O Apocalipse, ou Livro das Revelações, é o último e o mais visionário livro do Novo Testamento. Atribuído ao evangelista São João, este capítulo fulcral da Bíblia é adaptado à banda desenhada de forma simultaneamente rigorosa e inovadora por dois mestres dos fumetti italianos, Alfredo Castelli e Corrado Roi, não só traduzindo em imagem o texto alegórico de São João, como analisando a importância deste texto bíblico ao longo dos tempos, através da influência que o Apocalipse teve sobre personalidades tão diversas como Isaac Newton, Aleister Crowley e Jorge Luís Borges.
Uma adaptação espectacular e visionária, que encontra na arte de Corrado Roi a sua representação mais eficaz e surpreendente, e que é o segundo volume da Colecção Nona Literatura, o selo d’A Seita consagrado à adaptação de grandes textos literários à banda desenhada.
Nascido em 1947, Alfredo Castelli é um prolífico escritor, investigador, argumentista e especialista em banda desenhada. A sua estreia no género dá-se aos 19 anos, com a criação de Scheletrino, uma tira humorística publicada como suplemento da revista Diabolik. No ano seguinte, escreve e edita aquele que foi o primeiro fanzine italiano sobre BD, Comics Club 104. À sua actividade como argumentista para diversas editoras e publicações, junta também a escrita de guiões para séries televisivas da RAI e para desenhos animados.
Para a revista Il Corriere dei Ragazzi cria inúmeras histórias e personagens, como Gli Aristocratici e Allan Quatermain, que irá servir de modelo para a criação de Martin Mystère, e em que já é bem evidente o gosto de Castelli por histórias muito bem documentadas que misturam o género fantástico, e as teorias da conspiração, com a aventura e a História. Para a Bonelli, Castelli escreve argumentos para Zagor, Ken Parker e Mister No, mas é a criação em 1982 de Martin Mystère, o detective do impossível, que o tornou num dos mais importantes argumentistas italianos em actividade.
Um dos mais populares, talentosos e activos desenhadores italianos de fumetti, Corrado Roi encontrou nas aventuras de Dylan Dog o palco de eleição para o seu estilo sombrio e estilizado. A sua estreia na Bonelli faz-se em meados da década de 80 nas séries Mister No e Martin Mystère, antes de se afirmar na série Dylan Dog, de que desenhou dezenas de histórias, incluindo a história em três partes Os Inquilinos Arcanos, e Trevas Profundas, duas das suas histórias do detective do pesadelo que tiveram direito a edição nacional. Para além da sua colaboração na série Dylan Dog, que inclui as capas da colecção Grande Ristampa, Roi ilustrou também um volume anual de Tex, e diversas histórias de Nathan Never, Julia, Mágico Vento e Dampyr, para além da mini-série UT, o seu projecto mais pessoal, escrito a meias com Paola Barbato, argumentista com quem já colaborou por diversas vezes na série Dylan Dog.
Apocalipse volta a reunir Roi com Castelli num volume que inclui também um prefácio inicial que dá pistas para a leitura e interpretação da obra bíblica, e um dossier final que analisa e documenta o Apocalipse do ponto de vista iconográfico, e das várias adaptações de todos os tipo de que foi alvo.
Desta obra foram produzidas duas capas alternativas, uma das quais exclusiva da Wook.
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