Esta crónica, foi deixada incompleta por Fernão Lopes, sendo de sua autoria a primeira e a segunda parte, não se sabendo se terá legado manuscritos para a terceira parte, redigida pelo seu sucessor, Gomes Eanes de Zurara, conhecida como Crónica da Tomada de Ceuta.
A primeira parte da crónica descreve a insurreição de Lisboa na narração célere dos episódios quase simultâneos do assassinato do conde Andeiro, do alvoroço da multidão que acorre a defender o Mestre e da morte do bispo de Lisboa.
Ao longo dos capítulos, fundamenta-se a legitimidade da eleição do Mestre, consumada nas cortes de Coimbra, na sequência da argumentação do doutor João das Regras, enquanto desfecho inevitável imposto pela vontade da população.
Nesta primeira parte, o talento do cronista na animação de retratos individuais, como os de D. Leonor Teles ou D. João I, excede-se na composição de uma personagem colectiva, o povo, verdadeiro protagonista que influi sobre o devir dos acontecimentos históricos.
No dia 30 de Outubro, haverá uma sessão especial de lançamento da obra na Biblioteca da Universidade de Coimbra, com a presença dos autores.
Clássicos da BD Portuguesa #10 - Crónica de D. João I, Filipe Abranches e João Ramalho Santos, Levoir/RTP, 64 pp., cor, capa dura, 15,90€
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