30 de novembro de 2022

Entradas na minha biblioteca de BD em Novembro de 2022

                  

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29 de novembro de 2022

Novidade A Seita: Uma Chama Imensa, de Ricardo Venâncio

Já está disponível um pouco por todo o lado "Uma Chama Imensa", de Ricardo Venâncio, já um dos autores consagrados da ComicHeart. Um livro para fãs do Benfica, mas esperemos também que para fãs de futebol em geral, e sobretudo fãs de banda desenhada portuguesa, qualquer que seja o seu clube. 

Aos 17 anos, Yuri é considerado um médio defensivo muito promissor, e não está longe de assinar o seu primeiro contrato profissional com o Benfica. Infelizmente, uma grave lesão afasta-o dos relvados durante vários meses. Enquanto isso, a sua mãe fica desempregada, a namorada deixa-o, e o clube contrata um novo jogador para o seu lugar... tudo parece perdido.

No entanto, uma pequena fagulha vai reacender a chama. Uma chama imensa.

Uma Chama Imensa” é uma história sobre futebol, mas não só. É uma história sobre sonhos, mas não só. É uma história sobre pais e filhos, sobre legados, mas não só. É sobre a vida. Mas não só.

O cruzamento entre futebol e banda desenhada tem aqui um dos seus maiores lançamentos, um livro para fãs do Benfica e para fãs de futebol no geral, mas sobretudo para fãs de boa banda desenhada de autores portugueses. Ricardo Venâncio é um dos nomes importantes da BD nacional, e conta já com um título no catálogo d’A Seita, Hanuram: A Fúria, num registo totalmente diferente, o da fantasia heróica. Uma Chama Imensa revela-nos um Ricardo Venâncio completamente à vontade na construção de uma história passada no ambiente do Portugal contemporâneo e do meio futebolístico, mas girando à volta de um conjunto de personagens imediatamente reconhecíveis para os leitores, e com uma linha narrativa focada na vida do dia-a-dia e nos acontecimentos da vida de um jovem jogador de futebol.

Originalmente desenvolvido para a editora franco-belga Dupuis, para a sua prestigiosa colecção Sport, dedicada aos grandes clubes europeus, como o Barcelona, o Arsenal e, naturalmente, o Benfica, este livro permitiu ao autor explorar um estilo de arte mais realista, mais distante de muita da sua produção anterior, assinando aqui um álbum notavelmente bem desenhado e planificado. 

E, para aqueles que não conseguem impedir-se de fazer já a pergunta (que todos esperavam), eis o que o Ricardo responde quando lhe perguntam se é fã do Benfica, o clube à roda do qual gira a história do livro: 

Eu sou adepto de dois clubes, Sporting e Belenenses, os dois por razões familiares. Dito isto, a minha “cor” foi completamente irrelevante no processo de criação do livro. Eu sou, antes de mais, um adepto de futebol, que consegue ser imparcial quando é preciso, e como profissional, o meu trabalho era criar uma história que reflectisse o espírito do clube. (...) O futebol sempre fez parte da minha vida. O meu avô jogou futebol amador no Alentejo, o meu pai e o meu irmão mais novo jogaram nas camadas jovens dos Belenenses. Eu podia também ter jogado na adolescência, mas, na altura, ligava a outras coisas e decidi ser artista, e talvez se tenha perdido aí um bom extremo-direito... Grande parte da inspiração para a história veio da experiência do meu irmão, ele sim benfiquista ferrenho, enquanto jogador jovem.

Nascido em Lisboa, Ricardo Venâncio é um ilustrador com uma extensa experiência em storyboard de animação e publicidade, ilustração editorial, BD, e design conceptual, com trabalho publicado nos mercados francês, belga, americano e italiano, bem como no mercado nacional. Em 2017, venceu o Galardão BD da Comic Con Portugal para “Melhor Arte” pelo seu livro, Hanuram, o Dourado: A Fúria (editado pela Comic Heart). Este seu Benfica - Une Flamme Immense (no seu título original), publicado pelas Editions Dupuis, foi a sua mais recente incursão no mercado europeu de banda desenhada, depois das suas experiências nos últimos anos em outros mercados.

Este livro é um produto oficial do SL Benfica, e inclui uma extensa entrevista com o autor ilustrada com inúmeros esboços e estudos preliminares, inéditos na versão original.

Uma Chama Imensa, Ricardo Venâncio, A Seita, 72 pp., cor, capa dura, 17€

27 de novembro de 2022

A Nova Hélade

A FA disponibiliza "A Nova Hélade" de Cadu Simões e Juliano Oliveira, cuja proposta é revisitar os mitos gregos, ambientando-os em um cenário futurista com influências ciberpunk. Deste modo, veremos personagens da literatura grega clássica, como Hércules, Teseu, Orfeu, Dédalo, entre tantos outros, com novas roupagens e visuais, mas respeitando o máximo possível os «ethos» originais.

Um mundo de deuses e titãs, de heróis e monstros, onde os mitos são verdadeiros e as lendas estão vivas. Um mundo no qual a magia e a tecnologia convivem lado a lado. 

Disponível em várias lojas e plataformas online em e-book e livro. A edição e-book de Pranchas da Praxe apresenta-se a cores e a edição livro em tons de cinza, tendo também ambas histórias em preto e branco.

A Nova Hélade, Cadu Simões e Juliano Oliveira, FA, 78 pp., p&b, capa flexível, 19,90€ (edição física) e 9,99€ (edição digital)

26 de novembro de 2022

Blake e Mortimer #29: Oito horas em Berlim

Primavera de 1963. Algures nos montes Urais, no coração do Império Soviético, uma missão arqueológica descobre sete caixões, no interior dos quais jazem cadáveres cuja pele do rosto foi arrancada. Na mesma altura, em Berlim, um homem é morto ao atravessar o Muro que divide a cidade ao meio. Antes de sucumbir, consegue pronunciar uma estranha palavra: Doppelgänger.

Em princípio, estes dois acontecimentos não estão relacionados. Mas a verdade é que existe uma ligação entre a macabra descoberta e o desertor abatido, e essa ligação dá pelo nome de Julius Kranz, um cirurgião da Alemanha de Leste especialista em manipulações eletrocirúrgicas no cérebro humano.

Mortimer e Blake vão ambos cruzar-se com este cientista maquiavélico e terão a desagradável surpresa de se depararem com um aventureiro sem escrúpulos, que se prepara para montar a maior mistificação da história da humanidade…

Neste 29º volume das Aventuras de Blake e Mortimer, Antoine Aubin coloca o seu traço eminentemente “jacobsiano” ao serviço de um argumento original de José-Louis Bocquet e Jean-Luc Fromental, que combina a grande aventura, as brumas da espionagem, os desvios da ciência e as motivações ocultas da História.

