Trata-se de um dos grandes clássicos da literatura de viagens. Editado pela primeira vez em 1614, tornou-se logo num sucesso editorial notável, sendo ainda hoje um dos livros portugueses mais traduzidos no mundo. E o caso não é para menos: trata-se de um relato excepcional não apenas pelo seu inegável merecimento literário, mas também por constituir um documento histórico de incalculável valor para se conhecer a vida e os costumes dos povos orientais no século XVI, bem como os meandros da presença portuguesa na Ásia, descrita sem condescendência por Fernão Mendes Pinto.
A obra trata da chegada e da estadia de Fernão Mendes Pinto no Oriente, apresentando o relato das expedições dos descobridores e conquistadores portugueses. A imagem dos navegadores portugueses que perpassa nesta obra é sobretudo picaresca, assumindo-se como um anti-herói, capaz das piores façanhas para lograr os seus objetivos, geralmente pilhar e roubar as populações nativas para enriquecer e regressar à pátria no alto da penha.
Fernão Mendes Pinto (1510?-1583) nasceu em Montemor-o-Velho e faleceu em Almada. Pouco se sabe da vida real deste autor. Pensa-se que era um comerciante que negociava no Índico, entre o Japão, a Índia e a China. Regressou a Portugal por volta de 1557 e casou com D. Maria Correia Brito, instalando-se numa quinta do Pragal.
Clássicos da Literatura Portuguesa em BD #12: Peregrinação II, João Miguel Lameiras e Miguel Jorge, Levoir/RTP, 64 pp., cor, capa dura, 15,90€
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