semana do festival para encontros com o público.

Da programação, destaca-se a presença de três nomes conhecidos e publicados com regularidade em Portugal: O desenhador e argumentista Jean-Louis Tripp, que é autor, com Régis Loisel, da série Armazém Central, e a dupla Altarriba & Keko, da qual já foram publicados no mercado nacional os livros Eu, louco e Eu, assassino.

Entre as exposições propostas está uma dedicada à autora e ilustradora francesa Chloé Wary, de quem está publicada em Portugal a BD Época das Rosas, sobre um clube de futebol feminino e que lhe valeu o prémio do público no Festival de Angoulême em 2020.

Em Beja, o festival contará também com uma mostra centrada no livro Les Portugais, editado este ano no mercado francês - e que terá em breve edição em português -, escrito por Olivier Afonso e desenhado por Aurélien Ottenwaelter (Chico). Luso-francês, Olivier Afonso contou em banda desenhada uma história inspirada na viagem que milhares de portugueses, incluindo os seus pais, fizeram rumo a França nos anos 1970.

Destaque ainda para as presenças dos portugueses Bernardo Majer, Joana Rosa, Rudolfo Mariano e Daniel Henriques, que tem colaborado sobretudo com a DC Comics, e duas exposições que recordam o trabalho de Artur Correia, figura de relevo da BD de humor e da animação, que morreu em 2018, e do luso-brasileiro Jayme Cortez (1926-1987), considerado um mestre da BD de terror no Brasil.

O primeiro fim de semana do festival contará também com os autores italianos Andrea Ferraris - autor de Churubusco - e Renato Chiocca. Juntos fizeram The scar (2019), registo inspirado na realidade problemática da migração mexicana na fronteira com os Estados Unidos, e que terá edição portuguesa pela Escorpião Azul.

O autor britânico Andrew Smith, o ilustrador chileno Cristóbal Schmal e o galego David Rubín vão marcar presença em Beja e haverá duas mostras colectivas de BD, Avenida Marginal e Toupeira - Há movimento debaixo da terra.

Lusa

25 de abril de 2022

23 de abril de 2022

25 Abril: Livro traça retrato da revolução através da BD portuguesa

Três investigadores portugueses fizeram um livro que retrata meio século de BD publicada em Portugal, sobre o 25 de Abril de 1974 e as lutas pela democracia, afirmando que “uma revolução que foi desenhada mais dificilmente será esquecida”.

"Imagens de uma revolução - 25 de abril e a banda desenhada", publicado esta semana, é um livro informativo assinado por João Miguel Lameiras, João Paulo Paiva-Boléo e João Ramalho Santos, que contextualiza, identifica e analisa algumas das obras de banda desenhada publicadas sobre a revolução de Abril de 1974, sobre a guerra colonial, sobre as disputas partidárias e transição para a democracia.

Para os três autores, a década de 1970 "não será uma das épocas mais pujantes no campo da BD, sendo essencialmente um período de transição. [...] É uma época de mudança por excelência, em que se encontram as raízes de uma pluralidade e amadurecimento de tendências que só com o tempo se começa a tornar evidente, e que é uma época rica de propostas, ainda que mais ou menos efémeras".

Por um lado, assiste-se ao fim do "período áureo" de publicações como Mosquito e Cavaleiro Andante e abre-se o caminho para a "explosão" da edição de álbuns na década de 1980.

No período que se seguiu à revolução, sobretudo até 1976, a linguagem da banda desenhada foi uma "presença quase constante, e em posição de destaque, em publicações que procuravam não só estimular lutas de trabalhadores já em curso, como ainda relembrar as bases da resistência pré-25 de Abril".

A banda desenhada era ainda usada como ferramenta de comentário político e social, protagonizada por algumas das figuras do panorama nacional, de Mário Soares a Álvaro Cunhal, e publicada em "locais de grande circulação e impacto", como os jornais.

No livro, profusamente ilustrado com páginas de várias BD, há ainda um capítulo dedicado à banda desenhada que retratou a guerra colonial e à descolonização, outro sobre a utilização da BD para fins pedagógicos e ideológicos e outro ainda sobre as abordagens mais recentes à temática da revolução.

Segundo os autores, "a principal e mais desenvolvida história do 25 de Abril em banda desenhada" é "O país dos cágados", de Artur Correia e António Gomes de Almeida: "Pode considerar-se um livro quase clandestino em democracia. Concebido e realizado poucos anos depois do 25 de Abril, só viria a ser publicado, em edição dos autores, em 1989" e teve uma edição comercial colorida e atualizada em 2012.

"O Capital - Karl Marx", de Carlos Barradas e publicado em 1978, é apresentado como "uma obra-prima da BD didática empenhada", enquanto "Os Vampiros" (2016), de Filipe Melo e Juan Cavia, é descrito como "a mais importante BD portuguesa tendo como cenário a guerra colonial; uma obra ambiciosa e perturbadora".

No período pré e pós-revolução, os investigadores sublinham ainda a publicação do "mais belo álbum da época", "Wanya, escala em Orongo” (1973), de Nelson Dias e Augusto Mota, e "Mário e Isabel" (1975), "um hino à liberdade e à exaltação do corpo", de Isabel Lobinho.

Não são esquecidas referência a João Abel Manta, José Vilhena, Fernando Relvas, Augusto Cid e Nuno Saraiva, e ainda ao "mais importante livro nacional sobre o período salazarista", intitulado "Salazar: Agora, na hora da sua morte" (2006), de Miguel Rocha e João Paulo Cotrim.

"Imagens de uma revolução - 25 de abril e a banda desenhada" inclui ainda uma cronologia breve de acontecimentos que ajudam a enquadrar a revolução de Abril de 1974 e "uma breve síntese histórica" sobre o movimento marxista-leninista português, pelo jornalista Nuno Pacheco.

