31 de janeiro de 2014

DBD #80

Chegou o primeiro número de 2014 da revista francesa de informação sobre BD, a dBD. Este número 80 apresenta-nos um grafismo novo na sua capa, alterando a que, na minha opinião, era pouca apelativa.

Destaco neste número, além das inúmeras novidades francófonas no mundo da BD, duas grandes entrevistas a grandes nomes da banda desenhada contemporânea, Benoît Sokal e Yslaire. Os 60 anos de Bob Morane é o tema do artigo habitual sobre as séries cultas de Henri Filippini.

dBD #80, Février 2014, 98 pp., 9,80 €

28 de janeiro de 2014

Howard Flynn faz 50 anos

Howard Flynn, filho do conde De Flynn, é um oficial da marinha britânica do século XIX, que em vez de seguir as pisadas políticas do seu pai, decide, após cursar na High School Naval, fazer vida de marinheiro.

Howard Flynn, a primeira grande série de William Vance, tem estreia na revista belga Tintin em 28 de Janeiro de 1964, com argumentos extremamente bem documentados de Yves Duval.

As epopeias marítimas de Flynn terminam no Tintin Sélection #20 de Junho de 1973.

Contudo, Vance retoma o mesmo tema em 1976 na série Bruce J. Hawker.

Em Portugal, a série estreou-se na revista Zorro em 1965, tendo sido publicada em álbum na colecção Videorama da Editorial Íbis e na revista Tintin.



  • A primeira viagem de Howard Flynn (Le premier voyage du lieutenant Howard Flynn), 1964, Álbum Editorial Íbis [196?]
  • À abordagem (À l'abordage), 1965, Zorro #163 a #168; Álbum Editorial Íbis [196?]
  • Cabeça de ferro («Tête-de-fer»), 1967, Tintin #35/1º ano
  • O sobrinho do almirante (Le neveu de l'amiral), 1967, Tintin #42/1º ano
  • Missão diplomática (Mission diplomatique), 1967, Tintin #24 a #25/2º ano
  • A garra do tigre (La griffe du tigre), 1968, Tintin #37 a #47/2º ano


27 de janeiro de 2014

Mil Rayos nº 8

Chegou-me, como sócio da Associación Tintinófila de habla hispana, o nº 8 da sua revista semestral. Chamo a atenção dos artigos sobre as aventuras inacabadas de Tintin e sobre as as revistas espanholas dos anos sessenta que publicaram as aventuras de Tintin.



24 de janeiro de 2014

Colecção Público/ASA Astérix XIV - A odisseia de Astérix

Saiu hoje o 14º volume da colecção «Astérix à volta do Mundo», uma parceria do jornal Público e da editora ASA. O álbum desta semana é o 26º da série, «A odisseia de Astérix», editado em 1981, já somente com a assinatura de Uderzo.

Nesta aventura, Astérix e Obélix deslocam-se ao Médio Oriente em busca de uma substância essencial para a poção mágica: petróleo (Petra Oleum). Neste episódio, os gauleses descobrem que existe um druida, Zerozerosix (uma caricatura a Sean Connery, o famoso agente 007), a trabalhar para os romanos na busca do segredo da poção mágica. Conhecedor da necessidade do petróleo, Zerozerosix ordena que se queime todo o stock de petróleo em Jerusalém. Astérix e Obélix continuam a sua busca pelos desertos árabes, até que Panoramix consegue descobrir um substituto do petróleo para a confecção da poção.

Em Portugal, a aventura estreou-se na revista Tintin em Fevereiro de 1982 no nº 39 do 14º ano. Posteriormente foi lançada em álbum pela Livraria Bertrand, sendo reeditada pela Difusão Verbo, Méribérica-Líber e ASA.


22 de janeiro de 2014

Agente Secreto X-9 faz 80 anos


Durante 63 anos consecutivos as aventuras de um agente secreto privado povoaram os jornais de todo o mundo numa tira diária editada pela poderosa King Features Syndicate.

Foi em 1934, numa época de violência de gangs organizados, que Joseph Connoly, director da KFS, contratou o escritor Dashiell Hammett para conceber uma série policial que desse resposta ao sucesso de Dick Tracy, produto da concorrente Chicago Tribune, desenhada por Chester Gould. Contudo, Hammett só escreve o argumento do primeiro episódio, entregando toda a responsabilidade da série a Alex Raymond, sugerindo, no entanto, pistas para os argumentos das três aventuras seguintes. A primeira tira é publicada em 22 de Janeiro de 1934.

O Agente Secreto X-9, mais tarde Phil Corrigan, é um defensor da lei, com um ódio de morte aos bandidos e criminosos, desde que estes assassinaram a sua esposa e filho. O sucesso e o realismo da série foi tal que o FBI deteve Hammett para descobrir as suas fontes de informação quanto à divulgação de supostos segredos de Estado.

Em 20 de Abril de 1935, Hammett deixa, de vez, a série, sendo substituído por Leslie Charteris, o criador de O Santo. No início do ano seguinte, Raymond, sobrecarregado de trabalho com Flash Gordon e Jim das Selvas, abandona a série, entregando-a a Charles Flanders que a desenha entre 1937 e 1938. Mel Graff será o próximo desenhador (1939-1960), intercalado por Austin Briggs que assegura a série entre Novembro de 1940 e Maio do ano seguinte. Graff abandona a daily-strip em 1943 para Paul Norris. Será Mel Graff a dar um nome ao detective (Phil Corrigan), uma assistente (Bing) e uma namorada (Wilda Dorray), abandonando definitivamente a série em 1960, substituído por Bob Lewis, que assegura a série até 1967. Quanto ao argumento, Charteris é substituído por Nicholas Afonsky em 1938, tendo, entretanto, alguns episódios sido escritos anonimamente por John Lehti, Joe King e William Ritt. Alguns anos depois, é a vez de Afonsky abandonar a série, sendo os argumentos assegurados por Robert Storm, Brandon Walsh e, finalmente, Max Trell.


