“Sou o Oceano Pacífico e sou o Maior. É assim que me chamam há já muito tempo, embora não seja verdade que eu seja sempre pacífico”. É com esta frase que começa A Balada do Mar Salgado, a obra onde surge pela primeira vez Corto Maltese.
Estamos a 1 de Novembro de 1913, quando algures no Pacífico, entre o meridiano 155º e o paralelo 6º Sul, os primos Pandora e Cain Groovesnore são resgatados como únicos sobreviventes do naufrágio do navio “A Jovem de Amesterdão”.
O catamarã que os resgata, tripulado por nativos, é comandado por um estranho e rude homem branco, de longas barbas e olhar sombrio a quem chamam Rasputine. Este aceita manter os dois jovens a bordo pois, aparentando pertencer a famílias abastadas, acredita que poderão valer-lhe um avultado resgate.
Mas no seu trajecto rumo a Kaiserine, o catamarã fará outro estranho encontro com alguém à deriva. Trata-se de Corto Maltese, um velho conhecido de Rasputine e do Monge, amarrado a uma jangada e lançado ao mar por uma tripulação amotinada.
Corto é um marinheiro sem pátria, um aventureiro que não se fixa a um território nem defende outras ideologias a não ser as suas. O barco em que navegava encalhara há alguns anos na ilha do “monge”, e ele acabou por estabelecer uma ligação à enigmática figura encapuzada. Mas embora se movimente no seio de um grupo de piratas, Corto tem um código de conduta e de honra muito próprios, que por várias vezes o oporão a Rasputine.
Corto Maltese, considerado por alguns a criação maior do autor italiano Hugo Pratt, foi publicado pela primeira vez na revista Sgt. Kirk a 10 de Julho de 1967, tendo já comemorado o 50º aniversário.
A Balada do Mar Salgado, Hugo Pratt, Arte de Autor, 186 pp., p&b com prefácio a cores, capa dura, 26,95€
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