Blake e Mortimer #29: Oito horas em Berlim, Antoine Aubin, José-Louis Bocquet e Jean-Luc Fromental, ASA, 64 pp., cor, capa dura, 15,90€ [existe uma versão com capa diferente de venda exclusiva nas lojas FNAC]



25 de novembro de 2022

Thorgal: A Selkie

Atingida por uma tempestade em mar alto, uma expedição viking encontra um bebé numa embarcação misteriosa, a quem vão chamar Thorgal. Colocado constantemente à prova pelos Deuses, Thorgal torna-se num guerreiro temível que nunca abdicará de clarificar o mistério da sua existência, de lutar pela liberdade e pela justiça, e de tentar viver uma existência pacífica junto dos seus.

No segundo volume da nova fase das aventuras de um dos mais emblemáticos heróis da banda desenhada franco-belga, Thorgal é confrontado ao mesmo tempo com o rapto da sua filha, Loba, levada para uma ilha selvagem do arquipélago de Faroé, e com a maldição ancestral de Kopakanan, a Selkie, a criatura mítica que controla sob o seu maléfico domínio toda a população dessa ilha perdida, onde, entre o vento lancinante e agreste, e as ondas de um mar revolto, perpassa uma constante mensagem de morte....

O argumento de Yann é de novo uma bela homenagem à época que trouxe o sucesso à série, continuando a explorar a mitologia nórdica, enquanto o desenho de Fred Vignaux se impõe definitivamente, provando ser o herdeiro natural de Grzegorz Rosinski, co-criador da série, ao apresentar pranchas dinâmicas que captam a atenção do leitor, continuando a demonstrar que com esta nova dupla de autores a série está em muito boas mãos!

Yann é um dos mais prolíficos argumentistas de banda desenhada francês, com uma carreira que começou a dar nas vistas durante os anos 1980, com as muitas histórias que assinou para as revistas Spirou ou Circus, mas também devido à sua participação nalgumas séries emblemáticas, como Freddy Lombard ou Yoyo. É hoje reconhecido como um dos melhores criadores de BD franco-belga, tendo assinado títulos como Pin-Up ou Le Grand Duc, e participado em séries como XIII, e claro Thorgal, incluindo os seus spin-offs como Louve ou La Jeunesse de Thorgal. É reconhecido como um dos mestres nas “homenagens” ou continuações a séries clássicas, com álbuns de Spirou, do Marsupilami, ou de Lucky Luke, no seu palmarés, incluindo a criação da série Kid Lucky.

Fred Vignaux tornou-se conhecido ao desenhar um dos spin-offs de Thorgal com mais sucesso, Kriss de Valnor, na série Os Mundos de Thorgal, que lhe abriu as portas para se tornar no desenhador da série principal do herói. Esteve recentemente presente no festival Amadora BD 2022, onde autografou dezenas de livros e granjeou a simpatia de todos os fãs com quem falou.

A edição portuguesa d’A Seita inclui um caderno de extras de final inédito na versão normal francesa.

Thorgal: A Selkie, Fred Vignaux e Yann, A Seita, 56 pp., cor, capa dura, 16€ 

Moeda de 5 euros comemorativa dos 70 anos do Marsupilami

 




24 de novembro de 2022

Lançamento do segundo volume de Macho-Alfa

Problemas na gráfica fizeram com que não fosse lançado o segundo volume da série Macho-Alfa no festival Amadora BD. Mas já está marcada para o próximo dia 26, pelas 16 horas, na Livraria Kingpin  ((na Av. Almirante Reis, 82A em Lisboa) a apresentação da obra com a presença dos autores, Filipe Duarte Pina e Osvaldo Medina. Será oferecido um print exclusivo assinado aos primeiros que aparecerem na livraria a comprar o livro!


David é o super-herói Macho-Alfa, a única pessoa com superpoderes em todo o mundo, mas... é desempregado, não tem amigos, e foi renegado por uma sociedade que sempre se aproveitou dos seus poderes para travar as suas guerras e tratar dos seus problemas mais complicados. David caiu numa espiral de depressão... será que alguma vez será aceite pela sociedade? Haverá lugar no mundo para um super-herói reformado? E a terapia, será uma solução para os seus super-problemas? E... pior que tudo... os super-heróis têm MESMO de pagar segurança social??

O segundo volume de Macho-Alfa apresenta-nos novos protagonistas, mais eventos estranhos, novas situações bizarras... e o mesmo super-herói na m***a de sempre!

José Ruy [1930-2022]

Faleceu ontem José Ruy, grande expoente da banda desenhada portuguesa.

Técnico de artes gráficas, decorador, autor de Banda Desenhada, ilustrador e pintor, José Ruy Matias Pinto nasceu a 9 de maio de 1930, na Amadora.

O seu entusiasmo pela BD vem desde pequeno, quando contactou com a revista O Mosquito. Tornou-se seu leitor desde o primeiro número (em 1936) e dedicou-se então a desenhar a sua própria versão de O Mosquito.

O seu talento natural pelo desenho fez com que ingressasse na prestigiada Escola de Artes Decorativas António Arroio, em Lisboa, onde encontrou mestres e colegas que marcaram a sua carreira.

Por essa época conheceu José Garcês e Eduardo Teixeira Coelho (ETC), dois nomes cimeiros da BD portuguesa, com quem travou amizade e foram seus cúmplices em diferentes projetos.

De modo a aperfeiçoar o seu traço, durante longo tempo foi visita frequente do Jardim Zoológico de Lisboa, onde desenhou os mais variados animais em diferentes posições.

No final de 1944 começou a colaborar com a revista O Papagaio, com ilustrações, contos e banda desenhada.

Colaborou, juntamente com ETC e com Domingos Saraiva, no célebre Cortejo Histórico de Lisboa, em 1947, dirigido por Leitão de Barros, comemorativo da conquista de Lisboa aos mouros, em 1147, ao nível da decoração. O mesmo Leitão de Barros contou com a sua colaboração e a de ETC também em trabalhos de decoração de alguns dos filmes que realizou e para o malogrado projeto da nau São Vicente, que se afundou no Tejo.

Em 1947 foi admitido na revista O Mosquito, que se tornou num dos mais emblemáticos títulos de sempre da BD portuguesa, mantendo-se ligado a O Papagaio. Nesta I série de O Mosquito publicou apenas uma história de BD, "O Reino Proibido", em 1952, tendo trabalhado na preparação da coloração da revista, num complexo processo litográfico em que também trabalhou no efémero O Gafanhoto.

Participou com ETC na organização da Exposição de Literatura Infantil, realizada no Palácio da Independência em Lisboa, em 1952, onde se apresentou um núcleo de BD dos dois autores, muito antes de se tornarem habituais as mostras de quadradinhos.