Em 30 de Janeiro de 1967, Al Willianson inicia a sua participação na série, alterando os traços fisionómicos do agente, servindo-se a si como modelo. O argumentista é o seu amigo Archie Goodwin. A série é rebaptizada para Secret Agent Corrigan. Willianson tem a colaboração de artistas consagrados como Neal Adams, John Celardo, Mike Kaluta, Carlos Garzon e Gray Morrow, entre outros. Cansado, Willianson abandona a série, treze anos depois, deixando-a em Fevereiro de 1980 para o seu amigo George Evans, desenhador do agente Corrigan até ao cancelamento da série em 10 de Fevereiro de 1997.

Em 2 de Julho de 2000, a série é ressuscitada com desenhos de Jim Keefe. Contudo, um ano depois (17 de Junho de 2001), o agente secreto Corrigan termina as suas aventuras.

O Agente Secreto X-9 é adaptado ao cinema por em duas séries de doze e treze episódios, respectivamente em 1937 e 1945.

Em Portugal, a série estreia-se no número um da revista O Pirilau no dia 4 de Novembro de 1939. Posteriormente, muitas foram as revistas que publicaram aventuras do agente Corrigan. As editoras Editorial Futura e Edições 70 publicaram álbuns com episódios do Agente Secreto X-9. Deixo-vos um ensaio da bibliografia portuguesa da série

Alex Raymond (desenho) e Dashiell Hammett (texto)
  • Os revólveres silenciosos (?), Pirilau #1 a #14
  • [-], ?, Diabrete #180 a #225
  • 1934/01/22-1934/04/07, Álbum Edições 70, Colecção Agente Secreto X-9, #1 [1982]
  • 1934/04/09-1934/06/27, Álbum Edições 70, Colecção Agente Secreto X-9, #2 [1982]
  • 1934/06/28-1934/09/15, Álbum Edições 70, Colecção Agente Secreto X-9, #3 [1982]
  • 1934/09/17-1934/12/02, Álbum Edições 70, Colecção Agente Secreto X-9, #4 [1982]
  • 1934/12/04-1935/02/21, Álbum Edições 70, Colecção Agente Secreto X-9, #5 [1982]
  • 1935/02/22-1935/05/13, Álbum Edições 70, Colecção Agente Secreto X-9, #6 [1982]
  • 1935/04/22-1935/07/27 - O caso Shaw (The iron claw gang), Enciclopédia «O Mosquito» #7
  • 1935/05/14-1935/11/18, Edições 70, Colecção Agente Secreto X-9, #7 [1982]
Austin Briggs (desenho) e Robert Storm (texto)
  • 1938/07/11-1939/01/14 - O sapato de Cinderela (The shoes of Cinderella), Mundo de Aventuras (2ª fase) #203 a #208
Mel Graff (desenho) e Robert Storm (texto)
  • 1940/08/05-1940/12/14 - (Underground army), Mundo de Aventuras (1ª fase) #9 a #34; Agente Secreto X-9 #único
  • 1940/12/16-1941/05/17 - Um caso complicado (Army of the air) #Jornal do Cuto #84 a #89
  • 1958/12/22-1959/03/14 - A morte a seus pés, Policial (Mundo de Aventuras) #29
  • (?) - O caso da hospedeira desaparecida, Policial (Mundo de Aventuras) #14
  • (?) - Operação em Jorgorainia, Policial (Mundo de Aventuras) #34
Bob Lewis (desenho e texto)
  • 1960/11/29-1961/02/11  - Um caso de chantagem, Herói (2ª série) #1
  • 1961/03/13-1961/05/13 - Questão de família, Êxitos da TV #12
  • 1961/05/15-1961/08/05 - (Twenty Bucks For Honor), Jaguar #7
  • 1961/08/07-1961/11/18 - Contrabando em armas chinesas, Jornal do Cuto #94
  • 1962/09/17-1962/12/01 - Aventura na Indochina, Mundo de Aventuras (2ª fase) #7
  • 1962/12/03-1963/02/16 - Contrabando de ouro,Mundo de Aventuras (2ª fase) #28
  • 1963/05/06-1963/07/20 - Na alta roda, Acção #1
  • 1963/10/08-1963/12/28 - Serviço em férias, Acção #4
  • 1963/12/30-1964/03/27 - (Perfect Alibi), Êxitos da TV #9
  • 1964/03/30-1964/06/13 - O resgate, Secreto #1
  • 1964/06/15-1964/09/04 - O diadema da princesa, Acção #2
  • 1964/09/07-1964/12/05 - Tráfico de drogas, Mundo de Aventuras (2ª fase) #33
  • 1964/12/07-1965/02/20 - Correio diplomático, Mundo de Aventuras (2ª fase) #43
  • 1965/02/22-1965/05/29 - Paraíso de milionários, Mundo de Aventuras (2ª fase) #77
  • 1965/05/31-1965/09/04 - O caso do leopardo, Jornal do Cuto #105
  • 1965/09/06-1965/10/30 - Agente Secreto X-9 em acção, Canguru (1ª série) #71
  • 1966/01/31-1966/04/02 - (In Southeast Asia), Mundo de Aventuras (2ª fase) #519
  • 1966/04/04-1966/06/25 - (Dangerous Hunting), Mundo de Aventuras (2ª fase) #192
  • 1966/06/27-1966/09/03 - O computador ladrão, Acção #3
  • 1966/09/05-1966/10/29 - O objecto vindo do espaço, Mundo de Aventuras (2ª fase) #309
  • 1966/10/31-1967/01/28 - (Narcotics Contraband), Êxitos da TV #2
  • (?) - A esmeralda, Ciclone #553
  • (?) - Agente Secreto X-9 contra Tigre Verde, Tico #2
  • (?) - Ladrões de carros, Condor Popular #5/86º vol.
  • (?) - O roubo dos 200 mil dólares, SuperGrilo #2
  • (?) - [-], Morteiro #11