"Imagens de uma revolução - 25 de abril e a banda desenhada" é uma edição conjunta das editoras Levoir e A Seita e contou com apoio do Garantir Cultura.

LUSA

22 de abril de 2022

Ilha dos gatos

A Sendai Editora, a mais nova editora de mangás em Portugal, anunciou o seu quarto lançamento: Ilha dos Gatos, de Tokushige Kawakatsu a ser lançado no Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja de 2022.

Sinopse: Num dia de verão, um grupo de amigos estão a aproveitar o mar quando descobrem uma ilhota. Um velhote diz-lhes que não há nada lá, apenas um altar para gatos. Excitados pela descoberta, começam a explorar a ilha, mas o pior lhes acontece!

Tokushige Kawakatsu nasceu em 1992, em Tóquio. É mangaká e editor do fanzine Kakuu

Na escola, começou a interessar-se por música clássica, mas no secundário entrou para um clube de artes e começou a desenhar mangá. Gostava de Katsuhiro Otomo e Taiyô Matsumoto e comprava as revistas Garo e COM usadas, em alfarrabistas.

Durante a faculdade conheceu as pessoas da Semi Shobô, e foi numa dessas reuniões que encontrou Shinzo Takano, editor da Hokutô Shobô, onde foi editado o seu primeiro mangá em 2011. 

O mangaká Sansuke Yamada queria alguém que desenhasse fundos ao estilo Yoshiharu Tsuge na Garo e convidou então Tokushige para trabalhar consigo no mangá Areyo Hoshikuzu, o qual foi galardoado com o Prémio Cultural Osamu Tezuka e Prémio da Associação dos Desenhistas do Japão.

Como escritor, contribuiu para uma coluna sobre Shigeru Mizuki na revista Estudo da História dos Mangás de Aluguer (Kashihon Mangashi Kenkyu).

O seu mangá Telefone, Dormir, Música” (Denwa Suimim Ongaku), pela editora LEED, foi uma das obras da selecção oficial do Japan Media Arts Festival por dois anos seguidos, onde destacam a “busca pelo novo realismo” do jovem autor. 

Pode acompanhá-lo no Twitter em twitter.com/old_schooooool.

 Ilha dos Gatos, Tokushige Kawakatsu, Sendai Editora, 88 pp., p&b, capa mole, 7,90€

20 de abril de 2022

Nevada #1

O volume 1 de Nevada chegou hoje às bancas um pouco por todo o país, e chegará às livrarias durante os próximos dias. "A Estrela Solitária", o primeiro de uma nova série de BD que foi um grande sucesso em França, uma espécie de crossover western/pulp/policial, ambientado no Oeste americano dos anos 1920 e dos inícios de Hollywood. Os argumentistas são bem conhecidos do mercado francês, Fred Duval e Jean-Pierre Pécau, mas é sobretudo o desenhador que os fãs portugueses já devem conhecer, Colin Wilson (A Juventude de Blueberry).

Nevada Marquez oscila entre dois mundos: o das recordações das conquistas do Oeste, e um outro, mais impiedoso, de Hollywood e da indústria cinematográfica acabada de nascer. Encarregado das missões difíceis e dos negócios sujos dos Estúdios, Nevada parte para o México em busca de uma estrela do western desaparecida, durante uma escapadela bem regada pela outra margem do Rio Grande…

O primeiro volume de uma nova série de BD franco-belga que nos transporta para um mundo de aventuras pulp no Oeste americano, nos primórdios da indústria do cinema, nos anos anteriores aos da Grande Depressão.

Nevada é uma série que joga com duas atmosferas e dois géneros distintos: aventuras policiais ou com um toque de thriller, ao estilo dos pulps antigos, mas ambientadas num cenário distintamente western, que nos leva aos vastos espaços do Oeste americano. Depois de uma abertura em que vemos índios a cavalo numa paisagem clássica do western, o nosso olhar desliza subitamente para a imagem de uma pitoresca personagem montada numa motorizada, e ao longo das primeiras páginas do álbum viajamos directamente de uma vila mexicana empoeirada, até às mansões de luxo da Berverly Hills dos primeiros anos da fortuna de Hollywood. Um policial e thriller dos Anos Loucos disfarçado de western moderno! Uma série que se articula à volta de histórias auto-conclusivas, que podem ser lidas separadamente umas das outras, embora tenham pistas que passam de álbum para álbum.

Fred Duval é um dos mais prolíficos argumentistas da BD franco-belga contemporânea, com inúmeras séries editadas em várias editoras, entre as quais podemos destacar Carmen McCallum ou Travis, bem como dramas históricos como Hauteville House. Jean-Pierre Pécau já trabalhou noutras histórias com Fred Duval, nomeadamente em Jour J, e é o autor da série L’Histoire secrète, o seu best-seller. Os dois escritores uniram forças a Colin Wilson, um artista neo-zelandês que depois de iniciar a sua carreira no mercado britânico, para publicações como a 2000AD, se tornou conhecido como desenhador da série A Juventude de Blueberry. Wilson continua a trabalhar regularmente para o mercado francês, mas desenhou também recentemente histórias para os comics de Star Wars. Uma excepcional equipa criativa que assina uma das séries de maior sucesso dos últimos anos, aqui apoiada no trabalho de cores maravilhoso de Jean-Paul Fernandez.

Aventura, sim, e na grande tradição da banda desenhada de acção, mas aventura temperada com verdades históricas palpáveis, com uma atmosfera real, que dá vida à intriga em que os autores se divertem a misturar os géneros, e com o desenho excelente de Colin Wilson, como sempre.

Jacques Schraûwen  - ActuaBD

Nevada #1, Colin Wilson, Fred Duval e Jean-Pierre Pécau, A Seita, 56 pp., cor, capa dura, 16,85€

Caricaturas Portuguesas dos Anos de Salazar

O livro “Caricaturas Portuguesas dos Anos de Salazar”, do ilustrador e cartoonista João Abel Manta, lançado originalmente em 1978, regressa às livrarias este mês, editado pela Tinta-da-China, no âmbito das celebrações do 25 de Abril.