Outro título célebre em que colaborou foi também o Cavaleiro Andante, dirigido por Adolfo Simões Müller, onde publicou, entre outras histórias, Peregrinação de Fernão Mendes Pinto (segundo o texto original), Ubirajara (com argumento de José de Alencar) e O Bobo (adaptação da obra de Alexandre Herculano), editadas em álbum em 1982 (as duas primeiras) e em 1989.

Com o aparecimento da II série de O Mosquito, em 1960, tornou-se diretor artístico da publicação, que incluía histórias e ilustrações da sua autoria. Em paralelo, desenvolveu atividades para outras editoras como maquetista (hoje chamar-se ia responsável gráfico ou até designer), como sucedeu com as Publicações Europa-América, a Livraria Bertrand ou a Editorial Íbis.

A série Lusitansos foi criada em 1972, com textos de João Paulo Madeira Rodrigues, publicada de início no vespertino A Capital e, mais tarde, editado em álbum, sob o título As Aventuras de 4 Lusitanos e uma Porca, em 1984.

Nas páginas da revista O Século Ilustrado colaborou como ilustrador com Artur Varatojo na secção ABC Criminal em 1971, com álbum editado em 1983.

Em 1979 apresentou A Vida Maravilhosa de Charles Chaplin nas páginas da revista Spirou (II série), editada em álbum em 1985. Ainda em 1979 recebeu o convite do Comité Internacional da Cruz Vermelha para realizar a História da instituição em BD. Embora o projeto mais vasto de edição em álbum nunca se tenha concluído, o autor realizou uma versão abreviada de 4 páginas, distribuída internacionalmente em várias línguas em 1985.

Adaptou Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões para a BD, inicialmente publicada no Jornal da BD em 1983, mantendo os poemas originais, numa monumental obra editada nesse ano em 3 volumes, sendo várias vezes reimpressa. No Jornal da BD publicou ainda diversas outras histórias entre 1983 e 1987. Na revista Tintin encontram-se várias curtas histórias suas, sobretudo de carácter publicitário.

Um dos seus trabalhos mais conhecidos é a série As Aventuras de Porto Bomvento, que narra as odisseias de um português na época da expansão marítima, cujo primeiro título, Homens sem Alma, foi editado pela Editorial Notícias em 1987 e os restantes sete foram editados pela ASA, entre 1988 e 1992, caso raro de longevidade na BD nacional.

Para a revista Seleções BD apresentou uma nova versão de O Bobo em 1988 (na I série) e três curtas histórias entre 1999 e 2001 (na II série).

Deste modo, José Ruy esteve particularmente associado a muitas das mais importantes revistas da BD nacional (somando-se ainda o Camarada, Pisca-Pisca e Mundo de Aventuras) e tem editados perto de quarenta álbuns, o que o torna num dos autores mais fecundos de sempre.

Importante também é o seu trabalho como ilustrador, tendo participado em vários livros e revistas, como Mundo Feminino, Almanaque Alentejano, Almanaque do Algarve, Seleções de Mecânica Popular e Diário de Notícias.

Desde os anos 90 do século XX tem produzido diversas histórias saídas diretamente em álbum sobre localidades de Portugal, como Amadora, Sintra, Porto e Caldas da Rainha, editadas pela ASA, pela Notícias ou pela Âncora.

Para além da vastíssima obra produzida, José Ruy é um incansável divulgador da BD, através de visitas (a escolas, bibliotecas e museus), de conferências, de artigos que escreve ou das exposições em que participa.

Foi galardoado com o Trofeu de Honra do Festival Internacional de BD da Amadora na sua primeira edição, em 1990, cidade que o distinguiu também com a Medalha de Ouro de Mérito e Dedicação.

O seu espólio de originais, esboços e pranchas de BD, foi por si doado ao Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem, na Amadora.

Biografia retirada da Infopédia

Ensaio de quadriculografia portuguesa aqui 

O Grão-Duque - Ensaio de quadriculografia portuguesa


Ficha técnica:

Le Gran Duc
Humorístico
(França) Álbum Pacquet, Outubro de 2008
Yann (argumento) e Romain Hugault (desenho)
Estreia em Portugal: Álbum ASA/Público, Novembro de 2022

Tudo se passa entre os anos de 1943 e 1945, num combate de morte entre o Terceiro Reich à beira do colapso e o Exército Vermelho que não olha a meios humanos e recursos bélicos para exterminar a “besta fascista”. Esse frente-a-frente tem rostos humanos, traduzindo-se num confronto entre dois veteranos dos ares (que, aliás, se desconhecem durante algum tempo) – Wulf, herói da Luftwaffe que não esconde o seu distanciamento face ao ideário nazi, e Lilya, uma mulher piloto soviética de enorme coragem e inquestionável beleza física.

Qudriculografia portuguesa:

  1. As feiticeiras da noite (Les sorcières de la nuit), 2008 [2022]
  2. Camarada Lilya (Camarade Lilya), 2009 [2022]
  3. Wulf & Lilya (Wulf & Lilya), 2010 [2022]
[actualizado em 23.11.2022]

23 de novembro de 2022

O Grão-Duque #3: Wulf & Lilya

A ASA e o jornal Público editam hoje o terceiro e último volume de O Grão-Duque. "Wulf & Lilya" fazem o epílogo desta mini-série que foi publicada originalmente em França pela Pacquet entre 2008 e 2010.

Primavera de 1945.

A operação “Bodenplatte” foi um fracasso total e, para a Luftwaffe, o fim da linha está a chegar. Sob a esmagadora pressão em todas as frentes, os aviões alemães não conseguem fazer frente a um inimigo implacável, determinado e, sobretudo, em manifesta superioridade numérica. Todos os aparelhos ainda em funcionamento passam a concentrar-se na linha de defesa do Reich, mas o arrogante Império vai ficando cada vez mais reduzido a cada dia que passa. Devastado pela morte da filha, Wulf acumula missão atrás de missão num paroxismo de frenesim assassino. Em rigor, já não tem nada a perder: cada uma das suas surtidas é uma tentativa inconsciente de suicídio, mas a verdade é que as vitórias pessoais sucedem-se... Prestes a atingir a meia centena de combates vitoriosos, é informado de que o Führer o espera em breve em Berlim para ser condecorado. Quanto a Lilya, a “feiticeira vermelha”, continua a combater sem piedade o inimigo nazi. Mas se, no combate aéreo, a sorte de cada um só ao diabo pertence… neste caso, Cupido decide intervir.

O Grão-Duque #3: Wulf & Lilya, Romain Hugault e Yann, Público/ASA, 46 pp., cor, capa dura, 10,90€

22 de novembro de 2022

Os Lusíadas – Edição Comemorativa dos 450 Anos da Primeira Publicação

Para comemorar os 90 anos da publicação em banda desenhada de Os Lusíadas, a Âncora Editora publicou uma nova edição, a oitava, com uma capa original. 