Al Williansom (desenhos) e Archie Goodwin (textos)

  • 1967/01/30-1967/04/08 - Operação Marina Vladcheck, Mundo de Aventuras (2ª fase) #56; Álbum Editorial Futura [1984]
  • 1967/03  (CB) - A chave do poder, Selecções (Mundo de Aventuras) #209
  • 1967/04/10-1967/07/01 - (Death In The Caribbean), Mundo de Aventuras Especial #5
  • 1967/05 (CB) - Os assassinos do poder, Selecções (Mundo de Aventuras) #218
  • 1967/07/03-1967/09/08 - (Blood For A Key), Mundo de Aventuras Especial #12
  • 1973/02/05-1973/05/19 - (Condor Of The Andes), Mundo de Aventuras Especial #2
  • 1973/05/21-1973/08/18 - Fantástica experiência, Mundo de Aventuras (2ª fase) #212
  • 1973/08/20-1973/11/10 - Dinheiro e vingança, Mundo de Aventuras (2ª fase) #149
  • 1973/11/12-1974/02/09 - A tríada e o sindicato, Mundo de Aventuras (2ª fase) #264
  • 1974/02/11-1974/05/11 - A ilha do dragão, Mundo de Aventuras (2ª fase) #176
  • 1974/05/13-1974/08/03 - Lady Vingança, Jornal do Cuto #118
  • 1974/08/05-1974/11/02 - O roubo do totem maia, Jornal do Cuto #126
  • 1974/11/04-1975/12/15 - Raptaram o Proteus, Grilo #36-58
  • 1975/02/17-1975/05/24 - Falsa magia, Secreto #2
  • 1975/05/26-1975/08/30 - Resgate por um filme, Mundo de Aventuras (2ª fase) #236
  • 1975/09/01-1975/12/27 - Deuses da ilha perdida, Mundo de Aventuras (2ª fase) #288
  • 1975/12/29-1976/03/27 - (Election In Gulf City), Mundo de Aventuras (2ª fase) #449
  • 1977/01/24-1977/06/11 - A porta espácio-temporal, Mundo de Aventuras (2ª fase) #379
  • 1977/06/13-1977/10/01 - (The Island Of Van Eden), Mundo de Aventuras (2ª fase) #576
  • 1977/10/03-1978/02/04 - Cinco anos de pesadelo, Mundo de Aventuras (2ª fase) #354
  • 1978/02/06-1978/07/08 - Projecto Olympus, Mundo de Aventuras (2ª fase) #427



17 de janeiro de 2014

Colecção Público/ASA Astérix XIII - Astérix entre os belgas

"Astérix entre os belgas" ("Astérix chez les Belges"), a vigésima quarta aventura da série, editada em 1979, foi a última em que participou o argumentista René Goscinny, que tinha falecido dois anos antes, a meio da construção do episódio. Como homenagem e, simultaneamente, a transmissão de um sentimento extremo de tristeza de Uderzo, as pranchas ficam mais cinzentas e chuvosas a partir do último terço da aventura.

Neste episódio, a fama da tribo gaulesa é posta em causa por César, quando afirma que de todos os povos da Gália, os belgas são os mais temíveis para os romanos. De orgulho ferido, Astérix, Obélix e o chefe da aldeia partem imediatamente para a Bélgica para lançarem um desafio aos belgas: o povo mais temido pelos romanos será aquele que conseguir destruir mais fortificações romanas. E quem vai arbitrar este desafio será, nada mais, nada menos, que o imperador romano, Júlio César.


Goscinny aproveita para colocar nesta aventura várias anedotas francesas e holandesas sobre os belgas, além de satirizar o modo de falar dos cidadãos daquela região. O nome de um chefes belgas, Gueselambix, é uma referência à marca de cerveja belga, Gueuze Lambic. Várias personagens são caricaturas de personagens célebres à época da cultura belga, como a cantora Annie Cordy e o ciclista Eddy Merck. A existência de dois chefes belgas é uma alusão à histórica divisão da Bélgica, a Flandres e a Valónia. A obra de Hergé, também ele belga, é referenciada na aventura com um pastiche dos irmãos Dupondt. A descoberta das batatas fritas pelos belgas também é uma das curiosidades do álbum.




O episódio foi publicado em Portugal logo no ano da sua edição (1979), num álbum da Livraria Bertrand. Mais tarde foi reeditado em álbum pela Meribérica-Líber e pela ASA e em revista pelo Jornal da BD.



