31 de janeiro de 2020

Entradas na minha biblioteca de BD no mês de Janeiro de 2020

Álbuns

  • Blueberry: Mister Blueberry, Público/ASA [2020]
  • Blueberry: Sombras sobre Tombstone, Público/ASA [2020]
  • Astérix: Astérix e Latraviata, Salvat [2020]
  • Blueberry: Gerónimo, o apache, Público/ASA [2020]
  • Astérix: Astérix na Hispânia, Salvat [2020]
  • Quimeras fascinantes, Arte de Autor [2020]
  • Blueberry: OK Corral, Público/ASA [2020]
  • Blueberry: Dust, Público/ASA [2020]
  • O pacto da letargia, Ala dos Livros [2020]

Revistas

  • Camarada (1ª série) #93, 1 de Abril de 1950 a #122, 21 de Outubro de 1950
  • Mil Rayos #20, Diciembre de 2019
  • Les Cahiers de la BD #10, Jan-Mar 2020
  • Ça m'intéresse HS: Astérix, octobre-novembre 2019
  • Casemate #132, janvier 2020
  • Casemate #133, février 2020

Livros

  • Auteurs Lombard - tome 5 - Tibet - La Fureur de rire, Dargaud [2000]

Outros

Lançamento Andrómeda, a BD de Zé Burnay

Andrómeda é já uma das obras-primas da banda desenhada portuguesa, fruto de anos de trabalho do artista Zé Burnay, que a foi lançando em comics individuais, antes de os reunir num volume único, que é agora lançado na sua versão portuguesa.

Jornada do herói que acompanha um estranho nómada perdido numa viagem entre o iniciático e o surreal, Andrómeda é também a crónica de um regresso a um destino simultaneamente desejado e desconhecido, através de uma paisagem pós-apocalíptica ou perdida na antiguidade. Uma obra-prima da banda desenhada portuguesa, que mergulha o leitor no imaginário do seu autor, feito de mitos e lendas, terror, simbolismo e aventura.

Originalmente publicado em formato comic, em dois capítulos, Bugonía (2016) e Uma Casa no Horizonte (2017), e comercializado em festivais e vendas online em língua inglesa, a obra de Zé Burnay, enriquecida de um novo capítulo, A Nossa Mãe, a Montanha, foi editada em inícios de 2019 numa versão inglesa (Andromeda or The Long Way Home), que rapidamente se esgotou. É com orgulho que A Seita apresenta esta magnífica banda desenhada numa edição luxuosa em português, que inclui também o caderno de extras, esboços, etc... originalmente publicado na versão inglesa, e uma série de ilustrações de artistas convidados, entre os quais várias inéditas de artistas portugueses. Entre os artistas incluídos podemos citar o grande Mike Mignola, fã de longa data da obra de Zé Burnay, mas também ilustrações de Artyom Trakhanov, Matt Smith, Aaron Conley, entre outros, e dos portugueses André Caetano, André Pereira, Jorge Coelho e Mosi. Músico e compositor, Zé Burnay criou também uma banda sonora de música ambiente que acompanha o livro, para proporcionar uma experiência de leitura mais imersiva, que os leitores poderão ouvir aqui:


O que a crítica diz:

São questões que começam por ser simples, de início, mas, à medida que o comic avança, vão-se tornando maiores, e o livro vai ganhando contornos semelhantes aos de um sonho, por vezes um pesadelo. Burnay tem claramente um universo imenso dentro da sua mente, e quero muito poder explorá-lo à medida que ele o passa a papel.”
— Mark Tweedale - www.multiversitycomics.com

“Andrómeda é como um pedaço de nougat... o nosso paladar está sempre a ser surpreendido e abalado de cada vez que trincamos um dos seus frutos nutritivos, crocantes, saborosos, com travo a madeira, ricos e untuosos, mas bem duros.”
— Pedro Vieira de Moura - yellowfastcrumble.wordpress.com

Zé Burnay (1991) é um ilustrador e autor de banda desenhada de Sintra. Formado em design gráfico, Burnay actualmente divide o seu tempo entre ilustração freelance, projectos pessoais de banda desenhada e a produção de música ambiente.

Andrómeda ou o longo caminho para casa, Zé Burnay, A Seita, 128 pp., p&b, capa dura, 18€

30 de janeiro de 2020

Colecção Blueberry #10: Dust

Chega ao fim esta colecção da parceria Público/ASA dedicada a Blueberry. "Dust" é o último volume da série (28 volumes) até hoje editado e encerra o ciclo de Mister Blueberry.

Durante o tiroteio em OK Corral, Blueberry salva Dorée Malone do assassino Johnny Ringo. Este consegue escapar, mas é morto mais tarde por Blueberry. Entretanto, a história contada por este a Campbell é revelada; preso no Forte Mescalero com Gerónimo e o seus homens, Blueberry é libertado e visita, com a professora Caroline Younger, um orfanato onde ele sabe existirem crianças índias retidas. Uma delas, a quem chama “Dust”, vem a ser Natché, filho de Gerónimo. Blueberry ajuda este último a fugir com o filho e os seus camaradas e, durante a fuga, o reverendo Younger, director do orfanato, atinge a filha por acidente. Antes de morrer, Caroline acusa Gerónimo, dando assim cobertura a seu pai e a Blueberry, que seis meses depois é enviado para o Forte Navajo.

Em Portugal, o álbum, editado originalmente em 2005, foi publicado no ano seguinte pelas Edições ASA.

