15 de novembro de 2025

Crónicas de Enerelis #7

Após o período de pré-venda do volume 7 de Crónicas de Enerelis, com os primeiros leitores já a desbravar o novo capítulo da série, a autora informa que o referido tomo se encontra já disponível para todos a preços de banca até dia 31 de Dezembro.

Em simultâneo, encontra-se na recta final dos layouts do volume 8 e com início da produção no final deste mês.

Além disso, durante o mês de Novembro estará presencialmente em dois eventos (LGW e Exposição em Aljustrel), com novas ofertas e merchadising para quem adquirir livros.

Por coincidência de datas, os livros estarão disponíveis na banca do Grupo TagIIde, com o José Bandeira, no Festival de Fanzines e BD de Alpiarça. Quem prentender os seus exemplares assinados e dedicados, podem ser levantados no evento.

12 de novembro de 2025

Islander #1 - O exílio

O primeiro volume de Islander, subtitulado O Exílio (L'éxil; 2025), é uma das bandas desenhadas europeias mais intensas e politicamente relevantes dos últimos tempos. Criada por Caryl Férey (autor de romances policiais e argumentista de BD) e Corentin Rouge (conhecido pelo seu traço expressivo e realista), a obra parte de uma pergunta perturbadora:

“E se os europeus fossem os refugiados?”

Num futuro próximo, a Europa é devastada por guerras, crises climáticas e instabilidade política. Milhares fogem das suas terras em busca de segurança — e a última esperança parece estar nas ilhas geladas do norte, particularmente a Islândia, que tenta proteger-se erguendo barreiras à imigração.

Entre esses fugitivos está Liam, um homem que perdeu tudo e decide roubar a identidade de uma mulher para embarcar num navio rumo ao norte. Só mais tarde descobre que tomou o lugar de Francesca, alguém envolvida num misterioso projecto chamado Islander. O que começa como um acto de desespero transforma-se numa corrida pela sobrevivência, num mundo onde compaixão e brutalidade se confundem.

Em Portugal, onde o debate sobre migrações, fronteiras e integração tem vindo a crescer, Islander ganha uma relevância especial. A inversão de papéis — ver cidadãos europeus como os deslocados, as “vítimas do sistema” — funciona como espelho de um mundo em colapso moral.

Férey e Rouge não fazem moralismos: apresentam o caos, a fome, o medo e a violência sem filtros. O leitor é forçado a questionar-se — o que faria para sobreviver? Até onde iria para proteger alguém, ou a si próprio?

A obra pode lembrar clássicos distópicos como V de Vingança ou Children of Men, mas tem uma linguagem muito própria: crua, visualmente intensa e surpreendentemente poética.

O desenho de Rouge é de uma força cinematográfica. O frio quase se sente nas páginas: o vento corta, o mar revolto ameaça engolir tudo. Há uma paleta gelada, dominada por azuis, cinzentos e brancos, que traduz a solidão do exílio.

Os personagens têm rostos vividos, olhares marcados por fadiga e desespero — e o resultado é uma imersão quase física. O leitor sente-se ali, na multidão de quem perdeu o lar, à espera de uma oportunidade qualquer.

IslanderO Exílio é mais do que uma história de sobrevivência: é um espelho virado para o nosso tempo. No traço de Corentin Rouge e na escrita urgente de Caryl Férey, há uma mensagem clara — a humanidade é frágil, e o conforto que hoje tomamos por garantido pode, amanhã, desaparecer.

É uma leitura que mexe, que inquieta e que, sobretudo, obriga a sentir.

Islander #1 - O exílio, Corentin Rouge e Caryl Férey, Arte de Autor, 160 pp., cor, capa dura, 33€

Tintin Integral #1

O primeiro volume da nova colecção dedicada às aventuras de Tintin deverá chegar às livrarias na próxima semana, estando já disponível para pré-venda no sítio oficial da editora.

Esta edição inaugural reúne os tomos Tintin no País dos Sovietes (1930), Tintin no Congo (1931) e Tintin na América (1932), correspondendo às primeiras aventuras criadas por Hergé e publicadas originalmente no início da década de 1930.

Segundo fonte editorial, os restantes seis volumes da colecção deverão reunir, em média, quatro tomos cada um. Este primeiro volume inclui apenas três, devido à extensa dimensão de Tintin no País dos Sovietes, o que justificou uma organização diferente face aos volumes seguintes.

Os livros serão editados em capa dura e num formato superior ao das edições mais recentes lançadas pela mesma editora. Trata-se de uma edição especial, pensada tanto para coleccionadores como para novos leitores das aventuras do jovem repórter.

Com esta aposta, a editora procura valorizar a obra de Hergé numa apresentação cuidada, aproximando-se do espírito e da estética das edições originais que marcaram gerações de leitores.

As aventuras de Tintin - Integral #1, Hergé, ASA, 272 pp., cor, capa dura, 32,90€

Tower of God #4

No quarto volume da saga Tower of God, escrita e desenhada por S.I.U., a narrativa ganha nova intensidade e deixa claro que o percurso dos Regulars (os participantes seleccionados para subir a Torre) é mais complexo — e mais perigoso — do que jamais imaginaram. Este volume cobre os episódios 32 a 39 da web-série original. 