13 de janeiro de 2014

O centenário do nascimento de Jijé

O meu primeiro contacto com a obra deste grande artista belga foi no Mundo de Aventuras com o western Jerry Spring. Mais tarde, com a aquisição da colecção do Cavaleiro Andante, apreciei e deliciei-me com a biografia desenhada do fundador do escutismo, Baden-Powell, tanto mais que, à época era um escuteiro activo do Corpo Nacional de Escutas.

Joseph Gillain nasceu na localidade belga de Gedinne a 13 de Janeiro de 1914, às portas do primeiro conflito militar mundial. Logo, em criança, os pais anteveram a sua vocação para o desenho e facilitaram-lhe aulas com o escultor Alex Daoust, que, por sua vez, o encaminha para a escola beneditina Saint-Joseph de Maredsous, especializada em modelagem, pintura, cerâmica e gravura em couro. 

Aos dezoito anos ingressa na Academia de Belas Artes e Artes Decorativas de Bruxelas. Três anos mais tarde, estreia-se na imprensa com ilustrações e capas para o jornal católico Le Croisé, um concorrente do Le Petit Vingtiéme, onde Hergé publicava, há alguns anos, as aventuras do repórter Tintin. Para "combater" o herói de Hergé, Jijé cria Jojo em 17 de Maio de 1936, que, contudo, só vive duas aventuras.

Paralelamente, ao trabalho no Le Croisé, Jijé desenha para a revista Petits Belges as aventuras de dois jovens garotos com os nomes de Blondin e Cirage, baptizados em Portugal por Adolfo Simões Muller na revista Zorro com os nomes pouco ortodoxos de Loirinho e Escarumba.


Em 1939, Jijé ingressa na grande revista de imprensa juvenil da época, a Spirou. A versatilidade e a competência, logo reconhecida pelos proprietários da revista, colocam Jijé como o verdadeiro «homem do leme«, levando a publicação a um dos períodos mais áureos da sua existência. Toma a responsabilidade, em 1940, de Spirou, o groom de hotel que dá nome à revista, já que o seu criador, Rob-Vel, em serviço militar, não consegue fazer chegar as suas pranchas à redacção, visto as fronteiras entre a França e a Bélgica se encontrarem encerradas, devido ao início das hostilidades da Segunda Guerra Mundial. 

Fruto da sua educação católica, Jijé empreende vários projectos biográficos sobre a vida da Igreja. Emmanuel, uma biografia de Jesus Cristo, é apresentada nas páginas da Spirou em 1940. No ano
seguinte, será a figura de Dom Bosco.


Em 1941, com argumentos de Jean Doisy, Jijé desenha as aventuras do detective Jean Valhardi
Em 1942, apresenta a biografia do navegador Cristóvão Colombo.



A influência de Jijé na revista Spirou ia criando raízes com seguidores como Franquin (o futuro desenhador de Spirou), Morris (Lucky Luke), Eddy Paape (Luc Orient), Victor Hubinon (Buck Danny), Peyo (Schtroumpfs) e Jean Roba (Boulle e Bill). Estava criado um estilo que a história da BD franco-belga denominará como a Escola de Marcinelle, nome do bairro onde se sediava a redacção da revista Spirou

Em busca de novas realidades, de novos ambientes, Jijé abandona provisoriamente a Spirou e com a sua família parte à descoberta dos Estados Unidos  e do México. Acompanha-os Morris e Franquin. Durante dois anos o trio permanece nas Américas, continuando, contudo, a enviar os seus trabalhos para a Spirou. Em 2013, um álbum de BD de Schwartz e Yann, intitulados "Gringos Locos", retrata esta aventura em terras americanas.

Entre 1948 e 1950, adapta à BD a vida do fundador do escutismo, Baden Powell e em 1951 retoma as aventuras do duo Blondin et Cirage. Mas será em 1954 que Jijé lança a série que maior marca deixa na bibliografia do autor: Jerry Spring, um western realista, que terá 24 episódios até 1977, alguns assinados por escritores como Goscinny, Rosy, Lob e do seu filho Philippe. Em 1956, retoma Jean Valhardi com argumentos de Charlier e, mais uma vez, do seu filho.

Paralelamente ao trabalho na Spirou, Jijé colabora nas revistas Bonnes Soirées, Moustique e Line

Em 1966, substitui Albert Uderzo ("atrapalhado" com o sucesso de Astérix) na série de aviação e guerra, Tanguy e Laverdure, com argumento de Jean-Michel Charlier

Em 1979, na companhia do seu filho mais novo Laurent, ilustra duas aventuras de Barba-Ruiva

É distinguido com o Grand Prix Saint-Michael em 1975 e, dois anos depois, Angoulême atribui-lhe o seu Grande Prémio. 

Morre em Versailles em 20 de Junho de 1980. Em 2004, reconhecendo a grande importância de Jijé na BD franco-belga, fruto da sua excelente capacidade criativa, tanto ao nível realista ou humorístico, Bruxelas acolhe um Museu que apresenta a sua obra a todos aqueles que amam a banda desenhada como um expoente da cultura gráfica e narrativa.

Em 2014, comemorando-se o centenário do seu nascimento, são várias as iniciativas culturais e editoriais agendadas, nomeadamente, exposições e reedições das obras, assim como ensaios biográficos sobre o autor.

