31 de agosto de 2023

Entradas na minha biblioteca de BD no mês de Agosto de 2023

                          

                         

Álbuns

  • Sade: A águia, Mademoiselle..., Bertrand Editora [1994]
  • Strapontam e os esquimós, Editorial Íbis [1965]
  • Biblioteca RTP - Clássicos em Banda Desenhada #1, #4, #6, #8, #13 e #19, Presença, [1985/1986]
  • Strapontam: A revolta no bosque adormecido, Editorial Íbis [1968]
  • Tarzan: A era de Russ Manning, Devir [2022]
  • Tarzan: A volta do rei das selvas, Devir [2022]
  • Antologia da BD clássica #12, Editorial Futura [1984]
  • Frankenstein, A Seita [2023]
  • O infeliz pacto de George Walden, A Seita/Bicho Carpinteiro [2022]
  • Moby Dick - Volume 1, Público/Levoir [2023]

Revistas

Livros

  • Le chemin de l'Atchafalaya, Delcourt [2018]
  • L' histoire selon Tintin, Mac Fuffin [2013]

Para-BD

  • Lucky Luke - Caderneta de cromos, Arcádia [1973]

Novela Gráfica - O regresso de uma colecção que faz história

A Levoir e o Público continuam a ser os editores com mais títulos publicados nesta categoria no mercado nacional. E foi aqui, nos livros distribuídos com o jornal Público, que tudo começou e é aqui que agora continua, com esta sétima série da colecção Novela Gráfica. Uma série marcada mais uma vez pela diversidade, que traz de volta nomes prestigiados como Chabouté, Bartolomé Seguí, Felipe Hernandéz Cava e Schuiten e Peeters, que confirmam a aposta na BD europeia, ao mesmo tempo que abre as portas a autores nunca antes publicados em Portugal. Autores oriundos de diversas latitudes e culturas, da Itália ao Irão, passando pela Coreia – incluindo uma inédita colaboração entre o argumentista francês Éric Corbeyran e o desenhador coreano Gwangjo – assinando histórias que, partindo da literatura ou da própria vida, abordam temas tão diversos como o Holocausto, a Guerra Civil Espanhola e a Revolução Russa, ou a situação das mulheres e os problemas de liberdade de expressão e da censura no Irão. Ou seja, todo um mundo para descobrir com o Público, todas as quintas-feiras, entre 31 de Agosto e 2 de Novembro.

Nesta sétima série não faltam títulos com uma importante ligação à literatura, sejam adaptações directas, biografia de escritores, ou trabalhos originais que remetem para obras literárias existentes, como simples homenagem, ou como ponto de partida para uma intriga autónoma.

Composta por 10 volumes inéditos em Portugal, é apresentada como habitualmente em cuidadas edições de capa dura e com prefácios a cada uma das edições.

Regressam autores já conhecidos dos leitores: Chabouté, Benoît e Peeters, Bartolomé Seguí e Hernán Migoya, adaptando mais um romance de Manuel Vázquez Montalbán, e Felipe Hernández Cava, apadrinhando a estreia de Miguel Navia, numa história sobre a guerra civil espanhola. Sendo o contingente europeu assegurado por autores de Espanha, França, Bélgica e Itália, esta sétima série traz-nos também livros de Mana Neyestani e de Shaghayegh Moazzami, dois autores iranianos, que mostram que a novela gráfica naquele país não se limita a Marjane Satrapi, a prestigiada autora e realizadora que já marcou presença por duas vezes nesta colecção com Frango com Ameixas e Bordados.

Mas o grande destaque nesta colecção vai para a presença, praticamente em estreia no mercado nacional, do Mahwa, a banda desenhada feita na Coreia do Sul, por Keum Suk Gendry-Kim, uma autora coreana, que adapta um romance do seu compatriota Jung Cheol-Hoon, Alexandra Kim, a biografia da revolucionária coreana que participou activamente na revolução bolchevique.

A Coreia também está representada pelo desenhador Gwangjo, que colabora com o argumentista francês Éric Corbeyran, em mais uma prova que a Banda Desenhada é cada vez mais um género sem fronteiras.

A abrir a colecção, temos um velho conhecido, Chabouté e a sua obra em 2 volumes, Moby Dick, publicado originalmente em 2014 é a adaptação para banda desenhada do romance de Herman Melville, considerado um clássico da literatura americana.

