1 de novembro de 2017

Artur, o Fantasma Justiceiro - Ensaio de quadriculografia portuguesa


Ficha técnica:
Arthur, le fantôme justicier
Humorístico
(França) Vaillant #449, de 20 de Dezembro de 1953 – Pif #980, de 5 de Janeiro de 1988.
Jean Cézard
Estreia em Portugal: O Falcão (1.ª série) #1, 28 de Dezembro 1958
Outras publicações: Mundo de Aventuras (1.ª fase)

Artur, o pequeno fantasma justiceiro, tem uma origem bem diferente do habitual dos seres da sua espécie, pois “nasce” já como pequeno ente fantasmagórico, com pai e mãe fantasmas, na torre mais alta do seu castelo medieval.
As suas primeiras aventuras têm justamente a Idade Média como pano de fundo, mas depois será visto um pouco por todo o lado, desde as grandes cidades ao Velho Oeste e mesmo a Pré-História, já que tem a capacidade de viajar pelo tempo e pelo espaço.
O pequeno ser branco, parcialmente antropomorfizado – tem dois braços e distinguem-se dois buracos no lugar dos olhos -, é de natureza afável e não prescinde de um elevado sentido de justiça, pelo que com facilidade faz amigos e está sempre pronto a defender os mais fracos, na melhor tradição dos heróis.
De entre as inúmeras pessoas que conhece, destaca-se o Pére Passe-Passe, um mágico diplomado que durante vários episódios será companheiro de aventuras do fantasminha e até terá direito a vários episódios como protagonista.
Das páginas de Artur para série própria saltam também os extraterrestres Rigolus Tristus, dois povos rivais encontrados aquando de uma viagem a um distante planeta verde e vermelho.
Artur, o fantasma justiceiro foi uma das âncoras da revista Vaillant e depois do Pif-Gadget, que lhe sucedeu, permitindo a Cézard a consagração que antes não tinha conseguido, quando apostava em ser desenhador realista.
O seu traço humorístico, elegante e detalhado, é de grande nível logo no início da série, em 1953, e não vai perder qualidade até 1977, ano da sua morte precoce, com 53 anos apenas.
A nível de argumento, Cezard é competente, especialmente nos primeiros episódios, mais longos e com enredos elaborados. Numa segunda fase, o espartilho das histórias curtas limita de forma clara.
Depois de Cézard, ainda houve uma continuação, já nos anos 80, por iniciativa do desenhador romeno Mircea Arapu, ajudado por dois históricos argumentistas “da casa”, Jacques Kamb e Maric.
Em Portugal, a série ocupa toda a primeira série de O Falcão (em 1958), com excepção de um número apenas. Num formato condigno, vemos as primeiras deambulações de Artur, desde o seu nascimento. Depois, o simpático fantasma só regressa em 1964, para uma história curta, nas páginas do Mundo de Aventuras, na sua fase pequena. É no #868 da primeira série da revista e “Em cheio no alvo” tem a curiosidade de ser a primeira história curta.

Filipe Bravo

Quadriculografia portuguesa:
  • Artur, o fantasma (Arthur, le fantôme justicier), 1954, O Falcão (1.ª série) #1 a 82, com excepção do 17
  • Em cheio no alvo (En plein dans le mille), 1964, Mundo de Aventuras (1.ª série) #868
[actualizado a 2-1-2015]

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