Ava Gardner é a imagem da mulher fatal e de ícone inacessível. A imprensa concentrou-se na sua vida privada, nos seus romances e num impressionante número de amantes. Criticada pelos seus três casamentos e divórcios, nunca ninguém censurou que os seus três ex-maridos tenham somado 20 casamentos ao longo da vida.
Ava é uma visão de uma vida manchada pela violência: a dos homens e do seu desejo de a possuírem que Ana Mirallès ilustra segundo o argumento de Emílio Ruiz. Uma mulher fatal, generosa, com grande sentido de humor e, ao mesmo tempo, uma vulnerabilidade que a tornava irresistível. Um retrato íntimo daquela a quem chamaram “a mais bela criatura do mundo”.
Nascido em 1960, natural de Santander, Espanha, Emilio Ruiz formou-se em Belas Artes pela Universidade Politécnica de Valência, tendo iniciado a sua actividade profissional em 1982, como fotógrafo. E é através da fotografia que descobre o processo de contar histórias, o qual terá um impacto significativo na sua vida. Gosta de contar histórias de forma poética e não hesitou em colocar o seu talento ao serviço do teatro e da dança: fez fotografias para montagens teatrais para o teatro La Moma, o Teatro Banda, Gracel Meneu, o Centro Dramático de a “Generalitat” de Valência e a Associação de Escritores de Valência e, como fotógrafo, é convidado, para dias de dança em Barcelona, Sitges, Tarragona ou no Conservatório de Valência. Especializou-se posteriormente na realização de slides audiovisuais aplicados a fundos cenográficos para teatro, dança e exposições. Realiza ainda diversos documentários e propostas de videoarte, enquanto como designer e documentarista trabalha na série de televisão Cuéntame como pasó (2001-2003). No que refere à banda desenhada, escreveu vários argumentos para o desenho de Ana Miralles: em 1990 publicou El brillo de una mirada e a trilogia A la recherche de la Licorne”, esta última uma adaptação do romance de Juan Eslava Galán (prémio Planeta 1987), que ganhou o prémio Diário de Avisos de melhor argumento em 1998. Depois de publicar De mano en mano em 2009, Ana Miralles e Emilio Ruiz repetem a colaboração com Muraqqa, os três volumes de Wáluk e Ava”, uma história baseada na vida da famosa actriz Ava Gardner.
Ana Mirallès é natural de Madrid, Espanha, nasceu em 1959. Estudou Belas Artes em Valencia e trabalhou inicialmente como ilustradora antes de se lançar profissionalmente na banda desenhada em 1982, ao publicar o seu primeiro conto na revista espanhola Rambla. Seguiram-se, a partir daí, publicações em revistas como Madriz, Cairo, Marca Acme, Blue Press, Marie-Claire España, Vogue España e Je Bouquine, entre as mais importantes.O seu primeiro álbum El brillo de una Mirada, que conta com argumento de Emilio Ruiz, foi inicialmente publicado a preto e branco em 1990 (Editions La General), sendo posteriormente publicado em França, a cores, sob o título Corps à corps. O seu reconhecimento internacional chegaria em 1991 com obras como Marrocos, mon amour ou Eva Medusa, que contam com argumento de Antonio Segura. Com a chegada do novo milénio, Mirallès cria com o argumentista Jean Dufaux a série Djinn (Dargaud), a qual encerram em 2016, após 13 volumes e 15 anos de trabalho conjunto. Para além de outros prémios e distinções recebidos ao longo da sua carreira, em Junho de 2009 Ana Mirallès tornou-se na primeira mulher a receber o Gran Premio del Salón del Cómic de Barcelona, a mais alta distinção outorgada por este certame.
Ava - 48 horas na vida de Ava Gardner, Ana Mirallès e Emilio Ruiz, Ala dos Livros, 112 pp., cor, capa dura, 27,50€
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