A história passa-se no século XIX, no auge da indústria baleeira que operava na Nova Inglaterra. O narrador, Ismael é um jovem que anseia por novas experiências o que o leva a embarcar no navio baleeiro, que está prestes a zarpar, o Pequod.  O misterioso capitão do navio, Ahab, tem como único objectivo vingar-se de Moby Dick a baleia branca que lhe arrancou uma perna. Toda a tripulação vai unir-se ao seu capitão em busca de vingança, tornando a viagem perigosa e doentia.

Além de uma narrativa de acção, Moby Dick, é uma obra sobre o confronto entre homem e natureza, abordando temas como religião, idealismo, pragmatismo e vingança. É uma obra atemporal, que consegue cativar o leitor de qualquer época.

Moby Dick (volume 1), Chabouté, Público/Levoir, 128 pp., p&b, capa dura, 13,90€

Matteo Ricci - Na Cidade Perdida

É a estreia do desenhador Martin Jamar no mercado editorial português, trazendo-nos a epopeia de Matteo Ricci na cidade de Pequim nos inícios do século XVII, seguindo um argumento de Jean Dufaux.

Padre Matteo Ricci, um jesuíta italiano, apaixonou-se pela China, sendo apelidado de “o Estudioso do Ocidente distante”. Durante dezoito anos, viajou por este país para servir a Deus. Respeitando costumes e religiões que não são os seus, persegue um sonho: conhecer pessoalmente o Imperador. Mas o caminho é longo e repleto de perigos até à Cidade Proibida, a casa do Filho do Céu... Conspirações, intrigas palacianas, ciúmes e violência são obstáculos que se interpõem no seu caminho. Sem falar no papel conturbado de Don Herrera, membro da Santa Inquisição, que só procura converter os “selvagens” que são, aos seus olhos, os chineses. Jean Dufaux e Martin Jamar, cujos gráficos realistas e sensuais mergulham o leitor no coração da história, trazem de volta à vida um personagem histórico adepto da tolerância, da abertura à diferença e do diálogo entre civilizações. Tantas convicções que assumem todo um significado na nossa sociedade fraturada de hoje...

Matteo Ricci - Na Cidade Perdida, Martin Jamar e Jean Dufaux, Gradiva, 64 pp., cor, capa dura, 20,99€

30 de agosto de 2023

Les Cahiers de la BD #23

A revista de estudos sobre BD dedica o seu último número à compreensão do enorme sucesso editorial das edições manga no mercado francófono. 




Les Cahiers de la BD #23, juil-sept 23, 164 pp., 14,17€

O Mangusto

Júlia encontra-se encurralada num enorme problema: um mangusto destruiu a sua pequena e estimada horta, e ninguém a consegue ajudar. Como se já não bastasse ter de lidar com esta catástrofe, Júlia ainda tem de aguentar a teimosia da mãe, que não lhe dá espaço, ou a infantilidade do irmão mais novo, que passa os dias absorvido em videojogos.

Só lhe resta uma solução: livrar-se do bicho antes que cause mais danos. Mas como?  Até que ponto somos responsáveis pelos nossos problemas e de que forma dependerá de nós encontrar a sua solução?

Joana Mosi é uma das mais criativas e inovadoras autoras portuguesas de BD contemporânea, embora só agora, com este O Mangusto, tenha assinado uma obra de fôlego, que permita apreciar toda as suas qualidades como autora completa - argumentista e desenhadora. Mosi surgiu inicialmente ao público com a série de três comics Altemente, uma narrativa “slice of life” sobre uma residência artística que efectuou na aldeia de Alte, no Algarve, a que se seguiu Nem Todos os Cactos têm Picos, outra pequena narrativa de carácter parcialmente autobiográfico sobre a adolescência. Desenhadas num estilo claramente influenciado pelo mangá, estas obras contrastaram fortemente com o seu primeiro álbum, lançado em 2019, O Outro Lado de Z, que no entanto, paradoxalmente, tinha sido iniciado muito antes dos outros, e que foi também a sua primeira obra em colaboração, desta feita com o argumentista Nuno Duarte.

