O livro Dita Dor foi considerado a melhor obra na categoria de banda desenhada infanto-juvenil, no âmbito dos prémios internacionais daquela feira, que começa a 31 de Março.
Publicado numa coleção literária da Assembleia da República dirigida aos mais novos, o livro inspira-se na infância de António Jorge Gonçalves, passada ainda em ditadura, uma vez que o autor tinha 9 anos quando aconteceu a revolução de 25 de Abril de 1974.
“Através dos olhos do jovem António, os leitores sentem na pele o que significa viver sob uma ditadura, que envenena cada vinheta e cada página. O autor consegue contar a história com um estilo dinâmico, com cores fortes, uma geometria expressionista e um final libertador”, refere o júri dos prémios da feira de Bolonha.
A partir da experiência pessoal do autor, em família, António Jorge Gonçalves aborda o tempo do Estado Novo e os primeiros anos de democracia, referindo não só momentos históricos – a morte de Salazar, a Guerra Colonial, a revolução -, como as subtilezas do quotidiano e dos costumes dos portugueses.
Para a organização da feira de Bolonha, Dita Dor é um livro importante para os tempos actuais, porque “demonstra como, em pouco tempo, uma democracia se pode transformar numa ditadura, e pode ensinar os jovens a reconhecer os sinais do fascismo e a lutar pela liberdade”.
in LUSA
Sem comentários:
Enviar um comentário