Publicado pela primeira vez no Natal de 1978 pelas Edições O Jornal, este foi o primeiro livro totalmente do seu autor, que era há anos um ilustrador e cartoonista de referência.

Livro testemunho da excelência a vários níveis de João Abel Manta”, esta obra representou, ao mesmo tempo, o regresso do desenhador desde o fim do Processo Revolucionário em Curso, mas também “uma afirmação artística, uma prova de resistência política e um testamento pessoal e geracional”, afirma a editora.

Acima de tudo, este livro foi um “acerto de contas definitivo com a memória de Salazar e do seu regime. Foi e continua a ser tudo isso — agora reeditado tal como existiu na sua ambiciosa primeira edição, porque é essencial que o trabalho de João Abel Manta continue vivo também nas livrarias”, acrescentou.

A edição da Tinta-da-China, que chegará às livrarias no dia 21 de abril, inclui um posfácio inédito de Pedro Piedade Marques, editor, designer gráfico e estudioso de Abel Manta.

Neste livro desfilam “dezenas de patéticas, sinistras, grotescas figuras que representam os Anos de Salazar, mas também séries de figuras míticas ou históricas que o Estado Novo envolveu no seu manto de propaganda (Camões, Santo António, Nossa Senhora de Fátima), momentos definidores do regime no seu início, como a Guerra Civil de Espanha, ou, em particular, uma sequência de três séries (Detenção, Interrogatório e Segredo) em que Manta, o antigo preso político, investiu as suas próprias memórias de Caxias em 1948”, lê-se no posfácio.

Tal como [Francisco] Goya e [George] Grosz, Manta revelou aqui uma rara capacidade de análise de um tempo e de uma geografia cultural e, sobretudo, de a transformar num objeto de pura expressão pessoal, investindo toda a sua mestria técnica”, acrescenta Pedro Piedade Marques.

João Abel Manta nasceu em Lisboa, em 1928, filho único de dois pintores (Abel Manta e Clementina Carneiro de Moura).

Estudou na Escola de Belas Artes de Lisboa, em 1945, onde comprometeu desde logo o seu desenho às suas convicções políticas de oposicionista à ditadura do Estado Novo e a Salazar: enfileirando no MUD Juvenil, oferece um desenho alusivo ao Natal de 1947, cuja reprodução e venda revertia para o apoio a membros do Movimento de Unidade Democrática (MUD) entretanto presos.

O activismo político valeu-lhe a prisão em fevereiro de 1948, com duas semanas passadas em Caxias, e uma ficha nos arquivos da PIDE, a polícia política da ditadura.

Formou-se brilhantemente como arquiteto nas Belas-Artes e teve uma importante atividade no domínio da arquitetura a partir do início da década de 1950, que abandonaria progressivamente em favor das artes plásticas, destacando-se como o maior cartoonista português e um dos melhores ilustradores portugueses das décadas de 1960 e 1970.

Nos anos anteriores e posteriores ao 25 de Abril de 1974, publicou regularmente, em jornais de grande tiragem (tais como Diário de Lisboa, Diário de Notícias, O Jornal ou Jornal de Letras, tendo sido o primeiro diretor de arte deste último).

in LUSA

Os Covidiotas - Segunda vaga

Quando 2020 chegou ao fim, todos pensámos que o pior da pandemia já tinha passado. Afinal, as vacinas tinham chegado, Trump perdera as eleições, o papel higiénico tinha sido reposto nas prateleiras dos supermercados e, em breve, todos poderíamos voltar à nossa vida normal.

Mas a história dá muitas voltas e o mundo (no qual se inclui este pequeno país à beira mar plantado) assistiu durante o ano de 2021 a mais uns quantos episódios hilariantes:  a invasão do Capitólio, a competição pelas vacinas, a proibição de venda de livros nos quiosques portugueses, os restaurantes em take-away… a que se juntaram outra dose de confinamento e umas quantas vagas sucessivas da dita pandemia.

Com o regresso destas situações pandémicas hilariantes, OS COVIDIOTAS voltam ao ataque.

Inicialmente publicadas na sua página de Facebook, as tiras de OS COVIDIOTAS, uma criação do autor Luís Louro, estão agora integralmente reunidas em dois álbuns, com edição da Ala dos Livros.

Os Covidiotas - Segunda vaga, Luís Louro, Ala dos Livros, 80 pp., p&b, capa mole, 11,90€ 

19 de abril de 2022

CoBrA #1 - Operação Goa

Os ventos da descolonização começam a soprar. Portugal está presente na India há mais de 450 anos, mas tem uma dificuldade crescente em defender o território situado a mais de 8 mil quilómetros de distância da Metrópole.

Por um lado, os recursos materiais e humanos são escassos; por outro o governo português, sob a orgulhosa administração salazarista, recusa adaptar-se aos novos tempos.

CoBrA – Operação Goa é uma obra de ficção que ressalva a ambição e redenção humanas. Enquadrada no contexto histórico da invasão de Goa, a narrativa centra-se na intervenção do CoBrA, a agência secreta liderada pelo controverso Jorge Jardim, para forçar a abertura de canais de comunicação entre os vários intervenientes desta história, na coação dos poderes políticos, incluindo os de Portugal, a abandonarem considerações imediatistas e oportunistas e, por fim, no engendrar do repatriamento dos prisioneiros portugueses detidos Goa.

Com argumento de Marco Calhorda e desenhos de Daniel Maia, trata-se de uma obra imperdível, editada pela Ala dos Livros.

