Mais um volume desta colecção da Levoir, distribuída pelo jornal Público. Este volume reúne as aventuras da Legion of Super-Heroes publicadas entre as revistas #290-294, de Agosto a Dezembro de 1982.
Eis a sinopse da editora:
Num século XXX habituado à paz, as trevas começam a agitar-se pela vastidão do espaço fora, anunciando a vinda iminente do seu senhor. Nem o universo, nem os seus maiores defensores, a Legião dos Super-Heróis, estão minimamente preparados para a maior das tempestades cósmicas, e nem mesmo a presença do jovem Super-Homem, de visita do séc. XX, os poderá salvar. Porque as Trevas Eternas vêm aí.
Paul Levitz e Keith Giffen são os nomes que deram aos comics uma das suas maiores sagas de sempre, aqui compilada pela primeira vez para o público português neste volume absolutamente imperdível.
A Legião dos Super-Heróis estreou-se no final dos anos 50 durante a era das páginas de Adventure Comics, como um grupo de adolescentes do 30º século, inspirados pelo Superboy, formando um clube de super-heróis. Crescendo em popularidade ao longo dos anos 60, o grupo começou a ser cabeçalho da revista, acabando por seguir caminho a solo. O famoso editor e argumentista Paul Levitz iniciou o seu trabalho com a Legião nos anos 70, trabalhando com o artista James Sherman, ao escrever uma das histórias mais ambiciosas da Legião na altura, a saga galáctica “Earthwar”. O seu trabalho seguinte para a super-equipa futurística aconteceu nos anos 80, quando colaborou com o desenhador Keith Giffen para criar a aventura que o leitor poderá ler neste volume da colecção, The Great Darkness Saga – A Saga das Trevas Eternas, que ajudou a definir a Legião na altura, e que foi sendo construída aos poucos, prenunciada com um painel sinistro aqui, uma aparentemente inconsequente aventura ali, até culminar num épico de cinco partes explosivas, com um vilão à altura completamente inesperado, e um enredo meticulosamente urdido por dois artistas na plenitude dos seus poderes criativos.
Com Levitz e Giffen ao leme, o séc. XXX ganhou vida e forma, à medida que os dois construíam um universo de ficção científica que se foi tornando cada vez mais verosímil e cativante. A arte de Giffen dava vida ao futuro, com uma estética muito própria e indubitavelmente futurista, mas estes pormenores artísticos de pouco teriam importado, não fosse a exímia habilidade de Levitz para criar tramas secundárias no enredo principal, e fazer uso do vasto (e ainda crescente!) leque de personagens do mundo da Legião. E fê-lo de uma forma habilidosa, que lhe permitiu deixar pendentes uma série de desenvolvimentos em que mais tarde podia pegar de forma natural, gerindo a Legião numa mistura perfeita de melodrama, aventuras super-heróicas no cosmos e um abordar das questões sociológicas no espaço pós-colonial do futuro.
Quando perguntaram a Levitz numa entrevista como ele vê a Legião agora e como a via quando começou a escrever décadas atrás, ele respondeu: “…a maior mudança é o público. Quando comecei a escrever a Legião nos anos 70, o pressuposto universal era que BD era para crianças e que, talvez, a Legião fosse para as crianças um pouco mais inteligentes, para crianças um pouco mais velhas, do que alguns dos outros títulos da linha DC na altura. Mas não havia ninguém naquela época que presumisse que pudesse haver pessoas de 30 anos a ler a série e as pessoas com vinte que a liam eram olhadas com um pouco de desconfiança. Agora há um público para estes livros que inclui… crianças jovens que os descobriram de novo, que é maravilhoso, e pessoas com 50 e 60 anos… hoje estamos num mundo muito diferente.”
Portanto, aconselhamos os fãs a lerem este volume, e deixarem-se levar por um verdadeiro clássico dos comics. Avisamos que leitores novos poderão sentir-se um pouco perdidos de inicio, mas é precisamente isso o que deve acontecer: devem deixar-se mergulhar no vasto e fantástico universo criado por Levitz e Giffen.
Super-Heróis DC Comics #10 - Legião dos Super-Heróis: Sagas das trevas eternas, Paul Levitz (argumento) e Keith Giffen (desenho), Levoir, 160 pp., 9,90€
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