Colecção Blueberry #10: Dust, Jean Giraud, Público/ASA, cor, 48 pp., cor, 7,90€

29 de janeiro de 2020

Top das vendas de BD de 6 a 12 de Janeiro de 2020

1º lugar (novo)
Walking Dead #32: La Fin du voyage
Charlie Adlard, Stefano Gaudiano, Robert Kirkman
DELCOURT

2º lugar (-1) [13ª semana]
Astérix #38: La Fille de Vercingétorix
Didier Conrad, Jean-Yves Ferri
ALBERT RENE

3º lugar (-1) [2ª semana]
Thérapie de groupe #1: L’Étoile qui danse
Manu Larcenet
DARGAUD



28 de janeiro de 2020

Casemate #133

Já está nas bancas nacionais o número especial da Casemate com destaque ao Festival de Angoulême. O habitual suplemento de 32 páginas é dedicado à série Raven. O sumário deste número de Fevereiro é o seguinte:

P.4-6 Clap de fin pour les zombies de Walking Dead
P.8-12 Trondheim s’affiche en librairie et sur les murs d’Angoulême
P.14-15 Qui était Schacht, banquier du IIIe Reich d’Hitler ?
P.16-17 Journorama, revue de presse de l’actu BD
P.18-29 Christin débriefe une année de Casemate, à l’occasion d’une rétrospective à Angoulême et du dernier Léna (+4 planches)
P.30-35 Ruiz et Miralles promènent Waluk sur la banquise (+4 planches)
P.36-41 Planeta Extra, chronique d’une Terre devenue tiers-monde (+4 planches)

Cahier spécial Raven #1 • 32 pages
À l’abordage ! Après Long John Silver, Mathieu Lauffray revient à la piraterie, version grande époque, avec un Raven ne tenant pas en place, et une Darksee revancharde comme jamais (+19 planches commentées)

P.43-54 Une sélection de 39 BD à découvrir en février
P.55-57 Agenda : les 254 sorties de février, les festivals et les expos
P.58-63 Benalla & moi, retour sur l’affaire qui bouscule la macronie (+3 planches)
P.64-69 Tronchet file à Madagascar, en quête du Chanteur perdu (+4 planches)
P.70-75 Mary Jane, victime de Jack l’Éventreur ou de l’Angleterre victorienne ? (+4 planches)
P.76-79 Maudoux célèbre belles et bêtes dans l’univers Freaks’ Squeele
P.80-81 Vanistendael se faufile derrière Vermeer
P.82 Le courrier du mois à la loupe

Casemate #133H, février 2020, 84+32 pp., cor, 8€

Phil Davis - Ensaio de quadriculografia portuguesa

Philip Davis 
Desenhador
(EUA) St. Louis, 4 de Março de 1906 - 16 de Dezembro de 1964

Davis cresce com uma irmã e um irmão, interessando-se pelo desenho com apenas seis anos de idade.
Enquanto cursa na Universidade de Washington em St. Louis, Davis trabalha em tempo parcial como desenhador no departamento técnico da companhia telefónica local. Em 1928, trabalha no departamento de arte do St. Louis Post-Dispatch. Deixa o jornal para fazer ilustrações de revistas e arte publicitária.
Em 1933, Davis conhece Lee Falk, executivo da agência de publicidade de St. Louis, iniciando uma colaboração na série Mandrake, o MágicoDavis desenha a série até à sua morte em 1964, devido a um ataque cardíaco. Falk então recruta o artista Fred Fredericks para o suceder.

Séries publicadas em Portugal:

[actualizado em 28.01.2020]

Lee Falk - Ensaio de quadriculografia portuguesa

Leon Harrison Gross
Argumentista
(EUA) St. Louis, 28 de Abril de 1911 — Nova Iorque, 13 de Março de 1999

Filho de pais judeus, Leon nunca conhece o pai, Albert Gross, que morre quando ainda era bebé. Após se graduar na Universidade de Illinois, trabalha numa agência de publicidade como redactor e escreve e produz programas de rádio para uma emissora da sua cidade natal. É então que conhece um jovem ilustrador chamado Phil Davis. Juntos criam a tira Mandrake, que vendem à King Features Syndicate, de Nova Iorque. A tira estreia-se em 11 de junho de 1934 e, no ano seguinte, ganha as páginas coloridas dos suplementos dominicais. Cria em colaboração com o desenhador Ray MooreO Fantasma, um dos mais célebres e duradouros mitos dos comics americanos. O Fantasma estreia-se nos jornais no dia 17 de Fevereiro de 1936, sendo um sucesso absoluto. No teatro, Falk encontra uma nova paixão a partir da década de 1950. Produz, pelo menos, 300 peças durante toda sua vida, tendo dirigido mais de 100. Trabalha como dramaturgo escrevendo 12 peças autorais, entre as quais duas eram os musicais Happy Dollar e Mandrake the Magician. Morre em 13 de Março de 1999, de ataque cardíaco. Morava em Nova Iorque, num luxuoso apartamento defronte do Central Park. 

Séries publicadas em Portugal:

[actualizado em 28-01-2020]

27 de janeiro de 2020

Notícias da Umbra

A UMBRA vai estar em Angoulême, UMBRA e Selva!!! no stand da Chili com Carne, que irá promover a editora no evento. Em Coimbra, de 5 a 8 de Março, haverá um stand para vendas, promoção e anúncio da UMBRA #2.

Em Beja (Maio/Junho) está prevista uma grande exposição UMBRA (colectivo de autores da editora) e o lançamento do segundo número da Antologia, com ofertas e autógrafos. 

Blue Exorcist #19

Mais um volume da série de mangá Blue Exorcist, numa edição da Devir. Neste volume, os escudeiros lidam com o reaparecimento inesperado de Amaimon, que Mefisto Feles libertou da prisão e deixou à solta na Academia para executar a sua própria agenda.

Blue Exorcist #19, Kazue Kato, Devir, 192 pp., p&b, capa flexível, 9,99€

26 de janeiro de 2020

Les Cahiers de la BD #10

É com uma capa assinada por Christophe Blain que se abre esta décima edição de Cahiers de La Bande Dessinée

Yves Frémion, Numa Sadoul, François Ayroles, Klervi Lecozic, Vincent Bernière, Daniel Merveille ou Frédéric Poincelet oferecem aos leitores vários artigos abordando, nomeadamente, os 50 anos da Glénat, o regresso de Tif e Tondu, a arte de Christophe Blain, a História do Oeste americano em BD. 