Joana Mosi focou-se depois na sua aprendizagem do audiovisual, mas também no ensino, e em projectos próprios na área do fanzine ou de antologias, que revelaram uma vontade de experimentação no estilo e grafismo muito grande. Depois de vencer uma das bolsas de Criação Literária da DGLAB, Mosi desenvolveu o livro que viria a ser O Mangusto durante uma residência no estrangeiro, onde, por motivos completamente aleatórios, se viu forçada a fazer o livro em desenho digital. Isso resultou num estilo inteiramente novo, algo estilizado, mas tremendamente eficaz na capacidade narrativa, e na criação de modos de planificação e de organização das páginas muito diferentes dos seus anteriores trabalhos.

Nas palavras de Pedro Cleto, crítico e jornalista de BD (Jornal de Notícias), “devemos atentar em especial na forma como a Joana gere os tempos, o movimento e a dicotomia som/silêncios”. O Mangusto explora os relacionamentos familiares, as angústias do dia-a-dia - e dos acontecimentos mais súbitos e inesperados - e a maneira como a protagonista da narrativa vai viver a necessidade de se adaptar a uma realidade diferente na sua vida.

Joana Mosi é artista visual, licenciada em Pintura pelas Belas-Artes e Mestre em Cinema. Das suas obras em banda desenhada destacam-se a série Altemente (2016, ComicHeart), Nem Todos os Cactos têm Picos (2017, Polvo), O Outro Lado de Z (com Nuno Duarte, Comic Heart/Kingpin Books), Both Sides Now (2020, Ao Norte), My Best Friend Lara (2021, auto-edição) e The Apartment (2022, kuš!) É formadora e professora em várias instituições, e colabora regularmente com actividades e iniciativas culturais, a nível nacional e internacional.

O Mangusto, Joana Mosi, A Seita, Colecção Comic Heart, 184 pp., p&b, capa dura, 25€

29 de agosto de 2023

Drago de Burne Hogarth

Drago de Burne Hogarth apareceu pela primeira vez em jornais dos EUA em 1945-46 e foi republicado pela primeira vez em 1971, na França, em um volume pelas Editions SERG

80 anos após a sua criação, a obra mais pessoal de Hogarth é publicada  com o desenho restaurado (de Manuel Caldas e Diego Córdoba), a cor original e os pontos como os dos jornais (obra também de Diego Córdoba) e uma tradução (também de Diego Córdoba) do original. Um verdadeiro marco na história das reedições! Mas o livro traz, além das 54 pranchas da série, uma excelente introdução escrita por Eduardo Martínez-Pinna, um texto erudito sobre a restauração e outros documentos. 

A obra terá 64 páginas, tamanho 24,5 x 32 cm, capa mole com abas. O livro chegará às livrarias em Outubro, mas já está disponível na editora e começará a ser enviado a partir do dia 2 de Setembro aos interessados. O preço é de 21 euros e os portes de envio são gratuitos para Espanha e Portugal. Os pedidos podem ser feitos a mcaldas59@sapo.pt.

Casemate #171

O número de Agosto/Setembro da Casemate já se encontra disponível nas bancas portuguesas e cuja capa é dedicada ao número especial da revista Tintin comemorativo dos 77 anos do seu lançamento. 

O sumário da edição é o seguinte:

P.4-6 Global Police plonge dans les entrailles de l’ordre et de la sécurité
P.8-11 Winoc sous les cris des Sirènes de Bagdad de Khadra
P.12-15 Zribi, à la poursuite des génocidaires du Rwanda
P.16-18 Journorama, revue de presse de l’actu BD
P.20-22 L’Écho des Rézos, le meilleur de Facebook, Twitter, Instagram…
P.26-31 Manara adapte Le Nom de la rose, chef-d’œuvre d’Eco (+4 planches)
P.32-37 Leo se lance dans le western SF avec Bellatrix, dans l’univers d’Aldébaran (+4 planches)
P.38-43 Cuvillier met le feu à l’enfance d’Arthur Rimbaud (+4 planches)
P.44-49 Yann et Dany imaginent un Spirou féministe, à l’esprit “sales gamins” (+4 planches)
P.50-61 Le journal Tintin revient pour les 77 ans du Lombard ! Et ses héros aussi, à commencer par Ric Hochet, Blake et Mortimer et Jugurtha (+8 planches)
P.62-70 Une sélection de 32 BD à découvrir en août-septembre
P.72-75 Agenda : les 331 sorties de septembre, les festivals et les expos
P.76-81 Monféry file sur les traces d’un crash dans La Neige en deuil (+4 planches)
P.82-85 Le Temps des jonquilles… celui des Gilets jaunes ! (+2 planches)
P.86-91 Desberg et Vrancken dépoussièrent l’Histoire (+4 planches)
P.92-95 Collier habille les autoroutes de panneaux touristiques
P.96-97 Nogier au balcon avec les femmes Hopper
P.98 Le courrier du mois à la loupe

Casemate #171, août-septembre 2023, 100 pp., 9€

Team Phoenix #2

Antes de fechar o mês de Agosto, a Gradiva edita o segundo volume de Team Phoenix, um mangá espanhol de Kenny Ruiz, baseado na ficção científica de Osamu Tezuka.

