14 de dezembro de 2025

Blast #1/2: Carcaça gorda

Blast de Manu Larcenet é uma obra profunda e perturbadora que mergulha no psicológico de um homem em crise, à procura não só de respostas para as suas próprias dúvidas, mas também para os limites da sociedade e da vida humana. Lançada em 2011, a obra é uma das mais aclamadas do autor francês, conhecido pelo seu estilo narrativo único e pela sua capacidade de explorar temas pesados de maneira intimista e visceral.

Blast começa com a figura de Polza, um homem que vive à margem da sociedade, um indivíduo marcado por uma violência interna que ele próprio não compreende totalmente. O enredo é uma mistura entre o relato da sua vida passada e a narrativa de um evento traumático, ao qual ele parece se submeter, por uma espécie de catarse, mas também por um impulso autodestrutivo.

A estrutura da história é não linear, alternando entre o presente de Polza, enquanto ele está numa espécie de prisão, e as suas memórias sobre o que o levou até ali, com destaque para as suas interações com outros personagens. A narrativa é fluída, mas ao mesmo tempo desorientadora, uma escolha deliberada que reflecte o próprio estado de espírito do protagonista.

Ao longo da obra, Larcenet constrói uma trama sobre um homem a tentar entender a sua própria identidade. Polza não é simplesmente um “anti-herói” ou um sujeito marcado pela violência, mas alguém que, através das suas experiências, tenta descobrir o que significa ser humano. A falta de controlo sobre as suas emoções e acções, as suas reacções brutais, e a constante luta para compreender o que está a acontecer consigo mesmo, fazem de Blast uma obra sobre a perda de controlo e a tentativa de reconstrução de um sentido, algo que muitos de nós provavelmente já vivemos em diferentes momentos.

A profundidade psicológica de Polza é um dos grandes trunfos da obra. Larcenet não oferece respostas fáceis, e é justamente nesse espaço de incerteza que Blast encontra a sua força narrativa. O leitor vê-se compelido a reflectir sobre a natureza da loucura, da alienação e da procura de um propósito em meio ao caos. O autor não poupa o leitor de cenas cruéis ou intensas, mas isso serve para criar uma sensação de urgência e desconforto, forçando o público a mergulhar cada vez mais fundo nas angústias do protagonista.

A arte de Blast é outro elemento essencial para a narrativa, e a sua influência sobre a experiência do leitor não pode ser subestimada. Larcenet, conhecido pelo seu estilo realista, usa a arte como um reflexo directo do estado psicológico de Polza. O traço é detalhado, mas ao mesmo tempo, há uma certa “rugosidade” e crueza que encaixa perfeitamente com a natureza desorganizada e violenta da história.

As cenas de acção, muitas vezes caóticas e brutais, são contrastadas com momentos de introspecção mais suaves, mas igualmente carregados de tensão emocional. Há uma ênfase nas expressões faciais e nas posturas corporais, que comunicam muito mais do que as palavras, tornando as reacções dos personagens e os silêncios mais impactantes. O uso do preto e branco adiciona uma sensação de opressão e mistério, o que eleva ainda mais o tom sombrio da história.

Blast #1 (de 2): Carcaça gorda, Manu Larcenet, Ala dos Livros, 408 pp., cor, capa dura, 49,90€

13 de dezembro de 2025

O Preço da Desonra #2: Crónicas de Kubidai

A promessa firmada com uma nota de dívida implica pôr a vida em jogo. Quem não cumpre a promessa, comete um acto sem perdão.

Japão, período Edo. Os clãs e os seus líderes disputam território e guerreiam por poder. No calor da batalha, guerreiros samurais evitam a morte a troco de quantias exorbitantes pagas aos seus executores. Ao longo de quatro novas histórias, voltamos à companhia de Hanshiro, o implacável cobrador de dívidas, que exige que se cumpram estas promissórias. Com um desenho magistral, Hirata volta a contar-nos como a glória e a honra, associadas aos códigos samurais, podem cair por terra ou elevarem-se aos extremos da ética e da moral, dependendo de quem os pratica. E Portugal, através d’A Seita, é apenas o segundo país no mundo a ver todas estas histórias num único volume.

Assim como Akira Kurosawa imortalizou as histórias de samurais no cinema, Hirata deu-lhes realismo e grandeza no mangá.