Trata-se de um trabalho de rara qualidade, em que o mestre José Ruy utiliza o texto autêntico de Luís de Camões para nos brindar com a excelência dos seus desenhos. Obra com boa apresentação gráfica. Cada capitulo é enriquecido com a reprodução de uma vinheta de cada um dos dez cantos d´Os Lusíadas. Livro recomendado pelo Plano Nacional de Leitura.

Os Lusíadas, José Ruy, Âncora Editora, 138 pp., cor, capa dura, 29€


Naruto #44

Aí está o 44º volume desta série de sucesso de manga que a Devir tem vindo a editar desde 2013. No presente tomo, "O conhecimento da arte Sennin", Sasuke, depois de conhecer a verdade sobre o seu irmão, decide seguir o seu próprio caminho. Ao mesmo tempo, o sapo eremita leva a Konoha uma mensagem que anuncia a morte de Jiraiya.

Como ficará Naruto depois de receber esta trágica notícia?

Naruto #44: O conhecimento da arte Sennin, Masashi Kishimoto, Devir, 192 pp., p&b, capa flexível, 9,99€

21 de novembro de 2022

Demon Slayer #9

A Devir edita mais um volume desta série de manga com o título "Operação: Bairro do entretenimento". 

Neste tomo, a nova missão de Tanjirou, Zenitsu e Inosuke é no distrito de prazer de Yoshiwara com Tengen Uzui, o Pilar do Som.

É aí que desapareceram as três kunoichis de Tengen, enviadas em reconhecimento para expulsar um demónio. Tanjirou e os seus companheiros disfarçam-se para entrar nas casas das cortesãs... mas o demónio parece não estar em lado nenhum.

Demon Slayer #9: Operação Bairro do entretenimento, Koyoharu Gotouge, Devir, 192 pp., p&b, capa flexível, 9,99€

"O Mundo de Sofia", o clássico de Jostein Gaarder, agora em novela gráfica

É uma das grandes novidades deste fim de ano: o clássico O Mundo de Sofia, de Jostein Gaarder, agora em novela gráfica, numa edição da Elsinore.

É o livro que ainda hoje faz os jovens de todo o mundo conhecer a História da Filosofia. Neste primeiro volume da adaptação para novela gráfica, por Nicoby e Vincent Zabus, e que contou com a colaboração do próprio Jostein Gaarder, não se perde de vista as grandes questões da actualidade, desde o clima à igualdade de género.

Certo dia, Sofia recebe uma carta com uma pergunta intrigante de um misterioso filósofo: «Quem és tu?» Segue-se outra: «De onde vem o mundo?»

De carta em carta, de pergunta em pergunta, Sofia inicia o seu «curso de filosofia». Feita a promessa de que preservará intacta a sua capacidade de se surpreender — qualidade primeira de qualquer filósofo, para quem o mundo e a vida são sempre uma coisa nova e espantosa —, Sofia lança-se à descoberta das principais figuras da história da filosofia ocidental, dos pré-socráticos aos pós-modernos, e sobretudo ao conhecimento de si própria, ao aprender a formular verdadeiras perguntas filosóficas.

Carregado de humor e clareza, e sem nunca perder de vista as grandes questões do nosso século, o primeiro volume da adaptação para novela gráfica de O Mundo de Sofia, que abarca o nascimento da filosofia e percorre a sua história até ao século XVII, destina-se a todos os leitores curiosos que pretendam conhecer ou revisitar as raízes, a evolução e as principais correntes do pensamento filosófico ocidental.

Jostein Gaarder nasceu em 1952, em Oslo. Foi professor de Filosofia e História das Ideias em Bergen, Noruega, mas acabou por se dedicar à sua carreira literária. Graças ao seu romance sobre a História da Filosofia, O Mundo de Sofia, traduzido em mais de 60 línguas, cimentou a sua reputação junto da crítica e do grande público.

Vincent Zabus vive em Namur. Primeiro professor de Literatura e Filosofia na Bélgica, depois dramaturgo e autor de banda desenhada, em O Mundo de Sofia combina duas das suas grandes paixões: contar histórias e a filosofia.

Nicoby vive em Rennes. Publicou inúmeras bandas desenhadas, em vários géneros, estilos e formatos, desde a autobiografia à aventura, passando pela crónica social e o humor, em álbuns e na imprensa, para a Revue Dessiné ou Spirou.

O Mundo de Sofia #1, Vincent Zabus e Nicoby, Elsinore, 264 pp., cor, capa flexível, 32,95€ 

Romance Dawn – A Alvorada da Aventura

One Piece começou a ser editado na Weekly Shonen Jump em 1997, tem mais de 516 milhões de cópias em circulação e é considerado o mangá mais vendido da história. 

Na sua infância, o maior desejo de Luffy é tornar-se pirata, como Shanks “O Ruivo”.

Quando acidentalmente come a fruta Gomu-Gomu, ganha o poder de esticar como borracha, mas nunca mais consegue nadar.

Mesmo assim, sem nunca desistir do seu sonho, Luffy embarca numa aventura em busca do lendário tesouro “One Piece”, procurado por piratas de todo o mundo.

O autor Eiichiro Oda refere que a sua fascinação por piratas teve início com o visionamento da série de televisão Vickie, o Viking, quando era jovem.

Mas One Piece ganhou projecção e a devoção de milhões de leitores devido às histórias mirabolantes e aventuras fantásticas em que os seus personagens se veem envolvidos, desde o mais leal e honesto Luffy, até às mais improváveis figuras que povoam os milhares de páginas desta colecção que é diversão garantida.

Eiichiro Oda trabalhou com outros mangakás como é o caso de Nobuhiro Watsuki (autor de Kenshin, o Samurai Errante) e Masashi Kishimoto (autor de Naruto).

No lançamento do capítulo 1000 de One Piece, diversos artistas de mangá congratularam o autor pelo sucesso da série e pelo marco atingido, resultado de muitos anos de trabalho.

Prémios recebidos:

1993: Hop Step, por Ikki Yakō;
2005: Prémio Sonderman para One Piece, na categoria de Mangá Internacional;
2008: Prémio Sonderman para One Piece, na categoria de Mangá Internacional, pelo volume 44;
2009: Prémio Sonderman para One Piece,na categoria de Mangá Internacional, pelo volume 48;
2012: Grande Prémio da Japan Cartoonists Association para One Piece;
2014: Guiness World Record por “maior número de cópias publicadas de uma série de mangá pelo mesmo autor”, com 320.866.000 cópias impressas mundialmente;
2022: Prémio Special Lifetime Achievement, na Comicon de Nápoles;
2022: Guiness World Record por “maior número de cópias publicadas de uma série de mangá pelo mesmo autor”, com 516.566.000 cópias impressas mundialmente.

20 de novembro de 2022

WOW! Chegou a primeira novela gráfica do BANDO DAS CAVERNAS!

