Lucas Harari, nascido em Paris em 1990, estudou arquitectura antes de se formar em imagem impressa na Arts Décoratifs de Paris em 2015. Iniciou a carreira com fanzines e estreou-se no universo das bandas desenhadas com L’Aimant (2017), seguindo-se La Dernière rose de l’été (2020) e, mais recentemente, Le cas David Zimmerman (2024).
O termo Nachave vem do romani manouche e significa, em argot, “vai-te embora, foge, parte” — uma conjunção de ordem, ansiedade e urgência que antecipa o clima da história.
Em apenas 25 pranchas, Harari usa a linguagem da imagem para relatar uma jornada trágica: um adolescente marginalizado na periferia, confrontado com o abandono e a invisibilidade, tenta escapar de um destino que lhe chega cedo demais. A ausência de texto convida o leitor a mergulhar nas emoções e atmosferas visuais — com luzes cruas e sombras densas — e a construir o significado cena a cena.
O traço de Harari, limpo e expressivo, acentua o contraste entre obliquidade e profundidade. As composições remetem-nos aos cenários que marcaram a sua infância em zonas urbanas periféricas e ecoam um estilo noir urbano cheio de tensão visual.
Coleção 25 Imagens #6: Nachave, Lucas Harari, Levoir, 30 pp., p&b, capa dura, 13,90€
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