SOBRE OS AUTORES:

Marco Calhorda (1975 - )

Natural de Moçambique, onde nasceu em 1975, Marco Calhorda começou a sua carreira a escrever para a “Bloomberg News” em Londres, mas, com o tempo, passou para a ficção. As suas histórias geralmente levam-no aos lugares da sua juventude, tal como Moçambique e outras ex-colónias portuguesas, tecendo narrativas sobre manipulação política e intriga de espionagem em torno de eventos históricos importantes. “Operação Goa” marca a sua estreia em BD, a primeira parte da trilogia CoBrA.

Daniel Maia (1978 - )

Nascido em Lisboa, em 1978, Daniel Maia é um autor de banda desenhada e ilustrador publicitário, com duas décadas de experiência. A sua actividade no sector estende-se a várias outras vertentes, como a formação. Foi distinguido com um Prémio da Crítica Especializada para Autor Revelação (1995), com o Troféu Central Comics para Melhor Desenho (2006), Melhor Publicação Independente (2010) e Melhor Obra Curta (2017), e na Busca Mundial de Talento da Marvel Comics (2009). Trabalhou no mercado internacional através da Platinum Studios, Dark Horse Comics, entre outras editoras.

CoBrA - Operação Goa, Daniel Maia e Marco Calhorda, Ala dos Livros, 72 pp., p&b, capa dura, 16,50€

Atena

Dando continuidade à colecção "A Sabedoria dos Deuses", a Gradiva lança o volume Atena, editado originalmente no mercado francófono no ano passado.
Deusa da sabedoria e da guerra, protetora das artes e das técnicas, Atena é a filha preferida de Zeus, mas também é uma das divindades mais poderosas do Panteão do Olimpo. Nunca se separa dos seus atributos: a lança, o elmo, o escudo e a coruja - uma ave cuja visão penetrante, que enxerga tanto nas trevas como para lá das aparências, simboliza a inteligência. Por vezes benfazeja, muitas vezes impiedosa, Atena auxilia o pai na luta contra o ressurgimento das forças destrutivas do caos original. É nesta qualidade que concede ajuda a numerosos heróis - Jasão, Teseu, Héracles, Ulisses… - e toma parte ativa na Guerra de Tróia. Aliada leal do rei dos deuses, Atena é também patrona de várias cidades gregas, a começar por Atenas, que lhe deve o nome.

Atena, Luc Ferry, Clotilde Bruneau, Carlos Rafael Duarte e Didier Poli, Gradiva Publicações, 64 pp., cor, capa dura, 16,50€

16 de abril de 2022

A Balada do Mar Salgado (reedição)

Numa reedição da Arte de Autor e com prefácio de Umberto Eco, aí está a primeira aventura de Corto Maltese, escrita e desenhada por Hugo Pratt.

Sou o Oceano Pacífico e sou o Maior. É assim que me chamam há já muito tempo, embora não seja verdade que eu seja sempre pacífico”.  É com esta frase que começa A Balada do Mar Salgado, a obra onde surge pela primeira vez Corto Maltese.

Estamos a 1 de Novembro de 1913, quando algures no Pacífico, entre o meridiano 155º e o paralelo 6º Sul, os primos Pandora e Cain Groovesnore são resgatados como únicos sobreviventes do naufrágio do navio “A Jovem de Amesterdão”.

O catamarã que os resgata, tripulado por nativos, é comandado por um estranho e rude homem branco, de longas barbas e olhar sombrio a quem chamam Rasputine. Este aceita manter os dois jovens a bordo pois, aparentando pertencer a famílias abastadas, acredita que  poderão valer-lhe um avultado resgate.

Mas no seu trajecto rumo a Kaiserine, o catamarã  fará outro estranho encontro com alguém à deriva. Trata-se de Corto Maltese, um velho conhecido de Rasputine e do Monge, amarrado a uma jangada e lançado ao mar por uma tripulação amotinada.

Corto é um marinheiro sem pátria, um aventureiro que não se fixa a um território nem defende outras ideologias a não ser as suas. O barco em que navegava encalhara há alguns anos na ilha do “monge”, e ele acabou por estabelecer uma ligação à enigmática figura encapuzada. Mas embora se movimente no seio de um grupo de piratas, Corto tem um código de conduta e de honra muito próprios, que por várias vezes o oporão a Rasputine.

Corto Maltese, considerado por alguns a criação maior do autor italiano Hugo Pratt, foi publicado pela primeira vez na revista Sgt. Kirk a 10 de Julho de 1967, tendo já comemorado o 50º aniversário.

A Balada do Mar Salgado, Hugo Pratt, Arte de Autor, 186 pp., p&b com prefácio a cores, capa dura, 26,95€

13 de abril de 2022

Corto Maltese: As Helvéticas

A Arte de Autor continua a reedição da obra de Hugo Pratt, nomeadamente a série Corto Maltese.

Neste volume, Corto acompanha o seu velho amigo Professor Steiner ao sul da Suíça para visitar o escritor Hermann Hesse, grande especialista em tradições esotéricas e alquimistas herdadas da Idade Média. Começa então a mais estranha de todas as aventuras de Corto Maltese.

 “A aventura em Corto é sempre a de uma palavra que se esforça por maravilhar, a imagem do livro em que ele entra a coberto da noite. 

Mergulhar nessa palavra é sair de si, abrir-se ao mundo e responder a um juramento que fez a si mesmo num tempo demasiado longínquo para que se possa lembrar dele. Tal é a aventura que diz respeito à imaginação poética: uma verdade sempre em devir, da qual o Graal é a promessa simbólica, ao mesmo tempo coração do mundo e coração do homem. Na tradição, o Graal toma, de resto, tanto a forma de um cálice como a de um livro.

Esse livro é aquele que tem nas mãos. Leia-o com cuidado: ele contém o coração de Pratt.