Neste tomo, um estranho parasita causa o pânico a bordo da nave espacial em que Sapphire e a sua tripulação escaparam! Porém, graças à competência do cibercirurgião Black Jack toda a tripulação é salva! Mais tarde, a Team Phoenix é posta à prova quando organiza uma operação de resgate para salvar o paciente Alpha, que está preso numa fortaleza.

Conseguirá a equipa ser bem-sucedida? Entretanto, Atlas chegou a El Nido e fica furioso com o que encontra. E as surpresas continuam…

Team Phoenix #2, Kenny Ruiz, Gradiva, 200 pp., p&b, capa nole, 12€


28 de agosto de 2023

Novela Gráfica (7ª série) a partir de 31 de Agosto

 

Títulos da colecção:

Moby Dick (1º volume) - Christophe Chabouté
Moby Dick (2º volume) - Christophe Chabouté
Assombrada - Shaghyegh Moazzami
Mares do Sul - Hernán Migoya e Bartolomé Seguí
Primo Levi - Matteo Mastragostino e Alessandro Ranghiasci
Léa não se lembra como funciona o aspirador - Gwingjo e Corbeyran
Uma metamorfose iraniana - Mana Neyestani
Estampas 1936 - Felipe Hernández Cava e Miguel Navia
Alexandra Kim, a siberiana - Keum Suk Gentry-Kim
O Regresso de Nemo - Schuiten e Peeters

Público/Levoir, 13,90€ (às quinta-feiras)

27 de agosto de 2023

One-Punch Man #18

Mais um volume disponibilizado pela Devir desta saga da autoria de One e Yusuka Murata

Neste tomo, Garou deixa o esconderijo da Associação de Monstros e cruza-se com Saitama, que ainda não sabe que ele é o famoso caçador de heróis.

Mais tarde, o Rei Estripador não consegue conter os seus impulsos assassinos e confronta Garou

One-Punch Man #18, One e Yusuka Murata, Devir, 192 pp., p&b, capa mole, 9,99€

Zits - Ensaio de quadriculografia portuguesa

Humor
(EUA) King Features Syndicate, 7 de Julho de 1997
Jerry Scott (argumentista) e Jim Borgman (desenho)
Estreia em Portugal: Álbum Gradiva, 2001

Ambientada no subúrbio central de Ohio, a tira gira em torno de Jeremy enquanto tenta equilibrar a sua vida familiar e social, os problemas académicos do ensino secundário e os seus planos para o futuro, muitas vezes com uma forte dose de surrealismo, fazendo com que se destaque de ser apenas uma típica história de um adolescente.

Qudriculografia portuguesa:

  1. Zits (Zits), 1998, Álbum Gradiva [2001]
  2. Querido, ampliei o miúdo (Growth Spurt), 1999, Álbum Gradiva [2001]
  3. Não me revires os olhos jovem (Don't Roll Your Eyes at Me, Young Man!), 2000, Álbum Gradiva [2001]
  4. Eu mais igual a "nós"? (Are We an "Us"?), 2001, Álbum  Gradiva [2001]
  5. A vida é um TPC (Zits unzipped), 2002, Álbum Gradiva [2002]
  6. Apanhados (Busted!), 2002, Álbum Gradiva [2002]
  7. E no entanto move-se (Road Trip), 2003, Álbum Gradiva [2004]
  8. Crónicas de adolescência (Teenage Tales), 2004, Álbum Gradiva [2004]
  9. Fossa Nova (Trashed), 2005, Álbum Gradiva [2005]
  10. Um (al)moço à maneira (Pimp My Lunch), 2005, Álbum Gradiva [2006]
  11. Autoimóvel (Are We Out of the Driveway Yet?), 2006, Álbum Gradiva [2007]
  12. Amuado, aluado, tatuado (Rude, Crude, and Tattooed), 2007, Álbum Gradiva [2007]
  13. Não te ponhas com essa cara (You're Making That Face Again), 2010, Álbum Gradiva [2011]
  14. Dá-lhe gás! (Drive), 2011, Álbum Gradiva [2012]
  15. Estar morto é o contrário de estar vivo (Zombie Parents), 2012, Álbum Gradiva [2013]
Colectâneas
  • Resmas de Zits - Uma antologia Zits (Humongous Zits: A Zits Treasury), 2000, Álbum Gradiva [2003]
  • Pierced (Pierced: A Zits Close-Up), 2008, Álbum Gradiva [2009]
  • Paixão e outros usos para hormonas em excesso (Lust and Other Uses for Spare Hormones: A Zits Look At Relationships), 2009, Álbum Gradiva [2010]
  • Manual Zits para viver com eles (A Zits Guide to Living With Your Teenager), 2010, Álbum Gradiva [2011]
Tesouros
  • Zits em concerto (Zits en Concert), 2013, Álbum Gradiva [2015]
  • Peace, love & wi-fi (Peace, Love & Wi-Fi), 2014, Álbum Gradiva [2016]