Uma das colecções favoritas das crianças portuguesas, com perto de 1 milhão de exemplares vendidos, estreia-se no apelativo formato de novela gráfica. Com o humor e a imaginação habituais do autor, Nuno Caravela, o texto e as ilustrações jogam com o universo da banda desenhada, desafiando as crianças com uma nova linguagem, e piscando o olho a todos os leitores, brincando com os códigos próprios do género.

A aproximação à BD vai deliciar os fãs da colecção, e até os pais vão gostar desta incursão do Bando das Cavernas num mundo povoado por onomatopeias, expressões exageradas e muitas surpresas divertidas.

Num recanto escondido da floresta, o Bando das Cavernas descobre a porta de entrada para um novo e extraordinário mundo: os livros aos quadradinhos. Neste mundo tudo é diferente menos, claro, as loucuras do costume, que por aqui parecem ser ainda maiores (se é que isso é possível).

Nuno Caravela nasceu a 1 de Agosto de 1968. É um conhecido autor e ilustrador com vários livros publicados, dos quais se destaca a colecção O Bando das Cavernas.

«Com esta coleção pretendo, acima de tudo, divertir e estimular a imaginação dos mais novos, transportá-los ao longo das páginas para um mundo de descobertas, onde tudo é possível. Onde todos os personagens — cada um com as suas diferenças, limitações, defeitos e virtudes — se tornam amigos nos quais se pode confiar e que acompanhamos em qualquer aventura.» — Nuno Caravela

O Bando das Cavernas Novela Gráfica 1: A Incrível Tribo B.D., Nuno Caravela, Booksmile, 96 pp., cor, 10,95€ 

18 de novembro de 2022

Ascensão e Queda de Stan Lee

A editora Kathartika lançou há poucos dias a biografia definitiva do ícone da Marvel Comics, Stan Lee, um artista e empresário que remodelou a cultura popular global — à custa de um elevado preço pessoal.

Stan Lee é um dos artistas mais amados e influentes do século XX. Trabalhou como editor executivo da Marvel durante três décadas e, nesse período, lançou inúmeros objectos de propriedade intelectual reconhecidos internacionalmente: o Homem-Aranha, os Vingadores, os X-Men, o Pantera Negra, o Incrível Hulk, o Homem de Ferro, Thor… Além disso, as suas extraordinárias capacidades de marketing salvaram a indústria da banda desenhada e dos super-heróis. Sem ele, a indústria global do entretenimento seria hoje completamente diferente — e bastante mais pobre.

Mas a carreira incomparável de Stan Lee também se viu repleta de grandes fracassos, controvérsias e disputas — como, por exemplo, sobre quem foi o verdadeiro criador das personagens da Marvel.

Abraham Riesman realizou mais de 150 novas entrevistas e acedeu a milhares de páginas de documentos privados contendo informações nunca antes reveladas sobre a vida e a obra de Lee. Analisando os triunfos marcantes e os passos em falso de uma vida memorável, Ascensão e Queda de Stan Lee procura mostrar-nos quem era realmente este homem cujo rosto é hoje tão reconhecido como o de qualquer superestrela.

Ascensão e Queda de Stan Lee, Abraham Riesman, Kathartika, 400 pp., capa flexível, 19,99€

Bestiário da Isa

O regresso de Joana Afonso, uma das mais aclamadas autoras de BD nacionais, desenhadora de O Baile (com argumento de Nuno Duarte), Living Will (com André Oliveira), autora de Zahna e muitos outros títulos, que assina aqui um álbum de BD divertido e ritmado por uma sequência estonteante de páginas dinâmicas e cheias de surpresas. O Bestiário da Isa é quase que um espelho perfeito onde se reflectem os interesses e os entusiasmos da autora, o seu gosto de desenhar criaturas fantásticas e de nos servir uma banda desenhada que apela a leitores de todos os segmentos e de todas as idades. O primeiro capítulo do Bestiário da Isa (dos três que a autora tinha concebido) foi inicialmente auto-publicado por Joana Afonso em 2020, e venceu o Prémio Amadora BD para Melhor Edição Independente em 2021.

Nem sempre é fácil fazer o que se gosta, que o diga a Isa, trabalhadora precária numa firma de controlo de pragas e... monstros, que sonha ser investigadora dos animais bizarros e míticos que povoam o mundo fantástico em que vive. Um dia, recebe Miguel, o seu sobrinho, e irá partilhar com ele uma aventura cheia de acção, terror e sobressaltos, onde só a paixão por estas criaturas os poderá ajudar. Será que no fim deste dia o sonho de Isa estará mais próximo de ser realizado?

Joana Afonso nasceu em 1989 e é actualmente uma das mais aclamadas autoras de BD portuguesa. Desde muito cedo começou a desenhar e a ler BD, tendo seguido estudos de arte, licenciando-se em Pintura, e mais tarde doutorando-se em Desenho pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, onde lecciona. Depois de participar em inúmeros fanzines com curtas de BD, desenha o seu primeiro trabalho maior, o álbum O Baile, com argumento de Nuno Duarte, que venceu o prémio de Melhor Álbum no Amadora BD em 2013. Em 2014, editou o seu primeiro álbum a solo, Deixa-me Entrar, assinou ainda a série Living Will (números 1 a 3, 5 e 7), com argumento de André Oliveira, e lançou em 2018 o álbum Zahna. Fez durante muitos anos parte do colectivo de artistas The Lisbon Studio, tendo participado em alguns dos livros do TLS Series editados pel’A Seita.

Este livro é um dos oito títulos incluídos no projeto «Garantir BD», apresentado pela cooperativa editorial A Seita e co-financiado pelo programa Garantir Cultura, que permitiu terminar o álbum e consolidar os três capítulos planados pela autora num só álbum.

Bestiário da Isa, Joana Afonso, A Seita, 72 pp., cor, capa dura, 16,50€

17 de novembro de 2022

Exposição Rafael Bordalo Pinheiro


 

O Grão-Duque #2: Camarada Lylia

Aí temos o segundo volume desta mini-série de guerra e aviação que a ASA e o jornal Público nos brindou no final de ano.

Outono de 1944.

