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Astérix entre os belgas" ("
Astérix chez les Belges"), a vigésima quarta aventura da série, editada em 1979, foi a última em que participou o argumentista
René Goscinny, que tinha falecido dois anos antes, a meio da construção do episódio. Como homenagem e, simultaneamente, a transmissão de um sentimento extremo de tristeza de
Uderzo, as pranchas ficam mais cinzentas e chuvosas a partir do último terço da aventura.
Neste episódio, a fama da tribo gaulesa é posta em causa por
César, quando afirma que de todos os povos da
Gália, os belgas são os mais temíveis para os romanos. De orgulho ferido,
Astérix,
Obélix e o chefe da aldeia partem imediatamente para a
Bélgica para lançarem um desafio aos belgas: o povo mais temido pelos romanos será aquele que conseguir destruir mais fortificações romanas. E quem vai arbitrar este desafio será, nada mais, nada menos, que o imperador romano,
Júlio César.
Goscinny aproveita para colocar nesta aventura várias anedotas francesas e holandesas sobre os belgas, além de satirizar o modo de falar dos cidadãos daquela região. O nome de um chefes belgas,
Gueselambix, é uma referência à marca de cerveja belga,
Gueuze Lambic. Várias personagens são caricaturas de personagens célebres à época da cultura belga, como a cantora
Annie Cordy e o ciclista
Eddy Merck. A existência de dois chefes belgas é uma alusão à histórica divisão da
Bélgica, a
Flandres e a
Valónia. A obra de Hergé, também ele belga, é referenciada na aventura com um
pastiche dos irmãos
Dupondt. A descoberta das batatas fritas pelos belgas também é uma das curiosidades do álbum.
O episódio foi publicado em Portugal logo no ano da sua edição (1979), num álbum da Livraria Bertrand. Mais tarde foi reeditado em álbum pela Meribérica-Líber e pela ASA e em revista pelo Jornal da BD.
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