Tower of God #4 reforça a ideia de que a escalada na Torre não é linear. Quanto mais alto se sobe, mais o risco e a complexidade aumentam. Este volume prepara o terreno para as fases seguintes da narrativa — onde as apostas serão ainda mais elevadas.

Tower of God #4, S.I.U., Editorial Presença, 264 pp., p&b, capa mole, 16,90€ 

11 de novembro de 2025

O Castelo dos Animais - Ensaio de quadriculografia portuguesa

Animalístico
Le Châteaux des Animaux
(França) Casterman, 18 de Setembro de 2019
Xavier Dorison (argumento) e Félix Delep (desenho)
Estreia em Portugal: Álbum Arte de Autor, Junho de 2020

O Castelo dos Animais é inspirada livremente no clássico A Quinta dos Ani­mais (1945) de George Orwell. 

A história desenrola-se num “castelo” (antiga quinta) em que os animais tomam o poder, sonhando com liberdade, mas acabam por enfrentar dinâmicas de dominação e resistência. Dorison e Delep combinam simbolismo político, antropomorfização animal e estética cuidada para explorar temas como poder, liberdade, revolta não-violenta e colectividade. 


Quadriculografia portuguesa:
  1. Miss Bengalore (Miss Bengalore), 2019, Álbum Arte de Autor [2020]
  2. As margaridas do inverno (Les Marguerites de l'hiver), 2020, Álbum Arte de Autor [2021]
  3. A noite dos justos (La Nuit des justes), 2022, Álbum Arte de Autor [2022]
  4. O sangue do rei (Le Sang du roi), 2025, Álbum Arte de Autor [2025]
[actualizado em 11.11.2025]

10 de novembro de 2025

O Castelo dos Animais #4

A série O Castelo dos Animais coloca-nos num universo ficcional onde os animais, após uma revolução ou auto-governação, tentam instituir um novo regime — mas depressa se vêem confrontados com as contradições do poder, da tirania e da liberdade. 

No volume 4, intitulado O Sangue do Rei, a parede entre utopia e realidade despede-se, revelando que, por vezes, o ideal nem sempre resiste às forças da tirania e da opressão. 

O ditador Sílvio teve de se resignar a organizar uma votação… e, portanto, talvez a colocar o seu mandato em jogo! No Castelo, a campanha para a eleição presidencial está em pleno andamento e, do lado do touro-déspota, todos os golpes (baixos) são permitidos. Mas o Movimento das Margaridas está mais mobilizado do que nunca para derrubar o touro ditador, também decidido a lembrar todas as injustiças das quais os animais são vítimas! Será que Miss B, César e Azelar vão conseguir derrotar o cruel touro Sílvio? A liberdade está ao alcance das patas?

O Castelo dos Animais #4, Xavier Dorinson e Félix Delep, Arte de Autor, 96 pp., cor, capa dura, 23,50€

9 de novembro de 2025

O neto do homem mais sábio - Uma biografia de José Saramago

Publicada originalmente em 2020 pela Levoir na colecção Novela Gráfica (VI série), a Porto Editora recupera a obra O Neto do Homem Mais Sábio, escrita e ilustrada por Tomás Guerrero, que nos propõe uma biografia singular de José Saramago, atravessada por elementos de ficção.  

A narrativa inicia-se com uma frase de Saramago: «O homem mais sábio que conheci em toda a minha vida não sabia ler nem escrever».  Essa frase serve de porta de entrada para o livro, que assume o neto do “homem mais sábio” (o avô de Saramago, Jerónimo Melrinho) como guia simbólico.

A história entrelaça a vida do avô Jerónimo com a vida de Saramago desde a infância na Azinhaga (Ribatejo) até ao exílio voluntário em Lanzarote, e envolve ainda a presença do heterónimo de Saramago, Ricardo Reis (criado por Saramago), numa conversa ficcional com o avô. 

Graficamente, a obra revela-se como uma “viagem” visual pela obra e personalidade de Saramago, fazendo homenagem tanto ao escritor como à literatura portuguesa em geral.

Adicionalmente, o prefácio de Valter Hugo Mãe elogia a obra por “intimar” com Saramago de modo surpreendente, e pela sua lisura narrativa.  

O estilo gráfico de Tomás Guerrero é marcado pela ilustração cuidada, pela composição visual que conjugam texto e imagem de forma fluida. A estrutura de novela gráfica permite que a narrativa se desdobre entre painéis visuais, diálogos e legendas, o que torna a leitura diferente de um romance tradicional, oferecendo outra experiência estética e cognitiva.

O neto do homem mais sábio - Uma biografia de José Saramago, Tomás Guerrero, Porto Editora, 152 pp., cor, capa dura, 19,99€

Então, Michael?!: O gato que dança

Há pouco mais de cinco anos a Sendai Editora iniciou a sua actividade no panorama editorial da BD e mangás em Portugal.