Les Cahiers de la BD #10, janvier-mars 2020, 164 pp., cor, 12,50€ 

Naruto #34: O reencontro

Neste novo volume da Devir, Naruto encontra finalmente Sasuke! Mas trazê-lo de volta a Konoha pode ser uma tarefa difícil de concretizar para a equipa de Kakashi

Naruto #34: O reencontro, Masashi Kishimoto, Devir, p&b, capa flexível, 9,99€

25 de janeiro de 2020

Ça m'intéresse Especial Astérix

Está disponível em algumas bancas portuguesas um hors-serie da revista francesa Ça m'intéresse dedicado aos 60 anos de Astérix, recheado de numerosos artigos sobre os segredos da série de Goscinny e Uderzo

Ça m'intéresse HS, octobre-novembre 2019, 100 pp., cor, 6,50€


My Hero Academia #5

A Devir lançou  o quinto volume da série My Hero Academia, da autoria de Kohei Horikoshi. Shoto Todoroki: A Origem  reúne os capítulos #36 ao #44 da série, cuja compilação foi originalmente publicada no Japão em 2015.

As provas finais do Festival desportivo da Academia de Heróis prometem ser explosivas, com a batalha entre Uraraka e Bakugou. A multidão sustém a respiração à medida que a batalha se desenrola, porque Bakugou tem fama de não perder com ninguém.

My Hero Academia #5, Kohei Horikoshi, Devir, 192 pp., p&b, capa flexível, 9,99€

Nova colecção DC Comics: Watchmen-Doomsday Clock

A Levoir vai lançar uma nova colecção DC Comics: Watchmen-Doomsday Clock a partir de 15 de Fevereiro com o jornal Público. A colecção inclui também as histórias que preparam o caminho para a introdução das personagens do Watchmen no Universo DC: DC Universe: Rebirth, The Button: Batman e Flash.
São 10 volumes em edição de coleccionador, capa dura, saídas semanais e um preço de 9,90€ cada volume.

  • Volume 1 ao 4: Watchmen de Alan Moore e Dave Gibbons
  • Volume 5: DC Universe: Rebirth de Johns de Frank, Van Sciver, Reis, Jimenez, Prado, Santorelli, Andersen, Wright, Hi-Fi, Eltaeb e  The Button [partes 1 e 2] de Joshua Williamson, Tom King, Jason Fabok e Howard Porter
  • Volume 6: The Button [partes 3 e 4], e Doomsday clock [história 1] de Geoff Johns e Gary Franck
  • Volumes 7,8,9 e 10: Doomsday clok [histórias 2 a 12]

O Caminho do Oriente - Volume 4

José Pires continua o seu trabalho de recuperação do grande clássico da BD portuguesa, "O Caminho do Oriente", magistralmente desenhada por Eduardo Teixeira Coelho e agora numa versão colorida. Os interessados poderão adquirir o seu exemplar junto do editor gussy.pires@sapo.pt

Entretanto, José Pires está preparando uma outra obra de Teixeira Coelho, "A torre de D. Ramires", também colorida. 

23 de janeiro de 2020

Colecção Blueberry #9: OK Corral

Estamos na recta final da colecção Blueberry numa edição da ASA distribuída pelo jornal Público. "OK Corral" é o 27º álbum da série e foi lançado pela Dargaud em 2003. É a continuação do álbum antecedente: "Gerónimo, o apache". 

Clum surpreende Strawfield, Johnny Ringo e três assassinos contratados pelo empresário para combinar uma emboscada no OK Corral para liquidarem os irmãos Earp. Ferido, Clum consegue fugir para Tombstone e avisar Dorée Malone. Contudo, Dorée é sequestrada por Ringo. O desaparecimento de Dorée tira Blueberry da cama, iniciando uma investigação na companhia de Billy e Gertrud, a jovem prostituta com quem este está apaixonado. 

Colecção Blueberry #9: OK Corral, Jean Giraud, ASA/Público, 48 pp., cor, capa flexível, 7,90€

Lançamento ASA: Asterix - La Filha de Bercingétorix

Uma vez mais, a ASA lança em em mirandês uma aventura de Astérix.

Ye quaije ua normalidade que ls nuobos lançamientos de las abinturas de Asterix se apersenten an Pertual an dues bersones, an pertués i an mirandés. Depuis de l lançamiento de «La Filha de Bercingétorix» na sue berson normal an Outubre de l'anho passado, ye chegada agora la beç de la “berson mirandesa” chegar a las libraries nacionales a partir de la próssima sumana. La léngua mirandesa ye falada por ua populaçon stimada an cerca de 10.000 pessonas, localizada eissencialmente ne l stremo nordeste de Pertual, i ten l statuto oufecial, zde 1999, de segunda léngua de l paíç. La preserbaçon de la léngua mirandesa al longo de ls tiempos debiu-se a la geografie i al eisolamiento de las zeignadas Tierras de Miranda. I la sue cunserbaçon agora, mais qu'ua queston cultural, ye ua queston nacional. Nesse sentido l'eidiçon de banda zenhada an mirandés, inda mais de las abinturas de l'eirredutible gaulés ye un eicelente cuntributo.

La Filha de Bercingétorix 
Buoltas i rebiraboltas an perspetiba! La filha de l célebre xefe gaulés Bercingétorix, perseguida puls romanos, refugie-se na aldé de ls eirredutibles gauleses, único lugar na Gália acupada que puode garantir la sue proteçon. I l mínimo que se puode dezir, ye que la persença desta adolescente special bai porbocar múltiplos çtúrbios antergeracionales…

Asterix - La Filha de Bercingétorix, Jean-Yves Ferri e Didier Conrad, ASA, 48 pp., cor, capa dura, 12,90€

22 de janeiro de 2020

Top das vendas de BD em França de 6 a 12 de Janeiro de 2020

1º lugar (=) [12ª semana]
Astérix #38: La Fille de Vercingétorix
Didier Conrad, Jean-Yves Ferri
ALBERT RENÉ

2º lugar (novo)
Thérapie de groupe #1: L’Étoile qui danse
Manu Larcenet
DARGAUD

3º lugar (-1) [8ª semana]
Blake et Mortimer #26: La Vallée des Immortels T2 : Le Millième bras du Mékong
Teun Berserik, Peter Van Dongen, Yves Sente
BLAKE ET MORTIMER



Bia e o Unicórnio #7: Chapéus há muitos, Unicórnio!

