Desde o aparecimento dos primeiros mitos, o universal tem sido narrado pelos homens, essa visão masculina que definiu o mundo, que nos disse como deveríamos ser puras, dóceis, amorosas — e que alertou sobre o perigo das mulheres más, quer fossem górgonas vingativas, madrastas cruéis, Pandoras problemáticas ou Evas imprudentes a carregar a culpa do nosso destino.
Numa versão muito pessoal, María Hesse apresenta-nos outra visão sobre estas princesas passivas, bruxas perversas, mães maldosas, femmes fatales, loucas apaixonadas e personagens secundárias perfeitas.
De Madame Bovary a Sarah Connor, de Joana, a Louca, a Yoko Ono ou de Helena de Troia a Monica Lewinsky, a autora reivindica a necessidade de encontrar novos referentes, novas leituras da História e a inspiração para que cada mulher possa ser aquilo que quiser num mundo em constante mudança.
A presente edição da Iguana é mais uma aposta na continuidade de álbuns ilustrados, um mercado ainda pouco explorado no mercado português.
María Hesse (nascida em 1982). Sem saber, tornou-se ilustradora aos 6 anos. Mas a mãe e a professora sabiam que seria esse o seu caminho. Alguns bons anos depois, após terminar os estudos em Educação Especial, agarrou num lápis e lançou-se, profissionalmente, na piscina da ilustração.
Trabalha há três anos com a editora Edelvives na produção de livros didáticos e também realiza trabalhos de ilustração para as revistas Jot Down, Maasui Magazine e Glamour.
María publicou, em várias editoras, as suas obras ilustradas: Orgulho e Preconceito, Frida Khalo: Uma Biografia, obra que ganhou o Prémio da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil do Brasil, Bowie: Uma Biografia e, mais recente, O Prazer.
Para além dos seus trabalhos na área da edição, María Hesse teve as suas obras em várias exposições, desenvolvendo ainda uma atividade pessoal onde a sensibilidade e as mulheres são as principais protagonistas.
Mulheres Más, María Hesse, Iguana, 168 pp., cor, capa dura, 19,95€
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