Do prefácio de Nicolas Tellop

Corto Maltese: As Helvéticas, Hugo Pratt, Arte de Autor, p&b com prefácio a cores, 72 pp., capa dura, 25,95€

10 de abril de 2022

9 de abril de 2022

BD digital portuguesa "O Sarilho" ganha leitores com 'crowdfunding'

A autora de BD Shizamura anda há seis anos a partilhar na Internet uma história portuguesa de ficção científica, que envolve romanos do futuro e extraterrestres, e que está agora a ganhar mais leitores com a ajuda de 'crowdfunding'.
A história chama-se “O Sarilho” e é o resultado de um trabalho totalmente independente, sem ligações a editoras, e cujo “principal objetivo é mesmo que seja lida de borla na Internet”, contou a autora à agência Lusa.
Em termos de história, é sobre romanos do futuro que moram no Peso da Régua e que vão numa missão até Arouca para recuperar os destroços de um satélite, e acabam por dar quatro tiros num ‘alien’ e começar uma guerra. É uma história sobre guerra, conflito e principalmente cooperação a longo prazo”, disse Shizamura.
A autora começou a publicar regularmente as páginas de “O Sarilho” na Internet em 2016, mas foi procurando financiamento em ‘crowdfunding’ para edição dos capítulos em papel, para apresentação em convenções de BD.
“Gosto da ideia de disponibilizar as coisas gratuitamente e depois quem estiver interessado [apoia]. Há pessoas que depois não vão conseguir apoiar financeiramente, mas não é por isso que os devo privar da história. Acho que se consegue atingir mais pessoas neste formato” digital, explicou.
O terceiro pedido de angariação de verbas por ‘crowdfunding’ foi lançado no final de Março, e a autora não esperava tanta adesão, porque já superou em mais de 200% o objetivo inicial de atingir os 1.000 euros.
Na Internet uma pessoa tem aquela gratificação instantânea, de colocar ‘online’ e ter logo uma reação. ‘O Sarilho’ demorou um bocado a crescer até hoje, não é um fenómeno, mas vai dando para alimentar o ego”, contou a autora.
Shizamura é o pseudónimo artístico de Alda Canito, uma investigadora em Engenharia Informática, de 32 anos, a viver na região do Porto, “que está a perder os cabelos com o doutoramento, e quando não faz isso faz BD”.
A autora recordou que as primeiras tentativas de fazer banda desenhada surgiram nos tempos de faculdade, mas foi só com “O Sarilho” que estruturou uma história. Segundo o planeamento traçado, terá trabalho para mais uma década.
O Sarilho” passa-se numa realidade em que as personagens vivem num país chamado Lusitânia, que consegue escapar à anexação da Imperial Medita Augusta, um império banhado pelas águas do Mediterrâneo.
Na história há três irmãos que têm de ir a território inimigo recolher os destroços de um antigo satélite e dão de caras com seres alienígenas, iniciando, inadvertidamente, uma guerra.
Sobre “O Sarilho”, Shizamura reconhece influências visuais da BD japonesa, mas tudo o resto resulta de uma amálgama de leituras desde a infância.
Eu gosto muito de histórias, gosto muito de ler um bocadinho de tudo, sempre fui muito agarrada aos livros, e chega a uma fase uma pessoa tem de contar uma história também. Por isso, acho que a banda desenhada é o casamento perfeito”, explicou.
Shizamura recorda-se de ter lido tudo de Astérix – “que era o que havia na biblioteca da escola” –, muita BD japonesa, muita ficção científica, muita literatura portuguesa, em particular José Saramago.
Por isso, argumenta que a história só podia ser portuguesa e ligada a Portugal. “É sarilho, porque é nisso que eles [as personagens] estão metidos”.
Por causa do doutoramento, Alda Canito reconhece que ainda não é tempo de fazer contactos com editoras de BD, e sabe que “O Sarilho” não é um projecto imediato: “Estou a fazer uma série comprida, cada volume depende do anterior, se fosse mais episódica as editoras estariam mais interessadas, mas eu não quero mudar”.
Lamenta não estar em contacto com mais autores e artistas portugueses de banda desenhada, mas em compensação, “na Internet, acaba-se por ficar em contacto com o mundo inteiro”.
Quem ajudou a financiar a edição em papel por ‘crowdfunding’ terá acesso antecipado ao final do sexto capítulo, cujas páginas serão reveladas ‘online’, em outubro próximo.

in LUSA

Casemate #156

Mais um número da revista francesa Casemate disponível nas bancas portuguesas. Eis o sumário do número de Abril: 

P.4-6 Rabaté remue la fange avec les Sans-dents
P.8-12 Ceausescu, dictateur chasseur finalement chassé
P.14-18 Festivals : prêts à payer vos dédicaces ?
P.20-21 Journorama, revue de presse de l’actu BD
P.22-23 L’Écho des Rézos, le meilleur de Facebook, Twitter, Instagram…
P.26-31 Christin et Arroyo raniment le Pigalle des années 50 (+4 planches)
P.32-37 Fritz Lang, cinéaste de génie dragué par les nazis (+4 planches)
P.38-43 Damien sillonne les mers, avec Janichon et Vincent (+4 planches)
P.44-49 L’étonnante épopée de L’Or des Belges en 1940 (+4 planches)
P.50-59 Joub, Lepage et neuf amis remontent le Maroni (+4 planches)
P.60-69 Une sélection de 32 BD à découvrir en avril
P.70-73 Agenda : les 309 sorties d’avril, les festivals et les expos
P.74-79 Cosaques, la liberté chérie au prix des pillages (+4 planches)
P.80-85 Partitions irlandaises, l’amour à l’heure du Brexit (+4 planches)
P.86-91 La Malinche, traîtresse ? Celle qui parle fait des langues un superpouvoir (+4 planches)
P.92-95 Enveloppes, Post-it… les pin-up de Vince s’affichent !
P.96-97 Oger en embuscade derrière Remington
P.98 Le courrier du mois à la loupe

Casemate #156, avril 2022, 100 pp., 9€


8 de abril de 2022

Café Cão - Ensaio de quadriculografia portuguesa


Pooch Cafe 
Humor
Paul Gilligan
(EUA) Copley News Service, 3 de Janeiro de 2000
Estreia em Portugal:
Álbum Gradiva, 2005