A editora Nuvem de Letras publica mais um volume da série Bia e o Unicórnio (Phoebe and Her Unicorn) de Dana Simpson. O presente título (Unicorn of Many Hats) data de 2018 e recolhe as tiras de 25 de Julho de 2015 a 16 de Janeiro de 2016. 

Os unicórnios não são todos iguais. E a Pureza de Narinas Celestiais não é um unicórnio qualquer. É a babysitter mais encantadora de todos os tempos. É uma luz de presença e uma rede WI-FI ambulante. Sabe debater longamente sobre a polémica questão «brilhar» versus «resplandecer».
Resumindo, é o melhor unicórnio que a Bia poderia desejar! Deixa-te conquistar por mais uma aventura mágica da Bia e da sua mítica melhor amiga, enquanto esta dupla adorável aprende a dar valor ao poder da amizade e continua a questionar o que é ser realmente fixe.

Bia e o Unicórnio #7: Chapéus há muitos, Unicórnio!, Dana Simpson, Nuvem de Letras, 176 pp, cor, capa flexível, 13,90€


21 de janeiro de 2020

Colecção Integral Astérix #2: Astérix na Hispânia

Já se encontra disponível nas bancas portuguesas o segundo volume da Colecção Integral Astérix, editada pela Salvat.

"Astérix na Hispânia" ("Astérix en Hispanie") é o décimo-quarto álbum da série, publicado entre os números #498 (22 de Maio de 1969) e #519 (16 de Outubro de 1969) da revista Pilote e republicado no formato álbum nesse ano.

A Hispânia é finalmente conquistada por Roma, mas como sempre uma aldeia continua resistente ao invasor. O problema é que Júlio César conseguiu raptar o filho do chefe (Pepe) e enviou-o para um campo romano próximo da aldeia de Astérix. Felizmente, os gauleses conseguem salvar Pepe e decidem levá-lo novamente para a sua aldeia. O problema é que o centurião responsável pelo refém tenta também recuperar a criança, e disfarça-se de hispaniês e acompanha Astérix e Obélix na sua viagem. Posteriormente, os dois gauleses conseguem desmascarar o impostor e levam Pepe de volta à sua aldeia.

É nesta aventura que há a primeira aparição de Ordenalfabetix e, consequentemente, a primeira zaragata entre os habitantes da aldeia.

Este volume contém 16 páginas de extras com os artigos "Espanha, terra de turismo", "À descoberta de Espanha" e "Astérix e Obélix globetrotters".

Em Portugal, "Astérix na Hispânia" teve a sua estreia em 1969 num álbum da Editorial Íbis, sendo reeditado posteriormente Livraria Bertrand (1969), Meribérica-Líber (1988), ASA (2007), Editorial Salvat (2009) e Público/ASA (2013). Em continuação, teve edição  na revista Tintin em 1975 (#52/7º ano ao #21/8º ano). Com o mesmo título, houve um mini-livro da Agência Portuguesa de Revistas em 1974.

Colecção Integral Astérix #2: Astérix na Hispânia, Uderzo e Goscinny. Editorial Salvat, 64 pp., cor, capa dura, 5,99€

Alberto Breccia - Ensaio de quadriculografia portuguesa

Desenhador, Argumentista
(Uruguai) Montevidéu, 15 de Abril de 1919 - Buenos Aires, 10 de Novembro de 1993

Nascido no Uruguai, Breccia mudou-se com sua família aos três anos de idade para o bairro de Mataderos, em Buenos Aires. No início da década de 1940 começa a trabalhar com ilustrações na revista Tit-Bits com Las aventuras de Rocambole. O seu primeiro trabalho reconhecido é Sherlock Time, criado no final da década de 1950 com Héctor Germán Oesterheld. Em 1960, começa a trabalhar para a editora britânica Fleetway. Em 1962, criou com Oesterheld Mort Cinder, seguido de Vida del Che Guevara e uma nova versão nova de El Eternauta.

Séries publicadas em Portugal:
Mort Cinder

One-shots publicados em Portugal:
  • Sob palavra, Canguru (1ª série) #7
  • A lei de Lynch, Canguru (1ª série) #24; Fúria #6
  • A vida de Che (La vida del Che), 1969, Breccia/Henrique Breccia e Hector Oesterheld, Álbum ASA [2017]
  • O coração revelador (El corazón delator), 1975, Lobo Mau #11 a #13
  • Desenhar ou não, Selecções BD #32
  • Buscavidas (Buscavidas), 1981, Breccia e Carlos Trillo, Álbum ASA [2005]
[actualizado em 17.01.2020]

20 de janeiro de 2020

Teun Berserik - Ensaio de quadriculografia portruguesa

Desenhador
(Países Baixos) Den Haag, 9 de Janeiro de 1955

Nascido no seio de uma família de artistas nos Países Baixos, Teun Berserik demora algum tempo a enveredar pelo mundo artístico. Com efeito, só depois de ter gerido durante doze anos uma oficina especializada em carros anteriores a 1940 que a musa do desenho lhe bateu por fim à porta. Em resultado disso, para além de ilustrações para manuais escolares de várias disciplinas (biologia, história…), bem como alguns trabalhos de publicidade e desenhos animados, Teun Berserik executa actualmente bandas desenhadas (por vezes didáticas) para crianças, adolescentes e adultos. O seu romance gráfico dedicado aos primeiros anos de Van Gogh (intitulado justamente Vincent Van Gogh e publicado em 2012) recebe em 2013 o Prémio para o Melhor Romance Gráfico da Het Stripschap (Associação de Banda Desenhada dos Países Baixos). Desde 2000 que se dedica à pintura, tendo participado em diversas exposições tanto como membro do Pulchri Studio (https://pulchri.nl/) como do Haagse Kunstkring (https://www.haagsekunstkring.nl). Executa além disso pinturas murais, sendo que uma das maiores, com 4,5m x 24m, está exposta no Museu da Guerra de Overloon (Países Baixos).