Assinalando o facto, a editora anunciou uma novidade: a continuação das aventuras de Michael, a ser lançado em dezembro: Então, Michael?!: O gato que dança de Makoto Kobayashi.

Michael é um gato laranja como tantos outros: adora comer, dormir e se aconchegar em sítios quentinhos. Porém, sua curiosidade sempre mete-o em sarilhos. Em O gato que dança vamos conhecer as suas outras habilidades como dançar, gerir uma empresa e criar uma família!

O autor, Makoto Kobayashi nasceu em 1958, em Niigata, e desde criança já começou a desenhar histórias baseadas nas séries que lia semanalmente. Em 1977 mudou-se para Tóquio e tornou-se assistente de Mikiya Mochizuki, e no ano seguinte teve a sua estreia profissional. Alguns anos depois, enquanto desenhava uma série sobre um artista de mangás, o seu editor notou que um capítulo com um gato teve uma boa resposta do público. Assim, o editor pediu uma nova série, focada em gatos e batizou-o de Michael, aproveitando o enorme sucesso de Michael Jackson e o clipe de Thriller que havia estreado há pouco.

Então, Michael?! ganhou em 1986 o Prémio Kodansha de Mangás.

Então, Michael?!: O gato que dançaMakoto Kobayashi, Sendai Editora, 224 pp., p&b, capa mole, 9,90€

8 de novembro de 2025

Entre o Juízo e o Interesse: As Promiscuidades da Crítica Literária Contemporânea

Em teoria, a crítica literária deveria ser o espaço da independência, do juízo informado e da reflexão livre. O crítico, na sua função ideal, surge como mediador entre o texto e o leitor, alguém que lê com rigor, pondera com distanciamento e escreve com responsabilidade intelectual. Contudo, o mundo literário, longe de ser um território puro, é um campo permeado por relações de poder, dependências simbólicas e, muitas vezes, por um certo cálculo de conveniências. É nesse terreno ambíguo que emergem as eventuais promiscuidades entre críticos literários e editoras — um tema tão delicado quanto inevitável.

A crítica como mediação e como mercado

Desde sempre, a crítica coexistiu com a lógica editorial. Os críticos escrevem sobre livros que as editoras publicam; as editoras precisam de críticas que divulguem as suas obras. Em princípio, essa relação poderia ser de complementaridade saudável: a crítica dá visibilidade à literatura; a editora mantém vivo o circuito de publicações que alimenta a crítica. Mas quando o equilíbrio se rompe, instala-se a promiscuidade — isto é, a cedência da autonomia crítica em nome de um benefício material, simbólico ou relacional.

Na prática contemporânea, muitas vezes, o crítico depende do envio gratuito dos livros pelas editoras. É um gesto aparentemente inócuo, uma tradição antiga. Contudo, esse pequeno privilégio cria uma relação de expectativa e de reconhecimento mútuo: o crítico sente-se devedor do editor que lhe facilita o acesso às novidades, e o editor espera, em troca, visibilidade favorável. A partir desse ponto, o campo da crítica torna-se menos uma arena de debate e mais um jogo de delicadezas diplomáticas.

O medo da reprovação e o silêncio estratégico

O problema maior, contudo, não reside apenas na cedência explícita, mas antes no medo de contrariar o sistema. Muitos críticos, temendo perder o acesso às obras ou ser ostracizados por editoras influentes, preferem o silêncio à reprovação. Em vez da crítica negativa, surge a omissão; em vez da leitura rigorosa, a nota de imprensa disfarçada de recensão. Esta tendência, subtil mas corrosiva, esvazia o papel da crítica como espaço de avaliação estética e ética, transformando-a num prolongamento da máquina promocional.

A promiscuidade, neste contexto, não se mede apenas por favores materiais, mas por conveniências simbólicas: a vontade de ser convidado para festivais literários, de manter boas relações com autores consagrados, de evitar polémicas que possam comprometer oportunidades futuras. Assim, a crítica perde a sua função pública e torna-se cúmplice da mediocridade que deveria denunciar.

Responsabilidade e ética crítica

Não se trata, evidentemente, de condenar toda a relação entre críticos e editoras. O diálogo é necessário e legítimo. Mas é fundamental reconhecer que a crítica só cumpre o seu papel se mantiver uma distância ética e intelectual. O crítico não é — ou não deveria ser — um agente de marketing; é um intérprete, um leitor especializado que serve a literatura e o público, não os interesses de uma casa editorial.

Exigir independência crítica é também exigir transparência: que os leitores saibam quando um texto é uma recensão genuína e quando é, afinal, um gesto de cortesia institucional. Num meio pequeno como o literário, onde todos se conhecem, esta fronteira é ténue, mas não por isso menos necessária.

Conclusão: o risco da complacência

A promiscuidade entre crítica e edição é, em última análise, um sintoma de um problema maior: a mercantilização da cultura. Quando o livro se torna apenas um produto e o crítico um intermediário publicitário, perde-se a dimensão moral e estética da leitura. A crítica, então, deixa de formar leitores e passa a reproduzir consensos.

