8 de setembro de 2025

Manda msg quando chegares

Todas as histórias deste livro são verdadeiras. Aconteceram a pessoas reais, num tempo não muito distante. Pedir a uma mulher que mande mensagem quando chegar é pedir-lhe que se proteja, que esteja sempre atenta, que olhe bem à sua volta e que leve o telemóvel na mão enquanto finge que fala com alguém. É dizer que caminhe no meio da estrada e não junto aos prédios. É assegurar que estamos aqui.

Este é um grito de revolta, uma constatação, uma exposição de medos, preconceitos e avisos. Uma colectânea de episódios de todas nós e os retratos daquilo que as mulheres não podem fazer porque não fica bem, porque é provocante, porque se põem a jeito.

A luta continua.

R.G.B reuniu uma série de histórias reais de abusos e assédios e transformou-os em arte. Não para as embelezar, mas para as contar de forma a que todos ouvissem. Entre ela própria, amigas e colegas, as histórias foram tantas que não seria possível contá-las a todas.

Neste livro estão alguns desses acontecimentos, intercalados com pequenas ilustrações daqueles atos e liberdades corriqueiras que um homem não perderia um segundo a pensar nelas. Mas uma mulher pensa uma e duas vezes antes de andar de táxi à noite, sozinha; pensa se deverá comer aquele Calipo já ou esperar até chegar a casa; lamenta o autocarro cheio onde terá de aguentar um homem encostado a si; ouvirá, sem ripostar, a piadinha do médico ginecologista ou do patrão.

R.G.B. é artista visual e mãe. Este é o seu primeiro livro, que é também um protesto, um atestado de sororidade e um grito de revolta. 

Manda msg quando chegares, R.G.B., Iguana, 96 pp., capa dura, cor, 16,65€





Sem comentários:

Enviar um comentário