Séries publicadas em Portugal:

[actualizado em 18.01.2019]

Quimeras fascinantes - Uma colectânea de Milo Manara

A primeira edição da Arte de Autor para este novo ano de 2020 é uma recolha de diversas histórias curtas de Milo Manara, “Quimeras Fascinantes”, uma antologia de belos desenhos.

Quando Manara transcende a realidade, glorificando o poder da imaginação… Catorze histórias oníricas, alternadamente engraçadas, eróticas ou comprometidas, que mostram a inspiração sem limites e o domínio artístico absoluto de um dos maiores criadores da Nona Arte. Reúne homenagens a Jean-Claude Forest, criador de Barbarella, e a Hugo Pratt, seu mentor e amigo, além de uma história sobre o mito de Salomé, uma fantasia em torno da queda do Muro de Berlim, uma ode ao respeito pelos direitos humanos, bem como algumas histórias eróticas, como não poderia deixar de ser.

Envoûtantes Chimères foi originalmente publicado pela Glénat em 2014.

Quimeras fascinantes, Milo Manara, Arte de Autor, 120 pp., capa dura, 21€

19 de janeiro de 2020

Héctor Germán Oesterheld - Ensaio de quadriculografia portuguesa

Argumentista
(Argentina) Buenos Aires, 23 de Julho de 1919 - desaparecido em 1977

Escreve numerosos relatos breves de ficção científica e romances, e publica em revistas como Misterix, Hora Cero e Frontera, sendo as suas séries mais conhecidas Sargento Kirk, Bull Rocket e O Eternauta, considerada a sua obra-prima.

As primeiras obras de Oesterheld, na década de 1950 e princípio dos anos 60, contém críticas subtis ao capitalismo, ao colonialismo e imperialismo. A medida que decorre a década, o seu compromisso político aumenta e a sua ideologia se torna mais definida. Realiza com Alberto e Enrique Breccia uma biografia em banda desenhada de Che Guevara, "Vida del Che", publicada em 1968 (três meses após o seu assasinato); a qual é apreendida e destruída pelos censores da ditadura civil-militar que governava à época na Argentina​. De seguida, em 1969, completa uma nova versão, mais política, de O Eternauta, desenhada por Alberto Breccia.

O seu compromisso político desenvolve-se ainda mais durante a década de 1970, que se reflecte na sua decisão de se juntar ao grupo guerrilheiro Montoneros e nos argumentos das suas últimas obras, destacando-se particularmente o caso de O Eternauta II (ilustrada por Solano López), a qual deveria finalizar enquanto se encontra na clandestinidade. Em 1977, é sequestrado pelas forças armadas durante a última ditadura civil-militar argentina e foi visto pela última vez num centro clandestino de detenção. Desde então passou a fazer parte da lista de detidos-desaparecidos, vítimas do terrorismo de Estado na Argentina.

Séries publicadas em Portugal:
Mort Cinder, Randall, Sargento Kirk, Watami

One-shots publicados em Portugal:
  • A vida de Che (La vida del Che), 1968, Alberto Breccia, Henrique Breccia e Oesterheld, Álbum Levoir [2017]
[actualizado em 17.01.2020]



18 de janeiro de 2020

Star Wars: As cinzas de Jedha

A editora Planeta continua a publicar em BD a saga de Star Wars, agora com "As cinzas de Jedha", um argumento de Kieron Gillen e desenhos de Salvador Larroca.

A revelação da Estrela da Morte mudou tudo, mas a destruição de uma superarma provou que o Império não é invulnerável. O espectro de uma devastadora arma reuniu várias pessoas unidas pela esperança. E agora estes rebeldes continuam a lutar por um futuro melhor na galáxia muito, muito distante! Jedha foi deixada em ruínas quando a Estrela da Morte aniquilou a Cidade Sagarada – agora as forças da rainha Trios mudan-se para o que restou e os rebeldes lutam para preservar o planeta para estes sobreviventes! Com o Leviatã iminente, Luke Skywalker está dividido entre a fidelidade com os Rebeldes ou prosseguir o caminhjo para se tornar um Jedi. Quem irá chefiar o Império? Os ecos de Rogue One continuam a ser ouvidos nesta nova aventura escrita por Kieron Gillen (Darth Vader, Doutora Aphra).

Star Wars: As cinzas de Jedha, Kieron Gillen e Salvador Barroca, Planeta, 136 pp., cor, capa dura, 16,95€


Salamão & Mortadela - Ensaio de quadriculografia

Mortadelo y Filemón
(Espanha) Pulgarcito, 20 de Janeiro de 1958
Francisco Ibáñez 
Estreia em Portugal: Álbum Paralelo Editora, 1977
Outras publicações: Jornal da BD, Álbum Meribérica-Líber, Álbum ASA

A série retrata as atribulações de dois detectives da T.I.A. (Técnicos de Investigações Aeroterráqueas na versão portuguesa, paródia da CIA) que se vêem metidos nas mais insólitas trapalhadas graças à má sorte do agente Salamão e ao talento frequentemente inútil de Mortadela para os disfarces. Com eles trabalham o exigente superintendente da T.I.A. (Vicente, mais conhecido por Super), sempre mal-disposto, o Professor Bactério com os seus inventos mirabolantes que tendem a catástrofes quando caem nas mãos erradas, e Ofélia, a secretária cujo principal passatempo é estar no sítio errado na altura errada.