Resgatar a independência crítica é um acto de resistência cultural. Exige coragem, lucidez e uma certa solidão intelectual. Mas é talvez nesse incómodo — e não na cortesia — que reside a verdadeira dignidade da crítica literária.

6 de novembro de 2025

Casemate #195

A Casemate, revista francesa especializada em banda desenhada, combina entrevistas de autores, reportagens, críticas, pranchas comentadas e actualidade do “9.º arte”.

O número 195, referente ao mês de Novembro de 2025, já está disponível nas bancas portuguesas. 

O sumário é o seguinte:

P.4-9 Astérix et Obélix reprennent goût au voyage en Lusitanie (+2 planches)
P.10-12 Solé et Le Gouëfflec racontent Marcel Gotlib en “bandessinées”
P.14-18 Aider un terroriste sans savoir… le calvaire de L’Homme du dernier kilomètre
P.20-22 Journorama, revue de presse de l’actu BD
P.24-25 L’Écho des Rézos, le meilleur de Facebook, X, Bluesky, Instagram…
P.28-31 Cabanes et Headline retrouvent le détective barré de Manchette (+2 planches)
P.32-37 Loisel ouvre les portes de l’atypique Dernière maison avant la forêt (+4 planches)
P.38-43 Jour de vote au Château des animaux de Dorison et Delep ! (+4 planches)
P.44-49 Lepage de retour aux Terres australes, pour un périple humain et animal (+4 planches)
P.50-59 Largo Winch se débat contre les drones assassins de Francq et Guez (+4 planches)
P.60-69 Une sélection de 24 BD à découvrir en novembre
P.70-73 Agenda : les 221 sorties de novembre, les festivals et les expos
P.74-79 Avant Blacksad, Weekly ferraillait contre la censure des comics (+4 planches)
P.80-85 Oger s’entoure de dessinatrices pour honorer les Women of the West (+4 planches)
P.86-91 Hub ensanglante Le Serpent et la Lance, son thriller aztèque (+4 planches)
P.92-95 Bienvenu projette des arcs-en-ciel sur grand écran avec Arco
P.96-97 Charles tout près du ring, au côté de Bellows
P.98 Le courrier du mois à la loupe

Casemate #195, novembre 2025, cor, 9,80€

dBD #197

Os principais destaques do número 197 da revista francesa dBD, já disponível nas bancas portuguesas, são os seguintes:

A artista Elène Usdin surge em destaque (“À la Une”) com o seu novo álbum Detroit Roma, argumentado por Boni. A revista salienta que, após o sucesso de René·e aux bois dormants, Usdin “nos reencanta” com esta nova obra;

Philippe Ghielmetti: explorando o trabalho de “gráficos de álbuns de banda desenhada” — uma função muitas vezes invisível, mas crucial;

Régis Loisel: um grande autor de BD, relatado o seu “grande retorno”;

Dorothée de Monfreid: uma imersão no backstage de um espectáculo na Ópera Garnier — num cruzamento entre BD e cenografia/teatro;

Thierry Smolderen: focado no papel do argumentista na banda desenhada, neste caso com referência ao seu álbum Moonlight Express;

Um texto dedicado à animação, com Ugo Bienvenu, autor de Préférence Système;

Também há um destaque às capas de Renaud Roche, ao desvendar o processo criativo por detrás da capa de A Guerra de Lucas.

dBD #197, cor, 112 pp. 13,90€

Pessoa fragmentado - Antologia

Pessoa Fragmentado – Antologia foi editada pelo colectivo Tágide em parceria com o hotel Lisboa Pessoa Hotel, lançada este mês para assinalar os 90 anos do falecimento do poeta Fernando Pessoa

Trata-se de uma antologia que adapta contos e poemas de Fernando Pessoa e dos seus heterónimos para a linguagem da banda desenhada. 

Na obra participam vários autores de BD nacionais: Mário André (ex: Quaresma, o Decifrador), Jorge  Rodrigues (ex: Dark Cruzade), João Raz (ex: Outros Mundos, Outras Fantasias), José M. Bandeira, Maria João Claré, Yves Darbos, António Coelho (ex: Capitão Morsa e Amigos) e Rafael Marquês.

A capa é da artista Patrícia Costa (ex: Crónicas de Enerelis) e uma ilustração convidada de Penim Loureiro (ex: Umbigo do Mundo). A direção e grafismo ficaram a cargo de José Macedo Bandeira e Jorge Rodrigues.

A antologia explora a obra de Fernando Pessoa e dos seus heterónimos — múltiplas personalidades literárias como por exemplo Alberto Caeiro, Álvaro de Campos, Bernardo Soares — e adapta-as em formato BD.

O título Fragmentado sugere uma visão de Pessoa como ser plural, fragmentário, com múltiplas vozes e identidades que se cruzam. Cada autor traz a sua linguagem gráfica e narrativa, resultando numa diversidade de estilos visuais e tonais, o que permite ver diferentes interpretações da poesia e dos contos originais na linguagem da banda desenhada.

