A Levoir e o Público continuam a ser os editores com mais títulos publicados nesta categoria no mercado nacional. E foi aqui, nos livros distribuídos com o jornal Público, que tudo começou e é aqui que agora continua, com esta sétima série da colecção Novela Gráfica. Uma série marcada mais uma vez pela diversidade, que traz de volta nomes prestigiados como Chabouté, Bartolomé Seguí, Felipe Hernandéz Cava e Schuiten e Peeters, que confirmam a aposta na BD europeia, ao mesmo tempo que abre as portas a autores nunca antes publicados em Portugal. Autores oriundos de diversas latitudes e culturas, da Itália ao Irão, passando pela Coreia – incluindo uma inédita colaboração entre o argumentista francês Éric Corbeyran e o desenhador coreano Gwangjo – assinando histórias que, partindo da literatura ou da própria vida, abordam temas tão diversos como o Holocausto, a Guerra Civil Espanhola e a Revolução Russa, ou a situação das mulheres e os problemas de liberdade de expressão e da censura no Irão. Ou seja, todo um mundo para descobrir com o Público, todas as quintas-feiras, entre 31 de Agosto e 2 de Novembro.
Nesta sétima série não faltam títulos com uma importante ligação à literatura, sejam adaptações directas, biografia de escritores, ou trabalhos originais que remetem para obras literárias existentes, como simples homenagem, ou como ponto de partida para uma intriga autónoma.
Composta por 10 volumes inéditos em Portugal, é apresentada como habitualmente em cuidadas edições de capa dura e com prefácios a cada uma das edições.
Regressam autores já conhecidos dos leitores: Chabouté, Benoît e Peeters, Bartolomé Seguí e Hernán Migoya, adaptando mais um romance de Manuel Vázquez Montalbán, e Felipe Hernández Cava, apadrinhando a estreia de Miguel Navia, numa história sobre a guerra civil espanhola. Sendo o contingente europeu assegurado por autores de Espanha, França, Bélgica e Itália, esta sétima série traz-nos também livros de Mana Neyestani e de Shaghayegh Moazzami, dois autores iranianos, que mostram que a novela gráfica naquele país não se limita a Marjane Satrapi, a prestigiada autora e realizadora que já marcou presença por duas vezes nesta colecção com Frango com Ameixas e Bordados.
Mas o grande destaque nesta colecção vai para a presença, praticamente em estreia no mercado nacional, do Mahwa, a banda desenhada feita na Coreia do Sul, por Keum Suk Gendry-Kim, uma autora coreana, que adapta um romance do seu compatriota Jung Cheol-Hoon, Alexandra Kim, a biografia da revolucionária coreana que participou activamente na revolução bolchevique.
A Coreia também está representada pelo desenhador Gwangjo, que colabora com o argumentista francês Éric Corbeyran, em mais uma prova que a Banda Desenhada é cada vez mais um género sem fronteiras.
A abrir a colecção, temos um velho conhecido, Chabouté e a sua obra em 2 volumes, Moby Dick, publicado originalmente em 2014 é a adaptação para banda desenhada do romance de Herman Melville, considerado um clássico da literatura americana.
A história passa-se no século XIX, no auge da indústria baleeira que operava na Nova Inglaterra. O narrador, Ismael é um jovem que anseia por novas experiências o que o leva a embarcar no navio baleeiro, que está prestes a zarpar, o Pequod. O misterioso capitão do navio, Ahab, tem como único objectivo vingar-se de Moby Dick a baleia branca que lhe arrancou uma perna. Toda a tripulação vai unir-se ao seu capitão em busca de vingança, tornando a viagem perigosa e doentia.
Além de uma narrativa de acção, Moby Dick, é uma obra sobre o confronto entre homem e natureza, abordando temas como religião, idealismo, pragmatismo e vingança. É uma obra atemporal, que consegue cativar o leitor de qualquer época.
Moby Dick (volume 1), Chabouté, Público/Levoir, 128 pp., p&b, capa dura, 13,90€