15 de janeiro de 2020

Miguelanxo Prado - Ensaio de quadriculografia portuguesa

Desenhador, argumentista
(Espanha) Coruña, 16 de Julho de 1958

Enquanto estudante de arquitectura, publica o seu primeiro trabalho de banda desenhada no fanzine Xofre. Colabora na década de 1980 com diversas publicações e revistas espanholas como Creepy, Comix Internacional, Zona 84, El Jueves, Cairo e Cimoc. Estes trabalhos viriam posteriormente a ser compilados em álbum.

Tendo por base um herói radiofónico, constrói com Fernando Luna o detective privado Manuel Montano. Publicada pela primeira vez na revista Cairo e, posteriormente, em álbum com o título “O Manancial da Noite”, é com esta comédia policial que Prado obtém o seu primeiro ‘Alph'Art para Melhor Álbum Estrangeiro’ no Festival Internacional de Angoulême, em 1991. Mas é com “Traço de Giz” (1992), uma experiência de uma realidade impossível, com narrativa intimista e coloração magnífica, que Prado alcança o maior reconhecimento pelo seu trabalho, obtendo um segundo ‘Alph’Art’ (1994) e inúmeros prémios a nível internacional.

Das suas inúmeras obras, espalhadas entre outras, pela ilustração, pintura ou cinema de animação, destaca-se “Carta de Lisboa” (obra de 1995, que em Portugal conheceu três versões bilingues), a qual resulta de uma viagem a Portugal com o escritor Éric Sarner, a adaptação a BD de “Pedro e o Lobo” de Prokofiev (1996), ou, ainda em 1996, a ilustração do livro “A Lei do Amor” de Laura Esquível. Refira-se ainda, em 1998, uma participação na série animada 'Men in Black', para a qual desenha os personagens.

Prado é desde 1998 director do Salão de BD “Viñetas desde el Atlântico” (A Coruña). Em 2003, trabalha com Neil Gaiman em “The Sandman: Endless Nights - Dream: The Heart of a Star”. O seu filme de animação 'De Profundis', no qual trabalha durante quatro anos, estreia em 2007, sendo seleccionado para os prémios Goya.

Em 2009, ingressa na Real Academia Galega de Belas Artes.

A sua novela gráfica 'Ardalén', publicada em 2012, volta a granjear-lhe vários prémios. Ardalén é, até à data, a sua obra mais extensa e, segundo o próprio, “é uma história sobre a memória pessoal. A memória como essência da nossa existência, da percepção da nossa própria vida.”

One-shots publicados em Portugal:
  • O muro antes e depois... (Durbruch), Colectivo, Álbum Meribérica-Líber [1990]
  • Louvada seja a distância, Selecções BD #32
  • Longo crepúsculo de Outubro, Selecções BD #34
  • Acordes de cristal, Selecções BD #35
  • Fragmentos da Enciclopédia Délfica (Fragmentos da Enciclopédia Délfica), 1982-1983, Álbum Meribérica-Líber [2000]
  • Stratos (Stratos), 1984-1985, Selecções BD (2ª série) #1, #3, #5, #7, #14 e #16; Álbum Meribérica-Líber [2000]
  • Crónicas incongruentes (Crónicas incongruentes), 1985-1986, Álbum Meribérica-Líber [1991]; Álbum Correio da Manhã "A arte de Prado" [2003]
  • Tangências (Tangencias), 1987-1996, Álbum Meribérica-Líber [1996]; Álbum Correio da Manhã "A arte de Prado" [2003]
  • Quotidiano delirante (Quotidania delirante), 1988, Álbum Meribérica-Líber [1994]; Álbum Correio da Manhã "A arte de Prado" [2003]
  • Manuel Montano: O manancial da noite (Manuel Montano / «El Manantial de la Noche»),  Prado e Fernando Luna, Álbum Meribérica-Líber [2000]
  • Traço de giz (Trazo de tiza), 1993, Álbum Meribérica-Líber [2000]; Álbum Correio da Manhã "A arte de Prado" [2003]; Álbum Levoir [2017]
  • Pedro e o lobo (Pedro y el lobo), 1997, Álbum Meribérica-Líber [1997]
  • Quotidiano delirante - Volume 2 (Quotidania delirante), 1996, Álbum Meribérica-Líber [1998]
  • A vida é um delírio ((Quotidania delirante), 2003, Álbum ASA [2003]; Álbum Público/ASA [2008]
  • A mansão dos Pimpão (La mansión de los Pampin), 2005, Álbum ASA [2006]
  • Ardalén (Ardalén), 2013, Álbum ASA [2013]
  • Presas fáceis (Presas fáciles), 2016, Álbum Levoir [2016]
  • O pacto da letargia (El pacto del letargo), 2020, Álbum Ala dos Livros [2020]
[actualizado em 14.01.2020]


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