A Seita e a sua chancela de mangá, a Ikigai (生きがい), tem a honra de apresentar, pela segunda vez em português de Portugal, um dos maiores mangakás da história da arte de banda desenhada, Hiroshi Hirata. Trata-se de um (cada vez menos) ilustre desconhecido em terras lusas, com um peso na nona arte que iguala gigantes como Kazuo Koike e Goseki Kojima, os autores do seminal Lone Wolf & Cub, ou Sanpei Shirato, de Kamui-Den, e mesmo Katsuhiro Otomo, do conhecido Akira. A obra que vos trazemos é O Preço da Desonra: Crónicas de Kubidai, um verdadeiro tratado do que são histórias de samurais, que nada deve a outras artes e a outros mestres como Akira Kurosawa (Ran; Yojimbo). Remete-nos para um dos mais importantes momentos da história do Japão, o período Edo, alvo de tanta curiosidade, não só pelos próprios japoneses, como também pelo resto do mundo.

Samurais e ronins, e os poderosos chefes de clãs nobres e guerreiros do Japão da época do final das guerras, no início do século XVII, quando se inicia o período Edo, são algumas das imagens e nomes que mais ressoam em todos os entusiastas de literatura de guerra e de aventura. É neste ambiente que decorrem as quatro novas histórias deste Shin Kubidai Hikiukenin, O Preço da Desonra: Crónicas de Kubidai. Hirata voltou à personagem de Hanshiro em 1997, e em 1999 foi publicado o volume com (quase) todas estas novas histórias. Um dos capítulos não tinha sido incluído, e foi a editora Pipoca & Nanquim, do Brasil, quem primeiro publicou este regresso, num integral com as quatro crónicas. E A Seita adapta este volume ao nosso português de Portugal, a partir da tradução de Drik Sada. Este volume inclui as quatro novas histórias da personagem, que podem todas ser lidas independentemente umas das outras (e não é necessário ter lido o primeiro volume para apreciar esta segunda recolha de histórias).

Se a imaginação dos leitores se empolga com os feitos dos samurais, das batalhas e conflitos em que se regiam pelo bushido, a via do guerreiro, toda ela feita de honra e desprezo pela morte, o próprio título deste volume anuncia que as histórias aqui incluídas se afastam dessas premissas. Porque é dos traços opostos aos do bushido que estas histórias tratam: do medo de morrer, de promessas de dinheiro a troco de ter a vida salva, da vergonha e da desonra que isso acarreta para aqueles que assinaram no campo de batalha essas notas promissórias... mas também do outro lado do espelho. Daqueles que, ao ver este lado negro, brilham mais forte, num assomo de ética e moral.

É desse modo que Hanshiro, o cobrador de dívidas, funciona como um observador imparcial, mas sensível, da realidade da vida dos samurais num dos períodos mais conturbados da história do Japão.

Hiroshi Hirata nasceu em 1937, na cidade de Tóquio, e desde muito cedo se interessou pelo mundo dos mangás. Aos 21 anos publica a sua primeira história no género histórico, o jidaigeki, na revista Mazo. Começou assim uma longa carreira em que se notabilizou como um dos grandes mestres do estilo gekigá (dramas realistas e históricos), com histórias centradas nos samurais e no rígido código de honra que norteia as suas vidas. Alcançou grande notoriedade com a série Satsuma Gishiden, com um estilo comparável ao de outros mestres como Sanpei Shirato, Goseki Kojima, etc... O Preço da Desonra: Kubidai Hikiukenin, foi publicado originalmente de 1971 a 1973, e foi publicado em Portugal pel’A Seita numa edição definitiva que reúne as sete histórias clássicas de Hanshiro, um ronin cobrador de dívidas, agora seguida por este segundo volume, que inclui as quatro histórias posteriores.

Para além do reconhecimento que obteve como mangaká, Hirata era um calígrafo de grande renome, tendo criado a caligrafia do título do mangá Akira. Admirado por figuras como Yukio Mishima ou Jodorowsky, a sua obra acabaria por torná-lo num dos maiores dos expoentes do gekigá e influenciar gerações posteriores. Faleceu em 2021, aos 84 anos de idade.