Em Portugal, a obra de Jijé foi medianamente divulgada, mormente em revistas. Em álbum, só foram editados quatro livros com aventuras de Jerry Spring, além de um álbum do Spirou.

Deixo um ensaio bibliográfico de Jijé em Portugal:

One-shots

  • Baden-Powell (Baden-Powell), Jijé, Cavaleiro Andante #210 a #297
Blondin e Cirage (Loirinho e Escarumba)

  • Blondin & Cirage no México (Blondin et Cirage au Mexique), 1951, Zorro #57 a #70 
  • Blondin & Cirage em África (Le nègre blanc), 1951, Zorro #108 a #120
  • Kamiliola (Kamiliola), 1952, Zorro #86 a #97 
  • O sol negro (Valhardi contre le soleil noir), 1956, Jijé, Foguetão #1 a #13 e Cavaleiro Andante #510 a #523
  • A quadrilha do diamante (Le gang du diamant), 1957, Jijé, Zorro #38 a #48
  • O segredo da mina abandonada (Golden Creek, le secret de la mine abandonnée), 1954, Jijé, Cavaleiro Andante #210 a #252
  • O mistério do rancho grande (Le splendide cavalier [Yucca Ranch]), 1954, Jijé e Rosy, Cavaleiro Andante #254 a #298
  • Lua de prata (Le visage pâle [Lune d'argent]), 1955, Jijé, Cavaleiro Andante #300 a #339; Mundo de Aventuras (2ª fase) #325 a #326
  • Tráfico de armas/Uma aventura no México (La révolution méxicaine [Trafic d'armes]), 1955, Jijé, Mundo de Aventuras (2ª fase) #54 a #55 e #70 a #71
  • A passagem dos índios (La passe des Indiens), 1955, Jijé, Mundo de Aventuras (2ª fase) #191 a #192
  • O desfiladeiro da morte (La piste du grand nord), 1956, Jijé, Cavaleiro Andante #340 a #378
  • A herdeira do rancho (Le ranch de la malchance), 1956, Jijé, Cavaleiro Andante #384 a #397
  • Inquérito arriscado (Enquête à San Juan), 1957, Jijé, Cavaleiro Andante #398 a #417
  • O testamento do velho Tom (Le testament de l'oncle Tom), 1957, Jijé, Cavaleiro Andante #419 a #427
  • Forte Red Stone (Fort Red Stone), 1958, Jijé e P. Gillain, Mundo de Aventuras (2ª fase) #114 a #115
  • O rei da serra (Le maître de la sierra), 1960, Jijé e P. Gillain, Zorro #54 a #69
  • O mistério do saco vazio (?), ?, Jijé, Nº Especial Cavaleiro Andante #Natal 1960
  • El Zopilote (El Zopilote), 1962, Jijé, Álbum Edições 70 [1983]
  • Pancho «fora-da-lei»/Pancho em apuros (Pancho hors la loi), 1963, Jijé, Mundo de Aventuras (2ª fase) #165 a #166; Álbum Edições 70 [1983]
  • Os broncos de Montana (Les broncos du Montana), 1963, Jijé, Spirou (1ª série) #1 a #22; Álbum Edições 70 [1984]
  • Meu amigo Red (Mon ami Red Lover), 1964, Jijé, Mundo de Aventuras (2ª fase) #137; Álbum Edições 70 [1984]
  • O lobo solitário (Le loup solitaire), 1964, Jijé, Mundo de Aventuras (2ª fase) #93; Álbum Edições 70 [1984]
  • Os vingadores do Sonora (Les vengeurs du Sonora), 1965, Jijé, Mundo de Aventuras (2ª fase) #466 a #467
  • Jerry contra KKK (Jerry Spring contre K.K.K.), 1966, Jijé e Lob, Mundo de Aventuras (2ª fase) #235
  • O duelo (Le duel), 1966, Jijé e Lob, Mundo de Aventuras (2ª fase) #257
  • A rapariga do canyon (La fille du canyon),1976, Jijé e P. Gillain, Spirou (2ª série) #1 a #23; Jornal da BD #67
  • Como uma mosca no tecto (Comme une mouche au plafond), 1949, Jijé, Spirou (2ª série) #9 a #14; Álbum Editorial Pública(1) [1981]; Jornal da BD #94
  • Os chapéus pretos/Os chapéus negros (Les chapeaux noirs), 1950, Franquin e Jijé, Franquin, Zorro #138 a #141; Jacaré #1 a #8; Spirou (2ª série) #1 a #9; Álbum Editorial Pública [1981]; Jornal da BD #86
  • Os homens-rãs (Les hommes grenouilles), 1951, Jijé, Zorro #142 a #144, Spirou (2ª série) #15 a #21; Álbum Editorial Pública (3); Jornal da BD #96
  • O alferes Bang-Bang (Lieutenant Double-Bang!), 1968, Jijé e Charlier, Tintin #13 a 35/3º ano
  • Luta no deserto (Baroud sur le désert), 1969, Jijé e Charlier, Tintin #29 a #51/4º ano
  • Os vampiros atacam à noite (Les vampires attaquent la nuit), 1970, Jijé e Charlier, Tintin #38/5º ano a 8/6º ano
  • O terror vem do céu (La terreur vient du ciel), 1970, Jijé e Charlier, Tintin #37/7º ano a #11/8º ano
  • A misteriosa esquadra Delta (La mystérieuse escadre Delta), 1979, Jijé e Charlier, Álbum Meribérica
  • Operação Trovão (Opération Tonnerre), 1981, Jijé e Serres, Charlier, Jornal da BD #147; Álbum Meribérica

11 de janeiro de 2014

Colecção Público/ASA Astérix XII - Astérix na Córsega

E aí está mais um volume da colecção Astérix da parceria do jornal Público e da editora ASA. Esta semana foi editado o décimo segundo volume com a aventura "A grande travessia", a vigésima segunda da cronologia da dupla gaulesa, Astérix e Obélix, editada em 1974. 