A colaboração com um hotel literário (Lisboa Pessoa Hotel) reforça o carácter simbólico da obra: ligar a cidade de Lisboa, Fernando Pessoa e a BD como veículo de reinterpretar a cultura literária portuguesa.

Em suma, Pessoa Fragmentado – Antologia é uma publicação que assinala uma data simbólica (90 anos da morte de Fernando Pessoa) e que oferece uma forma inovadora de revisitar o poeta e os seus heterónimos através da banda desenhada. A diversidade de vozes e estilos, bem como o carácter simbólico e artístico da edição, fazem-na uma obra de interesse tanto para leitores de BD como para apreciadores da literatura portuguesa clássica.

Pessoa fragmentado - Antologia, Colectivo, Tágide, 98 pp., cor, capa mole

5 de novembro de 2025

A Menina que Veio do Outro Lado Siúil, a Rún – Livro 11

Chegamos ao volume derradeiro desta série encantadora e melancólica. Neste tomo, tudo se desfaz — literalmente. A casa de pedra onde Shiva e o Doutor viveram, o ranger do soalho, o crepitar do fogo na lareira… já são apenas memórias distantes. O tempo, inexorável, faz o seu papel. E embora o mundo continue a girar, imutável, para os protagonistas restam apenas as sombras do que foram e do que perderam.

A grande pergunta que domina este volume é: o que resta dos últimos momentos de Shiva e do Doutor? Este é o fim do conto de fadas sobre dois seres — um humano; outro não humano — e sobre as manhãs, as noites, a luz e as sombras em que se encontraram.

A Menina que Veio do Outro Lado Siúil, a Rún – Livro 11, Nagabe, Editorial Presença, 184 pp., p&b, capa mole, 11,90€

“A Requiem on Stage”: A nova banda desenhada de Pedro Nascimento e Miriam Franco promete mistério e rebeldia nos anos 60

A editora Gorila Sentado lança uma das obras mais aguardadas do panorama da nova banda desenhada portuguesa: A Requiem on Stage, uma criação de Pedro Nascimento, desta vez com Miriam Franco no argumento.

O anúncio chega poucos meses depois de Pedro Nascimento ter conquistado o Prémio Revelação nos Prémios de Banda Desenhada da Amadora, graças à sua aclamada obra Tales From Nevermore, coassinada por Manuel Monteiro. Agora, o jovem autor regressa com um projeto ambicioso que promete unir o espírito livre dos anos 60 a uma narrativa de suspense psicológico e teatral.

A história de A Requiem on Stage transporta-nos para a década de 1960, onde uma trupe de jovens hippies viaja pelo país, espalhando arte, rebeldia e ideais de liberdade através das suas performances teatrais. Quando aceitam uma proposta para actuar numa aldeia remota, tudo parece perfeito — uma oportunidade de ganhar o dinheiro que tanto precisam e continuar a viver do seu sonho artístico.

Mas o que os espera é muito mais do que um simples espetáculo. A aldeia esconde segredos sombrios e mistérios inquietantes, e à medida que o grupo se prepara para o grande espetáculo, a atmosfera torna-se cada vez mais densa e claustrofóbica. O palco, outrora símbolo de expressão e criação, transforma-se num espaço de tensão e desconfiança — e a verdade, quando revelada, promete um final tão arrepiante quanto inesquecível.

A união entre Miriam Franco e Pedro Nascimento dá origem a uma obra que combina argumento sólido e poético com uma componente visual intensa e atmosférica.

Se Tales From Nevermore já revelava o talento de Nascimento para o detalhe e para o jogo entre luz e sombra, A Requiem on Stage promete elevar essa abordagem, explorando as fronteiras entre arte, loucura e medo.

Entre o espírito boémio dos anos 60 e os ecos sombrios de um mistério rural, A Requiem on Stage promete ser uma experiência intensa e visualmente deslumbrante, confirmando Pedro Nascimento como uma das vozes mais originais da nova geração da banda desenhada portuguesa.

A Requiem on Stage, Pedro Nascimento e Pedro Franco, Gorila Sentado, 28 pp., p&b, 8€

4 de novembro de 2025

The Ghost In The Shell – Livro 2

A tão esperada sequela do inovador The Ghost in the Shell! Man-Machine Interface é a história mais ambiciosa e complexa de Shirow Masamune até agora, com incursões profundas na filosofia e no significado da vida artificial, inteligência e existência.

6 de Março de 2035. Aramaki Motoko é uma ciborgue hiperavançada, especialista em segurança da Internet antiterrorista, que chefia o departamento de investigação da gigante multinacional Poseidon. Transcendendo parcialmente o mundo físico e existindo num mundo virtual de redes, Motoko é uma fusão de múltiplas entidades e identidades, implantando substitutos humanóides controlados remotamente em todo o mundo para investigar uma série de incidentes bizarros. Enquanto isso, Tamai Tamaki, detective psíquico da Agência de Canalização, explora estranhas mudanças no universo temporal provocadas por duas forças, uma representada pelos ensinamentos de um professor chamado Rahampol, a outra pela complexa e evolutiva entidade Motoko. O que acontecerá será um dia de trabalho – um dia que mudará tudo, para sempre.

