A BD franco-belga enfrenta desafios reais: envelhecimento de público, competição de outros formatos (mídias digitais, comics americanos, manga), custos de produção elevados. No entanto, há um sentido de revivalismo, não só nostálgico, mas criativo: renovar o clássico sem perder a identidade, reinventar os formatos, atrair novos leitores, explorar o humor, o legado gráfico, etc. O número sugere que o futuro da BD franco-belga talvez dependa de equilíbrio: valorizar tradição gráfica e narrativa, ao mesmo tempo em que se adaptam às novas expectativas de público e meios de consumo.
Neste número, podemos ler um dossier por Wilfried Salomé que traça as origens da BD franco-belga — com um olhar para revistas históricas como Spirou, Tintin, Vaillant, e também Pilote.
Também tem entrevistas ou contribuições de autores de diferentes gerações, como François Walthéry, François Rivière, Lewis Trondheim, Bastien Vivès e Dino Attanasio. Os autores debatem questões ligadas ao género, suposta marginalização, mas também às oportunidades que novas gerações e novos formatos podem trazer.
Termina com uma seleção comentada de páginas icónicas clássicas da BD franco-belga, para mostrar o que foi feito e como isso ainda inspira.
Para além do tema central, o número oferece:
• Perfil de Cosey, num abecedário ilustrado, coincidente com a publicação de seu novo álbum Yiyun.
• Destaque para Franck Biancarelli, nome emergente, com o seu álbum Green Witch Village, e reflexões sobre as influências dos autores americanos de BD de pós-guerra.
• Um artigo para celebrar os 50 anos de Fluide Glacial, explorando as diferentes “famílias” de humor dentro da revista.
• Críticas, entrevistas e crónicas variadas: sobre autores históricos, festivais, exposições, e temas como o papel e os desafios atuais dos editores e autores da BD.
Les Cahiers de la BD nº 32, out-dec 2025, 162 pp., 13,90€


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