A edição portuguesa conta ainda com dois posfácios, um pelo próprio Hiroshi Hirata, e outro por Pedro Bouça, entusiasta da BD e da cultura japonesa em geral e do mangá em particular, e inclui igualmente oito páginas a cores que Hirata coloriu usando pela primeira vez técnicas digitais de cores.

O Preço da Desonra #2: Crónicas de Kubidai, Hiroshi Hirata, A Seita, 360 páginas, p/b (8 pgs. a cores), capa mole, 23,99€ 

12 de dezembro de 2025

Canalha Borrada

Canalha Borrada é uma colectânea de memórias de infância e pré-adolescência vividas nas aldeias de Santa Maria da Feira. Quem sabe,  talvez autobiográfica, ou talvez não, esta BD narra as desventuras de dois primos, cujo principal passatempo era infernizar a vida dos avós. O título vem da alcunha insultuosa com que a família os baptizou, por motivos que se tornarão óbvios no livro. Alcunha bruta, javarda, e sem qualquer romantismo. Uma ratazana podre, um escroto furado, um esguicho de sémen, um mergulho no esgoto... está lá tudo! Canalha Borrada é encontrar o belo no meio da merda!

São uma dezena de histórias, algumas pouco mais que episódios desopilantes ou apontamentos de mau gosto adolescente idiota, outras pequenas pérolas de narrativa que de algum modo poderíamos baptizar de “punk pseudo-rural sujo e feio”, e todas cómicas (embora às vezes nos façam chorar com pena dos desgraçados dos avós), e ilustradas com figuras e paisagens caricatas e muito divertidas!

O autor ofereceu por uma pequena e módica quantia cuecas borradas aos primeiros que compraram o livro no lançamento na Bedeteca do Porto, e achamos que isso diz tudo!!

Zé Lázaro Lourenço, nascido em 1999 em Santa Maria da Feira, trabalhou em várias áreas, fast food, professor do 1.º ciclo e até foi palhaço. Actualmente dedica-se à ilustração e banda desenhada. O seu trabalho foca-se, desde criança, numa estética punk e javarda. Frequenta o Mestrado de Ilustração, Edição e Impressão nas Belas Artes do Porto. Sofre de calvície e partiu os braços quatro vezes. 

Canalha Borrada, A Seita/Turbina/Mundo Fantasma, 80 pp., p&b, capa mole, 12,99€

BUG - Livro 4: Enki Bilal e o mundo depois do colapso digital

No livro 4 de BUG, Enki Bilal aprofunda a sua distopia sobre um planeta onde toda a informação digital desapareceu e se concentrou num único homem: Kameron Obb. A humanidade continua perdida entre o pânico e a esperança, enquanto governos e corporações disputam o controlo de um futuro sem memórias electrónicas.

Bilal usa esta premissa para criticar a nossa dependência tecnológica e mostrar como, sem o apoio invisível do digital, as estruturas sociais revelam fragilidades profundas. Kameron torna-se o símbolo de todas as tensões entre privacidade, poder e sobrevivência.

Visualmente, o autor mantém o seu estilo inconfundível: tons frios, rostos marcados, cenários degradados que reforçam o sentimento de um mundo à deriva. Cada prancha combina beleza e inquietação.

Este quarto volume não resolve o mistério do “bug”, mas intensifica-o. É um capítulo de transição que prepara o terreno para revelações futuras, consolidando BUG como uma das obras mais visionárias de Bilal nos últimos anos.

BUG - Livro 4, Enki Bilal, Arte de Autor, 80 pp., cor, capa dura, 23,50€

10 de dezembro de 2025

Duna - Livro 3

Duna: O Profeta é o terceiro volume da adaptação em romance gráfico da clássica saga de Frank Herbert, uma das mais influentes da ficção científica. A obra segue a narrativa épica de Paul Atreides, agora profundamente imerso no seu papel de líder e messias, e explora temas como política, religião, ecologia e o destino humano. Nesta fase da adaptação gráfica, o foco intensifica-se nas consequências da ascensão de Paul ao poder, bem como nas complexas tensões sociais e espirituais que se desenrolam à sua volta.