Utilizando efeitos digitais inspiradores a um nível nunca antes visto nos anais da ficção gráfica, Shirow elevou o nível do que pode ser alcançado, página após página!

The Ghost In The Shell – Livro 2, Shirow Masamune, Distrito Manga, 320 pp., cor, capa mole, 34,65€

Adèle Blanc-Sec #10 – O Bebé das Buttes-Chaumont

Com O Bebé das Buttes-Chaumont, publicado em 2022 pela Casterman, Jacques Tardi encerra oficialmente a saga de Adèle Blanc-Sec, uma das séries mais emblemáticas da banda desenhada francófona. O autor declarou que este seria o último álbum — “dez volumes e não mais” —, marcando o fim de uma das personagens femininas mais singulares e independentes do género.

A acção decorre em Paris nos anos 1920, num cenário onde o fantástico e o absurdo se misturam com crítica social e política. Uma estranha epidemia transforma pessoas em vacas após consumirem determinados produtos farmacêuticos e bebidas “milagrosas” criadas pelo sinistro doutor Chou. Paralelamente, surgem clones de Adèle, usados como instrumentos explosivos em jogos de poder e manipulação — um enredo que combina sátira, humor negro e ironia à maneira de Tardi.

Visualmente, o álbum mantém o traço detalhado e expressivo do autor, recriando um Paris entre guerras povoado por figuras grotescas, cientistas loucos e políticos sem escrúpulos. Tardi continua a explorar temas como a ciência descontrolada, o fanatismo ideológico e a condição feminina, sempre com uma mordacidade irresistível.

Embora a crítica tenha recebido o livro com opiniões diversas — alguns elogiaram o regresso de Adèle e o tom subversivo, enquanto outros apontaram um certo desequilíbrio narrativo —, O Bebé das Buttes-Chaumont é um encerramento digno e coerente de uma série que marcou gerações de leitores.

Tardi despede-se de Adèle Blanc-Sec sem concessões, fiel ao seu espírito rebelde e inconformista. Uma conclusão que é, ao mesmo tempo, uma homenagem à personagem e ao próprio imaginário da banda desenhada europeia.

Adèle Blanc-Sec #10 – O Bebé das Buttes-Chaumont, Jacques Tardi, Levoir, 72 pp., cor, capa dura, 23,90€

Clássicos da Literatura Portuguesa em BD #17 e #18: O Livro do Desassossego

A Levoir, em parceria com o jornal Público, volta a surpreender os leitores com um dos projectos mais ousados da sua colecção Clássicos da Literatura Portuguesa em BD: a adaptação de O Livro do Desassossego, de Fernando Pessoa, em dois volumes.

Com argumento de Pedro Vieira Moura, ilustrações de Susa Monteiro Bernardo Majer, esta dupla edição é um feito raro — transformar o labirinto interior de Pessoa numa experiência visual e poética.

Adaptar o mais introspectivo dos livros portugueses à linguagem da banda desenhada não é apenas uma ousadia: é uma declaração de amor à literatura e à arte.

Nas páginas destes dois volumes, Bernardo Soares, o ajudante de guarda-livros e semi-heterónimo de Pessoa, caminha por uma Lisboa difusa e sonhadora.

Pedro Vieira Moura assume o impossível: dar narrativa ao fragmento. O seu argumento não tenta linearizar O Livro do Desassossego, mas antes organizar o caos poético que lhe dá forma. Os textos escolhidos, retirados de diferentes passagens da obra pessoana, criam um percurso emocional mais do que cronológico — um roteiro do sentir. Entre as reflexões de Soares, os momentos de solidão e os gestos mínimos do quotidiano, o leitor encontra uma cadência quase musical. O silêncio entre as vinhetas fala tanto quanto as palavras — e é nesse intervalo que vive o verdadeiro desassossego.

O resultado é uma obra visual de rara coerência estética, que traduz o espírito de Pessoa sem o trair, oferecendo ao leitor uma nova forma de o sentir.

Dividido em dois volumes, o projeto permite um ritmo de leitura mais contemplativo. O primeiro centra-se na vida quotidiana e no olhar melancólico de Soares, enquanto o segundo mergulha mais fundo no pensamento, na dúvida e na dissolução da identidade.

A divisão não é meramente editorial: é simbólica — como se o desassossego se desenrolasse em dois tempos da alma. Cada volume pode ser lido de forma independente, mas juntos compõem uma leitura total: o retrato de um homem que observa o mundo e se perde dentro de si.