O exército soviético lançou uma vasta contra-ofensiva que tem como consequência o completo desmoronamento da frente alemã. Noa ares, completamente destroçada, a Luftwaffe tenta desesperadamente resistir às inúmeras revoadas de caças soviéticos, mas é incapaz de conter o inexorável avanço do Exército Vermelho. Na sua maior parte, os soldados alemães estão mortos e as patrulhas aéreas soviéticas só encontram pela frente pilotos pouco combativos e inexperientes. Para a camarada Lilya é a hora do triunfo; ao passo que, no campo do adversário, cuja moral nunca esteve tão baixa, a sobrevivência do tenente Wulf passa a depender apenas da sua coragem, do seu virtuosismo, do seu instinto e talvez até do talismã que lhe foi oferecido pela filha, a pequena Romy. A missão seguinte leva-o até à bolsa de Graudenz, cercada pelos soviéticos, onde mais uma vez a experiência e talento do oficial alemão lhe valem uma vantagem inicial. Mas tudo pode mudar em ambos os lados do conflito e a intrépida “Feiticeira da Noite” vai ser a primeira a sofrer isso mesmo…

O Grão-Duque #2: Camarada Lylia, Romain Hugault e Yann, ASA/Público, 46 pp., cor, capa dura, 10,90€

16 de novembro de 2022

Kyo Kara Zombie - Volume 1 (de 2)

Puuka é modelo para uma empresa de bikinis sem grande sucesso. Numa viagem com o seu agente, para umas filmagens na natureza, o seu carro atropela um zombie... e, quando tenta fugir, Puuka é mordida, e transforma-se ela também em zombie. E que género de carreira pode uma modelo ter quando se tornou morta-viva? E onde é que ela vai viver? E o que vai... comer?

Pois, Puuka vai ter de começar uma vida nova. De aqui em diante, será uma zombie!

Ajudada pelo rapaz-zombie que a mordeu sem querer, Puuka vai tentar aprender a viver esta nova vida numa cidade abandonada e totalmente habitada por outros zombies. Ela irá encontrar pessoas de todas as idades e feitios, que tentam preencher o tempo da vida de um morto-vivo da forma mais divertida possível. Se calhar, Puuka vai descobrir que vive melhor morta do que viva.

Com este livro, A Seita edita o seu segundo título do seu selo editorial, Ikigai, no qual vamos tentar explorar obras de mangá de diferentes autores e editoras, procurando trazer trabalhos de sensibilidade artística diversificada e de espírito de entretenimento único, e com os quais esperamos apelar e agradar todas as idades.

O segundo volume está previsto para Dezembro de 2022.

Ishikawa Yugo é um escritor mangaka nascido em 1960 em Osaka, e as suas obras mais conhecidas são Yoiko, Fighting Beauty Wulong, Wonderland (baseado no romance Alice no País das Maravilhas) e Sprite. Araki Tsukasa é uma desenhadora mangaka e trabalhou como assistente de Hajime Isayama em Attack on Titan. É conhecida por ser a artista de Around Forty Ryman no Cinderella Tensei, So What's Wrong with Getting Reborn as a Goblin? e Dainihon Samurai Girl: Shintou. Também trabalhou como a desenhadora do Otaku Circle em Hime Satsujin Jiken.

Kyo Kara Zombie - Volume 1 (de 2), Araki Tsukasa e Ishikawa Yugo, A Seita, 160 pp, capa flexível, 9,99€

15 de novembro de 2022

A Adopção

A Ala dos Livros reúne o primeiro ciclo da série "L'adoption" num só volume, reunindo "Qinaya" e "La Garúa", editados pela Bamboo, respectivamente, 2016 e 2017. Entretanto, em 2021 saiu o terceiro tomo, iniciando o segundo ciclo, com o título "Wadji", contando a adopção de um jovem do Iémen. 

Com a adopção de Qinaya, uma órfã peruana de 4 anos, por parte de uma família francesa, a vida de todos os envolvidos sofre uma reviravolta. Mas, para Gabriel, a adopção torna-se ainda mais complicada: ele, que nunca tivera tempo para ser pai, terá de aprender a ser avô.

Dos primeiros contactos frios e distantes aos momentos partilhados, Gabriel e Qinaya irão, pouco a pouco, criar laços que o velho casmurro estava longe de imaginar. Até que…

Depois de o segundo tomo de “A Adopção” ter obtido, em 2017 e 2018 respectivamente os Prémio Saint-Michel para o Melhor álbum Francófono e o Prémio da BD Fnac da Bélgica, esta obra tornou-se uma referência incontornável da BD europeia dos últimos anos.

A edição portuguesa apresenta uma nova capa e contem ainda um caderno suplementar de pesquisas gráficas das personagens destes álbuns.

A adopção: Qinaya & A Garua, Arno Monin e Zidrou, Ala dos Livros, 144 pp., cor, capa dura, 29,90€

14 de novembro de 2022

Tintin et les autos européennes

Mais um livro para a minha colecção tintinófila. Editado em França no presente mês, este livro, além de aprendermos um pouco sobre o trabalho de Hergé, faz-nos descobrir a história apaixonante do automóvel.

Os modelos que vemos nas aventuras de Tintin provêm de França, Itália, Inglaterra, Alemanha ou dos Estados Unidos... Os 37 automóveis escolhidos para esta obra falam de uma época, de um espírito, de uma arte de viver. 

Cada página dupla apresenta o modelo no seu contexto narrativo, acompanhado por um documento raro dos arquivos de Hergé, bem como o modelo reduzido que as edições Hachette/Moulinsart tem vindo a lançar e que em Portugal teve uma pequena edição de 30 unidades com a chancela da distribuidora Planeta Agostini.

Tintin et les autos européennes, Éditions Moulinsart, 96 pp., cor, capa dura, 19,99€

13 de novembro de 2022

Crueler Than Dead - Volume 1

Crueler than Dead (クルエラー ザン デッド, Kuruerā zan Deddo?) é um manga de Tsukasa Saimura e Kozo Takahashi prepublicado na revista japonesa Monthly Comic Ryū. A Gradiva publicará esta série em dois volumes.

Ninguém sabe onde começou... Mas, há um ano, quando o mundo finalmente se apercebeu do que se passava, já estava tudo arruinado. Quando Maki Akagi acorda num laboratório cheio de cadáveres, fica a saber por um soldado moribundo que foi sujeita a uma última experiência para curar os seres humanos de um vírus que os transforma em zombies.

Acompanhada por um rapaz que escapou miraculosamente, deve tentar chegar ao centro de uma Tóquio devastada e cheia de monstros sanguinários. O estádio Tokyo Dome contém os últimos seres humanos que ainda restam, cuja sobrevivência depende apenas de algumas gotas de vacina milagrosa.

Crueler Than Dead - Volume 1, Tsukasa Saimura e Kozo Takahashi, Gradiva, 208 pp., p&b, capa flexível, 12,50€

11 de novembro de 2022

Número especial da dBD dedicado a Hugo Pratt

Já podemos encontrar nas bancas portuguesas o número especial da revista francesa dBD totalmente dedicado ao artista italiano Hugo Pratt.