Astérix e Obélix voluntariam-se para irem à pesca a alto mar, já que Panoramix necessita de peixe para a poção mágica e as reservas da aldeia terminaram. Apanhados por uma grande tempestade, os heróis gauleses perdem a orientação e atravessam o Atlântico, sem o saberem, desembarcando no local onde hoje está situada a cidade de Nova Iorque. Aflitos por se encontrarem longe de casa, tomam contacto com uma tribo Índia. Felizmente, uma expedição Viking disponibiliza-se por dar "boleia" aos nossos amigos, levando-os para a Dinamarca. Aqui libertam um escravo gaulês, pescador de profissão, regressando à aldeia com o tão desejado peixe. 


"A grande travessia" ("La grande traversée") estreou-se em álbum em 1975 numa edição da Livraria Bertrand, sendo reeditado pela Meribérica e ASA. Em revista, a aventura foi publicada pela Tintin, Jornal da BD e pelo suplemento do jornal Diário Popular, Flecha 2000.

Novos selos do Tintin

Os correios belgas vão editar um conjunto de dez selos alusivos ao Tintin no próximo dia 22 de Abril, num ano que o herói criado por Hergé comemora 85 anos.

10 de janeiro de 2014

La Malédiction de Rascar Capac

No próximo mês de 12 de Março sairá mais uma obra dedicada a Tintin, por ocasião do seu 85º aniversário, com a edição pela Casterman o primeiro volume de «La Malédiction de Rascar Capac» intitulado «Les mystères des boules de cristal».

O livro terá o formato «à italiana» (325x235 mm) , com as páginas da direita dedicadas à versão original do episódio «As 7 bolas de cristal» publicadas no Le Soir e nas páginas da esquerda informações diversas (fontes literárias e documentais, factos biográficos ou profissionais de Hergé ou do contexto, curiosidades tintinófilas, documentos raros e inéditos, observações de especialistas na obra de Hergé).

A obra de 136 páginas terminará com fontes bibliográficas e um índice. O episódio «As 7 bolas de cristal» será reproduzido totalmente neste primeiro volume, ao contrário da edição de Le Soir. O segundo volume será dedicado ao episódio «O templo do Sol» com a versão publicada na revista Tintin.

Os textos serão do tintinólogo Philippe Goddin, presidente da associação Les Amis de Hergé e arquivista da Fundação Hergé.

7 de janeiro de 2014

Jim das Selvas faz 80 anos




Estávamos nos inícios dos anos trinta do século passado. A série Tarzan, herói de romances de Edgar Rice Burroughs, transportada para a banda desenhada por Harold Foster e distribuída pela United Features Syndicate, era um estrondoso sucesso. A principal concorrente, a King Features Syndicate, responde ao sucesso de Tarzan, ao apelar ao seu melhor talento, Alex Raymond, desenhador de Flash Gordon, para criar uma série de aventuras na selva, tendo a colaboração de Don Moore nos argumentos.

E, em 7 de Janeiro de 1934, começa a ser distribuída pelos jornais norte-americanos a primeira tira de Jungle Jim, aportuguesado para Jim das Selvas, como tira complementar de uma prancha semanal.

Contrariamente a Tarzan, Jungle Jim, vive as suas aventuras nas selvas asiáticas. De nome verdadeiro Jim Bradley, o herói é um caçador de animais, evoluindo para defensor ecológico contra todo o tipo de traficantes. O seu parceiro chama-se Kolu (comparável ao Lothar da série Mandrake) e, anos depois, passa a ter a companhia da charmosa Lil' de Vrille, uma verdadeira "mulher fatal" inspirada na actriz Myrna Loy.


Com a Segunda Guerra Mundial, Jim Bradley veste a pele de patriota e ingressa no Exército dos EUA como capitão, combatendo nas guerras do Pacífico os japoneses. É nesta altura (1944) que Alex Raymond abandona a série para servir na Marinha norte-americana naquele conflito militar, sendo substituído por Austin Briggs.

Terminado o conflito, Jungle Jim torna-se agente do FBI.

Em 1948, Briggs cede o seu lugar a Paul Norris e Don Moore que asseguram a série até ao seu final em 8 de Agosto de 1954, após vinte anos de aventuras.

A popularidade da série levou-a a outros média, como uma série radiofónica em 1935 e ao cinema, já retratado neste blogue.



Em Portugal, a série foi publicada nas revistas da Agência Portuguesa de Revistas e em dois álbuns. Deixo aqui um ensaio de bibliografia da série no nosso país.


