18 de agosto de 2020

Lewis Trondheim - Ensaio de quadriculografia portuguesa

Desenhador, Argumentista

(França) Fontainebleau, 11 de Dezembro de 1964

Após uma infância sem grandes histórias, em Fontainebleau, e depois dos anos de liceu, que ele mesmo qualifica de vegetativos, cumpre um ano de tropa na Alemanha no fim do qual se inscreve numa escola de publicidade de 1986 a 1989. Em 1987, durante um colóquio sobre a banda desenhada em Cerisy, encontra Jean-Christophe Menu e descobre que se pode fazer banda desenhada doutras formas que não em álbum de 46 páginas a cores.

Juntando-se a Menu, Stanislas, Matt Konture, Killofer e David B funda L'Association em 1990. Nesse mesmo ano, Psychanalyse, o seu primeiro álbum, é publicado. Em 1991, Lewis trabalha no atelier Nawak, onde entrará também Joann Sfar.

Em Janeiro de 1994, Lewis ganha em Angoulême o Alph-Art Coup de Coeur pelo seu livro Slaloms, de L'Association. Aproveita para pôr um fim ao seu Comics, para grande desalento dos seus fans. Ao contrário do que seria de esperar, atira-se ao trabalho de corpo e alma, libertando uma quantidade impressionante de livros e desenhos. La Mouche, da Seuil (em princípio suavizada e publicada pela Kodansha no Japão e, mais tarde, totalmente redesenhada para a França), Diablotus, de L'Association, Promenade da Autrement, etc.

1995 foi o ano que viu nascer Blacktown (o primeiro Lapinot colorido da Dargaud). Só neste ano foram publicadas sete obras de Lewis, em diferentes editoras. No período 97/99 surge uma série de projectos com uma nova série de heroic-fantasy para a Delcourt, Donjon, com Joann Sfar.

Finalmente com o dourado ano 2000, chegam os projectos dos desenhos animado, já completos, como La Mouche, ou com elaboração em curso como Kaput & Zosky ou Jack & Marcel. Uma das particularidades interessantes do primeiro volume da série humorística Donjon é desde logo a reunião dos seus dois jovens autores. Trondheim e Sfar encontram-se entre os jovens autores de banda desenhada francesa como os mais promissores. O que mais caracteriza Trondheim é o seu estilo gráfico: evoluindo ao longo dos álbuns, os seus desenhos, que podem parecer rudimentares ou mesmo desajeitados à primeira vista, são duma espontaneidade e vivacidade raras. Quanto aos argumentos de Trondheim, a ironia e a ligeira absurdidade que os contamina não fazem mais que chamar a atenção para os nossos defeitos que fazem de nós seres tão humanos.

Séries publicadas em Portugal:

Cosmonautas do Futuro (Os), Donjon, Menino Pai Natal, Pequeno Pai Natal, Rei Catástrofe

One-shots publicados em Portugal:

  • Imbróglio (Imbroglio), 1992, Álbum Associação Salão BD Internacional do Porto [1997]
  • A mosca (La mouche), 1995, Álbum Witloof [2000]
  • As aventuras do fim do episódio (Les aventures de la fin de l'épisode), 1995, Frank Le Gall e Lewis Trondheim, Álbum Associação Salão BD Internacional do Porto [1996]
  • Mister O (Mister O), 2002, Álbum Vitamina BD [2002]
  • Mister I (Mister I), 2005, Álbum Vitamina BD [2005]
[actualizado em 18.08.2020]

Sem comentários:

Enviar um comentário