Lydie

Têm razão ao dizer que uma mãe não é nada sem o seu filho.

Sei do que falo: não foi à toa que me apelidaram de «Nossa Senhora do filho perdido»!

Por isso, quando a Camille Tirion — sabem, a filha do Augustin, o maquinista de locomotivas — pois bem, quando a Camille perdeu o seu à nascença, fiquei muito abalada.

Uma menina. Era uma menina. Iria chamar-se Lydie

Primeira colaboração de grande fôlego da premiada dupla de criadores da série Verões Felizes, Lydie, editada originalmente em 2010, é uma história belíssima e comovente, uma pérola de amor, humor e ternura, que mostra como é possível abordar um tema tão delicado como a morte de uma criança recém-nascida, com delicadeza e boa disposição. Magnificamente ilustrado por um Jordi Lafebre que já mostra aqui um inultrapassável talento para representar as expressões e os olhares das personagens, Lydie é um conto de fadas terno e luminoso, e o título perfeito para abrir a nova colecção que A Seita e a Arte de Autor dedicam ao maior e mais prolífico argumentista de língua francesa da actualidade.

Lydie, Jordi Lafebre e Zidrou, A Seita/Arte de Autor, 60 pp., cor, capa dura, 18,50€

26 de agosto de 2023

Naruto #47 - O selo quebrado

Neste novo tomo, já disponível, Naruto está cada vez mais perto de descobrir a verdadeira identidade de Pain.

Enquanto se prepara para a batalha, uma confissão inesperada revela segredos incríveis sobre o seu passado e um passo em falso pode transformá-lo na temida raposa de nove caudas.

Conseguirá Naruto evitar um desastre?

Naruto #47: O selo quebrado, Masashi Kishimoto, Devir, 192 pp., p&b, capa mole, 9,99€

25 de agosto de 2023

Demon Slayer #13

"Transição" é o título de mais uma volume desta série da autoria de Koyoharu Gotouge.

Neste tomo, existem Demónios que mudam de forma atacam a aldeia escondida dos ferreiros.

O Hashira do nevoeiro envolve-se na luta, mas vai precisar de alguma ajuda para vencer um inimigo que se divide e se regenera quase instantaneamente.

Demon Slayer #13: Transição, Koyoharu Gotouge, Devir, 192 pp., p&b, capa mole, 9,99€

24 de agosto de 2023

ASA lança o segundo livro da série HORION l Nova Mangá de Aienkei e Enaibi nas livrarias esta semana

Após ter editado em Julho o primeiro volume desta série, a ASA continua a sua aposta neste mercado pela via do denominado Manfra (banda desenhada de origem francesa inspirada na mangá japonesa) e lança agora em agosto, Horion 2, de Aienkei e Enaibi, série de grande sucesso em França e que chega esta semana às livrarias portuguesas.

O que não nos torna mais fortes, mata-nos. Dentro de cada um de nós existe uma aptidão latente que só espera ser despertada. Para descobrir esse precioso talento, Koza e Valyu terão de olhar para dentro de si mesmos. Mas desconhecem que a busca pelo seu próprio “eu” pode levar à pior das provações.