Com O Profeta, o romance gráfico consegue transportar o leitor directamente para o coração da trama, capturando as intricadas dinâmicas entre as facções do universo de Duna. O título faz referência à transformação de Paul Atreides de príncipe herdeiro para o messias esperado pelos Fremen, o povo do deserto. A sua figura é alçada ao estatuto de líder religioso, um “profeta” que não só guia os Fremen na sua luta pela sobrevivência, mas também começa a ser tomado pelo peso das suas próprias visões proféticas.

Neste volume, o ilustrador Raúl Allén e o argumentista Patricio Clarey continuam a trabalhar com mestria na construção visual do universo de Duna, mantendo a grandiosidade e o detalhe que caracterizam a obra original. As paisagens do deserto de Arrakis, o planeta desolado de dunas intermináveis, são magnificamente retratadas, assim como as intrincadas armaduras e trajes dos personagens, que se tornam uma extensão do seu poder e estatuto.

A arte reflecte com precisão o tom de tensão e mistério que perpassa toda a obra. O uso de cores quentes e sombrias evoca a vastidão implacável do deserto, ao mesmo tempo em que os momentos mais íntimos e psicológicos são abordados com uma paleta mais fria e opaca, reforçando o estado de agitação interna de Paul à medida que ele se depara com as realidades do seu poder e as dificuldades em equilibrar a sua humanidade com a sua crescente divindade.

O Profeta é um volume crucial da história, pois vai além da simples expansão do universo de Duna e aprofunda-se nas questões existenciais que dominam a vida de Paul. Ele já não é mais apenas um jovem príncipe, mas o Muad’Dib, a figura que, ao cumprir a sua missão, também desencadeia um futuro incerto e carregado de sacrifícios. A adaptação gráfica não só traduz a complexidade da obra literária, mas também a torna mais acessível e visualmente atraente, mantendo a essência da profundidade filosófica e política que Frank Herbert imprimiu à sua criação.

Essa obra obriga-nos a questionar até que ponto o poder, o carisma e a fé podem transformar uma pessoa — ou uma sociedade inteira — em algo além do que originalmente eram. Em O Profeta, as respostas que Paul procura parecem cada vez mais fugidias, com o universo de Duna a mostrar-se tão complexo quanto desafiador. E é isso que torna este volume, assim como os outros da adaptação gráfica, uma jornada irresistível para qualquer fã de ficção científica e banda desenhada.

Duna - Livro 3: O Profeta, Brian Herbert, Kevin J. Anderson, Raúl Allén e Patricia Martín, Relógio d'Água Editores, 204 pp., cor, capa mole, 22€

9 de dezembro de 2025

O Coração das Trevas - Adaptação em romance gráfico

O Coração das Trevas, na adaptação em romance gráfico ilustrada por Luc Brahy, oferece uma nova porta de entrada para o universo sombrio criado por Joseph Conrad. Mantendo-se fiel ao espírito inquietante da obra original, a versão gráfica transforma a jornada de Marlow rio acima em uma experiência visual intensa, na qual a arte assume papel central para expressar a atmosfera de decadência, ambiguidade moral e opressão colonial que permeia a narrativa. A obra iria inspirar o filme Apocalipse Now de Francis Coppola.

Brahy emprega um traço detalhado e expressivo, capaz de transmitir tanto a grandiosidade ameaçadora da paisagem quanto o desgaste psicológico das personagens. A paleta de cores sombrias e os contrastes fortes reforçam a sensação de que o protagonista se afasta progressivamente da racionalidade europeia e se aproxima de um território onde as fronteiras entre civilização e barbárie se dissolvem. Assim, cada quadro funciona como uma extensão da prosa de Conrad, visualizando a névoa, a escuridão e o silêncio que compõem o cenário emocional da obra.

A figura de Kurtz, enigmática e quase mítica, ganha um impacto renovado quando traduzida em imagens. A sua presença — muitas vezes anunciada antes de aparecer — é construída graficamente de modo a acentuar a tensão e o mistério que rodeiam a sua figura. O encontro entre Marlow e Kurtz, momento crucial tanto no livro quanto no romance gráfico, adquire uma força dramática ampliada pela composição das páginas e pelo uso do espaço visual.

Ao adaptar um texto tão carregado de simbolismo e crítica, o romance gráfico de Luc Brahy não se limita a ilustrar a narrativa, mas a reinterpretá-la. A obra mantém a interrogação profunda sobre o imperialismo, identidade e os limites da consciência humana, ao mesmo tempo em que oferece ao leitor uma experiência estética própria — mais imediata, visceral e sensorial.

