Aí está o oitavo volume desta colecção com chancela da Levoir e distribuída pelo jornal Público.
Eis a sinopse deste volume que compila histórias originalmente publicadas na New Gods, Mister Miracle e Forever People:
Após inúmeras batalhas para lá do universo conhecido, o confronto cósmico entre os deuses de Nova Génesis e Apokolips chegou à Terra, onde o temível Darkseid busca a Equação Antivida. O poder do Quarto Mundo é então desencadeado em toda a sua fúria, e apenas heróis como Órion e o Povo Eterno poderão salvar o planeta. Jack Kirby, a quem chamavam “o Rei dos Comics”, foi o criador daquela que é talvez a mais portentosa saga de toda a história dos comics, um marco que se tornou num elemento fundamental do Universo DC.
A saga épica dos Novos Deuses de Jack Kirby, uma das maiores obras de banda desenhada de todos os tempos, começou em 1971, na DC Comics nas páginas de uma das mais improváveis revistas da altura, Superman’s Pal Jimmy Olsen #133, o primeiro título onde Kirby trabalhou no seu regresso à DC. Desiludido pelo pouco reconhecimento (crítico e material) do seu contributo para a criação do universo Marvel, quando comparado com a atenção dedicada a Stan Lee, Kirby decide trocar a Marvel pela DC no início da década de 70, regressando assim à casa para onde já tinha trabalhado com alguma regularidade durante as décadas de 40 e 50. Numa entrevista com Ray Wyman (The Art of Jack Kirby), Kirby comenta:
“Na verdade, na altura eu disse [aos editores da DC]: ‘Qual é a revista que está que está a vender menos? E a resposta foi: ‘a do Jimmy Olsen’. E eu disse: ‘Tudo bem, dêem-me o Jimmy Olsen. E eu fui construindo o título do Jimmy Olsen até que se ele tornou numa revista vendável.” – Kirby Collector #46, 2006.
Na DC, contando com total liberdade e autonomia, Jack Kirby começou a contar a história do Quarto Mundo, criando uma mitologia de ficção-cientifica que gira em torno de antigas divindades do espaço: Os Novos Deuses. Os Novos Deuses usam os seus poderes na luta sem fim entre o bem e o mal – tema central do Quarto Mundo – representados por Nova Génesis e Apokolips, dois mundos opostos, nascidos do conflito cósmico que levou à queda dos Velhos Deuses e ao aparecimento dos Novos. Para pôr um termo à guerra sem quartel que ameaçava destruir galáxias, Izaya, o Pai Celestial de Nova Génesis, e o impiedoso Darkseid de Apokolips, decidem trocar filhos como reféns, de modo a assegurar uma trégua. Assim, Órion, o filho de Darkseid vai ser criado em Nova Génesis, enquanto Scott Free, o filho de Izaya, é enviado para Apokolips. É este momento fulcral da história do Quarto Mundo que nos é contado em O Pacto, o episódio que abre este volume e que o próprio Kirby considerava como a sua melhor história de sempre.
Apesar de Kirby não ter conseguido contar a história completa que queria, da maneira como queria – a DC cancelou a série pouco depois, forçando Kirby a resumir o seu final – o impacto do Quarto Mundo no universo DC é incontornável. Basta ver esta colecção, onde Darkseid é a ameaça principal dos volumes dedicados à Liga da Justiça e à Legião dos Super-Heróis, para perceber o alcance e a dimensão do génio de Kirby, que se foram propagando ao longo das décadas. Os leitores portugueses têm assim a primeira possibilidade de ler parte desta vasta saga, numa selecção de histórias que nos dão uma de várias linhas narrativas que é possível seguir, e que serve de primeira abordagem a uma das maiores obras de banda desenhada de todos os tempos.
Super-Heróis DC Comics #8 - O Quarto Poder: Génesis e Apokolips, Jack Kirby, Levoir, 192 pp., 9,90 €
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