Aienkei é um filho da animação japonesa que desde muito cedo se apaixonou por mundos imaginários. Quando não estava devorando livros, eram as pequenas telas de computador que o cativavam. Mas as grandes telas não ficaram de fora já que o cinema o impressionou bastante. A partir daí, ele descobrirá os jogos de RPG, antes de ser apanhado pelo Japão, que nunca mais o deixará. Hoje é argumentista.

Enaibi é um apaixonado pela animação japonesa, desenvolveu rapidamente um grande domínio do desenho. O seu trabalho vai permitir-lhe fazer parte dos pioneiros da manga francófona em várias feiras, e paralelamente as suas esculturas vão ser comentadas na Internet. Ela obteve um mestrado em língua japonesa e suas habilidades a levaram a trabalhar para um grande estúdio de animação.

Horion 2, Aienkei e Enaibi, ASA, 192 pp., p&b, capa mole, 9,90€ 

23 de agosto de 2023

Sambre #3 + Sambre #4

Mais um volume duplo da série de Yslaire, desta vez, juntando os terceiros tomos da saga de Sambre. Para a série ficar totalmente editada em Portugal, ficam a faltar os tomos 7 e 8, os últimos da colecção.

Para além do tempo, para além do ódio dos homens, o caso de amor entre Bernard Sambre e Julie, como uma brasa incandescente, irradia com toda a sua beleza nesta obra-prima. Yslaire escreve com as deslumbrantes palavras de paixão e desenha ardentemente este hino ao amor impossível.

Sambre ou a ilustração exacta e perfeita do "Romantismo", entre a escuridão da alma e a queima dos sentimentos. Um monumento.

Liberdade, liberdade…

Capítulo III

Paris, 21-22 de Fevereiro de 1848.

A revolta ressoa pelos ares e o povo mobiliza-se aos gritos de “Liberdade, liberdade…” Mas ela tem tantas faces… A daquela, a guiar o povo, que Delacroix pintou em 1830, a de 1848, que Valdieu não pintará, e depois, aquela com que Bernard sonha e que se assemelha a uma rapariga de olhos vermelhos… Naquele período conturbado, cada um pagará o preço por ter querido possuí-la, e mudar o seu destino… porque A Guerra dos Olhos é eterna e impiedosa.

Teremos de morrer juntos?

Capítulo IV 

Paris, 23 de Fevereiro de 1848.

Pela manhã, a revolução parece ter falhado. Mas a tragédia estava apenas a começar.

Há um provérbio árabe que diz “não é a bala que mata mas sim o destino…” E o que Bernard e Julie juraram, foi morrerem juntos… 

A história de um amor louco e de uma revolução demasiado jovem que acaba em sangue.

Sambre #3 + #4, Yslaire, Arte de Autor, 120 pp., cor, capa dura, 29,50€

22 de agosto de 2023

Hercule Poirot: Jogo macabro

A Arte de Autor edita mais uma aventura do detective Hercule Poirot, uma imaginação da escritora inglesa Agatha Christie.

Temos neste caso uma caçada ao falso homicida, mas com um cadáver verdadeiro. Um cenário encantador e segredos de família. O desaparecimento da dona da casa e a chegada de um convidado surpresa. No centro de uma trama complexa, Hercule Poirot vê-se novamente confrontado com o mal. Mas para o detective belga, o crime não é coisa com que se brinque: utilizando todo o poder das suas pequenas células cinzentas, tudo fará para confundir o culpado.

Jogo macabro, Marek, Arte de Autor, 64 pp., cor, capa dura, 18,95€

18 de agosto de 2023

A Menina Que Veio do Outro Lado: Siúil, a Rún - 1

O primeiro tomo de A Menina Que Veio do Outro Lado é o primeiro lançamento da nova chancela Presença Comics do Grupo Editorial Presença.

Era uma vez… uma terra muito longínqua, na qual havia dois países: o país de fora, onde viviam criaturas que, rezava a história, amaldiçoavam pelo toque; e o país de dentro, onde habitavam os humanos. A menina e o Doutor, que nunca se deviam ter cruzado, conheceram-se, e assim começa esta história…

Este é um livro sobre dois seres - um, humano; o outro, não humano - e sobre as manhãs, as noites, a luz e as sombras em que se encontraram.

A Menina Que Veio do Outro Lado #1: Siúil, a Rún, Nagabe, Presença, 184 pp., p&b, capa mole, 11,90€

17 de agosto de 2023

Cristina Sampaio e António nomeados para prémio europeu de cartoon

Os cartoonistas portugueses Cristina Sampaio e António Antunes estão nomeados para o prémio de melhor cartoon editorial europeu, que será atribuído em Setembro em Haia, Países Baixos.