Joseph Conrad nasceu na Ucrânia a 3 de Dezembro de 1857, filho de pais polacos, exilados devido a atividades políticas. Conrad ficou órfão de pai aos onze anos, tendo sido deixado ao cuidado de um tio materno que exerceu grande influência sobre ele.

A partir de 1874, Conrad, então a viver em Marselha, iniciou a sua aprendizagem como marinheiro, tendo ingressado na Marinha Mercante Britânica e adoptado a nacionalidade inglesa em 1886.


Depois de publicado o seu primeiro romance, Almayer’s Folly, em 1895, Conrad abandonou a vida de marinheiro. Embora os seus livros sobre temas marítimos sejam numerosos e exista a tendência para o imaginar sempre a bordo de um veleiro, a verdade é que passou os seus últimos trinta anos em terra, numa sedentária vida de escritor, no condado de Kent.

Conrad era conhecido por dois aspectos contraditórios do seu carácter. Era ao mesmo tempo irritável e amável. Todos os que o conheceram afirmavam também que era um homem de grande ironia.

Usava monóculo, não gostava de poesia, excepto dos versos do seu amigo Arthur Symons e talvez de Keats. Detestava Dostoievski por ser russo e escrever romances que lhe pareciam confusos. Era um grande leitor, sendo Flaubert e Maupassant os seus autores favoritos.

Durantes muitos anos, Conrad atravessou dificuldades financeiras e sentiu a incompreensão dos críticos e a indiferença dos leitores. O livro que o tornou conhecido foi Chance, publicado em 1913. Nos dez anos que se seguiram tornou-se um dos mais reconhecidos autores de língua inglesa.

Conrad casou-se aos 38 anos, nunca deixando de oferecer um presente à sua mulher cada vez que acabava um dos seus livros. Morreu subitamente a 3 de Agosto de 1924, na sua casa em Kent, na Grã-Bretanha. Sentira-se mal no dia anterior, mas nada deixava adivinhar a iminência da morte.

Tinha sessenta e seis anos, e dele se disse que cumpriu três vidas, a de polaco, a de marinheiro e a de escritor.

O coração das trevas, Luc Brahy, Relógio d'Água, 108 pp., cor, capa mole, 20€

6 de dezembro de 2025

2 novidades de Manuel Caldas


UM CÂNTICO DE NATAL

Com desenhos de H. M. Brock, trata-se provavelmente da melhor adaptação para banda desenhada do famosíssimo conto de Charles Dickens.

Henry Matthew Brock (1875-1960) foi um destacado artista inglês, célebre pelo seu estilo elegante e realista, aplicado à pintura, à caricatura e, sobretudo, à ilustração literária. O seu vínculo com a obra de Charles Dickens atingiu o ponto culminante em 1955 com esta adaptação de A Christmas Carol (publicada originalmente na Thriller Comics Library), provavelmente a melhor de quantas já foram feitas.

A influência do seu trabalho far-se-ia sentir anos mais tarde noutros artistas, entre os quais se destaca o autor de banda desenhada Chiqui de la Fuente que, com argumento de Carlos A. Cornejo, realizou a sua própria versão intitulada Uma canção de Natal, publicada pela primeira vez em 1974. De La Fuente tomou diversos elementos da interpretação de Brock (para enriquecer a sua adaptação e dar vida a cenas essenciais do relato, testemunhando assim a vigência e a força inspiradora da arte de Brock.

Un cântico de Navidad, 72 páginas a preto e branco. 17 x 22,5 cm. Capa com abas, impressa a cores no interior. 12 euros

CASEY RUGGLES 7: Sidney Town

Prossegue a edição da série de Warren Tufts, com as tiras diárias de 10 de Outubro de 1951 a 5 de Julho de 1952. Nelas se inclui o episódio que dá título ao volume e que é absolutamente um dos melhores realizados por Tufts — agora finalmente devidamente restaurado.


CASEY RUGGLES 7: Sidney Town, 84 páginas a preto e branco. 30,7 x 23,1 cm. 21 euros.

Encomendas para: mcaldas59@sapo.pt