Quadriculografia portuguesa:
  • Os agentes da T.I.A. (Va la T.I.A. y se pone al día), Álbum Paralelo Editora [1980]
  • Os bombeiros (Los bomberos), Jornal da BD #171
  • O elixir da vida (El elixir de la vida), Álbum Paralelo Editora [1980]
  • O circo (El circo), Álbum Paralelo Editora [1980]
  • O outro eu do Dr. Bactério (El otro "yo" del profesor Bacterio), Álbum Paralelo Editora [1981]
  • O caso do bacalhau (El caso del bacalao), Álbum Paralelo Editora [1981]
  • A máquina troca-tudo (La máquina del cambiazo), Álbum Paralelo Editora [1977]
  • Safari na cidade (Safari callejero), Paralelo Editora [1984]
  • O chapelinho maroto (Chapeau el "esmirriau"), Álbum Paralelo Editora [1979]
  • O sulfato atómico (El sulfato atómico), Álbum Paralelo Editora [1977]
  • Inventos do doutor Bactério (Los inventos del profesor Bacterio), Álbum Paralelo Editora [1980]
  • Agência de informações (Agencia de información), Álbum Paralelo Editora [1980]
  • A quadrilha do tubarão (La banda de los guiris), Álbum Paralelo Editora [1979]
  • Fórmula 1 (Formula 1), Álbum Meribérica-Líber [2001]
  • Estrelas de cinema (El estrellato!), Álbum ASA [2005]
  • A caça do ladrão (?), Álbum Paralelo Editora [1980]
[actualizado em 16.01.2020]

17 de janeiro de 2020

Lançamento e promoção Novos X-Men na Kingpin Books


Decorre amanhã, dia 18 pelas 16 horas,  na Kingpin Books em Lisboa o lançamento oficial da colecção Novos X-Men, a mega-saga de Grant Morrison que marcou para sempre o universo dos mutantes, com a apresentação do volume um, E de Extinção! A apresentação será pelas 16 horas, e teremos a presença de Mário de Freitas, da Kingpin, mega-fã de Morrison e Marvelita empedernido (e colaborador na edição da G. Floy) e de José Pedro Castello Branco, mega fã de Morrison e ultra-fã-DC numa conversa sobre mutantes, super-heróis, Grant Morrison, Marvel, DC, Novos X-Men.

Mais, a Kingpin tem uma promoção especial à vossa espera, um desconto de 20% sobre o PVP do livro comprado na loja entre hoje e amanhã (inclusive)!
Podem reservar já o vosso exemplar na loja online da Kingpin, onde poderão encontrar todos os detalhes sobre a edição! Aproveitem o preço de lançamento de 19,99 €, menos 5 € que o PVP normal, só até sábado (inclusive)! Vejam o link.

O volume 1 da edição da G. Floy corresponde a nove comics da edição US, New X-Men #114-121, mais o New X-Men Annual, bem como o Manifesto Morrison (o texto da proposta de Morrison para a série, muito interessante como abordagem conceptual aos super-heróis).

Mort Cinder - Ensaio de quadriculografia portuguesa

(Argentina) Misterix, Julho de 1962 a Março de 1964
Alberto Breccia (desenhador) e Héctor Germán Oesterheld (argumento)
Estreia em Portugal:  Lobo Mau #1, 31 de Maio de 1979
Outras publicações: Álbum ASAÁlbum Levoir

Mort Cinder, o vagabundo do tempo, vem assombrar o pacato quotidiano de Ezra Winston. Ao mesmo tempo, prepara-se uma terrível maquinação que ameaça toda a humanidade. Ezra, o pequeno antiquário, e Mort, o herói de mil combates, têm de lutar juntos para vencer o mal absoluto. A série, de apenas nove episódios, é unanimemente considerado uma obra-prima da banda desenhada mundial, traduzido em Espanha, França e Itália. Nesta fantástica banda desenhada a preto e branco, Breccia usa pela primeira vez o estilo expressionista que o tornou famoso. Em Portugal, a obra foi publicada na íntegra, à excepção de um episódio, que permanece inédito.

Quadriculografia portuguesa: 
  • O vitral, Lobo Mau #1 a #5
  • Olhos de chumbo, Álbum ASA [2005]
  • Mort Cinder, Álbum Levoir [2015] [Integral]
[actualizado em 16.01.2020]

16 de janeiro de 2020

Top das vendas de BD em França de 30 de Dezembro de 2019 a 5 de Janeiro de 2020

1º lugar (=) [11ª semana]
Astérix #38: La Fille de Vercingétorix
Didier Conrad, Jean-Yves Ferri
ALBERT RENÉ

2º lugar (=) [7ª semana]
lake et Mortimer #26: La Vallée des Immortels T2: Le Millième Bras bras du Mékong
Teun Berserik, Peter Van Dongen, Yves Sente
BLAKE ET MORTIMER

3º lugar (=) [10ª semana]
Le Chat #22: La Rumba du Chat
Philippe Geluck
CASTERMAN


Colecção Blueberry #8: Gerónimo, o apache

Foi hoje para as bancas o oitavo volume da colecção Blueberry que a parceria Público/ASA tem vindo a publicar. "Gerónimo, o Apache" estreou-se em pré-publicação na revista francesa BoDoï (#22 ao #24) em 1999, sendo editada em álbum pela Dargaud nesse mesmo ano. Trata-se da 26ª aventura de Blueberry e a terceira deste ciclo da autoria de Jean Giraud.  

Em Portugal, a aventura foi publicada em 2000 na segunda série da revista Selecções BD (#18 ao #23) e, posteriormente, editada em álbum pela Meribérica no mesmo ano.

Neste episódio, Clumb, proprietário do Tombstone Epitaph, é raptado pelos homens de Gerónimo. Este pede-lhe para negociar a sua rendição junto do exército e nega estar por detrás do ataque ao carregamento de prata, que ele sabe ser obra dos Clanton. Por outro lado, Blueberry, ainda convalescente, continua a relatar a Campbell a sua história: derrotado por Gerónimo num combate peculiar, é porém poupado por este, depois de uma visão o ter convencido a deixar viver o cara-pálida. Entretanto, os homens do capitão Noonan capturam alguns dos Apaches, entre os quais o próprio Gerónimo. À noite, chegado ao Forte Mescalero, Blueberry luta com o sargento que acabou com os feridos e agride mesmo o capitão Noonan. É detido e colocado junto dos prisioneiros índios.