Este prémio, o European Cartoon Award, reconhece o melhor cartoon editorial que tenha sido publicado num órgão de comunicação social europeu e tem um valor monetário de 10.000 euros.

Segundo a organização, entre os 16 finalistas ao prémio estão Cristina Sampaio, com um cartoon publicado no jornal Público que alude à Rússia e ao presidente, Vladimir Putin; e António Antunes por um cartoon que critica o regime do Irão, com uma caricatura do líder religioso Ali Khamenei publicada no semanário Expresso.

Cristina Sampaio trabalha como ilustradora e cartoonista desde os anos 1980, com uma longa lista de colaborações na imprensa nacional e internacional, e com obra publicada para a infância. Recebeu vários prémios, entre os quais o World Press Cartoon e o Prémio Stuart de desenho de imprensa.


António Antunes, que assina apenas como António, soma quase cinquenta anos de trabalho como cartoonista e caricaturista na imprensa portuguesa, em particular no semanário Expresso, acumulando várias controvérsias, desde uma caricatura do Papa João Paulo II com um preservativo no nariz, no começo da década de 1990, a um cartoon com o então presidente dos Estados Unidos Donald Trump e o primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu, tendo sido acusado de antissemitismo e levado a que o jornal New York Times abandonasse a publicação de cartoons na sua edição internacional.

É um dos mais premiados cartoonistas portugueses, tendo recebido, entre outros, o Grande Prémio do Salão Internacional de Cartoon de Montreal e o Prémio Stuart. 

16 de agosto de 2023

Les Amis de Jacobs #33

Os admiradores da obra do criador da série Blake e Mortimer e sócios da Associação belga Les Amis de Jacobs têm ao seu dispor o número semestral da sua revista, com data de Junho de 2023.




Ordinário


A estreia do brasileiro Rafael Sica em livro, um álbum de tiras publicado há já uns anos no Brasil pela Companhia das Letras, é objecto de uma reedição portuguesa, revista e aumentada com novos desenhos, selecionados entre os que foram realizados nos anos de 2008 a 2011. A Seita lança assim uma obra original e desconhecida no mercado nacional, de um dos autores mais arrojados do Brasil.

No prefácio, Filipe Homem Fonseca realça a originalidade da abordagem do autor: “o território do Rafael Sica é aquele espaço entre o público e o privado. Entre aquilo que desenha e o interior da nossa cabeça”. E, no posfácio, Fábio Zimbres, o mítico editor da revista brasileira Animal, remata: “os personagens do seu mundo sofrem uma dor comum e ao mesmo tempo épica. Vivem entre a resignação e a esperança, como se, na falta de uma luz no fim do túnel, carregassem no crânio a ilusão de algo que possa mudar tudo. Como a insanidade, por exemplo”.

Rafael Sica é brasileiro e nasceu na cidade de Pelotas, em 1979. Na última década, publicou Tobogã (Narval, 2013), Novela (Bebel Books, 2014), FIM – Fácil e Ilustrado Manifesto (Beleléu, 2014). É também autor de Fachadas (2017) e Triste (2019), ambos editados pela Lote 42. Os seus trabalhos mais recentes são o livro Brasil (Caderno Listrado, 2020), Meu Mundo Versus Marta (Companhia das Letras, 2021) – em parceria com o escritor Paulo Scott, e o livro infantil Ninguém Dormia (Ôzé, 2022). Ordinário (Companhia das Letras), o seu primeiro livro, foi lançado no Brasil em 2011. 

O álbum tem o prefácio de Filipe Homem Fonseca e posfácio de Fabio Zimbres.

Ordinário / Ordinary (edição bílingue, português e inglês), Rafael Sica, A Seita, 128 pp., p&b, capa dura, 25€

5 de agosto de 2023

Jujutsu Kaisen #6

Neste sexto tomo, os exorcistas da escola de Quioto tentam acabar com a vida de Itadori, mas a intervenção de Todo dificulta os seus planos! 

Entretanto, recomeça o confronto entre os outros participantes, interrompido pela chegada inesperada de adversários formidáveis. 

Conseguirão as duas escolas unir forças para sobreviver? 

