«A finalidade desta iniciativa é reforçar a ligação existente entre a educação, a arte, a cultura e o conhecimento», atesta Romain Gillain, docente da ESECS, neto de Jijé e responsável pela iniciativa. «Quisemos trazer alguns especialistas sobre este grande desenhador e criador que foi Joseph Gillain, bem como realizar uma excelente exposição sobre este autor, demonstrando a interação entre as várias instituições envolvidas neste evento», refere.
No ano de 2014 as câmaras municipais de Moura e Viseu conceberam uma exposição com o propósito de marcar os 100 anos do nascimento de Jijé, mestre da banda desenhada europeia. «Aproveitei a existência deste material, acrescentando parte do meu espólio pessoal, para organizar esta exposição em colaboração com a Biblioteca da ESECS e dos Serviços de Documentação do IPLeiria. Esta iniciativa constitui a primeira de muitas outras que nos próximos anos serão organizadas para a promoção da banda desenhada em Leiria», explica Romain Gillain.
A exposição é apresentada às 14h30, com espaço para um debate sobre a obra de Jijé, dinamizado por Romain Gillain, Pedro Lila, funcionário da Biblioteca da Escola e amador de Banda Desenhada, Luiz Beira, escritor e colecionador de BD, Luís Filipe Mendes, criador da exposição, Diane Detollenaere, representante da Embaixada da Bélgica, e Rui Matos, diretor da ESECS.
No segundo painel da conferência o destaque é dado à análise da realidade atual da banda desenhada portuguesa, com as intervenções de Romain Gillain, Luiz Beira, Maria José Pereira, diretora editorial das Edições Babel, e Bruno Prates, docente de Educação Visual e Tecnológica, cartoonista e ilustrador. No final de cada painel o público presente é convidado a colocar perguntas aos oradores.
Joseph Gillain (Jijé) nasceu numa família numerosa e católica em Gedinne, nas Ardenas, e marcou a Banda Desenhada franco-belga com a sua obra. Frequentou várias escolas de artes, e entre trabalhos de ilustração, gravura em madeira e caricatura, Jijé chegou à BD em 1935, ao entrar no jornal “Le Croisé”, onde criou um aventureiro chamado Jojo. Ao longo da sua carreira foi argumentista, participando em trabalhos internacionais de relevo, e desenhou as biografias de Don Bosco, um dos seus trabalhos mais conhecidos, Cristóvão Colombo, Badden Powell e Jesus Cristo, e criou o detetive Jean Valhardi. Esta personagem, rebatizada como João Valente, juntamente com Baden Powell, Jerry Spring e Tanguy e Laverdure foram algumas das suas criações publicadas em Portugal, no “Cavaleiro Andante”, “Foguetão”, “Zorro”, “Spirou”, “Tintin” e “Mundo de Aventuras”, sendo que os dois últimos tiveram também algumas edições em álbum, nos anos 80.
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