A história começa em 1918 em Orange, Nova Jersey, onde jovens mulheres, como Edna Bolz, Grace Fryer e as irmãs Maggia, trabalham para a United States Radium Corporation. A tarefa delas é pintarem mostradores de relógios com uma tinta fosforescente chamada Undark. Para refinar os seus pincéis, utilizam a técnica “lip, dip, paint”, que consiste em alisar o pincel com os lábios antes de mergulhá-lo na tinta, ingerindo assim pequenas quantidades de rádio diariamente.
Desconhecendo a toxicidade desta substância, as trabalhadoras alegram-se com o aspecto cintilante que o rádio confere à sua pele, apelidando-as de Ghost Girls. Porém, com o passar do tempo, desenvolvem sérios problemas de saúde: dores dentais, anemia, fracturas e tumores. Perante a indiferença do seu empregador, decidiram levar o caso a tribunal, tornando-se assim pioneiras na luta pelos direitos dos trabalhadores e no reconhecimento das doenças profissionais.
Cy escolheu uma abordagem artística diferenciada para esta história, utilizando lápis de cor com paleta restrita de oito tons. Esta técnica destaca a presença omnipresente do rádio na vida das trabalhadoras. Além disso, a capa do livro é fosforescente, agregando uma dimensão sensorial à experiência de leitura.
A obra foi elogiada pela capacidade de destacar uma história pouco conhecida e, simultaneamente, homenagear a coragem dessas mulheres. Oferece uma reflexão aprofundada sobre as questões de saúde laboral e a luta pela justiça social.
Radium Girls, Cy., Arte de Autor, 136 pp., cor, capa dura, 17,50€
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