Desafiado pelo seu editor, Phillipe Hauri, a desenhar esta adaptação usando o seu magnífico traço a preto e branco, Bess acabaria por se apaixonar pelo tema depois de uma visita ao cemitério de Highgate, em Londres, e pela sua atmosfera romântica e gótica. E o resultado é esta magnífica obra, que adapta com fidelidade o romance original, mantendo vivos muitos dos seus sub-entendidos e simbolismos, desde o seu aflorar de sexualidades problemáticas para a era Vitoriana, de sedução e libertinagem, que assombravam a sociedade da época, passando pela sua evocação da ansiedade e medo da doença e da infecção, e das tensões à volta da religião e da vida moderna desses tempos. Mas é uma adaptação que mantém viva também a chama da aventura que sempre fascinou os leitores do romance, com as suas paisagens majestosas nos Cárpatos, perseguições, vampiro terrível, confrontos e terrores, aqui retratados num glorioso desenho a preto e branco. A edição d’A Seita inclui também uma versão com capa especial (a capa dourada) disponível como exclusivo via Wook online.
Nascido em França em 1947, Georges Bess iniciou a sua carreira na BD na Suécia, desenhando histórias do Fantasma, de Lee Falk, para os países nórdicos, mas foi o encontro com Alejandro Jodorowsky, no seu regresso a Paris, em 1987, que iria mudar a sua carreira. Com Jodorowsky, Bess vai realizar as séries O Lama Branco, Anibal 5 e Juan Solo, títulos que, a par com as séries que escreveu e desenhou, o ajudaram a afirmar-se como um nome incontornável da BD europeia.
Drácula de Bram Stoker, George Bess, A Seita, 208 pp., p&b, capa dura, 25€
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