Clássicos da Literatura Portuguesa em BD #17 e #18: O Livro do Desassossego, Susa Monteiro, Bernardo Majer e Pedro Vieira de Moura, Levoir, 64 pp. cada volume, cor, capa dura, 15,90€ por volume 

Adéle Blanc-Sec #9 – O Labirinto Infernal

Depois de uma longa pausa, Jacques Tardi regressou em 2007 ao universo de Adèle Blanc-Sec com O Labirinto Infernal, o nono volume desta série mítica da banda desenhada francesa. A história leva-nos a Paris em 1923, uma cidade entre duas guerras, onde o mistério e o absurdo se cruzam com o humor negro característico do autor.

Tudo começa quando é descoberta uma mão humana abandonada numa latrina em Saint-Lazare. No mesmo dia, Adèle escapa por pouco a uma tentativa de assassinato. Uma sucessão de acontecimentos estranhos leva-a a investigar o sinistro doutor Chou, envolvido em experiências de clonagem humana que desafiam a razão. Pelo caminho, reaparecem figuras conhecidas da série, como Lucien Brindavoine e o conspirador Chalazion, entre outros excêntricos habitantes deste Paris tão vivo quanto grotesco.

Visualmente, Tardi mantém o seu traço inconfundível — um Paris meticulosamente desenhado, cheio de atmosferas sombrias, ironia e personagens deformadas pela loucura e pela hipocrisia social. O Labirinto Infernal é, como o próprio título sugere, uma viagem caótica e intrigante pelos becos da mente humana e pelos excessos da ciência moderna.

A crítica recebeu o álbum com opiniões divididas: uns elogiaram o regresso da heroína e a riqueza visual, outros acharam o enredo confuso e menos inspirado do que os primeiros volumes. Ainda assim, este livro continua a ser uma peça essencial para quem acompanha a saga de Adèle Blanc-Sec — uma das personagens femininas mais fascinantes e irreverentes da BD europeia.

Adéle Blanc-Sec  #9 – O Labirinto Infernal, Jacques Tardi, Levoir, 56 pp., cor, capa dura, 16,95€

3 de novembro de 2025

Sinais de Afeto #4

O quarto volume de Sinais de Afeto, da dupla Suu Morishita (pseudónimo que reúne as autoras Suu Morita e Kei Morishita), aprofunda a delicada relação entre Yuki, uma jovem universitária surda, e Itsuomi, um estudante viajado e de espírito livre que se apaixona por ela. A série, publicada em Portugal pela Distrito Manga, continua a destacar-se pela sua sensibilidade, pelo cuidado visual e pelo tratamento respeitoso da diferença.

Neste volume, as autoras exploram com mais profundidade o peso da comunicação — ou, mais precisamente, a forma como a ausência dela pode aproximar ou afastar as pessoas. Após o início tímido da relação entre Yuki e Itsuomi nos volumes anteriores, o quarto tomo coloca os protagonistas perante novos desafios emocionais. Itsuomi começa a aprender mais seriamente linguagem gestual japonesa, enquanto Yuki tenta lidar com o desconforto e o medo de não conseguir acompanhar o ritmo do mundo à sua volta.

Um dos pontos fortes deste capítulo é o desenvolvimento das personagens secundárias, sobretudo Oushi, o amigo de infância de Yuki, que continua dividido entre o desejo de protegê-la e a frustração de ver o seu papel na vida dela mudar. A sua presença oferece um contraste emocional importante, mostrando que o afecto pode assumir formas diferentes — nem todas correspondidas, mas todas válidas.

Visualmente, Sinais de Afeto mantém o traço limpo e expressivo que caracteriza a série. O uso do espaço em branco e a ausência de ruído gráfico funcionam quase como metáforas do silêncio de Yuki, criando uma experiência de leitura tranquila, mas profundamente emocional. O desenho dos gestos e expressões é de uma precisão rara: cada movimento de mãos é tão eloquente quanto um diálogo inteiro.

Mais do que uma história de amor, o quarto volume de Sinais de Afeto é uma reflexão sobre empatia, paciência e vulnerabilidade. As autoras não romantizam a surdez de Yuki, mas transformam-na numa lente através da qual o leitor é convidado a repensar o próprio conceito de comunicação. O afecto, afinal, manifesta-se de muitas formas — e, por vezes, é no silêncio que ele se torna mais nítido.

Com este volume, Suu Morishita reafirma o lugar de Sinais de Afeto como uma das séries de romance mais sensíveis e humanistas da actualidade. É uma leitura que não grita, mas sussurra — e é precisamente por isso que permanece connosco muito depois de fechar o livro.

Suu Morishita é o nome artístico de uma dupla de autoras japonesas de manga, formada por Suu Morita (responsável principalmente pelo argumento e pela estrutura narrativa) e Kei Morishita (que trata sobretudo da arte e do design das personagens). 

Sinais de Afeto #4, Suu Morishita, Distrito Manga, 168 pp., p&b, capa mole, 10,95€

2 de novembro de 2025

Goscinny e Uderzo entre os Lusitanos: Uma viagem de Astérix a Portugal

Mais de sessenta anos depois da primeira aventura dos irredutíveis gauleses, Astérix chega finalmente à Lusitânia — e com ele, uma história que promete conquistar os corações dos fãs portugueses da banda desenhada.