  • 1934/01/07-1934/08/13 - Contra bandidos e feras, Alex Raymond e Don Moore, Mundo de Aventuras (2ª fase) 136-140; 142-144; 146-147 
  • 1934/08/14-1934/11/27 - Karnak, Alex Raymond e Don Moore, Mundo de Aventuras (2ª fase) 487-489; 491-494; 496; 498-506; 508-509; 511-521; 523-525; 527; 529; 531-532
  • 1935/11/03-1936/10/18, Alex Raymond e Don Moore, Álbum Editorial Presença [1973]
  • 1935/07/14-1935/10/27, Alex Raymond e Don Moore,Enciclopédia «O Mosquito»,3
  • 1936/11/08-1937/09/05, Alex Raymond e Don Moore,Enciclopédia «O Mosquito»,8
  • 1938/08/14-1939/05/21, Alex Raymond e Don Moore, Álbum Editorial Futura [1988]
  • 1939/01/29-1939/05/21, Alex Raymond e Don Moore, Mundo de Aventuras (2ª fase) 513 a 533
  • 1949/07/10-1949/09/10, Paul Norris Don Moore, Mundo de Aventuras Especial 30
  • 1951/06/??-1951/08/?? - Luta com os contrabandistas, Paul Norris e Don Moore, Condor Mensal 8
  • A ilha do terror, Paul Norris e Don Moore, Mundo de Aventuras (1ª fase) 200 a 215
  • Narani; a terra proíbida, Paul Norris e Don Moore,Álbum do Mundo de Aventuras,
  • A morte do cobarde, ? ,Condor Popular,8/1º vol.




6 de janeiro de 2014

José Ortiz (1932-2013)

Já foram vários os blogues de BD que fizeram a justa homenagem à obra deste grande artista espanhol, recentemente falecido. Aconselho a lerem a sua biografia no Tex Willer Blog.

Da minha parte, deixo um ensaio de bibliografia portuguesa de José Ortiz:

One-shots
  • Terra de violência, Ortiz e Sesen, Mundo de Aventuras (1 fase) #739
  • O pequeno selvagem, Álbum Disvenda [1977]



Caroline Baker
  • Cleptomania (#034-#121), Selecções do Mundo de Aventuras #70

Grandes Mitos do Oeste
(argumento de Josep Toutain)
  • Wild Bill Hickok, Jornal do Cuto #146 a #147 
  • Jesse James, Jornal do Cuto #153 a #155
  • Bill Masterson - O fim de uma lenda, Jornal do Cuto #160
  • Jim Bowie, o homem que ajudou a nascer o Oeste, Pantera Negra #1
  • Wyatt Earp - A verdade sobre OK Corral, Pantera Negra #2
  • Billy the kid & Pat Garrett - Quando os bandidos estão fora e dentro da lei, Pantera Negra #3
  • Buffalo Bill - O homem que mostrou o Oeste ao mundo, Pantera Negra #8
  • Butch Cassidy: o último pistoleiro, Pantera Negra #10

Sigur, o Viking
(argumento de M. Bañolas)

A Feiticeira de Kiruk, Condor Popular #7/2º volume
[-] Mundo de Aventuras (2ª fase) #216
[-] Mundo de Aventuras (2ª fase) #226
[-] Mundo de Aventuras (2ª fase) #246
[-] Mundo de Aventuras (2ª fase) #464
[-] Mundo de Aventuras (2ª fase) #484
[-] Mundo de Aventuras (2ª fase) #544





5 de janeiro de 2014

Peles-Vermelhas fazem 50 anos

"Peles-Vermelhas" é uma das melhores séries de banda desenhada realista sobre os primórdios do western norte-americano.

Criada pelo desenhador holandês Hans Kresse em 1974 para as Éditions Casterman, "Peaux Rouge" conta, em nove álbuns, o crescimento até à idade adulta do pele-vermelha Anua, o filho do chefe da tribo dos Faraondes. As aventuras decorrem no início do século XVI e, através de Anua, os leitores assistem ao genocídio do seu povo pelos conquistadores europeus.

Apesar da grande qualidade histórica e gráfica da série, "Peles-Vermelhas" não encontra o sucesso merecido e Kresse é obrigado a abandoná-la cinco anos mais tarde, em Maio de 1982.

Em Portugal, a Difusão Verbo editou entre 1977 e 1983 toda a obra em nove volumes cartonados a cores.



  • Os senhores do trovão (Les maîtres du tonerre), 1974, Álbum Difusão Verbo [1977]
  • Os herdeiros do vento (Les héritiers du vent), 1974, Álbum Difusão Verbo [1977]
  • Companheiros do mal (Les compagnons du mal), 1974, Álbum Difusão Verbo [1978]
  • O apelo dos coiotes (L'appel des coiotes), 1975, Álbum Difusão Verbo [1978]
  • As flechas da vingança (Les fléches de la vengeance), 1976, Álbum Difusão Verbo [1979]
  • O ouro das montanhas (L'or des montagnes), 1977, Álbum Difusão Verbo [1979]
  • Os caçadores de abutres (Les chausseurs des vautours), 1978, Álbum Difusão Verbo [1980]
  • O preço da liberdade (Le prix de la liberté), 1979, Álbum Difusão Verbo [1980]
  • A honra do guerreiro (L'honneur du guerrier), 1982, Álbum Difusão Verbo [1983]




Nova colecção de miniaturas do Tintin

Após o enorme sucesso da colecção "En voiture Tintin" das Éditions Atlas com sessenta miniaturas das viaturas que Hergé desenhou nas aventuras de Tintin, as Éditions Hachette prepara-se para lançar na próxima Primavera uma nova colecção de miniaturas, agora dedicada aos aviões do Tintin, intitulada "En avion Tintin".

Esta colecção já teve um pré-lançamento de teste em algumas zonas de França.


