Entre os sobreviventes de um mundo pós-apocalíptico devastado, coberto de cinzas e de cadáveres, um pai e o seu filho deambulam por uma estrada, empurrando um carrinho de compras cheio de objectos diversos que, supostamente, os ajudarão ao longo da sua viagem. Sob a chuva, a neve e expostos ao frio, avançam rumo às costas do Sul, com o medo colado ao estômago: hordas de canibais selvagens que vagueiam pelo território aterrorizam o que resta da humanidade.
Conseguirão eles sobreviver e chegar ao seu destino?
A adaptação a banda desenhada de um romance marcante da literatura contemporânea.
Após O Relatório de Brodeck, Manu Larcenet volta a adaptar uma outra obra maior da literatura. Galardoada com o prémio Pulitzer em 2007, A Estrada obteve, em todo o mundo, um enorme sucesso, tendo sido adaptada ao cinema em 2009, com Viggo Mortensen no papel principal.
Uma obra imprescindível da Ala dos Livros.
Manu Larcenet é um desenhador (também argumentista e colorista) considerado por muitos uma das figuras chave da Nova Banda Desenhada Francesa. Nasceu em 1969 em Issy-les-Moulineaux, França.
Em termos profissionais, Larcenet iniciou a sua actividade em 1994 nas páginas da revista Fluide Glacial, tendo o seu primeiro álbum sido publicado dois anos mais tarde, através da editora Audie. Colabora depois com a revista semanal Spirou e em 1997 funda, com Nicolas Lebedel, a editora Les Rêveurs de Runes, na qual edita os seus próprios projectos. Colabora, em 2000, com Lewis Trondheim na sua célebre saga Donjon, desenhando vários álbuns. Nesse mesmo ano inicia a publicação na Dargaud, produzindo para a colecção Poisson Pilote álbuns como Les Entremondes (2000), que assina com o seu irmão Patrice Larcenet, Os Cosmonautas do Futuro (2001, com argumento de Trondheim), Le Temps de Chien (2002), Le Retour a la Terre (2002, com argumento de Jean-Yves Ferri), La légende de Robin des Bois (2003), e Nic Oumouk (2005-2007). A publicação de Combate Quotidiano ocorre entre 2003 e 2008 e o primeiro tomo desta série valeu-lhe o prémio do melhor álbum no Festival de Angoulême em 2004.
Entre 2008 e 2014, trabalha em Blast (2009-2014, Dargaud) , quatro álbuns densos e fascinantes. Em 2012 ilustra o romance de Daniel Pennac "Diário de Um Corpo”, inicialmente publicado pela editora francesa Futuropolis, mas é em 2015 que se lança pela primeira vez na adaptação de uma obra literária: trata-se de O Relatório de Brodeck, um romance de Philippe Claudel.
Depois de Thérapie de groupe (Dargaud, 2020), A Estrada (Dargaud, 2024) é a sua última obra.
Após quatro anos passados no exército americano, Cormac McCarthy (1933-2023) assume pequenos trabalhos para viver, mas decide muito rapidamente dedicar-se por inteiro à escrita. A partir da década de 1960, publica os seus primeiros romances. Consegue um primeiro reconhecimento da crítica com Filho de Deus (1973). Meridiano de Sangue (1985) é também bem acolhido, mas o verdadeiro sucesso chega com Cavalos tão lindos (1992). No início da década de 2000, Este país não é para velhos e A Estrada, são ambos adaptados ao cinema, e vão definitivamente coroar Cormac McCarthy. Escritor reservado, McCarthy recusou sempre entrevistas ou encontros com os seus leitores. A Estrada concentra grande parte das preocupações de um autor sensível aos sonhos e à sua interpretação, trabalhadas pela fragilidade da humanidade e da sua possível destruição. Mais de quinze anos depois de A Estrada, McCarthy lança a sua última obra, um díptico: O Passageiro e Stella Maris.
A estrada, Manu Larcenet, Ala dos Livros, 160 pp., cor, capa dura, 32,90 €
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