Já está nas bancas desde quarta-feira passada o segundo volume de NOVOS X-MEN, a grande saga de Grant Morrison, uma das mais importantes histórias dos mutantes da Marvel de sempre. Este volume é primariamente ilustrado por Ethan Van Sciver e Igor Kordey, com alguns capítulos por Frank Quitely, John Paul Leon e Phil Jimenez.
Cada vez surgem mais mutantes em todo o mundo, nas cidades, nos desertos, nas selvas. E vão precisar de professores, de mentores, de pessoas que consigam ajudá-los a ultrapassar o seu medo e a sua cólera, e mostrar-lhes como usar os seus estranhos talentos de maneira responsável. Mas o maior mentor dos mutantes, o Professor X, está em coma, a morrer, preso no corpo arruinado da sua irmã gémea maléfica... Cassandra Nova possuiu o corpo de Xavier e fugiu em direcção às estrelas, depois da sua confrontação inicial com os X-Men. E agora, uma das mais poderosas mentes mutantes telepatas de sempre vai regressar à Terra - com o poder inteiro do império Shi’ar a apoiá-la!
Conseguirão os X-Men deter o seu assalto, quando nem um império interestelar o conseguiu?
O segundo volume de Novos X-Men resolve dois grandes arcos de história da saga de Grant Morrison, por um lado o conflito com Cassandra Nova, a irmã gémea do Professor Xavier, com um final surpreendente e que terá importantes consequências para o resto da história dos X-Men, e por outro, inicia uma nova sequência narrativa focada na Corporação X e nas suas actividades pelo mundo em prol dos mutantes, com a introdução de uma das personagens mais inovadoras (e populares) da série, o mutante renegado Fantomex. É, portanto, um volume chave da saga, mas queremos também chamar a atenção para um capítulo intermédio, que serve de transição entre os dois arcos de história, e que é talvez um dos mais belos capítulos soltos dos X-Men de sempre: a história Sobre Viver e Sobre Morrer (correspondente a New X-Men #127).
Desenhado por John Paul Leon (com arte-final de Bill Sienkiewicz), este interlúdio foca-se em Xorn, o novo mutante introduzido anteriormente, e é uma reflexão profunda sobre os mutantes e a ideia da “alteridade” no meio da vida normal, e uma reflexão “metatextual” sobre este género de super-heróis, na medida em que mergulha fundo e de maneira realística nas desvantagens dos poderes mutantes, sobretudo daqueles poderes sem grande utilidade prática: poderes meio inúteis, ou nojentos, ou simplesmente inexplicáveis... Como é que as pessoas lidam com a existência dessas “diferenças” incompreensíveis no meio da sua sociedade, como evitam “desumanizar” esses mutantes ainda mais? Morrison está aqui no auge da sua escrita, numa pequena história ao mesmo tempo poética e filosófica, que inova conceptualmente em muito do que é a ideia do mutante no universo Marvel. E mais, chamamos a atenção dos leitores para os diálogos entre Xorn e o Prof. Xavier, já que estão cheios de um potencial terrível quanto ao futuro da saga, como veremos mais tarde! Mas por enquanto, realçamos esta história deste volume, um momento de transição com um desenho excelente e distinto do resto, uma pausa de inteligência e imaginação ainda maiores do que aquelas a que Morrison nos habituou na sua escrita.
Novos X-Men #2 [reúne os títulos New X-Men #122 a #133], Grant Morrison, Ethan Van Sciver, Igor Kordey, Frank Quitely, John Paul Leon e Phil Jimenez, G. Floy, 304 pp., cor, capa dura, 30€
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