Em Mû, Corto Maltese passa a maior parte do tempo num estado de torpor. Para não dizer — atenção, estamos apesar de tudo no âmbito de um prefácio — «delirante». E quanto mais avançamos na leitura, mais dizemos a nós próprios que Hugo Pratt reclama a mesma coisa do leitor: uma forma de embriaguez necessária para mergulhar, sem nos afogarmos, nesta aventura antiga e subaquática. É certo que o autor deixa o leitor livre, mas dá-lhe ainda assim algumas pistas, para o caso de ele mudar de ideias e queres modificar a sua percepção, evocando ao longo das páginas quer «a melhor cocaína das Caraíbas», quer os «cogumelos mágicos».
O prefácio é de Christophe Ono-Dit-Biot.
Mû, Hugo Pratt, Arte de Autor, 184 pp. p&b com prefácio a cores, capa dura, 29,50€
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