27 de novembro de 2021

Comissário Ricciardi: Primeiros Inquéritos

Já chegou às livrarias o volume "Comissário Ricciardi: Primeiros Inquéritos". O Comissário Ricciardi é mais uma das personagens da Bonelli que estreamos no nosso país, desta feita numa série que adapta à BD uma série de romances policiais de grande sucesso em Itália, escritos por Maurizio de Giovanni

O primeiro volume desta personagem (e nono da colecção Aleph) inclui uma entrevista a Maurizio de Giovanni, e recolhe três histórias separadas que se focam nas primeiras investigações do Comissário Ricciardi e sobre a sua juventude, sendo portanto um volume inicial para apresentar a personagem aos leitores portugueses, e desenhado por alguns dos melhores desenhadores da Bonelli.

Precisava entender as razões do infeliz legado da minha mãe… a capacidade indesejada de ver quem morre por morte violenta… de sentir na pele a sua dor.

O Comissário Ricciardi possui um dom que é, ao mesmo tempo, uma maldição: desde criança que consegue ver os últimos instantes de quem morreu de morte violenta. Chegado a Nápoles, o assassínio de uma pequena vendedora de flores vai mudar o seu destino para sempre.

Criado pelo escritor Maurizio de Giovanni em 2005, o Comissário Ricciardi é uma das personagens mais conhecidas da literatura policial italiana, tendo protagonizado doze romances, todos ambientados na cidade de Nápoles dos anos 1930, sendo esta cidade, aquela em que o escritor nasceu e sempre viveu, não apenas o cenário, mas uma personagem fulcral das suas histórias. Ao mesmo tempo, a ascensão do fascismo de Mussolini funciona como pano de fundo destes contos de ambiente noir. Constituído por três histórias separadas que focam todas uma parte da origem desta série na juventude do seu protagonista, este volume é a porta de entrada ideal para o mundo do Comissário Ricciardi, e inclui uma bela entrevista e contextualização da série pelo seu autor, Maurizio de Giovanni.


Para além do protagonista, o comissário Luigi Alfredo Ricciardi, encontramos neste mundo da Nápoles dos anos 1930 um notável elenco de personagens. Algumas podemos descobri-las já neste primeiro volume, como o Sargento Raffaele Maione, braço-direito do comissário; o Doutor Bruno Modo, médico-legista, cujas opções políticas e a frontalidade com que as exprime lhe causam inúmeros dissabores; o carreirista António Garzo, chefe de Ricciardi; e ainda algumas das mulheres da vida do Comissário, como a sua ama Rosa Vaglio, e a jovem vizinha Enrica Colombo, por quem Ricciardi nutre uma paixão platónica.

A Seita orgulha-se, assim, de apresentar pela primeira vez em Portugal a adaptação das aventuras do Comissário Ricciardi à banda desenhada, num ambicioso projecto da Sergio Bonelli Editore, que mereceu de Maurizio de Giovanni apenas uma condição: que os desenhadores fossem todos napolitanos. Um requisito que não foi difícil de cumprir, uma vez que Nápoles é a cidade da famosa Scuola Italiana di Comix e terra natal de nomes conceituados do fumetto italiano como Daniele Bigliardo, Alessandro Nespolino, Luigi Siniscalchi e Lucilla Stellato, a equipa que deu rosto a Ricciardi

Formado em arquitectura, Daniele Bigliardo nasceu em 1963. Com apenas dezassete anos, colabora com o grupo teatral Falso Movimento, criando cenários para produções teatrais e cinematográficas. Em 1980, funda a agência publicitária En Plein Air, onde vai trabalhar até 1997. Em 1994, funda a Scuola Italiana di Comix e a partir de 1996 começa a trabalhar em Dylan Dog para a Bonelli, série para a qual já desenhou umas 19 histórias, e é actualmente um dos desenhadores de Commissario Ricciardi

Conhecido também como Sinis, Luigi Siniscalchi nasceu em 1971, e iniciou a sua carreira na BD como assistente de Giuliano Piccininno em Alan Ford. A sua estreia, enquanto autor profissional ocorre em Masters of the Universe e em algumas histórias eróticas. Em 1993, começa a trabalhar para a Bonelli, em séries como Dylan Dog, Martin Mystère, Julia, Nick Raider, Magico Vento, Demian e Saguaro. Desenhador dotado, capaz de alternar géneros sem grandes problemas, Siniscalchi foi mudando o seu estilo até ao que exibe actualmente. Faz parte da chamada Scuola Salernitana, juntamente com Bruno Brindisi e Roberto de Angelis, mas, gradualmente, distanciou-se do realismo meticuloso para seguir um percurso que o levou a um estilo mais gráfico, veloz, feito de evidentes contrastes, que lhe permitem criar atmosferas fascinantes. 

Sociólogo, escritor e argumentista, Sergio Brancato nasceu em 1960. Para além de uma carreira nos domínios da Filosofia, Sociologia, Jornalismo, Comunicação, Brancato tem uma vasta experiência no estudo da relação entre a sociedade e o imaginário nas suas mais variadas formas de expressão, sejam elas cinema, literatura, BD ou mesmo linguagem digital. Escreveu diversos livros, e desde 2018 que é um dos argumentistas do Comissário Ricciardi.

Depois de um longo período de actividade amadora, Claudio Falco conheceu Mauro Boselli, a quem apresentou algumas histórias de Dampyr. Contratado pela Bonelli, este médico de formação vai estrear-se em 2008 com a aventura de Dampyr La Selva della Paura, e, desde então, divide a sua profissão de médico, que exerce num dos maiores hospitais italianos, com a actividade de argumentista de BD. No seu activo, tem mais de vinte argumentos de Dampyr e vários romances gráficos, até se tornar num dos autores do Comissário Ricciardi

Comissário Ricciardi: Primeiros Inquéritos, Daniele Bigliardo, Sergio Brancato e Claudio Falco, A Seita, 128 pp., p&b, capa dura, 13€







Sem comentários:

Enviar um comentário