A convivência forçada entre personagens tão diferentes revela segredos, ressentimentos e dilemas morais que colocam à prova o que significa ser humano quando o mundo inteiro desapareceu. O argumento de Tynion IV é certeiro ao explorar não apenas o horror do desconhecido, mas também as fragilidades e falhas de cada pessoa dentro da casa.
A arte de Álvaro Martínez Bueno continua magnífica — detalhada, expressiva e capaz de alternar entre a beleza tranquila da paisagem e a inquietação crescente entre os personagens. Já as cores de Jordie Bellaire dão vida à tensão psicológica: contrastes fortes, paletas que oscilam entre o acolhedor e o perturbador, refletindo perfeitamente os estados de espírito da história.
Este segundo volume confirma A Bela Casa do Lago como uma das séries mais inteligentes e impactantes da BD atual. Não é apenas uma história de fim do mundo, mas uma reflexão sobre amizade, confiança e o que fazemos quando confrontados com o fim inevitável.
Para quem gostou do primeiro volume, este é leitura obrigatória — e aviso já: o desfecho deixa-nos a roer as unhas para o próximo.
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