A colecção terá, em princípio, quarenta miniaturas com o preço unitário de 19,99 €. Os três primeiros modelos serão o hidroavião da aventura "O caranguejo das tenazes de ouro" (este terá o preço de lançamento de 2,99 €), o jet do milionário Carreidas do "Voo 714 para Sidney" e o hidroavião do episódio "A estrela misteriosa".

Para os assinantes da colecção, as ofertas de um caderno de notas, duas canecas e um tabuleiro do Tintin. Vai ser possível adquirir vitrinas de exposição (55x49x16 cm) pelo preço de 24,99 € cada.

A má notícia é que a colecção só terá venda em França e na Bélgica

(Agradeço ao Samy a informação)



4 de janeiro de 2014

Colecção Público/ASA Astérix XI - Astérix na Córsega

Esta semana fomos brindados com mais um álbum da colecção Astérix do jornal Público: "Astérix na Córsega". Esta aventura, a vigésima da série, foi a última que a revista francesa Pilote publicou, tendo a sua estreia em 31 de Maio de 1973 no número 687. Nesse mesmo ano, a Dargaud editava o álbum respectivo.

A aldeia gaulesa celebra o aniversário da batalha de Gergóvia e, como é tradição, vários amigos de Astérix e Obélix deslocam-se à aldeia para uma alegre confraternização, que passa por um combate contra os romanos. Contudo, estes, conhecedores da tradição, abandonam a fortificação, deixando um único romano a guardar um prisioneiro corso. Logicamente, Astérix liberta o prisioneiro e juntamente com o seu amigo Obélix acompanham o corso na viagem até à sua terra natal na ilha da Córsega. Aqui conhecem os costumes corsos e ajudam-nos numa batalha contra os romanos que são comandados por um governador corrupto.

O chefe corso, Ocatarinetabelachichix, é uma caricatura ao jornalista francês Paul Gianolli, enquanto o nome é uma paródia a uma canção de Tino Rossi. Goscinny e Uderzo caricaturam os hábitos corsos, como a preguiça, a sesta e a vendeta.

"Astérix en Corse" foi estreado em Portugal directamente em álbum pela Livraria Bertrand no ano de 1973 e publicado, posteriormente, no ano seguinte, na revista Tintin (8 a 29 do sétimo ano). Mais tarde, a Meribérica e a ASA reeditam a aventura em álbum, enquanto o Jornal da BD a publica em revista em 1987 (do #241 ao #248).


2 de janeiro de 2014

Colecção Público/ASA Astérix X - Os louros de César

"Os louros de César" é o décimo volume da colecção "A volta ao mundo com Astérix" que o jornal Público tem vindo a editar. Trata-se da décima oitava aventura do pequeno gaulês, originalmente publicada na revista Pilote a partir do #621 de 30 de Setembro de 1971, tendo o álbum sido editado no ano seguinte pela Dargaud.

Nesta aventura, Astérix e Obélix acompanham Abraracourcix e Bonemine até Lutécia, onde vão visitar o cunhado do chefe gaulês, Homeopato, negociante convencido e vaidoso que constantemente humilha Abraracourcix com a sua qualidade de vida. Para tentar sobrepor-se à arrogância do seu cunhado, Abraracourcix, um pouco ébrio, aposta que consegue organizar um banquete com um guisado cozinhado com a coroa de louros de Júlio César.

E assim, Astérix e Obélix são incumbidos de irem buscar a tal coroa de louros...

O álbum foi considerado pouco adequado ao público jovem, devido ás imensas referências a álcool, escravatura e criminalidade.

O domador de leões é uma caricatura ao actor francês, Jean Richard, conhecido, entre nós, como O Comissário Maigret.





Em Portugal, o episódio estreou-se na revista Tintin #16 do sexto ano de 8 de Setembro de 1973. Posteriormente, foi editado em álbum pela Editorial Íbis, Livraria Bertrand, Meribérica e ASA.

1 de janeiro de 2014

Colecção Público/ASA Astérix IX - Astérix entre os Helvécios

A colecção "Astérix à volta do mundo" do jornal Público continua com a edição das aventuras do herói gaulês. Desta feita, é a décima sexta aventura intitulada "Astérix entre os helvécios".

Publicada originalmente a partir do número 557 da revista francesa Pilote (9 de Julho de 1970), o argumento centra-se no fiscal tributário Enxaquecus, encarregado de fiscalizar as contas da província de Condate, governada por um romano corrupto, que fica com as verbas colectadas para organizar grandes orgias. Assim, o governador Deulhovírus não tem outra alternativa em envenenar o fiscal tributário, antes que este o denunciasse a César.

Contudo, Enxaquecus tem uma possibilidade de sobreviver se o nosso druida Panoramix lhe faça uma poção salvadora. Mas para a conseguir, precisa de uma planta que só existe na Helvécia (actual Suíça). Astérix e Obélix oferecem-se para a ir buscar e vivem aventuras na futura nação dos relógios e chocolates.

Esta é a primeira aventura desde "Astérix e o gladiador" em que os piratas não entram, talvez porque a Helvécia é um território onde não existe mar. E, no final da aventura, pela primeira vez, um romano (Enxaquecus) participa no tradicional banquete.


"Astérix entre os helvécios" estreia-se em Portugal em 3 de Novembro de 1972 na revista Tintin. Posteriormente, é editada em revista no Jornal da BD e em álbum pela Livraria Bertrand, Meribérica e ASA.