Colecção Blueberry #8: Gerónimo, o apache, Jean Giraud, Público/ASA, 48 pp., cor, capa flexível, 7,90€

15 de janeiro de 2020

Dois irmãos

Já está há algum tempo nas bancas o romance gráfico de Gabriel Bá e Fábio Moon (The Umbrella Academy, Daytripper) que adapta o romance homónimo vencedor do Prémio Jabuti de Milton Hatoum. "Dois irmãos" é, provavelmente, um dos mais conhecidos e aclamados romances da literatura contemporânea brasileira, e a sua adaptação em BD um dos livros de quadradinhos com mais sucesso de sempre da BD brasileira, que venceu inclusive prémios Eisner e Harvey pela sua edição americana (Dark Horse).

Omar e Yaqub são irmãos gémeos, mas embora partilhem as mesmas feições, são completamente diferentes um do outro. E o amor possessivo de Zana, a sua mãe, vai agitar ainda mais o conflito entre ambos, até ao evento que irá desencadear o drama no centro deste relato... Yaqub, o “filho bom”, é enviado do seu Brasil natal para viver com familiares no seu Líbano ancestral, regressando cinco anos depois, transformado, a um país que para ele já é estranho, e a um irmão que ele continua a detestar. Estes segredos de família irão mergulhar o leitor numa saga sobre identidade, amor, perda, enganos e a destruição de laços familiares, ambientada em Manaus, na década de cinquenta.

Um dos livros mais importantes da literatura brasileira contemporânea, Dois Irmãos tem vindo a conquistar gerações de leitores desde a sua publicação em 2000, tendo igualmente vencido o Prémio Jabuti, o mais prestigiado prémio literário do Brasil. Foi com o mesmo entusiasmo desses leitores que os premiados autores de banda desenhada Fábio Moon e Gabriel Bá, também eles dois irmãos, embarcaram na missão de adaptar a obra de Milton Hatoum como romance gráfico. Ao mesmo tempo que preserva a força narrativa de Hatoum, esta adaptação evidencia o talento artístico de e Moon. A partir do seu traço, a vida dos gémeos Yaqub e Omar, e a sua rivalidade que tem o potencial de destruir uma família, ganha novos contornos épicos. A Manaus de e Moon, feita de um jogo de luz e sombras, de branco e preto, acolhe este drama que cruza gerações e, seja nos grandes planos ou nos mais ínfimos detalhes, instila no enredo original de Hatoum uma energia e vitalidade novas.

Os segredos e mentiras complexos que residem no coração desta família têm como pano de fundo paisagens e vistas quase cinemáticas. Bá e Moon representam poderosamente o dinamismo naturalista do Brasil na sua arte: formas orgânicas, fluidas, dramáticas, contrastadas com o lado angular e duro das suas personagens. A sua arte a preto e branco forte, carregada e dinâmica, consegue expressar as subtilezas da tensão quase palpável, mas muito contida, entre os membros da família, um brutal espancamento às mãos da polícia, ou o erotismo electrizante de uma dança exótica. Bá e Moon trazem para esta narrativa a sua elegância confiante e decidida, e conseguem reflectir nela as graduações de cinzentos que existem nesta tremenda saga familiar.”
- Publishers Weekly

Fábio Moon e Gabriel Bá são irmãos gémeos e nasceram em 1976, em São Paulo. Publicaram o seu primeiro fanzine de BD em 1993, e em 1997 lançaram o fanzine 10 Pãezinhos, que venceu o prémio HQ Mix de melhor fanzine e de artistas revelação em 2000. Nestes mais de vinte anos, os dois produziram BD para o mercado brasileiro e internacional, incluindo as séries Daytripper, The Umbrella Academy (com Gerard Way, editado em Portugal pela Devir) ou Casanova (com Matt Fraction). Em 2008, O Alienista, a sua adaptação do clássico de Machado de Assis, recebeu o prémio Jabuti. Daytripper (editado em Portugal pela Levoir), estreou em primeiro lugar na lista de mais vendidos do New York Times e ganhou os prémios Eisner Award e Harvey Award (Estados Unidos), o Eagle Award (Reino Unido), o prémio de melhor BD no festival Les Utopialles, em Nantes, e entrou na selecção oficial do Festival International de la Bande Dessinée d’Angoulême 2013 (França).

Nascido em Manaus em 1952, Milton Hatoum estudou arquitectura. Estreou-se na ficção com Relato de um certo Oriente, publicado em 1989 e vencedor do prémio Jabuti de melhor romance do ano. O seu segundo romance, Dois irmãos, foi traduzido para oito idiomas. Com Cinzas do Norte, de 2005, Hatoum ganhou os prémios Jabuti, Bravo!, APCA e Portugal Telecom. Em 2008, publicou a sua primeira novela, Órfãos do Eldorado, em 2009, o livro de contos A cidade ilhada e, em 2013, viu as suas crónicas reunidas em Um solitário à espreita. Em Portugal, estão editados pela Penguin Random House/Companhia das Letras os seus romances Dois irmãos, Relato de um certo Oriente e A noite da espera.

Dois Irmãos venceu o prémio Eisner para Melhor Adaptação Literária, o prémio Harvey para Melhor Álbum Estrangeiro e o Troféu HQ Mix para Melhor Adaptação.

Dois irmãos, Fábio Moon e Gabriel Bá, G. Floy, p&b, 232 pp., capa dura., 22€


Miguelanxo Prado - Ensaio de quadriculografia portuguesa

Desenhador, argumentista
(Espanha) Coruña, 16 de Julho de 1958

Enquanto estudante de arquitectura, publica o seu primeiro trabalho de banda desenhada no fanzine Xofre. Colabora na década de 1980 com diversas publicações e revistas espanholas como Creepy, Comix Internacional, Zona 84, El Jueves, Cairo e Cimoc. Estes trabalhos viriam posteriormente a ser compilados em álbum.

