"Não sei se ria ou se chore.", "Aquilo é real?", "Há por ali muito pouco de ficcional, não há?" ou "Aquilo aconteceu mesmo?" foram algumas das reacções junto do autor aos episódios de banda desenhada do primeiro volume do Conversas com os Putos.
"Um colega dos meus tempos da escola secundária, por volta da década de 80 do
século passado, ao ler algumas destas tiras disse-me. "Nós na altura também éramos assim."
Pooooois... Sim e não. Ha diferenças.
Nós quando andávamos na escola não passávamos 24 horas por dia agarrados a um ecrã portátil.
OK, está bem, ainda nao existiam. Mas há mais diferenças.
Quando falhávamos alguma resposta por incapacidade de processamento ou por ignorância tínhamos vergonha. Hoje, por exemplo, não é raro depararmo-nos com miúdos do secundário que não sabem quanto é 18 a dividir por 3. E o problema não e não se lembrarem da. papagaiada da tabuada. É pior. Não sabem como lá chegar.
E a coisa não fica por aí. Nem tentam lá chegar, nem se preocupam e ainda se riem enquanto pegam no telefone esperto e fazem a conta (18 a dividir por 3, repito) na calculadora.
Nós, naquela altura, fazíamos de tudo para sair do ninho.
Hoje, muitos dos actuais adolescentes ainda nem sequer sairam do ovo. Mas ai, a culpa nao será exclusivamente deles..."
Conversas com os putos e com os pais deles, Álvaro, Insónia Edições, 80 pp., p&b, capa flexível, 11€
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