Os heterónimos — Caeiro, Reis, Campos e tantos outros — surgem aqui como ecos de feridas interiores, máscaras criadas não apenas para escrever, mas para sobreviver. O livro entrelaça citações autênticas com diálogos reinventados, compondo uma atmosfera onde literatura e sobrenatural se confundem.
O traço sombrio de Leoni acentua a densidade da obra, convocando o leitor para um universo onde cada página é um espelho partido da identidade pessoana. Mais do que contar uma história fantástica, A Vida Oculta de Fernando Pessoa convida a reflectir: até que ponto a heteronímia não foi também um combate íntimo, uma forma de resistir ao invisível?
A obra foi originalmente editada pela Bicho Carpinteiro em 2016 e numa edição numerada em 2018.
A Vida Oculta de Fernando Pessoa, André Morgado e Alexandre Leoni, Iguana, 96 pp., bicromia, capa dura, 17,85€
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