9 de abril de 2018

Carlos Roque - Ensaio de quadriculografia portuguesa

Argumentista, Desenhador
(Portugal) Lisboa, 12 de Abril de 1936 - (Bélgica) Louvain, 27 de Abril de 2006

Nasce a 12 de Abril de 1936, em Lisboa, tendo feito o curso de desenhador-gravador-litógrafo da Escola António Arroio. Cedo inicia a sua actividade como aprendiz tipógra­fo, desenhador litografo e ilustrador de publicidade em 1950, passando depois a trabalhar para agências e como independente. Ainda leitor, Carlos Santos Ro­que tem alguns desenhos publicados em O Mosquito e O Mundo de Aventuras, em 1951, e mais tarde na Joaninha (2ª série). É maquetista, desenhador e paginador das publicações O Século, O Século Ilustrado, Modas & Bordados, Vida Mundial. Trabalha também na agência de pu­blicidade de Ruy Manso. As suas primeiras histórias aos quadradinhos aparecem no Camarada (2ª série) em 1959, onde assina também sob o pseudónimo Tibúrcio, nomeadamente as Tropelias do Malaquias. Para esta editora realiza diversas capas, tendo sobretudo tido o seu próprio álbum O Cruzeiro do Caranguejo publicado em 1964, em três edições, depois da publicação da história naquela revista da Mocidade Portuguesa. Entretanto, colabora já com o estúdio Publiart, das Éditions du Lombard, realizando várias tiras publici­tárias em banda desenhada, assim como depois para a Publiart-Jeunesse.
Instalado mais definitivamente na Bélgica desde 1964, trabalha no departamento de publicidade da revista Tintin, fazendo também aí algumas curtas BD com argumentos de Yves Duval. A partir de Novembro de 1965, começa no Spirou belga (com bandas desenhadas e também com maquetização e paginação da revista e outras edições Dupuis), onde foi também editado O Cruzeiro do Caranguejo em 1979. 
Colabora ainda na edição flamenga dessa publicação, Robbedoes, depois de 1983. A série Angélique, igualmente produzida no Spirou belga (1968-71), tem desenhos seus e histórias de Monique Roque (por vezes argumentos de Raoul Cauvin e de Charles Jadoul), de que houve traduções no suplemento Pim-Pam-Pum!, de O Século, e na 2ª série do Spirou português. Ainda com argumentos de sua esposa, Monique, surge em 1969 uma outra criação para essa re­vista: o pato Wladimyr, com o qual obteve em Bruxelas o prémio Saint-Michel, em 1976. Algumas pranchas desta série foram depois publicadas na 2ª série da Selecções BD, a partir de 1998. Carlos Roque tem participação na revista O Mosquito (5ª série) e no Almanaque O Mosquito da mesma altura. Regressado a Portugal de forma mais perene em 1987, pouco antes da crise da famosa publicação flamenga Spirou, executa capas e arranjos gráficos para a Bertrand e outras editoras, e ainda realiza a solo o suplemento TV Guia Júnior, em 1996-97, para o semanário de televisão TV Guia, com passatempos e com várias reedições de BDs de sua autoria. Encontramos também colaborações suas na revista Rua Sésamo, ainda da TV Guia Editora, a fechar o século XX. Mantém sempre os contactos e as edições na Bélgica, participando nomeadamente na série Balise à Cartoons da revista Spirou, a partir de 2000. Faleceu em Louvain, no país que o adoptou, a 27 de Julho de 2006.

Leonardo de Sá in O Louletano, 17 de Novembro de 2008


Séries publicadas em Portugal:
Angelique, Aqui há Gato, Malaquias, Patrake, Wladimir

One-shots publicados em Portugal:
  • O cruzeiro do caranguejo, 1963, Camarada (2ª série) #1  a #26/6º ano, Álbum Camarada [1964], TV Guia
  • Sejam bons para os bichinhos (Soyez bons pour les animaux), 1966, Yves Duval (arg.), Tintin #8/1º ano
  • O fenómeno da publicidade (Le phénomène de la publicité), 1966, Yves Duval (arg.), Tintin #16/1º ano
  • Os passarocos de Manfredo Ycxkcoc, 1984, Monique Roque (arg.), O Mosquito (5a série) #3
[actualizado a 25-3-2018]

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