Café Cão segue as travessuras humorísticas de um cão paranóico e egoísta chamado Poncho. A tira segue a vida de Poncho e do seu mestre, Chazz, e a esposa amante de gatos de Chazz, Carmen (que tem uma ninhada de seis gatos), e as aventuras de Poncho com os seus companheiros cães: Boomer, Hudson, Droolia (uma Bullmastiff fêmea com problema de baba). ), Gus (um Terrier Escocês), Beaumont (ou "Bobo", o dono do café titular), Poo Poo (um Bichon Frise) e um peixinho zen chamado "Peixe". Outros personagens semi-recorrentes são Tito (o homem do lixo), Sheldon (um pombo com um chapéu de torta de porco) e Margo (o passeador de cães). A tira leva o nome do café onde Poncho e os seus amigos se reúnem para comparar notas (e reclamar) sobre a vida entre os humanos.

Quadriculografia portuguesa:
  • Os cães quando nascem já sabem nadar, iô (All Dogs Naturally Know How to Swim), 2003, Álbum Gradiva Publicações [2005]
  • Cão, Cão, Queijo, Queijo (No Collar, No Service), 2005, Álbum Gradiva Publicações [2006]
[actualizado em 06.04.2022]

7 de abril de 2022

Agnes - Ensaio de quadriculografia portuguesa


Humor
(EUA) Creators Syndicate, 8 de Março de 1999
Tony Cochram
Estreia em Portugal: Álbum Gradiva, 2005

Agnes narra as aventuras de uma menina em idade escolar na primária que vive em Ohio com a sua avó gentil, mas cansada (a quem Agnes se refere como "Granma"). Nunca foi revelado o que aconteceu com os pais de Agnes ou como ela ficou sob a custódia da avó. Agnes é pobre e não se considerar uma beleza clássica, mas é uma sonhadora e intrigante, cuja imaginação e ambições ilimitadas são constantemente abaladas pelos seus recursos limitados e posição social. Agnes é constantemente confrontada com as duras realidades da vida da classe trabalhadora pobre, mas ainda consegue encontrar o optimismo para continuar, muitas vezes com um pouco de sarcasmo e inteligência, usando um vocabulário surpreendentemente sofisticado. 

Quadriculografia portuguesa:

  • Sou demasiado nova para ser tão brasa (I'm for too young to look hot), 2003, Álbum Gradiva Publicações [2005]
  • Estraguei o plano divino (I have tempered with the divine plan);2005, Álbum Gradiva Publicações [2008]
[actualizado em 06.04.2022]

6 de abril de 2022

dBD #162

Já podemos encontrar na bancas portuguesas o número de Abril da revista francesa de informação bedéfila dBD. A capa é dedicada à nova série de Rodolphe e Griffo, Iruene.

Eis o sumário deste número:

GRIFFO / À LA UNE
Son Iruene, il l’avait en tête depuis des années, mais il n’arrivait pas à le retranscrire en bande dessinée. Avec le concours de Daniel Maghen, qui l’expose régulièrement, et de son complice Rodolphe, nous pouvons enfin lire ce qui a commencé comme un rêve prémonitoire.
JEAN-PAUL ROUVE/ CINÉMA         
Pour la sortie de l’adaptation au cinéma? de Zaï Zaï Zaï Zaï, l’acteur est revenu sur son interprétation.
ACTUALITÉS/ QUOI DE NEUF ? 
La sélection du mois
ARROYO & CHRISTIN / PARIS D'ANTAN
Il fut un temps où Paris n’était pas gangréné par des plots de bétons, des sens interdits idiots et des axes principaux fermés, et peuplé, non pas par des bobos mais par des apaches, des mafieux, des cabarets miteux et des petites pépettes. Oui, c’était mieux avant !
BD & POLITIQUE / ENQUÊTE
Le temps étant dédié aux élections, il était logique de pointer un florilège d’albums sur ce sujet. Et en bonus, Philippe Peter a rencontré les journalistes Fabrice Lhomme et Gérard Davet, pour l'album L'Obsession du pouvoir.
LABEL 619 / CHANGEMENT D'ADRESSE
Récit d’un label, qui quitte son éditeur original, et se rapproche d’un autre, Rue de Sèvres.
FLBLB / ANNIVERSAIRE
Les 20 ans de ce label indépendant se fêtent dans les pages de dBD.
PIERRE TRANCHAND / PORTRAIT
S’il a disparu des radars de la bd qualifiée de créative pour s’orienter vers le « gros nez », son œuvre est magistrale et son parcours atypique.
CRITIQUES / Chroniques & Journal des sorties 
 Par nos journalistes
LOUISE LABORIE / COUP DE CŒUR DU MOIS
Son Morgane Fox est un bonbon pétillant que nous vous invitons à déguster.
YUNBO / INTERVIEW JEUNESSE
Seizième printemps ! Quel beau titre, surtout quand il a été fêté il y a bien longtemps...
JEUNESSE / Chroniques
Par Philippe Peter

dBD #162, avril 2022, 100 pp., 9,80€

5 de abril de 2022

Don Vega - Uma novidade da Ala dos Livros


Em 1848, na época do domínio colonial espanhol e da corrida ao ouro, um mito ganha forma no território que mais tarde será a Califórnia: a população mexicana, brutalmente explorada pelo general Gomez e pelos seus comparsas – que retiram, a troco de poucos dólares, todas as terras que podem à população local de forma a maximizar os seus lucros com a corrida ao ouro que se avizinha – recorre ao mito de Zorro, o libertador dos oprimidos. Camponeses revoltosos vestem a máscara de um herói popular local e lutam contra os latifundiários gananciosos. E, um a um, os combatentes da liberdade são condenados e enforcados. Até que surge um jovem, a quem Gomez assassinara o pai e lhe retirara a herança, que fortuitamente começa a matar os homens de Gomez. O seu nome é Don Vega e, sob o nome de Zorro, tornar-se-á uma lenda.