O jornalista e escritor Frederico Duarte Carvalho assina o novo livro As Aventuras de Goscinny e Uderzo entre os Lusitanos, editado pela Polvo, uma viagem tão inesperada quanto fascinante ao universo criativo dos pais de Astérix.

Desde 1959 que as aventuras de Astérix e Obélix conquistam leitores em todo o mundo. Ao longo das décadas, muitos imaginaram o que aconteceria se os gauleses cruzassem a Península Ibérica e chegassem a Portugal. Essa travessia, tantas vezes sonhada, concretiza-se agora simbolicamente através deste livro, que acompanha o lançamento de “Astérix na Lusitânia” da dupla Fabcaro e Conrad.

Mas aqui, a viagem ganha um outro sentido: Frederico Duarte Carvalho mergulha na relação entre Goscinny, Uderzo e Portugal, revelando episódios menos conhecidos, curiosidades e documentos inéditos do Institut René Goscinny.

Conhecido pelo seu olhar atento sobre cultura e história, Frederico Duarte Carvalho combina investigação jornalística com um tom entusiasmado e acessível. O resultado é um livro “vibrante, recheado de descobertas surpreendentes”, que aproxima os leitores portugueses das figuras lendárias que criaram Astérix e Obélix. O autor convida-nos a seguir as pegadas de René Goscinny e Albert Uderzo entre os lusitanos, num retrato que é tanto uma homenagem à banda desenhada franco-belga como um espelho da admiração portuguesa por esses dois gigantes da BD.

Com ilustração de capa de Lúcio Oliveira e design de Hugo Jesus, a edição da Polvo mantém o cuidado estético que caracteriza a editora.

A obra conta com 72 páginas em preto e branco, capa a cores brochada, e está disponível por €10,90.

Peter Pan de Kensington

À noite, já nada é como antes. A realidade desaparece, dando lugar à imaginação. Durante o dia, os Jardins de Kensington, em Londres, enchem-se de gente. Mas, ao cair da noite, transformam-se num reino de maravilhas... 

Maimie Mannering, de seis anos, perde-se neste vasto parque depois do fecho dos portões. Encontra fadas que ameaçam "comer os seus dedinhos" e, depois, conhece um certo Peter Pan. Um rapaz estranho, este Peter. Capaz de voar, conta a Maimie sobre "uma terra imaginária, uma ilha onde as crianças nunca crescem". Maimie anseia por voltar para casa. Mas Peter quer que ela fique com ele e se divirta. Juntos, vão encontrar a Rainha das Fadas e tentar resolver um enigma improvável que permitirá a Maimie encontrar a saída do parque antes do amanhecer, altura em que ficará lá presa... para sempre! 

Antes de encenar Peter Pan numa peça de teatro em 1904 e, mais tarde, no romance Peter e Wendy, publicado em 1911, James Matthew Barrie criou a personagem em 1902 noutro romance, O Pequeno Pássaro Branco. José-Luis Munuera adapta este texto até então esquecido, oferecendo uma visão da personagem que é ao mesmo tempo pessoal e fiel à obra do escritor.

Peter Pan de Kensington, José-Luis Munuera, A Seita/Arte de Autor, 92 pp., cor, capa dura

31 de outubro de 2025

Entradas na minha biblioteca de BD no mês de Outubro de 2025

 






inVISÍVEIS - Histórias de Banda Desenhada Que Desmistificam Preconceitos sobre a Deficiência

A CERCIOEIRAS, Cooperativa de Educação e Reabilitação de Cidadãos com Incapacidade CRL, comemora 50 anos de missão com o lançamento do livro inVISÍVEIS - Histórias de Banda Desenhada Que Desmistificam Preconceitos sobre a Deficiência, uma antologia inédita que reúne alguns dos mais talentosos autores da banda desenhada contemporânea portuguesa. A obra será apresentada no Festival Amadora BD, no dia 2 de Novembro, às 17h20.

O livro conta seis histórias de banda desenhada, com seis olhares artísticos distintos, mas com o mesmo compromisso: a inclusão e a empatia. Cada narrativa mergulha em experiências que cruzam a vivência da deficiência com a missão transformadora da CERCIOEIRAS, dando corpo a histórias que reflectem sobre barreiras sociais, invisibilidades e a urgência de construir uma sociedade verdadeiramente inclusiva. 

Coordenado por Hugo Pinto, o livro conta com histórias assinadas por Daniel Maia, Joana Afonso, Luís Louro, Osvaldo Medina, Paulo J. Mendes, Ricardo Santo e Susana Resende, e tem capa original de Jorge Coelho.

O livro inVISÍVEIS estará disponível a partir do dia 24 de Outubro no Festival Amadora BD - nos stands A SEITA e Kingpin Books.

inVISÍVEIS - Histórias de Banda Desenhada Que Desmistificam Preconceitos sobre a Deficiência, Colectivo, Cercioeiras, 48 pp., cor, capa dura, 14,90€

Leituras de BD no mês de Outubro de 2025