10 de outubro de 2015

Exposição "QUIM & MANECAS VÃO À GUERRA"


A partir de 1915, Stuart Carvalhais iniciou a sua obra de referência: As Aventuras de Quim e Manecas, inicialmente publicada n’O Século Cómico, passando, a partir de meados de 1916, para a Ilustração Portuguesa. Um dos episódios desta longa série de pranchas sobre estas duas crianças, tem como cenário a participação portuguesa na Grande Guerra. Em “Quim e Manecas vão à Guerra”, Stuart centrou a ação na personagem do Manecas, enquadrando-o no esforço militar aliado como espião, ou herói inventor das mais incríveis soluções ‘tecnológicas’ para derrotar os ‘boches’. As suas aventuras irão fazê-lo prisioneiro, primeiro dos Aliados, depois dos alemães. Mas foi a ele, Manecas, a quem se pediu para elaborar ‘as propostas de paz’ para o conflito, naturalmente recusadas, para logo em seguida ter antecipado “com certeira lucidez o ‘sonho alemão’ que surgirá com Hitler”. No que se pode considerar o último episódio, de que Stuart não foi autor, mas Rocha Vieira, esclarece-se que Manecas “foi a Berlim exigir a abdicação do Kaiser, porque a ele ‘se deve o definitivo triunfo’.

Segundo José Marques, citando João Paulo de Paiva Boléo, o seu alinhamento incondicional com o esforço de guerra aliado, nunca limitou, porém, Stuart/Manecas na bicada certeira às decisões mais controversas do governo português da altura, ou às opiniões mais descabeladas sobre o conflito dos cronistas da época. Sempre conseguiu ‘o engenho e a arte’ para criar nas suas pranchas um saudável contraponto sarcástico aos terríveis relatos que chegavam da frente de batalha.

Sem comentários:

Enviar um comentário