Inúmeros filmes e livros fizeram de Zorro, um herói originalmente criado por Johnston McCulley e publicado pela primeira em 1919, o mais conhecido de todos os "Vingadores dos Pobres". Em Don Vega, que a Ala dos Livros agora apresenta, Pierre AlarySilas Corey», «Moby Dick») desenha um retrato do homem que se encontra por detrás da máscara e que se tornou sinónimo de esperança para uma nação inteira.

Don Vega, Pierre Alary, Ala dos Livros, 96 pp., cor, capa dura, 25€

Rugas - Um lançamento da Levoir

Rugas é um dos livros mais premiados de Paco Roca, recebeu por exemplo o Prémio Nacional del Cómic 2008, Prémio Gran Guinigi Festival Lucca 2008 (Itália) ou entre outros o Excellence Award 2012 Japan Media Art Festival. Nele são abordados temas como a velhice, o Ahlzeimer, a demência senil, a solidão ou o abandono. A partir de hoje está disponível esta obra magistral que vai deixar o leitor surpreendido, pelo modo sensível, mas não sentimentalista com que o autor aborda os temas.

Emilio, é um antigo executivo bancário de 72 anos que ao começar a sofrer os primeiros sinais de Ahlzeimer, confundindo a casa com o banco e os familiares com os clientes, é internado num lar de idosos. Ali conhece outros idosos, cada um com o seu passado e com uma história de vida que já não interessa a ninguém. Miguel um dos utentes fica encarregado de lhe mostrar a casa e a rotina do lar, é deste modo que vamos conhecendo mais personagens como Antónia, ou Modesto, que está num avançado estado da doença e que brevemente subirá para o segundo piso da residência para onde vão as pessoas na fase final da doença.

A memória, esse componente tão frágil do corpo humano. Tão igual em todos os seres humanos e ao mesmo tempo tão diferente em cada um é tratada neste livro de um modo comovente, não sem por vezes com algum toque de humor negro provocando sorrisos no leitor.

Ao desenhar um casal de idosos num anúncio publicitário, Paco Roca vê-se na obrigação de os eliminar a pedido da agência que tinha encomendado o trabalho, porque os considerava antiestéticos. Explicaram-lhe que ninguém quer ver “velhos”. É então que o autor se dá conta de uma tremenda verdade: se a publicidade, que é o reflexo da sociedade vira as costas à velhice é porque o resto da sociedade também o faz. Para se vingar faz uma novela gráfica repleta de anciãos. Assim nasce Rugas.

Jiro Taniguchi refere-se deste modo à obra de Paco Roca. “Fiquei surpreendido com Paco Roca pela valentia e a sua técnica para abordar temas difíceis como a demência senil e a vida nos lares. Rugas é uma grande obra que se manifesta no poder que a arte do comic tem

Rugas, Paco Roca, Levoir, 112 pp., cor, 21,90€

3 de abril de 2022

Relógio D´Água - Ensaio de quadriculografia

Estado
: Activa
Rua Sílvio Rebelo, 15
1000-282 Lisboa
https://relogiodagua.pt

A Relógio D'Água Editores é uma editora portuguesa de média dimensão, com sede em Lisboa. Foi fundada em 1983. A Relógio D'Água publica sobretudo literatura e ensaio. Publica 45 novos títulos por ano, 60 por cento dos quais traduções.

One-shots publicados em Portugal:

[actualizado em 29.04.2024]

1 de abril de 2022

As minhas leituras em Março de 2022

 


O Grande Gatsby - Nova novela gráfica

As novelas gráficas vieram para ficar. A Relógio d'Água acaba de lançar o célebre romance de F. Scott Fitzgerald. Publicado pela primeira vez em 10 de Abril de 1925, a história passa-se em Nova Iorque e na cidade de Long Island durante o verão de 1922, e é uma crítica ao "Sonho Americano". O romance relata o caos da Primeira Guerra Mundial. A sociedade americana vive um nível sem precedentes de prosperidade durante a década de 1920, assim como a sua economia. Ao mesmo tempo, a proibição de produção e consumo de bebidas alcoólicas, ordenada pelo 18° aditamento, fez grande número de milionários fora do circuito de venda de mercadorias e provocou um aumento do crime organizado. 

O Grande Gatsby talvez seja, como alguns afirmaram, o único romance perfeito. O livro mal delineado, com calão e que alcança grande sucesso é corretamente considerado o típico contributo americano para a arte do romance.

«Captar O Grande Gatsby num meio visual sempre foi difícil; em alguns aspetos, a própria linguagem é a personagem principal do romance, e as outras personagens são secundárias em relação à bela prosa de F. Scott Fitzgerald. Mas, sob a forma de romance gráfico, o texto tem um papel ativo na narrativa sem ser necessário que uma esmerada voz-off ou outros expedientes acompanhem a imagem. Por este motivo, há muito que esperávamos um romance gráfico de Gatsby; é emocionante poder apresentá-lo agora."