Jujutsu Kaisen #6, Gege Akutami, Devir, 192 pp., p&b, capa mole, 9,99€

4 de agosto de 2023

Blue Exorcist #24

Neste 24º tomo, Rin testemunha a fatídica noite azul em que Yuri Egin, a sua mãe, o deu à luz e ao seu irmão Yukio.

Rin nunca quis conhecer os detalhes do seu nascimento, mas agora descobre algo sobre si mesmo que lhe pode vir a ser útil no conflito que se aproxima. 

Entretanto, a bordo da nave Dominus Liminus, os Illuminati e Lúcifer seguem em frente com os seus planos de trazer Satã de volta e reduzir o mundo ao nada. 

Lúcifer acolheu Yukio como seu aliado, mas este tem outros planos…

Blue Exorcist #24, Kazue Kato, Devir, 232 pp., p&b, capa mole, 9,99€

One Piece #3 - Velhote desgraçado

Aí está o terceiro tomo que colecta os volumes 7,8 e 9 da série de Eiichiro Oda

A malvada armada de piratas de Don Krieg tenta sequestrar o barco-restaurante Baratie, e a resistência dos piratas cozinheiros é feroz, até Krieg revelar a sua arma secreta – a Pérola Invencível

Quando o sous chef Sanji se envolve na disputa descobre-se que ele e o Chef Zeff têm questões inacabadas sobre a perda da perna deste último! 

Será que estas diferenças os vão afastar ou tornar o Baratie mais forte? 

One Piece #3 - Velhote desgraçado, Eiichiro Oda, Devir, 588 pp., p&b, capa mole, 19,98€

3 de agosto de 2023

Balada do Desterro

Alguns episódios da vida de José Afonso são contados numa banda desenhada luso-galega, de Teresa Moure e Maria João Worm, editada esta semana, quando se assinalam os 94 anos do nascimento do cantautor português.

Balada do Desterro – Zeca Afonso” sai com o selo da editora portuguesa Tradisom, mas resulta de uma parceria com a editora galega aCentral Folque, da qual partiu a ideia do projecto editorial, como contou à Lusa o editor José Moças.

O livro foi escrito pela autora galega Teresa Moure, docente na Universidade de Santiago de Compostela, e desenhado pela portuguesa Maria João Worm.

Nas últimas páginas de “Balada do Desterro” é explicado que este livro romanceia a vida de José Afonso: “Todo o escrito numa ficção é necessariamente falso. Pode apoiar-se documentalmente em livros de investigação, em eventos realmente sucedidos, em entrevistas, nas lembranças dos vivos, mas é falso. Menciona figuras reais, mas é falso. Tenta seguir o rigor do acontecido, mas está condenado a ser falso”.

A narrativa segue uma cronologia da vida de José Afonso, mas equilibra-se sobretudo entre a relação com África, em particular com Moçambique, e com a Galiza, em Espanha, cujo apreço pela música do cantautor português permanece até à atualidade.

Cruzando ficção e realidade, as autoras desta banda desenhada sublinham ainda a figura feminina na vida do músico, nomeadamente com referência às duas filhas, que teve com duas mulheres, ou com a ilustração das músicas “Teresa Torga” e “As sete mulheres do Minho”.

Com um trabalho visual que se assemelha a um teatro de sombras, “Balada do Desterro” faz ainda referência à censura do Estado Novo, à prisão de José Afonso em Caxias, à revolução de 25 de Abril de 1974, à importância de “Grândola, Vila Morena”, tanto em Portugal como na Galiza.

No livro, José Afonso é retratado como tendo um “caráter melancólico”, que vivia os concertos como “se fosse colocado numa montra para a contemplação pública”, que adorava Joan Baez, Bob Dylan e Jacques Brel, mas que detestava “modas e modernices”.

Na nota de apresentação de “Balada do Desterro”, Teresa Moure e Maria João Worm dizem sentir “fascínio por aquele homem que cantava causas políticas”.

Mas, entre palavras e silhuetas, ambas tecem uma rede para sustentar um Zeca mais íntimo do que habitualmente os seus camaradas lembram”, refere a Tradisom.

in LUSA

2 de agosto de 2023

Exposição "O Japão de José Ruy"

 


Revista do Clube Tex Portugal #18

Está a chegar a todos os sócios do Clube Tex Portugal a revista nº 18 referente ao primeiro semestre de 2023. A capa é de Bruno Brindisi com a cor de Luca Raimondo.