Riko é filha de uma Apito Branco que desapareceu no Abismo, e tudo o que deseja é encontrar a mãe e explorar as camadas mais profundas daquele terrível precipício. Um dia, conhece Reg, um robô com a aparência de um jovem rapaz e que não tem memórias do seu passado. Convencidos de que a chave para o mistério da tecnologia que criou Reg se encontra no Abismo, os dois decidem partir numa odisseia em busca das suas memórias e fitar o Abismo com os próprios olhos. E o que irão ver irá mudar as suas vidas para sempre…
A história centra-se em torno de um misterioso abismo que surgiu há dois mil anos e põe em perigo de vida todos os que exploram as suas camadas mais profundas. Cabe aos diversos exploradores que habitam na cidade de Orth, que surgiu pendurada à beira da imensa cratera do Abismo, e que estão divididos em várias classes de exploradores – apitos vermelho, azul, da lua, preto e branco – descobrir os seus tesouros, e desvendar os seu segredos mais negros, em expedições que se irão revelar perigosas e repletas de horrores inimagináveis. Sim, porque embora a arte de MiA lembre um shonen, com personagens fofinhas e queridas, o seu universo é cruel, e o terror ir-se-à acentuando à medida que a história progredir ao longo dos volumes: MiA é de facto um mangá seinen, em que a arte que retrata os protagonistas, na maioria crianças, contrasta profundamente com muitas das cenas mais violentas e terríveis deste mundo inumano e negro!
Com argumento e arte de Akihito Tsukushi, o primeiro volume de Made in Abyss abre-nos as portas para um universo ricamente detalhado e povoado de estranhas criaturas e antigas civilizações, misto de fantasia contemporânea e de ficção-científica. Made in Abyss, ou MiA (!) como gostamos de lhe chamar, é um dos mangás de grande sucesso da última década, e conta já com doze volumes da série, e mais de três milhões de exemplares vendidos no Japão, tendo dado origem a um franchise que inclui séries de anime, filmes de animação e jogos de vídeo. Made in Abyss venceu o Prémio de Excelência do Mangá em 2023, atribuído pela Japan Cartoonists Association Award (Nihon Mangaka Kyōkai Shō), e tinha sido nomeado em 2018 para o Prémio da Crítica Francesa ACBD para a BD asiática. Made in Abyss foi também adaptado num anime de grande sucesso, que conta já com duas temporadas, e que venceu os prémios nas categorias de Melhor Anime do Ano e Melhor Banda Sonora nos Crunchyroll Anime Awards do ano de 2017.
Akihito Tsukushi é o pseudónimo de Shigeya Suzuki, nascido em 1979, um designer e ilustrador que trabalhou durante cerca de uma década em animação e design de personagens para a Konami. Foi só depois de deixar o seu trabalho em animação, em 2010, que se começou a dedicar exclusivamente à ilustração e ao mangá, primeiro em edições de autor com bastante sucesso, e depois para o site Web Comic Gamma da Takeshobo, uma importante editora de revistas mensais de mangá. Foi aqui que estreou a sua obra principal, Made in Abyss, que conheceu um sucesso crescente à medida que a sua popularidade foi aumentando de boca a orelha.
Made in Abyss #1, Akihito Tsukushi, A Seita, Colecção Ikigai, 176 pp., p&b (6 pp. a cores), capa mole, 9,99€
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