O Grande Gatsby — O Romance Gráfico, texto adaptado por Fred Fordham e desenho de Aya Morton, Relógio d'Água, 216 pp., capa flexível, 17,50€

Efemérides da BD no mês de Abril

 01 – Nascimento de Almo [1975]; Estreia de Joe Palooka [1930-1984]; Tarzan [1936], Batman [1939]; Barnaby [1942-1952], Fripounet et Marisette [1943], Astro Boy [1952], Batgirl [1961], Barbarella [1962], Daredevil [1964], Isabelle [1968], Mr. Magellan [1969-1985], Conan [1970], Julie Wood [1976], Albany e Sturgess [1977]; Les Bidochon [1977], Os Passageiros do Vento [1979-2010], Terna Violeta [1979], Diógenes Podengo [1981], Luís Má Sorte [1982-1997], Martin Mystére [1982], Aquablue [1982], Serge Morand [1983-1987], Aquablue [1988], O Lama Branco [1988], Tramp [1993], IR$ [1999] e Atalanta [2000]; 1º número de O Gafanhoto (1ª série) [1903], Álbum do Cavaleiro Andante [1954-1963], Selecções do Mundo de Aventuras [1961], Ciclone [1961-1972], O Incrível Hulk (APR) [1980-1981], O Mosquito (5ª série) [1984-1986] e Selecções BD (1ª série) [1988-1991]

02 – Estreia de Anita Diminuta [1941] e Humpá-Pá [1958-1962]
03 – Nascimento de Bud Fisher [1885-1954], Vítor Péon [1923-1991], Adolfo Usero [1941], Daniel Ceppi [1951], Tiziano Sclavi [1953] e Yves Chaland [1957-1990]; Estreia de Astro Boy [1952], Os 3 A [1962-1967] e Wladimir [1979-1983]
04 - Nascimento de Joe Orlando [1927-1998], Jacques Stoquart [1931-2018] e Dave Gibbons [1955]; Estreia de Betty [1920-1943] e Blue Exorcist [2009]
05 – Nascimento de Franco Caprioli [1912-1994], Enric Sió [1942-1998] e Akira Toriyama [1955]
06 – Nascimento de Wilson McCoy [1902-1961], Lino Landolfi [1925-1988], Gil Kane [1926-2000], Walli [1952-2021] e Batem [1960]; Estreia de Mickey Finn [1936-1976]
07 – Nascimento de Jacques Laudy [1907-1993], Roger Lécureux [1925-1999], Claire Bretécher [1940] e Jay Linch [1945-2017]; Estreia de Teddy Ted [1963-1975]
08 - 1º número de Condor (versão amarela) [1972-1985]
09 - Nascimento de Albert Weinberg [1922-2011] e Leone Frollo [1931-2018]
10 – Nascimento de Gérald Forton [1931-2021], René Follet [1931-2020], Loustal [1956] e Scott Hampton [1959]; Estreia de Foxtrot [1988]; Estreia de Radio Patrol [1933-1950]; 1º número de Spirou (2ª série) [1979]
11 – Nascimento de René Follet [1931], Bédu [1948] e Massimo Rotundo [1955]; Estreia de Johan e Pirlouit [1946] e Wakantanka [1981]
12 – Nascimento de Victor De La Fuente [1927-2010], Carlos Roque [1936-2006] e Zidrou [1962]; Estreia de Louk [1953-1960], Bobo [1961], El Cid [1971] e Ian Kaledine [1977]
13 - Nascimento de Jean-Marc Reiser [1941] e François Schuitten [1956]; Estreia de Bidouille et Violette [1978].
14 – Nascimento de Jean Trubert [1909-1983], Christian Mathelot [1923-2013], Jean Ollivier [1925-2005], Dave Gibbons [1949], Katshuiro Otomo [1954] e Daniel Clowes [1961]; Estreia de Wash Tubbs/Capitan Easy [1924-1988], Dan Dare [1950] e Clorofila [1954]; 1º número da revista inglesa Eagle [1950-1969]
15 – Nascimento de Wilhelm Bush [1832-1908], Alberto Breccia [1919-1993], Charles Jadoul [1930-1996], Laurence Harlé [1949-2005] e Dave Gibbons [1949]; Estreia de Mark Trail [1946] e Terna Violeta [1979]; 1º número do Jornal da BD [1980-1987]
16 – Nascimento de André Beautemps [1948-1978]; Estreia de Tiger Tim [1904], Rádio Patrulha [1934-1950], Cubitus [1968] e Dilbert [1989]
17 - Nascimento de Mac Raboy [1914-1967], Claire Bretécher [1940] e Jean-Pierre Gibrat [1954]
18 – Nascimento de Victor Mesquita [1939]; 1º número de O Papagaio [1935-1949]
19 – Estreia de Joe Palooka [1930]; Estreia de Broom Hilda [1970] 
20 – Nascimento de Artur Correia [1932-2017], Lee Holley [1932-2018], Jean-Yves Ferri [1959] e Stéphane Colman [1961]; Estreia de Barnaby [1942-1963], Luc Condor [1949-1954] e Mike Hammer [1953-1954]
21 – Estreia de Wash Tubbs [1924], Spirou [1938] e Tif e Tondu [1938]; 1º número da revista belga Spirou [1938]
22 - Estreia de Dan Flagg [1963-1969]
23 – Nascimento de Ferry [1944] e François Rivière [1949]; Estreia de O Castelo Medieval [1944-1945]; Inauguração da Bedeteca de Lisboa [1996]
24 – Nascimento de Allen Saunders [1899-1986], Georges Dargaud [1911-1990], George Wunder [1912-1987], Júlio Gil [1924-2004] e Francis [1937-1994]
25 – Nascimento de Don Freeman [1903-1972]Albert Uderzo [1927-2020] e Yves Swolfs [1955]
26 – Nascimento de Paul Norris [1914-2007], Victor Hubinon [1924-1979], George Tuska [1916-2009], Jean-Louis Floch [1951] e François Schuiten [1956]
27 – Nascimento de Renato Polese [1927-2014]; Estreia de Ric O'Shaw [1958-1981]
28 - Nascimento de Emílio Freixas [1899-1976] e Lee Falk [1911-1999]; Estreia de Cedric [1987]
29 – Nascimento de William Randolph Hearst [1863-1951], Al Voss [1946-2011], Marvano [1953] e Olivier Vatine [1959]; Estreia de The Kin-Der-Kids [1906], Hassan e Kadour [1948-1962] e Soda [1986]
30 – Nascimento de William Overgard [1926-1990], Martin Lodewijk [1939] e Xavier Fauche [1946]; Estreia de Chick Bill [1953]