Tendo por base um herói radiofónico, constrói com Fernando Luna o detective privado Manuel Montano. Publicada pela primeira vez na revista Cairo e, posteriormente, em álbum com o título “O Manancial da Noite”, é com esta comédia policial que Prado obtém o seu primeiro ‘Alph'Art para Melhor Álbum Estrangeiro’ no Festival Internacional de Angoulême, em 1991. Mas é com “Traço de Giz” (1992), uma experiência de uma realidade impossível, com narrativa intimista e coloração magnífica, que Prado alcança o maior reconhecimento pelo seu trabalho, obtendo um segundo ‘Alph’Art’ (1994) e inúmeros prémios a nível internacional.

Das suas inúmeras obras, espalhadas entre outras, pela ilustração, pintura ou cinema de animação, destaca-se “Carta de Lisboa” (obra de 1995, que em Portugal conheceu três versões bilingues), a qual resulta de uma viagem a Portugal com o escritor Éric Sarner, a adaptação a BD de “Pedro e o Lobo” de Prokofiev (1996), ou, ainda em 1996, a ilustração do livro “A Lei do Amor” de Laura Esquível. Refira-se ainda, em 1998, uma participação na série animada 'Men in Black', para a qual desenha os personagens.

Prado é desde 1998 director do Salão de BD “Viñetas desde el Atlântico” (A Coruña). Em 2003, trabalha com Neil Gaiman em “The Sandman: Endless Nights - Dream: The Heart of a Star”. O seu filme de animação 'De Profundis', no qual trabalha durante quatro anos, estreia em 2007, sendo seleccionado para os prémios Goya.

Em 2009, ingressa na Real Academia Galega de Belas Artes.

A sua novela gráfica 'Ardalén', publicada em 2012, volta a granjear-lhe vários prémios. Ardalén é, até à data, a sua obra mais extensa e, segundo o próprio, “é uma história sobre a memória pessoal. A memória como essência da nossa existência, da percepção da nossa própria vida.”

One-shots publicados em Portugal:
  • O muro antes e depois... (Durbruch), Colectivo, Álbum Meribérica-Líber [1990]
  • Louvada seja a distância, Selecções BD #32
  • Longo crepúsculo de Outubro, Selecções BD #34
  • Acordes de cristal, Selecções BD #35
  • Fragmentos da Enciclopédia Délfica (Fragmentos da Enciclopédia Délfica), 1982-1983, Álbum Meribérica-Líber [2000]
  • Stratos (Stratos), 1984-1985, Selecções BD (2ª série) #1, #3, #5, #7, #14 e #16; Álbum Meribérica-Líber [2000]
  • Crónicas incongruentes (Crónicas incongruentes), 1985-1986, Álbum Meribérica-Líber [1991]; Álbum Correio da Manhã "A arte de Prado" [2003]
  • Tangências (Tangencias), 1987-1996, Álbum Meribérica-Líber [1996]; Álbum Correio da Manhã "A arte de Prado" [2003]
  • Quotidiano delirante (Quotidania delirante), 1988, Álbum Meribérica-Líber [1994]; Álbum Correio da Manhã "A arte de Prado" [2003]
  • Manuel Montano: O manancial da noite (Manuel Montano / «El Manantial de la Noche»),  Prado e Fernando Luna, Álbum Meribérica-Líber [2000]
  • Traço de giz (Trazo de tiza), 1993, Álbum Meribérica-Líber [2000]; Álbum Correio da Manhã "A arte de Prado" [2003]; Álbum Levoir [2017]
  • Pedro e o lobo (Pedro y el lobo), 1997, Álbum Meribérica-Líber [1997]
  • Quotidiano delirante - Volume 2 (Quotidania delirante), 1996, Álbum Meribérica-Líber [1998]
  • A vida é um delírio ((Quotidania delirante), 2003, Álbum ASA [2003]; Álbum Público/ASA [2008]
  • A mansão dos Pimpão (La mansión de los Pampin), 2005, Álbum ASA [2006]
  • Ardalén (Ardalén), 2013, Álbum ASA [2013]
  • Presas fáceis (Presas fáciles), 2016, Álbum Levoir [2016]
  • O pacto da letargia (El pacto del letargo), 2020, Álbum Ala dos Livros [2020]
[actualizado em 14.01.2020]


14 de janeiro de 2020

O Pacto da Letargia

É o primeiro lançamento deste ano da Ala dos Livros. "O Pacto da Letargia" ("El Pacto del Letargo") é a mais recente obra de Miguelanxo Prado, publicada simultaneamente com a edição francesa.

Nesta obra, um jovem assistente universitário encontra por acaso algumas notas de um professor aposentado que parecem remeter para uma antiga ordem de anjos e demónios e para um tríscelo envolto em mistério.
É este o ponto de partida para que Miguelanxo Prado construa uma história que nos faz questionar o frágil equilíbrio entre o homem e a natureza: uma fragilidade exagerada para o insaciável apetite da humanidade pelo poder e pela auto-satisfação.
Uma viagem por um mundo de mistério e magia, enquanto antigos poderes ocultos procuram recuperar a harmonia na Terra. Mas, como em todos os equilíbrios de forças, existem factores que os podem alterar – especialmente quando a própria humanidade é vista como uma ameaça.
Através da sua reconhecida e premiada arte, Miguelanxo Prado apresenta-nos uma visão própria da natureza do ser humano e do seu impacto sobre o nosso planeta.

O Pacto da Letargia, Miguelanxo Prado, Ala dos Livros, 112 pp., cor, capa dura, 24,90€

Mil Rayos #20

Com ligeiro atraso, chegou-me a revista Mil Rayos de Dezembro de 2019, órgão semestral do clube tintinofilo Associación Tintinófila de habla-hispana.

Mil Rayos #20, Diciembre de 2020, 36 pp., reservado aos associados