Podemos encontrar neste número vários desenhos inéditos de Pratt, ensaios sobre a obra do autor, estudos sobre as técnicas do artista, além de retratos biográficos. Um número para guardar!

dBD #24: Hugo Pratt toujours un peu plus loin, octobre 2022, 100 pp., 12,90€

10 de novembro de 2022

Alix Senator #7: O poder e a eternidade

A bom ritmo, a Gradiva vai editando o spin-off de Alix de Jacques Martin, Alix Senator. Com 13 tomos já editados no mercado francófono, eis o sétimo em edição portuguesa ("La Puissance et l'Éternité", 2018)

Este volume conclui o segundo ciclo da série em apoteose!  Murados no túmulo de Augusto, Alix e Kephren aguardam a morte. O filho de Enak terá perdido tudo em sua busca pela Cibele de Orichalcum. Sem saber de seu destino, o imperador ordenou que sua irmã, Lídia, destruísse o terrível ídolo escondido na Itália. Ninguém deveria ser capaz de agarrá-lo novamente. Mas quem poderia resistir à promessa de ganhar poder e eternidade?

Alix Senator #7: O poder e a eternidade, Valérie Mangin e Thierry Démarez, Gradiva, 56 pp., cor, capa dura, 18€

O Castelo dos Animais #3 - A Noite dos Justos

Editado no presente mês no mercado francês, a Arte de Autor acompanha "La nuit des justes" com a edição portuguesa "A noite dos justos".

Neste terceiro tomo, assistimos a que, juntamente com o coelho César e o velho rato Azelar, Miss B deve convencer os animais a não cederem à violência para conseguirem pôr fim ao reinado de Silvio...

No castelo, a ditadura continua.

Graças aos esforços da Miss B, os animais estão a lutar para reacender o movimento pacifista das Margaridas.

Mas Silvio certamente não vê as coisas dessa forma, e o touro ditador está desesperado por manter o seu poder. Com a ajuda das suas cruéis milícias caninas, decide mandar colocar os animais rebeldes nas masmorras.

Mas Miss B e os seus amigos responderão mais uma vez com astúcia... e solidariedade!

O Castelo dos Animais #3 - A Noite dos Justos, Delep e Dorison, Arte de Autor, 72 pp., cor, capa dura, 21,50€

9 de novembro de 2022

O Grão-Duque, de Yann e Hugault

A partir de 9 de Novembro chega às bancas a nova colecção de banda desenhada ASA/Público. Trata-se da colecção O Grão-Duque, epopeia de um piloto alemão que, durante a II Guerra Mundial, e aos comandos do mítico Heinkel He-219, a que carinhosamente chama "Grão-Duque", tem um improvável encontro com uma combatente inimiga que tem tanto de encantador como de temível.

Tudo se passa entre os anos de 1943 e 1945, num combate de morte entre o Terceiro Reich à beira do colapso e o Exército Vermelho que não olha a meios humanos e recursos bélicos para exterminar a “besta fascista”. Esse frente-a-frente tem rostos humanos, traduzindo-se num confronto entre dois veteranos dos ares (que, aliás, se desconhecem durante algum tempo) – Wulf, herói da Luftwaffe que não esconde o seu distanciamento face ao ideário nazi, e Lilya, uma mulher piloto soviética de enorme coragem e inquestionável beleza física.

Este é o fio condutor da nova colecção de banda desenhada franco-belga que a ASA e o Público lançam em parceria. A série, composta por três álbuns inéditos em Portugal (com texto de Yann e desenho de Romain Hugault), dá a conhecer de forma inteligente, sensível e original, a realidade cruel e brutal da guerra. Os álbuns serão publicados à quarta-feira com o jornal Público, por mais 10,90 euros.





A viagem – O Grande Panda e o Pequeno Dragão

James Norbury é um artista, autor e ilustrador que ama a natureza e os animais. Nasceu na Floresta de Dean e passou a maior parte da sua vida a escrever e desenhar. Estudou Zoologia na universidade e depois de formar-se mudou-se para a Irlanda. Depois viajou pelo Reino Unido e viveu em Newcastle, Swansea e Cheltenam, algumas vezes num pequeno barco. Mora em Swansea com a sua mulher e seus sete gatos.lustrado com o mesmo encanto do bestseller original, 

O Grande Panda e o Pequeno Dragão, esta nova viagem espiritual transmite a sabedoria antiga e acalma as almas inquietas. Cheio de inspiração e humor comovente, A Viagem - O Grande Panda e o Pequeno Dragão é um conto de aventura e aceitação.

Embora felizes no seu templo no alto das montanhas, o Grande Panda e o Pequeno Dragão sentem que algo parece incompleto. É assim que, juntos, decidem fazer uma viagem a terras novas e distantes, enquanto embarcam num caminho que os leva para mais longe de casa - e para mais perto um do outro e de si próprios.

À medida que enfrentam perigos e desafios, aprendem que tudo aquilo de que precisam já está dentro deles e que a mudança, embora, por vezes, assustadora, é possível, e, com paciência, pode levar a coisas melhores.

A viagem – O Grande Panda e o Pequeno Dragão, James Norbury, Iguana, 160 pp., cor, capa dura, 19,45€

8 de novembro de 2022

Um conto de Natal

Depois de Bartleby de Herman Melville, José-Luis Muñuera adapta livremente outro clássico da literatura anglo-saxônica: A Christmas Carol, de Charles Dickens. Muñuera apodera-se assim de uma das obras-primas do escritor inglês, publicada em 1843, e feminiza a personagem de Scrooge

Estamos em Londres no ano de 1843.

Todos os habitantes, tanto os mais ricos como os mais pobres, estão a preparar-se para celebrar o Natal. Todos excepto Elizabeth Scrooge, uma mulher de negócios, rica e insensível à desgraça dos outros, bem como à atmosfera de júbilo que banha a cidade, onde só o trabalho e o dinheiro são importantes.

Diz-se que ela é egoísta e mesquinha, preferindo pensar em si própria como prática. E enquanto as festividades iluminam a cidade e os corações dos seus habitantes, Scrooge geme sobre a sua misantropia... 

Uma noite, os espíritos vêm visitá-la. Levam-na com eles, para conhecer a jovem rapariga que era, alguns anos antes, quando a ganância ainda não lhe tinha comido o coração. Mas também à descoberta do que ela poderia ter-se tornado se tivesse escolhido o caminho do bem...

Um conto de Natal, José-Luis Muñuera, Arte de Autor, 80 pp., cor, capa dura, 19,95€

Spirou - A Esperança Nunca Morre... - Primeira Parte

Depois do lançamento de "Diário de um ingénuo",  a editora ASA aposta na edição da primeira parte, de quatro, de "A esperança nunca morre" da versão de Spirou vista por Émile Bravo. "L'Espoir malgré tout" teve edição original no mercado francófono no ano de 2018, tendo a quarta parte sido editada este ano.

Janeiro de 1940. Um inverno particularmente rigoroso abateu-se sobre Bruxelas. Enquanto todos aguardam com apreensão a chegada iminente da guerra, Fantásio alista-se no exército belga. Colocado no forte de Ében-Émael, aguarda impacientemente o início dos confrontos com a certeza absoluta de que os exércitos francês e britânico esmagarão o exército alemão…

Quanto a Spirou, continua a ser paquete e a viver o mais normalmente possível. O seu encontro com Félix, um pintor judeu alemão cuja obra foi considerada degenerada pelos nazis, e Felka, a sua mulher, vai dar a conhecer a Spirou a questão judia e a complexidade da situação internacional.

Quando a guerra eclode, Fantásio tenta servir a pátria o mais heroicamente possível. Spirou, por seu turno, tenta compreender a complexidade da situação através de encontros com personagens profundamente humanas e procura tornar-se útil mantendo-se fiel aos seus valores.

Escrita por uma das figuras mais destacadas do atual panorama da banda desenhada em França, esta é uma obra de grande fôlego (sendo este volume o primeiro de quatro), que constitui um verdadeiro romance literário em BD onde se misturam acção, humor, verdades históricas e reflexões filosóficas.

Émile Bravo nasceu em 1964, em Paris, de pais espanhóis. Cresceu a ler todo o panteão da BD franco-belga (Astérix, Spirou, Tintin, Lucky Luke…) e cedo se sentiu ligado a esse universo. Segue, no entanto, estudos técnicos.

Contudo, quando descobre Pratt e toma consciência de que a vida é só uma, decide por fim lançar-se na banda desenhada. Depois de uma autoformação, Émile Bravo encontra o seu grande cúmplice, Jean Regnaud, com o qual publica o seu primeiro álbum de BD, Ivoire, em 1990. A dupla haverá de lançar vários outros álbuns ao longo das próximas décadas.

Em 1992, juntou-se ao Atelier Nawak, com Lewis Trondheim, Christophe Blain, David B., Joann Sfar e Fabrice Tarrin. Mais tarde, em 1995, foi um dos fundadores do Atelier des Vosges, juntamente com a maioria dos membros do Atelier Nawak e Frédéric Boilet, Mariane Satrapi e Marc Boutavant.

Próximo de vários autores importantes da editora L’Association, Émile Bravo distingue-se pelo grande respeito que nutre pela tradição e pelos cânones da BD de aventuras para jovens, nomeadamente pelos princípios da linha clara de Hergé, que contribui para reavivar.

É aliás nesse contexto que publica em 2008 o incontornável Diário de Um Ingénuo, onde imagina as origens do famoso paquete de hotel criado por Rob-Vel 70 anos antes. Esta aventura narra as aventuras do jovem Spirou no dealbar da Segunda Guerra Mundial e cativou tanto o público como a crítica, não só pela frescura gráfica e narrativa mas também pela sua virulenta e muito pedagógica crítica à guerra.

O álbum recebe inúmeros prémios e distinções e o autor decide dar-lhe continuidade em L’Espoir malgré Tout, mais de 300 páginas divididas por 4 álbuns que descrevem as aventuras de Spirou durante a ocupação nazi da Bélgica.

Spirou - A Esperança Nunca Morre... - Primeira Parte, Émile Bravo, ASA, 88, cor, capa dura, 19,90€

7 de novembro de 2022

O seu nome é Banksy

Banksy é o pseudónimo de um artista britânico pintor de graffiti, activista político e realizador de cinema. Notabilizou-se como artista de rua, juntando o seu satirismo e humor negro à subversão. A sua arte urbana é um veículo de exaltação de valores sociais e políticos que se espalham em todo o mundo, usando como tela paredes, muros e pontes de várias cidades. Ainda este ano, os portugueses puderam ver uma exposição não oficial de cinquenta trabalhos de Banksy. A sua verdadeira identidade é desconhecida, apesar de se saber que é natural de Bristol, iniciando-se no grafitti no fim da década de 80. 

"O seu nome é Banksy" ("Il suo nome è Banksy"), lançado pela nova editora portuguesa de banda desenhada Iguana (chancela da Penguin Random House Grupo Editorial), retrata uma hipótese biográfica do incógnito artista. Juntando um casal de jovens, um adepto da arte de rua com uma jovem fixada na busca da verdadeira identidade de Banksy, o argumentista Francesco Matteuzzi consegue, com vários flash-backs e etiquetas históricas, convencer o leitor de que no final conhecerá quem afinal é Banksy. O desenho do compatriota italiano Marco Maraggi, com cores quentes e fortes, tal qual grafittis, ambienta verdadeiramente um cenário dos subúrbios londrinos, propícios à subversão artística. 

Francesco Matteuzzi é jornalista e autor de livros infantis. A história de Banksy não foi a estreia no relato biográfico, já que em 2010, publicou a biografia da jornalista russa Anna Politkovskaja e em 2012 "Philik K. Dick", obra dedicada ao escritor americano. 

O seu nome é Banksy, Francesco Matteuzzi e Marco Maraggi, Iguana, 127 pp., cor, capa dura, 18,85€



5 de novembro de 2022

Casemate #162

Um novo número da Casemate está disponível nas bancas portuguesas. A capa da edição de Novembro é dedicada ao último volume da série Passageiros do Vento que põe um ponto final à criação de François Bourgeon.

Eis o sumário do número 162:

P.4-6 Les Brizzi traversent les neuf cercles de l’Enfer de Dante
P.8-10 Poutine, itinéraire d’un tsar va-t-en-guerre
P.12-14 Lefeuvre part à la rencontre des réfugiés d’Ukraine, d’Afrique…
P.16-18 Les GAFAM passent sous la loupe de Squarzoni
P.20-22 Journorama, revue de presse de l’actu BD
P.24-26 L’Écho des Rézos, le meilleur de Facebook, Twitter, Instagram…
P.28-31 Attachements, histoire de plaisir et de cordes ! (+2 planches)
P.32-37 Lepage raconte son enfance en communauté dans Cache-cache bâton (+4 planches)
P.38-43 1629, récit à voile et à frayeur signé Dorison et Montaigne (+4 planches)
P.44-49 Oger rembobine la conquête de l’Ouest, côté Indians ! (+4 planches)
P.50-59 Bourgeon met un point final à ses Passagers du vent (+4 planches)
P.60-69 Une sélection de 33 BD à découvrir en novembre
P.70-73 Agenda : les 310 sorties de novembre, les festivals et les expos
P.76-79 Salma revient sur le sort tragique des mineurs avec Pays noir (+2 planches)
P.80-85 Saint-Just était-il vraiment l’archange de la mort de la Révolution ? (+4 planches)
P.86-91 Meurisse s’amuse, avec ironie et humanité, des grands philosophes (+4 planches)
P.92-95 Miralles vide ses tiroirs, et en sort des femmes sublimes
P.96-97 Liberge voit la lumière au bout du tunnel avec Bosch
P.98 Le courrier du mois à la loupe

Casemate #162, novembre 2022, 100 pp., cor, 9€